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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Audiência debate funcionamento irregular em instituições de ensino
Do G1 PA - G1 Globo.com - 31/05/2012 - Rio de Janeiro, RJ
O Ministério Público do Pará, por meio do promotor de justiça Marco Aurélio Lima do Nascimento, convocou diretores de diversas escolas particulares de Belém para uma audiência, que será realizada nesta quinta-feira, 31, a partir das 11h, no Ministério Público do Pará, no auditório da Infância e Juventude. As instituições de ensino estariam funcionando de forma irregular, ou seja, sem os atos autorizativos do Conselho Estadual de Educação (CEE).
O principal objetivo da reunião é apurar o funcionamento irregular dessas instituições de ensino e propor um Termo de Ajuste de Conduta (Tac). “Temos que encontrar uma solução até mesmo, se for o caso, transferir osalunos para outros estabelecimentos de ensino”, explica o promotor Marco Aurélio.
A presidente do CEE, Suely Melo de Castro Menezes, a diretora do Procon, Eliana de Nazaré Chaves Uchôa e um representante legal do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino em Belém foram convidados a participar da reunião.

Tac
A convocação da audiência tem por objetivo encaminhar soluções para o processo de regularização das escolas que estão funcionando sem a devida autorização do CEE. Haverá por parte do MP proposição de Termo de Ajustamentode Conduta (TAC) junto a 17 estabelecimentos de ensino da capital que estão funcionando de forma irregular.
Unicamp e Unesp são únicas brasileiras em lista de melhores universidades
VAGUINALDO MARINHEIRO - Folha de São Paulo - 31/05/2012 - São Paulo, SP


A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a Unesp (Universidade Estadual Paulista) são as duas únicas brasileiras a aparecer no ranking das 100 melhores universidades do mundo fundadas há menos de 50 anos.

A Unicamp, de 46 anos, é a 44ª melhor. A Unesp (Universidade Estadual Paulista), com 36, quase fica de fora. Está na 99ª posição.

O ranking foi elaborado pela primeira vez pelo THE (Times Higher Education), um dos mais importantes institutos de avaliação do ensino superior no mundo.
Segundo Phil Batty, responsável pelo estudo, a exclusão das universidades com mais de 50 anos permite conhecer as `futuras Harvards ou Oxfords`, numa referência às centenárias escolas dos EUA e do Reino Unido que costumam liderar os rankings de melhores lugares para estudar no mundo.

O THE faz outros rankings. No mais conceituado e completo, que inclui todas as universidades do mundo e envolve 13 critérios de avaliação, a USP (Universidade de São Paulo) é a única brasileira. Na lista divulgada no ano passado, estava no 178º lugar entre 200.

Em outro, que mede a reputação de uma instituição entre professores e pesquisadores ao redor do mundo, também só a USP aparece, na faixa entre o 61º e o 70º lugar.

Esse novo ranking, das caçulas, usa os mesmos 13 critérios, que incluem número de alunos por professores, dinheiro investido em pesquisa, total de docentes e estudantes estrangeiros e publicação em revistas científicas.

A líder é a Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, que fica na Coreia do Sul. Foi criada em 1986 com dinheiro de uma companhia de ferro e aço que, à época, era parte estatal, parte privada.

A universidade é privada, cobra cerca de R$ 17 mil de anuidade dos alunos de graduação e tem 3.000 estudantes. É totalmente focada em pesquisa.

A Coreia ocupa ainda o 5º lugar, com o Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia.

O Brasil tem motivos para comemorar --é o único país da América Latina no índice, e outros emergentes como Índia e Rússia estão de fora-- e para se envergonhar: estamos longe do topo e atrás de países muito menores, como Cingapura (16º), ou também emergentes, como a Turquia (32º).

`É possível ter um otimismo cauteloso de que essas jovens universidades brasileiras irão, com o tempo, subir no ranking`, disse Bates à Folha.

Segundo ele, o que esse novo ranking mostra é que universidades pequenas, que focam seus investimentos em determinadas áreas, acabam se saindo melhor.

Na segunda-feira, outra instituição, a QS (Quacquarelli Symonds), também do Reino Unido, divulgou o seu ranking das 50 melhores universidade do mundo com menos de 50 anos.

A Unicamp é a única brasileira, em 22º lugar.
Os dois institutos adotam critérios diferentes. Enquanto no THE a pesquisa tem peso maior, no QS conta mais a reputação de uma universidade no meio acadêmico mundial.
Violência nas escolas assusta pais e estudantes no Pará
Do G1 PA, com informações da TV Liberal - G1 Globo.com - 31/05/2012 - São Paulo, SP

A diretora de uma escola localizada no bairro dos 40 Horas, no município de Ananindeua (PA), Região Metropolitana de Belém, pediu ajuda a polícia para lidar com as ameaças que professores e alunos da Escola Municipal Raimundo Pinto têm sofrido. Em Belém, a briga de duas jovens dentro da Escola Deodoro de Mendonça foi registrada com um celular.

`Eles querem deixar a comunidade numa situação de refém. Seria bom que os pais trouxessem e viessem buscar os filhos no colégio`, a orientação é da diretora Telma Maria do Nascimento, responsável pelo colégio de Ananindeua.

Segundo alunos que preferem não se identificar, a causa das ameaças seria um desentendimento amoroso. `O que estão dizendo é que a menina da tarde estava namorando com o menino da manhã e um menino da tarde bateu nela e o namorado dela do (bairro do ) Paar mandou invadir o colégio`, resumem os alunos.

