PESQUISA

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Preço salgado
29/10/2010
Governo paulista muda sistema de aquisição de material escolar, concentra compras em apenas quatro empresas e termina pagando bem mais caro


ESTRATÉGIA
Mudança no sistema de compras foi autorizada por Paulo Renato


O sistema de compras de material escolar das instituições de ensino estaduais de São Paulo tornou-se mais um foco de suspeitas no governo tucano, que controla o Estado há 16 anos. Até este ano, o sistema sempre funcionou da mesma maneira. O diretor de cada instituição orçava em sua região o preço de itens como papel higiênico e caneta em três fornecedores diferentes, optando pelo mais barato. Agora, sem maiores explicações, o mecanismo mudou. O secretário de Educação, Paulo Renato Souza, criou a Rede de Suprimentos da Rede Estadual de Ensino, em que quatro empresas escolhidas via licitação fornecem os produtos para as cerca de 5,8 mil escolas estaduais. Kalunga, Gimba, Reval e Inforshop são agora as responsáveis pelo abastecimento das escolas e cada uma atua em uma região. No novo sistema, o diretor entra no site da empresa, escolhe os produtos e os recebe em até cinco dias úteis após feito o pedido.
Tudo seria perfeito não fosse o fato de os preços dos produtos vendidos por essas empresas serem maiores do que os dos tradicionais fornecedores de outras instituições do Estado. A Bolsa Eletrônica de Compras (BEC), que é vedada às escolas, mas pode ser utilizada por todos os outros órgãos estaduais como a polícia e as autarquias, evidencia a enorme discrepância de preços. A resma de 500 folhas de papel sulfite formato A4 é cotado a R$ 7, 63 na BEC. Em seu site de vendas às escolas, a Kalunga vende o mesmo produto por R$ 11,42. Outro exemplo é o cartucho para impressora Epson, vendido pela Inforshop por R$ 92,76 contra R$ 62,59 pela BEC pelo produto com as mesmas especificações técnicas.
Segundo a Federação para o Desenvolvimento da Educação, responsável pelo fornecimento de material para as escolas, o preço cobrado contemplaria despesas de logística. Diretores das escolas, no entanto, negam a ocorrência desses custos. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, apesar das fartas evidências de sobrepreço, alega que houve uma diminuição dos gastos com a implantação do novo sistema. As contas, porém, não confirmam.
Maioria das cidades que não aderiram ao livro didático é de São Paulo
29/10/2010

Um levantamento do Observatório da Educação revela que os sistemas de ensino do setor privado são mais comuns nas cidades com menos de 30 mil habitantes


Dos 220 municípios brasileiros que optaram por usar sistemas de ensino do setor privado ao invés de receber os livros gratuitos do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), 145 ficam no Estado de São Paulo – ou 64% do total. Os dados são do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia do Ministério da Educação responsável pelo PNLD.

Uma série de reportagens do Observatório da Educação, programa ligado à ong Ação Educativa, mostra que os sistemas apostilados são mais comuns nas cidades com menos de 30 mil habitantes.

Nove estados tiveram adesão completa: Amazonas, Acre, Pará, Amapá, Ceará, Pernambuco, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O restante tem uma taxa de 99% a 97% de adesão.

Das 145 prefeituras paulistas que não aderiram ao livro didático, 125 (86%) possuem menos de 30 mil habitantes e cerca de 60% tem menos de 10 mil. Dentre as 45 maiores cidades do Estado, só Jundiaí não terá o programa do MEC que repassa livros didáticos gratuitamente aos municípios.

Neste ano, pela primeira vez, os municípios precisaram assinar um termo de adesão. Antes, os livros eram distribuídos para todas as prefeituras. O objetivo do MEC é evitar sobreposição e desperdício de material.

O Observatório da Educação entrou em contato com 30 municípios paulistas com menos de 25 mil habitantes que não aderiram, para saber qual material didático é usado em sala de aula. As 18 prefeituras que responderam usam apostilas. O mais citado é o Núcleo de Apoio à Municipalização de Ensino (NAME), do COC, que vende o material para cinco dessas cidades. A assessoria de imprensa do NAME informou que 84 cidades paulistas adotam o sistema.

A professora da Unicamp Theresa Adrião, que pesquisa o tema, disse ao Observatório da Educação que as menores cidades optam pelos sistemas privados porque não condições de elaborar políticas educacionais próprias. Ela também atribui o fato à municipalização do ensino fundamental. “A municipalização ampliou demais as demandas para os governos locais. Isso, sem a devida e urgente regulamentação do regime de colaboração entre os entes federados, abre espaço para a presença dos setores privados como alternativas”, disse.

Theresa Adrião disse que não "há indicações suficientes" de que os sistemas privados melhoram a qualidade do aprendizado. "O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) induziu à melhoria do desempenho das redes e não é possível afirmar que, caso o município “x” não tivesse adotado o sistema ABC de ensino, seu desempenho no Ideb e na prova Brasil teria sido melhor", afirmou ao Observatório da Educação.

Em julho, uma pesquisa da Fundação Lemann indicou que a adoção destas apostilas do setor privado provocou um aumento de cinco pontos nas notas dos alunos na Prova Brasil, exame nacional que avalia os conhecimentos de matemática e língua portuguesa. Dirigida pelo empresário Jorge Paulo Lemann, um dos homens mais ricos do Brasil ,a fundação informa em seu site que trabalha para “contribuir para modernizar a gestão dos sistemas públicos de ensino no Brasil".

A professora da Unicamp criticou os sistemas de ensino que prometem uma formação pedagógica para o professor. "A formação oferecida pela maioria das empresas se refere a uma espécie de capacitação para uso do material. Não é uma formação ou qualificação para a autonomia docente, ao contrário", criticou na entrevista concedida ao Observatório da Educação.

Ela informou ainda que órgãos como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) investigaram diversas prefeituras com indícios de irregularidades na compra de apostilas, como Barueri, Itanhaém, Itu, Itirapina, Limeira, Peruíbe, São Bernardo do Campo, Santana do Parnaíba, Taubaté, Valinhos e Vinhedo.

Embora não haja dados consolidados sobre quantos alunos das redes públicas utilizam sistemas apostilados privados, as empresas que atuam no setor estimam que cerca de 1 milhão de alunos de escolas municipais têm aulas com apostilas.

O Observatório da Educação entrou em contato com os quatro principais sistemas conveniados com prefeituras no estado de São Paulo: COC, Anglo, Positivo e Objetivo. COC e Positivo responderam.

O COC está presente em 114 cidades em todo o Brasil, sendo 84 em São Paulo. A assessoria de imprensa do NAME informou que o serviço inclui o acompanhamento do desempenho dos alunos em sala de aula, capacitação dos professores e envolvimento dos pais.

O COC foi comprada este ano pela empresa britânica Pearson, que comprou o Sistema Educacional Brasileiro (SEB) por R$ 613,3 milhões. Além do COC, fazem parte do grupo os sistemas Pueri Domus e Dom Bosco.

O Positivo, que oferece o Sistema de Ensino Aprende Brasil, está presente em 1.900 escolas públicas em 18 estados e em mais de 160 municípios, atendendo a 285 mil alunos.

O Anglo, comprado este ano pelo Grupo Abril, possui convênio com 24 municípios, atendendo 38 mil alunos. A Abril também tem um sistema apostilado próprio, o SER, utilizada em 350 escolas da rede privada.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ministério Público fiscalizará aplicação de recursos do MEC
O GLOBO - 28/10/2010



RIO - O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) assinaram um termo de cooperação técnica visando a fiscalização da execução dos programas e projetos educacionais do Ministério da Educação, que são executados pela autarquia no Distrito Federal.

A partir de agora, o FNDE enviará ao MPDFT todas as denúncias, queixas e representações em que julgar necessária a atuação do Ministério Público, para investigar e fiscalizar a prestação de contas ou má gestão dos recursos públicos repassados a órgão ou entidade estadual, municipal ou não governamental.

Além disso, vai encaminhar informações sobre convênios, acordos, contratos e transferências de recursos para execução de projetos e programas educacionais.

Por seu lado, o Ministério Público vai apurar os fatos comunicados pelo FNDE, encaminhando à autarquia o resultado dessas investigações.
Orçamento 2011 da União deve destinar R$ 4 bi para kits escolares
28 de outubro de 2010 | 15h 42


O Orçamento da União para 2011 deve destinar R$ 4 bilhões para a compra e distribuição gratuita de kits escolares para 40 milhões de estudantes da rede pública do País. Esses kits terão, entre outros itens, uniforme completo, cadernos e mochila, disse nesta quarta à Agência Brasil, o relator-geral do Projeto de Lei do Orçamento, Gim Argello (PTB-DF).
Segundo ele, os recursos sairão da expectativa da receita prevista para o ano que vem a partir da arrecadação de tributos. O relator de Receita da Comissão Mista de Orçamento, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), entregará seu relatório na segunda-feira (1º).

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Depois da escola, mais aulas

Data: 25/10/2010

Veículo: ÉPOCA
Editoria: SOCIEDADE 
Jornalista(s): Martha Mendonça
Algumas prefeituras estão usando o espaço de clubes, associações e até igrejas para dar mais horas de ensino - e melhorar as notas das crianças
Martha Mendonça