Os pais souberam da situação pelos filhos e se reuniram com a direção do colégio na manhã desta quarta-feira (30) para discutir a situação, mas a solução parece distante.

`A gente tira os meninos de casa, traz para o colégio, achando que estão em segurança e na verdade estão sendo ameaçados por bandidos`, desabafa uma das mães de alunos.

Alguns já estão pensando em tentar transferir os filhos. `Eu não tô mais seguro com a minha filha ai dentro. Inclusive falei para ela (a diretora) na reunião que eu vou tirar minha filha de lá`, contou um dos pais que prefere não ser identificado.

`A diretora já procurou a seccional, a secretaria de educação e o que eles dizem que podem fazer é colocar somente uma ronda. E a gente precisa de segurança dentro da escola. A violência não está fora, está dentro da escola`, afirma outra mãe. `Onde vamos chegar? O que as autoridades estão esperando? Acontecer uma tragédia?`, completou outra mulher.

A Secretaria Municipal de Educação de Ananindeua disse que já tomou todas as providências necessárias para garantir a segurança dentro e no entorno da escola. Viaturas da Polícia Militar e da Guarda Municipal fazem rondas no bairro e o telefone 8886.1074 está disponível para receber as denúncias da comunidade.

Em Belém, na Escola Estadual Deodoro de Mendonça, imagens feita com um celular flagraram duas alunas que discutiram e depois se agrediram por pelo menos um minuto. Outros estudantes viram a briga e até incentivaram a desavença. Um funcionário separou as duas estudantes, que foram suspensas por dois dias.

Um dos alunos que presenciou a briga diz que elas são rotineiras. `Desde o começo do ano já houve várias brigas. Alunos levam luvas para se debaterem lá em cima. Continuamente facas aparecem por lá. Nunca teve um pulso firme de direção para evitar este tipo de comportamento`, conta o aluno, que também prefere não se identificar.