Num enorme gramado, cerca de 20 crianças se espremem em volta de uma mangueira, uma bomba de bicicleta e uma garrafa de plástico com álcool, tampada com uma rolha. Em minutos, graças ao princípio da força e da pressão, a garrafa sobe como um foguete. A alegria é enorme. Elas sorriem, gritam e aplaudem. O momento, ao contrário do que pode parecer, não é de lazer. As crianças estão em horário de aula. Elas estudam no 1º e no 2º ano do Colégio Operário Vicente Mariano, na comunidade de Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro. Essa é uma das escolas do município que têm atividade em horário integral. Depois das aulas regulares pela manhã, elas ficam cerca de quatro horas em atividades diversas - do lado de fora dos muros da escola.
Nesse período, a escola vira a comunidade inteira. O foguete foi lançado na Vila Olímpica da Maré, um espaço que atende toda a população do bairro e de outros lugares do Rio. No caminho até lá, a pé, os alunos aprendem ainda sobre o trânsito e conhecem o comércio local. Na vila, têm noções de física e matemática, fazem esportes e oficinas de arte. Como resultado, as crianças ficam mais interessadas e aprendem mais: de 2007 para 2009, o Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) da escola pulou de 4,3 para 5,1. Elas também têm demonstrado mais iniciativa e melhor relacionamento social.
Esse projeto tem a ver com uma percepção crescente de que mais horas de atividades educativas é um dos principais fatores para o desempenho das crianças. Trata-se de uma preocupação internacional. Na Europa e nos Estados Unidos, as crianças costumam entrar na escola de manhã e voltar para casa no meio da tarde. Agora, os americanos estudam aumentar ainda mais a carga horária.
A secretária de Educação dos EUA, Anne Duncan, disse querer que as escolas funcionem em período integral, com mais dias letivos. É uma tentativa de alcançar países europeus e asiáticos que dão ainda mais carga horária a seus alunos. No Brasil, o principal obstáculo para seguir esse rumo é a falta de espaço nas escolas, ocupadas por vários turnos de alunos, e a carência de professores. Daí a ideia de usar espaços alternativos e voluntários.
O modelo adotado em 150 escolas de comunidades carentes do Rio existe em outros municípios, com sucesso. Outras capitais, como Belo Horizonte e Palmas, e cidades como Sorocaba, no interior de São Paulo, e Apucarana, no interior do Paraná, têm apresentado grandes avanços com o ensino integral. A ideia desses programas não é dar apenas simples reforço escolar ou um espaço para a criança ficar enquanto os pais trabalham. Trata-se de uma tentativa de formação humana mais ampla - cognitiva, cultural, esportiva, moral, relacional. Daí a ampliação do campo escolar para toda a comunidade. As atividades acontecem em espaços públicos alternativos, ONGs, mas também em locais privados, como igrejas, associações de bairro e clubes. A ideia de professor também é flexível. As aulas são ministradas por universitários de várias áreas e voluntários de áreas como informática, artes plásticas, esporte e profissionais liberais.
Em geral, os projetos nascem de um acordo entre a prefeitura e a comunidade. Foi assim em Apucarana, a 360 quilômetros de Curitiba. Desde 2005, as 58 escolas do município têm carga horária de oito horas. Em 2009, o Ideb de Apucarana chegou a 6 - índice de país desenvolvido -, ante os 4,6 no Brasil e os 5,2 no Paraná. Hoje, 60% das escolas do município já têm média 6 ou mais. "Atribuímos nossa evolução essencialmente ao programa de ensino integral. Esse tempo maior de aprendizado influencia diretamente na vida da criança", diz o secretário de Educação Cláudio Silva.
Em Apucarana, as crianças fazem atividades que vão desde o xadrez, para estimular o raciocínio matemático, até a simulação de compras em mercados, passando por aulas de natação e tênis no Country Clube, reduto da classe média local. "Ceder espaço e tempo de nossos professores é uma colaboração que vai render frutos para toda a cidade", afirma o presidente do clube, Newton Santos.
Em Sorocaba, o programa de ensino integral começou em 2007, com o conceito de "cidade educadora". Na época eram apenas sete escolas. Hoje são 22, com 4.600 alunos. A meta para 2012 é de 10 mil crianças com ensino integral. Gestora da Oficina do Saber da Escola em Tempo Integral, a educadora Patrícia Fernandes diz que a marca do programa é a inovação. Além do foco em leitura e no raciocínio matemático e dos espaços de esportes e artes, há algumas atividades diferentes como aulas de circo, compras dos alimentos da escola e contato com a história e os costumes da colônia espanhola, que formou a cidade. "Aos poucos, o que era visto como aula formal está se transformando numa rotina de aprendizado prazeroso para as crianças", diz. Em 2007, o Ideb de Sorocaba foi de 4,9. Em 2009, subiu para 5,9 - o maior entre as cidades do interior de São Paulo com mais de 500 mil habitantes.
A educadora e filósofa Isabel Santana, gestora da Fundação Itaú Social, que tem apoiado projetos educacionais pelo país, diz que os novos modelos de ensino integral diferem de programas adotados no passado. "Não se trata mais de apenas manter na escola. Existe uma intenção pedagógica que não havia antes", afirma. Para ela, essa "ampliação de saberes" é uma exigência do mundo de hoje. "Muitas crianças de periferia fazem atividades em ONGs ou associações. Mas, quando a escola lidera o preenchimento do tempo delas, esse aprendizado se dá de forma articulada. E isso muda tudo."
Uma pesquisa de avaliação de impacto feita no ano passado em Belo Horizonte, cidade que adotou o programa de ensino integral em 2006, mostrou que as crianças ganharam mais motivação para ir à escola e responsabilidade com as lições e o estudo em casa. A interação com a família, professores e amigos melhorou e o nível de agressividade caiu. Os alunos passaram a ler mais e ter mais iniciativa nos cuidados de higiene. "Nosso Ideb aumentou, mas, ao lado do melhor aprendizado, estamos satisfeitos com a formação de indivíduos mais conscientes", diz a coordenadora do programa na Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, Neusa Macedo.
Com o segundo melhor Ideb entre as capitais brasileiras do 1º ao 5º (5,6) e o primeiro do 6º ao 9º ano (5), Palmas, no Tocantins, é um dos municípios que há mais tempo adotaram o ensino integral. Metade dos alunos das escolas públicas, o correspondente a 59 colégios, está dentro do projeto, que começa desde a creche. "Trabalhamos com a ideia do aprendizado global. Nosso currículo é amplo, vai do xadrez ao esporte, do desenho ao jazz", diz o secretário de Educação Danilo de Melo Souza. Segundo ele, para preencher as nove horas e meia que as crianças passam na escola é preciso organização e qualidade. "Não somos um semi-internato. Temos um compromisso pedagógico-existencial. Nosso objetivo é construir competências." Melo Souza diz que, diante dos bons resultados, em Palmas a classe média está matriculando seus filhos na escola pública.
Desde 2008, o Ministério da Educação tem investido na ampliação das atividades em 2 mil escolas que apresentam Ideb abaixo de 2. Por esse programa, o Mais Educação, 47 cidades recebem recursos e o ensino fundamental passou a ser prioridade de ministérios como Esporte, Ciência e Tecnologia e Cultura. O Mais Educação começou a ser pensado após estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que indicaram o impacto da escola na vida do estudante, a partir de informações sociais e econômicas do município onde a escola está localizada - o Índice do Efeito Escola (IEE).
Consultor em educação e pesquisador do Instituto Carlos Chagas, Vandré Gomes da Silva diz que o ensino integral é uma tendência que já se espalha pelos municípios brasileiros. "Não tem muito tempo que o ensino fundamental foi universalizado. Mas expandir o aprendizado tradicional para a ideia de uma escola mais abrangente é um modelo vitorioso que veio para ficar."

sábado, 23 de outubro de 2010

Falta de professores e de estrutura impedem ensino mais completo

Data: 23/10/2010

Veículo: CLICABRASÍLIA
Editoria: CIDADES
Jornalista(s): Cristina Sena
Cristina Sena - cristina.sena@jornaldebrasilia.com.br
A implementação da Educação Integral no Distrito Federal está longe de satisfazer as necessidades dos alunos. Das 279 escolas de Ensino Fundamental com carga horária ampliada, apenas 20 conseguem atender 100% dos estudantes todos os dias. Falta de professores para conduzirem as atividades complementares e dificuldade de buscar a criança na instituição quando não há horário estendido são algumas das queixas mais comuns.
Como a maior procura por essas instituições é por pais que trabalham o dia inteiro e não têm onde deixar os filhos no horário inverso da aula, o ensino integral parcial é motivo de reclamações e críticas. É o caso de Olinaldo Oliveira, 38 anos. As duas filhas do vendedor estudam na Esola Classe da 209 Sul e têm aula de 7h30 às 16h30, de segunda a quinta-feira. Na sexta, dia de organizar o cronograma das atividades da próxima semana, os alunos são dispensados às 12h30.
"Eu e minha mulher, que também trabalha, nos revezamos para buscá-las. Geralmente elas ficam com a avó, quando não dá, um de nós tem que sair mais cedo do trabalho, o que é muito complicado", relata. Mesmo assim, ele elogia o rendimento das filhas após a inserção nesse modelo de ensino. "Elas têm informática, artes, teatro e já tiveram até capoeira. O desenvolvimento delas é muito claro".

terça-feira, 19 de outubro de 2010

QUALIDADE DE ENSINO EVOLUI MAIS NO CICLO FUNDAMENTAL
19/10/2010

O mais importante indicador educacional do país mostra que a qualidade da educação nos últimos anos avança mais rapidamente no ciclo fundamental e apresenta melhora limitada no ensino médio
Fonte: Valor Econômico (SP)
 

Daniel Wainstein
O mais importante indicador educacional do país mostra que a qualidade da educação nos últimos anos avança mais rapidamente no ciclo fundamental e apresenta melhora limitada no ensino médio. Mais de 3,5 mil cidades brasileiras superam - com folga em muitos casos - a atual meta (nota 4) do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos iniciais da vida escolar.
 
Esses municípios apostaram em uma combinação de políticas públicas que inclui reforma e construção de escolas, renovação maciça de material pedagógico e compra de equipamentos, elaboração de planos municipais, planejamento e monitoramento, incentivo à formação e atualização de professores, atenção ao transporte de alunos, aumentos salariais e adoção do modelo de educação em tempo integral.
 
Embora longe da gestão, o Ministério da Educação (MEC) aumentou o controle sobre o ensino básico, ampliando os convênios e programas dirigidos aos municípios e também elevando os repasses de recursos, muitas vezes feitos diretamente na conta corrente da escola. "Nos últimos anos, o MEC começou a intensificar iniciativas de articulação com os municípios, com dinheiro e apoio técnico. Isso acontece menos com os governos estaduais, porque a relação política tende a ser mais tensa. O contato com as prefeituras é diferente, elas precisam mais do MEC", analisa Ocimar Munhoz Alavarse, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
 
A nota média do Ideb das escolas públicas do primeiro ciclo do ensino fundamental, decompetência das prefeituras, subiu de 3,6, em 2005, para 4,4 no ano passado. Na esfera estadual, a nota do nível médio variou num ritmo bem menos intenso no período, de 3,1 para 3,4, pouco acima da meta de 3,2. O Ideb é calculado a cada dois anos, a partir do cruzamento dedados de aprovação e evasão com avaliações de proficiência em português e matemática. A partir das notas de cada biênio, o governo traça metas para os dois anos seguintes. O objetivo é chegar em 2021 com Ideb de 6 - patamar educacional da média dos países da OCDE.
 
Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educação Básica do MEC, reconhece que, atualmente, a organização e o currículo do ensino médio estão defasados. "Costumo dizer que são alunos de uma geração digital para uma escola analógica. Os que estão no ensino médio hoje entraram numa escola completamente diferente há dez anos e sabemos que leva tempo para os indicadores começarem a mostrar melhoria, que chega primeiro nos anos iniciais e vai chegando como onda nos ciclos finais", explica.
 
Citando o Enem e o programa Ensino Médio Inovador (EMI), Maria do Pilar ressaltou que o MEC mantém políticas concretas para o último ciclo da educação básica. "Repassamos R$ 100 milhões por meio do EMI para as secretarias estaduais reforçarem suas ações, aumentando em 20% a carga horária das aulas, criando disciplinas optativas e atividades extracurriculares, com ênfase na leitura, e incentivando a dedicação exclusiva dos professores."
 
O programa tem hoje adesão de 350 escolas e deve ser ampliado em 2011. O professor Avalarse diz que os maiores desafios do ensino médio estão no atendimento. "O país consegue matricular bastante no primeiro ano, mas perde muita gente no decorrer do ciclo. O Ideb não vai melhorar, se a evasão continuar."
 
Tida como uma arma para melhorar a educação pública, o ensino integral já é realidade em 377 municípios brasileiros, entre eles Santos, no litoral de São Paulo, Cuiabá (MT) e Teresina (PI). Todos recebem recursos do programa federal Mais Educação e se destacaram no Ideb. "[Oensino integral] É uma tendência mundial, uma resposta para os problemas concretos da educação", diz Terezinha do Nascimento, diretora da Escola Municipal Padre Waldemar Martins, em Santos.
 
Aberta no ano passado, a escola recebe 290 alunos de 1ª à 5ª série, das 7h30 às 17h30. Fora do horário regular de aulas, as crianças têm cinco refeições diárias e participam de oficinas delínguas e artes, fazem atividades físicas na quadra e na piscina, cuidam de uma pequena horta comunitária e têm tempo para brincar no pátio e no playground.
 