Secretaria Estadual de Educação (Seduc) diz que a escola desenvolve atividades pedagógicas para combater a violência escolar.
N – Novo GMAT
Claudia Miranda Gonçalves - O Estado de São Paulo - 31/05/2012 - São Paulo, SP
A partir de 5 de junho de 2012 o GMAT (prova de matemática, inglês e raciocínio lógico), exigido pela esmagadora maioria das escolas de negócios, irá mudar. Essa mudança vem deixando candidatos sem sono, buscando fazer o exame antes dessa data fatídica. A nova seção do GMAT chama-se Integrated Reasoning e substituirá uma das duas redações hoje presentes na prova.
Alguns fatos sobre esta nova seção: ela tem duração de 30 minutos – assim como era o tempo para cada redação – e será composta de 12 questoes e as notas para esta seção vão de 1 a 8. Este score será computado separadamente, assim como hoje ocorre com as redações, e não terá impacto no score geral[1]. Portanto, por enquanto candidatos podem respirar aliviados….a duração total da prova continua sendo de 3,5 horas.
Segundo Ashok Sarathy, vice presidente do GMAT Program, o GMAT é mais do que uma prova padronizada que permite que cada candidato seja comparado com todos seus pares – ou concorrentes – diante dos comitês de admissão das escolas de MBA. Essa prova de mais de 60 anos foi construída para mensurar as habilidades necessárias para ser bem sucedido no MBA. Segundo Sarathy, a mudança vem alinhar a prova a nossa realidade mais recente. O GMAC, organizador do GMAT, recebeu um feedback das escolas de MBA de que um numero de novas habilidades emergiram nos negócios nos últimos anos para as quais as escolas precisam preparar seus alunos: lapidar informação e análise são pontos críticos na hora de identificar comportamento de compras, fatores de custo, e oportunidades de ganhar eficiência. Nos MBAs, os estudos de casos também exigem que os alunos integrem diversas fontes de informação – gráficos, tabelas, textos – para responder questoes ou resolver problemas de negócios. É isso que a nova seção busca testar.
Há quatro tipos de questões:
1 – Interpretação de gráficos; 2- Analise de duas partes – solução de duas partes; 3- Análise de tabelas; 4 -Raciocínio com múltiplas fontes.
Esse novo desenho visa medir a capacidade do candidato a integrar informações.
Essa novidade, porém, não afeta o score geral que as escolas utilizam para comparar candidatos e provavelmente ainda levará algum tempo para que esta seção cresça em importância competitiva por ser muito nova e não ter ainda um comportamento conhecido.
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[1] O GMAT tem 4 scores: O score geral – de 0 a 800; o scaled score da seção quantitativa; o scaled score da seção verbal; o score da seção de writing (hoje duas redações – analysis of an issue e analysis of an argument, sendo que a primeira será substituída pela nova seção de Integrated Reasoning)
Educação a distância: uma nova realidade
Oscar Hipólito* - O Estado de São Paulo - 31/05/2012 - São Paulo, SP
A cada dia, mais brasileiros se matriculam em cursos de educação a distância (EAD), especialmente no âmbito do ensino superior, o que é uma excelente notícia. De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2010, a EAD, que praticamente inexistia dez anos atrás, já responde pelo percentual de 14,6% do total das matrículas na graduação. Em 2001, apenas 5.359 estudantes estavam matriculados na modalidade de cursos a distância. Uma década depois, esse número aumentou 170 vezes, chegando a 930.179 estudantes.
Ao contrário do que ocorria em um passado recente, hoje a educação a distância no Brasil não pode mais ser considerada sinônimo de ensino de baixa qualidade. A situação de fato mudou, e muito: os graduados em EAD tiveram, em média, 6,7 pontos a mais no resultado final do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), na comparação com os resultados dos alunos oriundos dos cursos presenciais, conforme revela o “Censo EAD.BR – Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil 2012”, realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED).
A verdade é que o advento da internet criou um cenário totalmente novo para a educação a distância. Não se trata mais de realizar os estudos por meio de materiais impressos tradicionalmente enviados aos alunos pelo correio. Com a rede mundial de computadores e demais avanços tecnológicos nas telecomunicações, esse tipo de educação a distância tradicional está em franco declínio.
Hoje, as possibilidades são mais amplas e pode-se fazer um curso a distância praticamente nos mesmos moldes dos presenciais, com os estudantes assistindo, pela internet, às aulas de professores, com exibição de conteúdos audiovisuais. As avaliações podem ser feitas em tempo real, também pela rede, com tempo certo para a sua realização. Tanto a metodologia de ensino como a forma de avaliar a aprendizagem dos alunos e a atuação do corpo docente na educação a distância passaram por uma revolução, e isto está sendo percebido pelos estudantes, que cada vez mais acreditam e demandam essa modalidade de educação.
No exterior, aliás, há uma tendência de fim da fronteira entre educação a distância e presencial: cursos que antes eram exclusivamente presenciais já incluem uma parte realizada remotamente. E os programas de educação a distância muitas vezes abrangem atividades presenciais. No Canadá, país pioneiro da massificação da EAD, seus 32 milhões de cidadãos têm à disposição 56 universidades, das quais 53 oferecem cursos a distância.
No Brasil, o próprio governo federal também percebeu que a educação a distância é realidade e reconhece que o percentual de matrículas ainda é baixo em relação a outros países, onde a modalidade responde por até metade dos estudantes. O ministério da Educação, por outro lado, avisou que está atento à questão e irá controlar, por meio de regulamentação, o crescimento do ensino a distância para evitar que uma “explosão” desta modalidade redunde no aparecimento de cursos de baixa qualidade e sem referências técnica e acadêmica – iniciativa salutar e importante em defesa da formação qualificada do estudante.
O ponto é que, para países continentais como o Canadá e o Brasil, o ensino a distância é uma solução muito interessante. No caso brasileiro, a EAD tem inclusive o potencial de ajudar o País a se consolidar como potência econômica global. Sim, porque depois de todos os avanços dos últimos anos – estabilidade econômica e política, melhoria nas condições de empregabilidade e na renda dos trabalhadores, maior acesso ao crédito e bens de consumo –, que permitiram ao país atravessar duas crises mundiais, há grandes oportunidades para o aperfeiçoamento do conjunto de habilidades de nossas futuras gerações no setor de Educação.