"Gosto mais daqui do que da outra escola que estudava, fico triste porque não venho no fim desemana", conta João Felipe, de oito anos, na 3ª série. Sua professora, Renata Benetti Cunhadestaca a convivência. "A oportunidade de aprendizagem é maior, porque a estrutura permite e o convívio é muito melhor, trabalhamos mais o senso de cooperação", diz.
 
Com 20 anos de experiência na rede pública tradicional, a diretora se surpreendeu com o rendimento dos alunos. "Nosso Ideb só sai em 2011, porque a escola é nova, mas as avaliações internas estão ótimas", complementa Terezinha. No total, Santos conta com seis novas escolas de ensino integral. As outras 36 escolas regulares da rede municipal, por falta de recursos e estrutura adequada, foram convertidas ao modelo graças a parcerias com clubes, igrejas e associações de bairro. Os alunos dessas unidades também têm atividades paralelas fora do horário de aulas em 22 núcleos espalhados pela cidade .
 
Sueli Maia, secretária municipal da Educação, está convencida que a maior permanência do alunona escola é uma das respostas para o avanço acima da média do Ideb dos anos iniciais doensino fundamental da rede municipal de Santos, que subiu de 4,4 para 5,3 entre 2005 e 2009. "Dados mostram que aulas de teatro ou a prática do xadrez contribuem para melhorar odesempenho em português e matemática", exemplifica. Ela cita outras políticas implementadas pela prefeitura, que ajudam a melhorar o ensino, como a abertura das escolas nos fins desemana, o pagamento acima do piso nacional e a oferta de bolsas de estudo para professores.
 
A melhora da educação pública de Teresina também chama atenção. A nota do Ideb para o ciclo final do ensino fundamental cresceu de 3,9, em 2005, para 4,7 no ano passado, ficando bem acima da meta do MEC (4,1). O secretário da Educação da capital do Piauí, José Ribamar Torres, conta que o desempenho é consequência de pelo menos 20 anos de trabalho focado noplanejamento e monitoramento da atividade pedagógica da rede.
 
"Equipes da secretaria visitam as escolas diariamente e avaliam e discutem a performance dos professores na sala de aula. A partir daí definimos estratégias específicas de capacitação", conta Torres. Os professores com defasagem frequentam semanalmente um centro de treinamento, onde participam do Horário Pedagógico. "São oficinas focadas nos problemas identificados em sala de aula", relata o secretário, que comanda uma rede com 147 escolas, 85 mil alunos e 2,5 mil professores.
 
Em Cuiabá, no Mato Grosso, além da adoção progressiva da escola em tempo integral, o avanço do Ideb é atribuído a políticas de gestão e à formação dos professores. "Aprovamos nosso planomunicipal de educação (PME) em 2007, desde então percebemos que as coisas estão andando, embora haja muito a ser feito", assinala Permínio Pinto Filho, secretário municipal da Educação. O PME da capital mato-grossense, diz ele, está centrado em três pilares: gestão, currículo e formação. "Cada escola tem um plano de gestão, que trata da questão da infraestrutura aos problemas sociais dos alunos e suas famílias. Os currículos são atualizados anualmente e não temos professores sem diploma de curso superior desde 2005, incluindo a zona rural", conta o secretário.
 
Em Parintins, segunda maior cidade do Amazonas, as iniciativas que ajudaram a melhorar o Ideb são estruturais, explica Maildson Fonseca, titular da Secretaria Municipal da Educação. "Fizemos os investimentos corretos, nos últimos três anos. Foram construídas 4 escolas na zona urbana e 16 na zona rural, e a maioria das 143 unidades educacionais foram reformadas e ampliadas. Também melhoramos o sistema de transporte da grande maioria dos alunos, que vai de barco para a escola." Segundo Fonseca, a maioria desses investimentos é custeada por convênios firmados com os governos federal e estadual.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Livro ou apostila?

Data: 18/10/2010
Veículo: ÉPOCA
 
 
Por que tantas cidades preferem pagar para usar sistemas de ensino no lugar dos livros didáticos gratuitos - e o que isso revela sobre a educação pública

Camila Guimarães
Livro didático ou apostila? O que funciona mais na hora de ensinar crianças do ensino fundamental? A polêmica existe há algum tempo, mas ganhou força recentemente depois que o Ministério da Educação (MEC) divulgou pela primeira vez quais cidades dispensaram o livro didático, oferecido gratuitamente pelo governo. Só no Estado de São Paulo foram 143 municípios - 22% do total. A maioria deles optou pelos sistemas de ensino oferecidos por empresas privadas como COC, Positivo e Objetivo, os mesmos usados em algumas escolas particulares.
 
De acordo com uma recente pesquisa da Fundação Lemann, instituição que promove a excelência na gestão da educação, o número de cidades paulistas que adotaram os sistemas de ensino em suas escolas quase dobrou entre 2005 e 2008.
 
A intenção de tantas cidades, ao dispensar o livro gratuito e desembolsar algo em torno de R$ 300 por aluno, é melhorar suas posições no Índice de Desenvolvimento na Educação Básica (Ideb). A cidade campeã do ranking nacional divulgado neste ano, a paulista Cajuru, usa esse tipo de material. Melhorar a nota dos alunos e a posição das escolas na lista é o principal argumento da propaganda das empresas que produzem os sistemas estruturados. Há uma base para essa crença.
 
Uma pesquisa da Fundação Lemann publicada recentemente diz que 25% a mais de crianças são levadas ao nível adequado de proficiência em matemática e leitura nas escolas municipais paulistas que usam o material alternativo (leia o quadro abaixo). Esse material não se limita às apostilas. Acoplados a ela vêm o livro do professor, uma equipe técnica de educadores para treinar os professores no uso do material e fazer um acompanhamento das aulas e, em alguns casos, um portal na internet, onde alunos e professores desenvolvem atividades complementares às da sala de aula.
 
O uso das apostilas, porém, está longe de ter aceitação unânime. Uma corrente de educadores as considera simplificadoras da realidade das aulas, com um possível efeito nefasto de "robotizar" os professores. Um poderoso argumento contra o sistema estruturado é que ele não é usado de forma abrangente em nenhum dos países com melhores resultados no ensino. Por que então seriam a solução no Brasil?
 
Essa discussão camufla o fato de que nem a apostila nem o livro didático, isoladamente, determinam se um aluno aprende mais ou menos. Há fortes indícios de que os sistemas de ensino funcionam por motivos que vão além da qualidade técnica. Nas cidades paulistas que usam o material apostilado há pelo menos cinco anos, o aparato que vem junto - e a forma como a rede se organiza para usá-lo - explica melhor por que algumas conseguem ganhar posições no Ideb. Esse aparato acaba organizando a casa: da sala de aula às estratégias de política pública da cidade. "A discussão que vale a pena é sobre a constatação do caos na escola pública", diz Paula Louzano, economista responsável pela pesquisa da Fundação Lemann. "Ele é tão grande que, com o mínimo de organização e um material minimamente estruturado - e às vezes de qualidade duvidosa -, os alunos aprendem mais."
 
Além de a apostila servir como uma espécie de currículo, cada aluno pode ter a sua.Não é que as apostilas sejam excelentes - em muitos casos elas são fracas -, mas, em relação ao desastre do ensino em geral, elas se destacam. Para começar, as apostilas são usadas como plano de aula dentro das classes. O conteúdo é apresentado como um passo a passo, tem a linearidade que o livro didático não traz (porque é usado de outra forma) e de algum modo obriga o professor a não pular etapas. Junte-se a isso o acompanhamento que é feito pela equipe técnica das empresas de ensino e chega-se a uma fórmula que completa o que falta na formação dos professores.

"As apostilas norteiam meu trabalho, fica bem mais fácil planejar as aulas", diz Carla Bortoluci, professora de matemática para alunos de 5a a 8a série na rede municipal de Itapeva, São Paulo. Outra vantagem: fica mais fácil acompanhar e cobrar do professor a matéria que deve ser dada.
 
Além de a apostila servir como uma espécie de currículo a ser seguido, cada aluno tem a sua - uma "regalia" nem sempre garantida pelo livro didático. Primeiro, porque o número de livros entregue não bate com o número de crianças, já que o MEC se baseia no censo escolar do ano anterior para calcular a entrega. Segundo, porque o livro didático não é consumível em algumas das séries do ensino fundamental. Ele não pertence ao aluno. Por isso, não pode ser levado para casa. O livro fica na escola para ser usado por alunos de outro período. Com seu próprio material, a criançada não perde tanto tempo fazendo anotações no caderno e sobram minutos valiosos para prestar atenção no que o professor diz. Exercícios e lições de casa feitos na própria apostila ajudam o professor a enxergar falhas no aprendizado. "Eu tenho mais visibilidade de onde cada um vai mal, em comparação com o colega do lado", afirma Carla. "E a partir daí vou procurar exercícios extras ou outras atividades para reforçar a lição, sem precisar ficar presa na apostila."
 
Mesmo quem usa o livro didático aponta a vantagem de ter uma apostila por aluno. Diadema, cidade da Grande São Paulo que optou pelo livro didático, decidiu desembolsar dinheiro para comprar livros extras, de modo a complementar a encomenda do MEC e distribuí-los a todos os alunos (mesmo pagando até cinco vezes mais do que o MEC paga s por livro). "Anotações no caderno geram perdas pedagógicas significativas, porque interferem na organização do tempo da aula", afirma Lúcia Couto, secretária de Educação da cidade.
 
Fora da sala de aula, o sistema de ensino ajuda a organizar a política de educação das redes, que muitas vezes não têm planejamento claro e objetivo. Um dos principais motivos dos gestores das redes para adotar as apostilas é fazer todas as escolas trabalhar com o mesmo material. Isso facilita a formatação de cursos de treinamento de professores. Em Itapeva, a Secretaria tem um centro de formação de professores que trabalha junto com a equipe de educadores do sistema. "O grande desafio, independentemente do material usado, continua sendo a formação do professor", diz Selma Cravo, secretária de Educação de Itapeva, que também usa o livro didático, mas para as séries iniciais do ensino fundamental. A cidade está entre as melhores notas do Ideb de sua região.
 
O argumento pedagógico por trás dessa estratégia é que, quando há alinhamento entre o conhecimento do professor e o conteúdo do material didático, o desempenho do professor melhora. "As apostilas não são perfeitas", diz Paulo Magri, secretário municipal de Novo Horizonte, São Paulo, que as usa desde 2005. "O que faz diferença é acompanhar o desempenho das escolas e dos professores." Novo Horizonte tem o segundo melhor Ideb de 5a a 8a série do Estado e o quinto do país. Nas séries iniciais, sua nota é 6,5, maior do que a meta para 2021. Isso funciona também para quem usa o livro didático. Em Jacareí, que usa o material do MEC, o secretário de Educação emplacou uma resolução municipal para garantir que todas as escolas encomendassem ao governo o mesmo livro didático para cada série e cada disciplina. A escolha foi feita em um fórum com todos os representantes das escolas municipais, que levaram a plenário as escolhas de seus professores. "O ganho no gerenciamento pedagógico é gigantesco", diz o secretário João Roberto de Souza. A melhora de Jacareí no Ideb neste ano foi acima da média nacional.
 