É senso comum que não se constrói uma nação sem educação de qualidade. E o Brasil está no caminho certo ao universalizar a educação fundamental, tarefa em andamento acelerado. Agora é hora de formar profissionais qualificados, com educação superior, para que possam crescer junto com o País. Um dos grandes desafios da educação brasileira, neste momento, está na expansão do ensino superior. É neste sentido que a EAD pode dar uma importante contribuição, ampliando o potencial de acesso dos brasileiros à universidade, especialmente em estados e municípios com maior dificuldade de mobilidade para os estudantes. Estamos em um momento mais do que apropriado para revisitar nossos marcos regulatório, acadêmico e administrativo com o objetivo de apoiar essa tendência favorável no ensino superior.
Zelar pela qualidade do ensino e expandir a oferta de cursos a distância são tarefas essenciais para que o Brasil continue caminhando a passos largos para se tornar um país mais próspero e mais preparado para enfrentar os desafios do seu desenvolvimento.
* Oscar Hipólito é diretor geral acadêmico da Laureate Brasil
Alunos do DF aguardam há 9 meses bicicletas de programa do governo
Do G1 DF - G1 Globo.com - 31/05/2012 - Rio de Janeiro, RJ
Nove meses após o lançamento do programa Caminhos da Escola, de cessão de bicicletas a estudantes da rede pública, alunos das duas escolas do Distrito Federal pioneiras do projeto ainda aguardam para receber o equipamento.
As bicicletas estão armazenadas em galpões das duas escolas no Recanto das Emas – os centros de Ensino Médio 804 e 11 – desde o lançamento do programa pelo então ministro da Educação, Fernando Haddad, e o governador Agnelo Queiroz, em 26 de agosto do ano passado.
A Secretaria de Educação informou que a entrega seria feita já a partir desta quinta aos alunos das duas escolas. “Todos os alunos dessas duas escolas fizeram o curso de capacitação no Detran, porque a SEDF segue o princípio da educação isonômica”, informou em nota a secretaria. “A SEDF esclarece ainda que, no momento, o Programa atenderá 296 estudantes e que não há previsão de licitação para a compra de bicicletas”, diz outro trecho da nota.
O diretor do Centro de Ensino Médio 804, Jaílson Soares, disse no entanto que a distribuição das bicicletas deve começar apenas nesta sexta-feira (1º). Segundo ele, a liberação dependia de publicação de portaria no Diário Oficial, “para estipular as regras” da cessão – o que só ocorreu nesta quarta-feira (30).
Segundo ele, seis bicicletas já estão com os alunos e outras 121 serão distribuídas até a próxima sexta-feira (8). “Os termos de compromisso já foram assinados e a documentação dos alunos está toda em dia. Um problema que nós tivemos foi para explicar para eles que a entrega dependia de questões jurídicas, como a publicação das regras no Diário Oficial, além da documentação necessária para a liberação”, disse o diretor ao G1.
Na escola, dos 1,8 mil alunos matriculados, 350 se inscreveram para receber as bicicletas e, após seleção, 217 vão receber o equipamento.
De acordo com portaria publicada pelo governo no Diário Oficial nessa quarta-feira (30), o estudante deve atender a nove requisitos para receber as bicicletas, entre eles “ter sido capacitado pelo Detran” e “apresentar atestado de saúde comprovando a aptidão”.
O estudante do 2º ano do ensino médio Werlan Lincoln Valadares, de 16 anos, afirmou ao G1 que ainda não fez o curso exigido pelo Detran e não realizou a consulta médica para receber o atestado de aptidão, mas que está na lista dos que serão contemplados.
“No dia do curso do Detran eu faltei, mas uns amigos gravaram e depois eu vi. A escola disse que eu vou receber a bicicleta, mas eu ainda não me consultei com o médico. Estou esperando eles me chamarem”, disse.
No Centro de Ensino Médio 111, a direção da escola informou que 143 alunos vão receber os equipamentos. Na instituição há 2,4 mil estudantes, dos quais 500 se inscreveram para usar as bicicletas. Segundo o diretor Ângelo Zanolly, o benefício ainda não havia sido entregue também por causa da espera pela publicação da portaria no Diário Oficial.
“As bicicletas já estão aqui na escola, vão passar por manutenção e no início da próxima semana começaremos a entregá-las. Estamos passando por um processo de manutenção geral para ter certeza que está tudo certo com elas, antes de as entregarmos. Esperamos para fazer a entrega, pois as regras não estavam completamente definidas”, disse Zanolly.
O diretor informou que a documentação dos alunos está em dia, mas alguns estudantes ainda não foram atendidos pelos médicos para receber o atestado de aptidão. “A ideia é entregar tudo em até 15 dias. Nesse período, quem não estiver com tudo certo não vai receber. Queremos resolver isso o quanto antes para que eles recebam as bicicletas.”
‘Entrega simbólica’
O diretor disse que os alunos foram avisados em agosto do ano passado que não receberiam as bicicletas após o lançamento do programa pelo ex-ministro e o governador do DF, no ano passado. Segundo ele, a cerimônia de lançamento fez a `entrega simbólica` dos equipamentos.
“Deixamos claro para eles que no dia era só um evento e que depois eles ganhariam os equipamentos”, disse o diretor do centro de ensino 804. Na época, Fernando Haddad chegou a dizer em que a entrega antecipada “foi um erro”.
Diário Oficial
A Secretaria de Educação do Distrito Federal publicou nessa quarta-feira (30) uma portaria que define as regras para a entrega das bicicletas a estudantes da rede pública de ensino do DF. Por enquanto, somente os centro de ensino médio 804 e 111 do Recanto das Emas estão dentro do programa, que pretende entregar 3 mil bicicletas.
De acordo com a portaria, os estudantes devem estar matriculados nessas instituições, residir num raio de até sete quilômetros de distância da escola, ter sido capacitados pelo Detran, apresentar atestado de saúde e de frequência em 75% das aulas.
Os alunos devem ainda estar matriculados no programa Caminho da Escola, precisam ter assinado um termo de adesão e compromisso e, em caso de estudantes com idade inferior a 18 anos, apresentar a assinatura dos responsá
Faculdade de Direito recomenda cotas raciais para a USP
Tatiana Klix - iG Último Segundo - 31/05/2012 - São Paulo, SP
A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) recomendará ao Conselho Universitário, instância máxima da instituição, a adoção de cotas raciais, sociais e para deficientes físicos. Por aclamação, o pedido para incluir ações afirmativas na seleção de alunos foi aprovado nesta quinta-feira na Congregação do Largo São Francisco, que reúne representantes de professores, funcionários e alunos da unidade.
Na reunião, também estiveram presentes representantes de movimentos sociais, que defenderam as cotas raciais. Segundo o professor Marcus Oriene, do departamento de Direito de Trabalho, a discussão do tema na faculdade começou em 2008, quando o atual reitor da USP João Grandino Rodas era diretor da unidade. Após conflitos dentro da universidade entre movimentos sociais e a polícia militar, a faculdade – com o apoio Rodas – criou uma comissão para discutir a inclusão social na USP.
O grupo, após estudos e debates, entregou ainda em 2008 ao ex-diretor e agora reitor um documento pedindo que fossem incluídas cotas na seleção, que ficou parado desde então. Após o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal este ano da legalidade das cotas raciais, representantes de movimentos negros voltaram a pressionar a faculdade a abordar o tema. “Entendemos que era a hora de colocar essa discussão novamente em pauta”, conta o professor. Para Oriene, o fato de isso ter ocorrido primeiro na Faculdade de Direito, uma das “unidades mais importantes, mas também conservadoras da USP”, é muito significativo.
Segundo a assessoria de imprensa da reitoria, a recomendação deverá agora ser encaminhada ao Conselho Universitário, que poderá discutir o tema. Entretanto, ainda não é possível prever quando isso entrará na pauta do órgão.
Marcus Oriene diz desconhecer a posição oficial da reitoria sobre as cotas, mas lembra que a comissão que deu origem à essa discussão foi incentivada por Rodas.
“O reitor foi um entusiasta da comissão, e passa a ter uma obrigação quase moral de aceitar (as cotas), porque foi ele que constituiu essa comissão e a prestigiou. Ele foi o pai da ideia”, diz.
Alunos de escolas públicas
A USP concede bônus para alunos de escolas públicas no vestibular. No ano passado, foram feitas mudanças no sistema e o percentual de estudantes oriundos da rede pública aumentou para 28,03% do total de vagas, contra 25,84% no ano anterior. Em abril, quando os números foram divulgados, a pró-reitora de graduação, Telma Zorn, afirmou que não pretende fazer novas modificações e que as escolas públicas devem fazer o seu papel para preparar os alunos.
Mercadante volta a dizer que MIT vai abrir centro de pesquisas no Brasil
Amanda Cieglinski - Agência Brasil - 31/05/2012 - Brasília, DF
O ministro da Educação, Alozio Mercadante, disse hoje que recebeu correspondência do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) reiterando o projeto de abrir um instituto de pesquisa no Brasil. O e-mail foi enviado a Mercadante e ao ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Raupp, pelo novo reitor da instituição, Rafael Reif.
“Como futuro presidente do MIT, estou muito interessado em novas formas de colaboração com o Brasil, incluído a instalação de um centro de pesquisa”, diz Reif que atualmente ocupa o cargo de vice-reitor, mas foi escolhido para assumir o cargo a partir de julho.
As conversar entre uma possível parceria entre o governo brasileiro e o MIT teve início durante a viagem da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos em abril. Na ocasião, Mercadante anunciou que o MIT iria abrir uma “filial” no Brasil, mas em seguida a instituição divulgou nota negando a informação.
Durante a visita em abril, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) assinou acordo com o MIT, com o objetivo de expandir a formação de engenheiros no Brasil. Mercadante disse que convidará um representante do instituto norte-americano para visitar o Brasil depois da Rio+20, quando a agenda do governo estará menos cheia.
Inep usa redes sociais para auxiliar estudantes em dificuldade na inscrição do Enem
Amanda Cieglinski - Agência Brasil - 31/05/2012 - Brasília, DF
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) está utilizando as redes sociais para auxiliar estudantes que estão tendo algum tipo de dificuldade na inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012. O número de inscritos já ultrapassou 1,6 milhão, até o início da tarde de hoje (31).
“Não há forma mais eficiente de dialogar com os jovens hoje do que com a rede social”, disse Luiz Cláudio Costa, presidente do Inep. Segundo Costa, uma equipe faz o monitoramento em tempo real das redes sociais e se o aluno já tiver incluído e-mail e outros meios de contato, a equipe do Inep pode entrar em contato para auxiliá-lo. O processo prossegue até 15 de junho, exclusivamente, em hotsite na internet.
Costa não quis informar o perfil em rede social que o Inep está usando para levar informação aos estudantes em dúvida, alegando que, por estratégia, o instituto quer ter a iniciativa do contato, que é definido durante o monitoramento. A página de inscrição do Enem 2012, entretanto, já oferece como canal de ajuda o telefone 0800-616161.
A informação atualizada do número de inscritos foi divulgada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. A região com maior número de inscrições, conforme o último balanço, é o Sudeste: 598 mil. Em seguida aparecem o Nordeste (529 mil), Sul (186 mil), Centro-Oeste (143 mil) e Norte (139 mil). Do total de inscritos até o momento, 388 mil são alunos que estão concluindo o ensino médio em 2012 e 985 mil já terminaram a educação básica.
No ano passado, cerca de 6 milhões se inscreveram no Enem e pouco mais de 5 milhões pagaram a taxa, confirmando a participação. A expectativa do ministro Mercadante é que a prova tenha 6 milhões de inscritos confirmados em 2012. Segundo ele, o sistema de inscrições não registrou irregularidade desde a abertura do processo, na segunda-feira.
As provas serão aplicadas nos dias 3 e 4 de novembro. No primeiro dia do exame, os participantes terão quatro horas e meia para responder as questões de ciências humanas e da natureza. No segundo, será a vez das provas de matemática e linguagens, além da redação, com um total de cinco horas e meia de duração. A divulgação do gabarito está prevista para o dia 7 de novembro, e o resultado final deve sair em 28 de dezembro.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Britânicos querem que escolas ensinem alunos a gostar do corpo
Da Redação - Terra Educação - 30/05/2012 - São Paulo, SP