Para muitos educadores, isso também é discutível. "A formatação das aulas para melhorar o uso do tempo dentro da sala é uma resposta pedagógica pobre para o aprendizado", diz Romualdo Portela, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). O grande receio é em relação à padronização do ensino. "O risco é ignorar as diferenças entre escolas e dentro de uma mesma escola", diz Theresa Adrião, da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (Unicamp). Theresa pesquisou o avanço do uso dos sistemas de ensino nas escolas municipais de São Paulo e chegou a uma conclusão oposta à dos gestores que defendem as apostilas. "O desempenho do professor é prejudicado. Quanto mais o professor for "desresponsabilizado" de sua tarefa, dado que tudo vem programado por terceiros, menos dele a sociedade poderá exigir."
 
O que todos parecem concordar é que as apostilas não são a solução definitiva para melhorar a qualidade do ensino público. Não há casos em nenhum lugar do mundo de países que melhoraram sua educação usando materiais estruturados. "É claro que é um remendo", diz Paula, da Fundação Lemann. Mas, enquanto o país não investe o suficiente na formação para professores e gestores da educação, é natural que as redes de ensino busquem o razoável para combater o péssimo.
Desenhos de 20 alunos de escolas municipais de SP ilustrarão cadernos
18/10/2010
Competição incluiu cerca de 950 mil estudantes, segundo a secretaria.

Vencedores farão visita guiada à Biblioteca Mário de Andrade.


A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo selecionou desenhos de 20 estudantes da rede de ensino para ilustrar capas de cerca de três milhões de cadernos do material escolar 2011.
 
Esta é a segunda edição da competição, que teve cerca de 950 mil participantes a partir de quatro anos, da educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), segundo a secretaria. O tema dos desenhos era “O melhor lugar do mundo é...”.
 
Os 20 melhores participarão de uma visita monitorada à Biblioteca Mário de Andrade, no Centro de São Paulo, nesta terça-feira (19). Os estudantes participarão ainda de uma cerimônia na prefeitura.
 
Segundo a secretaria, a seleção foi feita primeiramente pelas escolas, depois pelas diretorias regionais de educação e, por último, por uma comissão que incluiu representantes da secretaria, do parque Playcenter, do Museu Brasileiro de Escultura (MuBE), do Museu da Língua Portuguesa, do Museu de Arte Moderna (MAM) e da Companhia das Letras.
 
Veja os nomes dos 20 vencedores:

Amanda dos Santos Leite
Jhonnatan Gomes de Lima
Jakellyne Soares da Rocha
Samuel Alexandre Nascimento
Vitor Gabriel Prado Caldeira
Carina Araujo Teixeira
Giovana Maria dos Santos Serafim
Jeferson Francisco dos Reis
Larissa Nadja C. Santos
Yasmin Bitencourt Caldas
Jalila P. de Lima
Karina Castro Fornazário
Maria Paula da Silva
Nathalli Nascimento dos Santos
Rachel Rossetti Rodrigues Barbosa
Alfredo Soares de Carvalho Junior
Bruno Zochi da Silva
Edson Arimateia Garcia
Ezequiel dos Santos Grilo
Moises José da Silva

sábado, 16 de outubro de 2010

ALUNOS DAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL COMEÇAM A RECEBER LIÇÕES DE MPB
16/10/2010
 
Estado teve o índice de 2,8 no Ideb no ano passado, o segundo pior do país
Fonte: O Globo (RJ)
 


Letícia Vieira* 
As escolas estaduais do Rio começaram a ensinar aos alunos do ensino médio a história da música popular brasileira (MPB), atendendo a uma lei federal. As aulas seguem a metodologia do Projeto MPB nas Escolas, do Instituto Cultural Cravo Albin. Em 2009, o Estado do Rio teve o segundo pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no país - 2,8 -, ficando atrás apenas do Piauí. A média nacional é 3,6. 
 
Em maio, professores de 16 colégios estaduais receberam capacitação para utilizar o material pedagógico, que inclui CDs e DVDs com depoimentos e gravações de grandes nomes da nossa música. A iniciativa está sendo multiplicada para outras 800 escolas, que também receberão o kit. 
 
Segundo a subsecretária de Comunicação e Projetos Especiais, Delânia Cavalcante, o MPB nas Escolas está ajudando a rede estadual a se preparar para o cumprimento da lei 11.769, de 2008, que determinou o ensino de música na Educação básica: 
- Acreditamos que levar o ensino da música brasileira de forma transversal, com o tema abordado em todas as matérias, seria a forma ideal. O material do projeto permite, por exemplo, que um professor de história prepare uma aula sobre o golpe de 1964 através da história dos festivais de música. 
 
Rede municipal começa a fazer matrícula pela internet 

Hoje, pela internet, começa a matrícula para a rede municipal. Até o dia 28 de novembro, a inscrição deve ser feita pelo site www.matriculadigital.rioeduca.rio.gov.br. 

A pré-matrícula é necessária para alunos novos da pré-escola (a partir de 4 anos), do 1º ao 9º anos, da Educação especial e do Programa de Educação de Jovens e Adultos (Peja). Crianças e adolescentes que já estudam nas escolas municipais e desejam se transferir de unidade também precisam fazer a inscrição pela internet. 
 
Para quem não tem computador, a Secretaria municipal de Educação do Rio porá à disposição 25 pontos de acesso gratuito à internet nas escolas e nas Coordenadorias Regionais de Educação (CREs). 