Deputados britânicos propuseram a introdução de aulas de imagem e expressão corporal nas escolas para combater o problema da crescente insatisfação com o corpo no país. O grupo All Party Parlamentary, que reúne parlamentares de todos as agremiações políticas, fez a recomendação após conduzir estudo no qual constatou que duas em cada três pessoas no Reino Unido não está feliz com seu corpo.

O estudo, `The Reflections on Body Image` (`Reflexões sobre a Imagem do Corpo`, em português), divulgado em conjunto pelos deputados e pelo YMCA (Associação Cristã de Moços), revelou que a imagem corporal é a principal preocupação de um em cada cinco meninos e uma em cada três meninas de 10 anos - que afirmaram ser esta a maior causa de bullying nas escolas.

Ele indicou também que meninas tão jovens quanto cinco anos de idade já se preocupam com a aparência, enquanto taxas de cirurgias plásticas cosméticas aumentaram quase 20% no país desde 2008.

Para especialistas, o bombardeamento de imagens de corpos `perfeitos` através da mídia seria um dos principais responsáveis pela falta de autoestima na população. Eles dizem também que o ideal de beleza propagado pela mídia - com ajuda da chamada `cultura das celebridades` - só é correspondido por cerca de 5% da população.

Toda a sociedade
Insatisfação com o corpo, o relatório mostrou, é um problema que afeta toda a sociedade, independentemente da idade, gênero, sexualidade, etnia, tamanho ou forma do corpo. O problema foi identificado como fator-chave para a ocorrência de problemas de relacionamento e baixa autoestima, assim como para bloqueios na progressão escolar e no trabalho.

No entanto, os jovens e as crianças foram consideradas particularmente vulneráveis à ansiedade sobre seus corpos. Embora as evidências sugiram que as preocupações sejam inicialmente emanadas pelos pais, no ensino secundário são os colegas de escola a maior influência.

Dietas para perda de peso são adotadas por cerca de metade das meninas e até um terço dos meninos.

Em resposta às conclusões, os membros da indústria dos dietéticos admitiram ao grupo parlamentar que as pessoas tinham `expectativas irreais` sobre perda de peso.

Os transtornos alimentares
O inquérito - que ouviu acadêmicos, instituições de caridade, peritos públicos e outros - também revelou que: Acabar de vez com dietas pode reduzir em 70% os casos de transtornos alimentares no país Mais de 95% das pessoas que fizeram dieta recuperam o peso perdido, 1,6 milhão de pessoas no Reino Unido convivem com transtornos alimentares. Até um em cada cinco pacientes de cirurgia plástica poderia sofrer de transtorno dismórfico corporal.

Um em cada três homens admitiria sacrificar um ano de vida para alcançar o seu corpo ideal. Um em cada cinco pessoas foram vítimas (de bullying) por causa de seu peso. A presidente do All Party Parlamentary, deputada Jo Swinson, disse que a insatisfação com a imagem corporal no Reino Unido tinha `chegado ao ponto mais alto.`

`A pressão para se adequar a um ideal inatingível corpo está causando estragos na autoestima de muitas pessoas.`

A chefe-executiva da YMCA, Rosi Prescott, também disse que havia algo `muito errado na sociedade quando as crianças de cinco anos de idade estão preocupados com sua aparência, com base nas mensagens que estão vendo redor delas`.

Ela acrescentou que é responsabilidade de toda a sociedade promover uma mudança coletiva quanto a imagem corporal, a fim de `evitar danos às gerações futuras`.
Relação entre pais e escola pode afetar desempenho de alunos
João Ortega, da Agência USP - Portal Aprendiz - 30/05/2012 - São Paulo, SP
As dificuldades na aprendizagem de ler e escrever de crianças podem ser originadas por diversas razões, como por exemplo na relação entre pais dos estudantes e a escola. Na Faculdade de Educação (FE) da USP, uma pesquisa analisou a relação entre os pais e a escola de alunos com problemas no letramento e percebeu a necessidade de haver um profissional nas unidades de ensino que trabalhe as relações entre os estudantes, a escola e os familiares.
Para a psicanalista Mariana de Campos Pereira Giorgion, que realizou o estudo, existe, no universo do ensino público um imaginário de que os pais não têm condições de apoiar a educação escolar dos filhos. Esta impressão faz com que se crie uma dinâmica entre familiares e a instituição de ensino que não é saudável para a aprendizagem.
A pesquisa estudou o campo relacional de pais de três alunos que apresentaram dificuldades de letramento numa escola estadual na cidade de São Paulo. O acompanhamento das crianças foi feito pelo Grupo de Oralidade e Escrita da FE, entre 2008 e 2010.
“A coordenação da escola vê os pais como ausentes e distantes no aprendizado dos filhos”, afirma a pesquisadora. Do outro lado, os familiares também sentem dificuldades de se aproximar do contexto escolar. Entretanto, o fato de a escola não conhecer o histórico escolar ou familiar dos alunos pode prejudicar o letramento.
O estudo O contexto do não texto: campos relacionais de pais e escola é a dissertação de mestrado de Mariana e foi orientado pelo professor Claudemir Belintane.
As histórias familiares das três crianças analisadas no estudo são muito diferentes entre si, o que demonstra que os problemas escolares não vêm de um fator comum. As escolas acreditam que os pais não se preocupam com o aprendizado dos filhos, mas isso não é o que foi verificado na pesquisa. As crianças reproduziram sintomas das relações familiares no âmbito escolar, e isso se apresentou como deficiência no letramento.
A baixa frequência dos alunos em aulas é um dos principais causadores das dificuldades na aprendizagem de ler e escrever. Como as crianças analisadas têm entre seis e sete anos, a decisão de não ir à aula não é apenas delas: esse problema está intimamente ligado à relação com os pais. É possível, assim, notar um ciclo problemático em que a relação entre os pais e os filhos afeta o desempenho escolar. “A instituição de ensino, por sua vez, não investiga essa relação por conta de uma visão estereotipada que tem dos familiares de seus estudantes”, afirma a psicanalista.
Entrevistas
Uma das mães entrevistadas contou que a filha sempre foi muito dispersa, chegando a ser alheia a quase tudo que estava a sua volta. Na escola acontecia a mesma coisa: não prestando atenção e não se empenhando no letramento, a criança demonstrou dificuldades. Essa característica parece ser espelhada no próprio alheamento da mãe à filha, pois ela passava por grandes jornadas de trabalho e tinha outros filhos para cuidar. Esta que apresenta problema é a mais nova e, na verdade, tê-la teria sido um desejo apenas do pai.
O pai do segundo aluno analisado, como conta a mãe, era um traficante. Assim, o filho foi criado num contexto de criminalidade e violência. A mãe procurou colocá-lo nesta escola para tirá-lo daquela realidade, mas o filho reproduziu o contexto violento de sua vida nos estudos, se tornando uma criança que causava muitos problemas na instituição. As queixas de dificuldade de letramento apresentadas pela escola, dessa maneira, vinham como um grande empecilho na visão daquela mãe. “Ela sentia que estavam querendo tirar a ótima oportunidade de vida que o filho estava tendo”, conta Mariana sobre o relato.
A família do último aluno mostra um problema completamente contrário a ausência relatada pela coordenação da escola. Os pais do aluno, tão preocupados com a sua aprendizagem, colocam uma pressão enorme no filho. Quando este apresenta dificuldades, a decepção dos pais e a vontade de que ele melhore é tão grande que chegam a castiga-lo pelos erros. O resultado é o abafamento da capacidade criativa da criança, causando cada vez mais problemas no letramento.
Para professor, sem kit, escola silenciou sobre homofobia
Ângela Chagas, do Terra - Portal Aprendiz - 30/05/2012 - São Paulo, SP
Homossexual assumido, Rubenilson Araujo é o único professor da escola estadual Frei José Maria Audrin, em Porto Nacional (TO), que tem “coragem”, como ele mesmo define, de discutir a homofobia na sala de aula. Segundo ele, a posição da presidente Dilma Rousseff ao vetar o kit que seria distribuído em escolas públicas há um ano foi responsável por um grande retrocesso no combate ao preconceito contra gays, bissexuais, travestis e transexuais nas escolas. “A gente nota que os professores já viam o tema como tabu e a posição da presidente contra o material reforçou ainda mais isso. As escolas silenciaram completamente e ninguém mais cogita falar em homofobia”, afirma.
Para o professor de português, qualquer posição da presidente da República tem um impacto grande sobre a população, ainda mais quando o tema é considerado “difícil”. “Todos silenciaram, mas o problema só agravou. O número de crianças e adolescentes vítimas da discriminação nas nossas escolas aumenta a cada dia”, afirma o educador, que desenvolve atividades nas turmas de 8º e 9º ano do ensino fundamental para que os alunos aprendam a respeitar a diversidade.
Araujo tenta ajudar a mudar as estatísticas de violência contra os homossexuais porque sabe muito bem o sofrimento causado pelo preconceito por “ser diferente”. “Fui vítima de homofobia durante toda a minha vida escolar. Chegava em casa com marcas, porque apanhava muito na escola. Meu refúgio foi estudar”, conta o professor de 36 anos, que apresentou sua tese de mestrado sobre diversidade sexual no final de 2011 na Universidade Federal do Tocantins (UFT). “Quando escolhi ser professor, também enfrentei preconceito e até hoje enfrento de algumas pessoas. Mas meus alunos aprenderam a me respeitar”.
Nas aulas de português da escola, além dos clássicos de Machado de Assis e Aluísio Azevedo, os alunos passaram a se dedicar à literatura infanto-juvenil, com obras que abordam a temática da diversidade sexual. Olivia tem dois papais, de Márcia Leite, e O gato que gostava de cenoura, de Rubem Alves, são alguns exemplos de livros que fazem parte das atividades em sala de aula. “Os alunos leem e depois promovemos um debate para discutir a questão da identidade, do respeito às diferenças”, conta o professor, que leciona há 17 anos.