* do Extra

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Investimentos dos Municípios em Educação cresceram em 2009

 
Data: 14/10/2010
Veículo: PORTAL A Z
Os Municípios brasileiros têm investido mais do que é sua obrigação em Educação, de acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Também os porcentuais de investimento das administrações municipais na remuneração do magistério foram acima dos definidos pela Constituição.
Conforme indicam as informações obtidas pela CNM, em 2009 a média dos investimentos em Educação foi de 29,1% em 5.358 Municípios. Além disso, 5.333 prefeituras aplicaram, em média, 73,3 % do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) com o pagamento de remuneração do magistério. Isso representa 13,3% a mais que o definido na Constituição, segundo os dados do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope), do Ministério da Educação (MEC).
O investimento aplicado acompanha o esforço dos Municípios em melhorar a qualidade do ensino oferecido na rede municipal, destaca a CNM. Nos 2.709 Municípios que atingiram em 2009 a meta do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) das séries iniciais para 2011, a média dos investimentos em educação foi de 28,3%. Já nos 1.487 Municípios que alcançaram a meta das séries finais, o porcentual das receitas municipais destinadas ao ensino foi de 28%.
 
Empenho
A CNM ressalta o empenho da gestão municipal no atendimento educacional, embora reconheça que o desafio em assegurar a qualidade da educação pública continua grande. Por esta razão, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, reafirma: "se faz cada vez mais necessária a efetivação do regime de colaboração, especialmente em relação à participação da União na Educação Básica".
"Só assim será possível obter índices mais elevados de qualidade, sem comprometer os investimentos da gestão municipal com outras áreas além da educação", afirma Paulo Ziulkoski.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Máquina de camisinhas chega às escolas públicas em 2011
Projeto dos ministérios da Saúde e Educação começa a ser testado em janeiro em seis instituições de ensino

Lívia Machado, iG São Paulo | 13/10/2010 18:22

Em vez de balas, biscoitos e salgadinhos, máquinas em seis escolas públicas do Ensino Médio dos Estados de Santa Catarina, do Distrito Federal e da Paraíba oferecerão dois tipos de preservativos. A partir de janeiro de 2011, os alunos dessas instituições poderão retirar, gratuitamente, por meio do código de matrícula e uma senha individual, camisinhas.
ENQUETE
Top of
Você é a favor da distribuição de preservativos nas escolas?
Sim, ajuda na educação sexual e prevenção de doenças
34%
Porcentagem
Não, o acesso a camisinhas na escola incentiva a prática sexual
66%
Porcentagem
Bottom of Form
A inovação tecnológica – e na prática da educação sexual – faz parte do projeto piloto do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), realizado pelos ministérios da Saúde e Educação, para reduzir a vulnerabilidade de adolescentes e jovens às doenças sexualmente transmissíveis (DST), à infecção pelo HIV e à gravidez não-planejada. Serão fornecidos preservativos masculinos, com duas opções de largura.
A ideia, explica a assessora técnica do departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais do Ministério da Saúde Ellen Zita, é “atender às necessidades dos adolescentes” e fazer com que a escola seja um canal de enfrentamento aos problemas sociais vividos pelos jovens. “O que for necessidade do adolescente deve ser atendido. A escola tem condições de abrigar e distribuir o preservativo.”
Para oferecer tal serviço, as instituições precisam participar do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas, responsável por capacitar educadores e estabelecer um projeto pedagógico voltado à educação sexual. A entrada da máquina também depende da aceitação da comunidade escolar.
O interesse em participar é voluntário – depende da vontade de cada escola – e deve ser comunicado ao Ministério da Saúde. Caberá às secretarias da Saúde o abastecimento e controle do material. Ellen afirma que ainda não foi definido o número de preservativos que cada aluno terá direito a retirar e nem a frequência com que poderá recorrer à máquina.
“Esta parte será definida após o projeto piloto. Os responsáveis pelas instituições farão esse controle e distribuição de fichas ou senhas aos alunos.”
Pesquisa mostra aprovação da iniciativa
Uma pesquisa encomendada à Unesco pelo governo, publicada em 2007, revelou a boa aceitação de pais, professores e alunos aos preservativos nas escolas. Embora alguns setores acreditem que este tipo de ação do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) possa incentivar a prática sexual entre os alunos, a disponibilização do preservativo no ambiente escolar foi considerada “uma ideia legal” para 89,5% dos estudantes e 63% dos pais consultados. Apenas 5,1% dos alunos, 6,7% dos professores e 12% dos pais pesquisados acham que essa “não é função da escola”.
Na avaliação do Ministério da Saúde, os números mostram que, quando a iniciativa é atrelada a um projeto pedagógico e há discussão com a comunidade escolar, a distribuição de camisinha nas escolas é bem aceita. “As máquinas são ferramentas para facilitar ainda mais o acesso do estudante à camisinha”, afirma Ellen.
O principal motivo alegado por 42,7% dos estudantes para não usar o preservativo é não tê-lo na hora “H” e 9,7% deles declararam que não têm dinheiro para comprá-lo. O estudo revelou que 44,7% dos estudantes têm vida sexual ativa. Em relação ao preservativo, 60,9% dos estudantes declaram ter usado na primeira relação sexual e 69,7% fizeram uso na última.
O provável hiato entre a distribuição gratuita e a garantia do uso não preocupa o governo. Segundo Ellen, o projeto aborda as necessidades coletivas dos jovens, não o controle individual. “Não fazemos pesquisa comportamental dentro da escola. Serão os indicadores de evasão escolar por gravidez, redução nas infecções sexuais que vão nos mostrar o sucesso ou fracasso de tal iniciativa (no caso, a máquina de camisinhas).”
Criar um mercado paralelo de venda de camisinhas ou permitir que tal contraceptivo seja usado de forma lúdica - como um brinquedo dentro do ambiente escolar - também não diminui as expectativas positivas do governo. “Não trabalhamos com hipóteses negativas. A ideia é progressista, positiva. Toda iniciativa corre risco de desvio. Debateremos isso quando acontecer.”