Araujo diz que todos os alunos sabem da sua orientação sexual. “Nos debates eles já me perguntaram: ‘professor você é gay?’. Eu expliquei que era homossexual e um deles me respondeu que queria ser meu amigo. É uma relação harmoniosa, eles aprenderam a respeitar”, comemora. O educador conta que desde que o trabalho começou a ser feito na escola, ele percebe que o convívio entre os colegas melhorou. “No 8º ano tenho um aluno que enfrentava violência verbal por ser muito próximo das meninas. Ele estava sempre com as garotas no intervalo e os outros incomodavam. Percebo que isso começou a mudar, os outros passaram a respeitá-lo mais e houve até uma integração maior entre os colegas”, afirma.
O educador diz ainda que tem conquistado o apoio da direção da escola para o seu trabalho. “Eu apresento um relatório quinzenal das atividades que desenvolvo e nunca tive nenhum problema”, diz. Apesar disso, Araujo sente falta de um maior engajamento dos outros docentes. “Uma professora das séries iniciais até se interessou pelo meu trabalho, principalmente porque os livros têm uma linguagem bem infantil, mas disse que não teria coragem de discutir isso com os alunos. Às vezes sinto que estou sozinho nessa luta”, completa.
Qualificação dos professores
Para o professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pedro Paulo Bicalho, a falta de interesse dos educadores em discutir a homofobia é resultado do despreparo para tratar temas considerados difíceis. “Os professores não só se sentem despreparados, como não existe nenhum tipo de discussão com eles. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) coloca a diversidade como um tema transversal, mas o que nos vemos ocorrer é que isso é trabalhado de maneira muito iniciante por um professor de ciências, como um tema biologizante, da sexualidade com fins reprodutivos”.
Bicalho coordena o curso de extensão em Diversidade Sexual nas Escolas promovido pela UFRJ para capacitar educadores para lidar com a homofobia. “O curso existe desde 2006 e temos capacitado uma média de 600 professores por ano”, afirma ao destacar que faltam vagas devido ao interesse. “A grande questão é que a homofobia está batendo na porta do professor e ele não sabe como reagir. Muitas enfrentam o problema em casa também, com os seus filhos”, comenta. Segundo ele, infelizmente o trabalho feito pela UFRJ ainda é muito pequeno se comparado à necessidade do País. “A capacitação dos professores para tratar da diversidade sexual e do respeito aos direitos humanos deveria ser uma política de Estado. Deveria fazer parte de toda a educação formal do Brasil”, diz o professor.
Pesquisa universitária para empresas deve ser autônoma, diz professor
Ana Carolina Moreno - G1 Globo.com 30/05/2012 - Rio de Janeiro, RJ
Charles Eesley, professor da Universidade Stanford, que fica na Califórnia, nos Estados Unidos, defendeu na terça-feira (29), em São Paulo, a aproximação da academia e do setor privado para a produção de pesquisas inovadoras, mas alertou para a necessidade de limites bem estabelecidos para evitar que essas parcerias acabem com a autonomia universitária.
Ele foi um dos palestrantes do 10º Fórum Universitário Pearson, que neste ano teve como tema a inovação e o empreendedorismo no ensino superior. Eesley, que há três anos dá aulas de empreendedorismo em tecnologia, apresentou histórias de sucesso de Stanford e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) na área. Segundo o professor, com o apoio e incentivo da universidade, ideias elaboradas pelos estudantes têm potencial para se tornarem produtos lucrativos e inovadores.
O Google é um dos maiores exemplos recentes de sucesso derivado, parcialmente, à estrutura que Stanford oferece ao desenvolvimento de ideias de seus estudantes. Larry Page e Sergey Brin, os fundadores do gigante de buscas, se conheceram em 1995, quando ambos eram estudantes de Stanford. A primeira ideia que tiveram era criar um sistema de buscas para a biblioteca da universidade, usando algoritmos.
Depois, criaram o Pagerank, um buscador para toda a internet. Stanford, além de incentivar o espírito empreendedor de Page e Brin, ainda hospedou o Pagerank durante um ano em seu servidor, ajudou a dupla a conseguir a patente do produto, por meio do Escritório de Licenciamento em Tecnologia, e intermediou o investimento de um ex-aluno e um professor de Stanford no projeto. Em 2011, diz Eesley, o Google teve receita de US$ 37 bilhões (mais de R$ 70 bilhões).
A universidade, segundo ele, recebe entre 1% e 10% dos royalties durante um certo período sobre as patentes de invenções criadas pelos estudantes. Em Stanford e no MIT, a aproximação com empresas também ajuda a formar universitários `úteis`, capazes de se adaptar às demandas do mercado. `A indústria deve ser vista como uma fonte de soluções de problemas e desenvolvimento, e não primariamente dinheiro`, afirmou. As pesquisas aplicadas que podem servir ao mercado inspiram inovações dentro do ambiente universitário. Mas o professor alertou, em entrevista ao G1, que essa aproximação deve ser cuidadosa e manter limites, para que a instituição não vire um laboratório aplicado, não caia em conflitos de interesse - como o pagamento direto de indústrias farmacêutcias a cientistas que conduzem pesquisas clínicas - e siga investindo em pesquisa básica, com resultado incerto. Leia a entrevista:
Qual é a maior desvantagem de aproximar a universidade do setor privado?
A principal preocupação que as pessoas devem ter é se distrair da pesquisa mais básica e se dedicar só à pesquisa aplicada. Alguém tem que fazer a pesquisa básica, que dificilmente é feita pela indústria porque custa caro e os benefícios são de muito longo prazo, além de ser difícil prever se serão úteis. A pesquisa básica poderá ser útlimo só daqui a 20 anos.
Como as universidades podem evitar resultados negativos dessas parcerias?
A universidade deve ter muito cuidado com quais projetos ela decide levar a cabo em parceria com empresas. Ela precisa negociar fortemente em alguns termos, e apenas aceitar projetos que se alinham com sua missão, que não contenham termos como restrições ou adiamento em publicações, patentes em invenções desenvolvidas subsequentemente ao trabalho que é feito. Elas devem estar bem educadas nas formas e tipos de relações com as emrpesas.
Quem busca essas parcerias, os professores ou um departamento específico?
É uma mistura dos dois, no fim do dia o corpo docente deve ser independente. É ótimo que os professores tomem a iniciativa de buscar parcerias, mas nem sempre eles têm o contato. O que geralmente acontece em Stanford e no MIT é que o dinheiro passa por um escritório centralizado, que garante que o financiamento da pesquisa vai ter transparência, e também acaba centralizando a negociação destes contratos.
O sucesso do Google mudou a forma como Stanford vê o empreendedorismo dos alunos?
Eu não acho que a experiência do Google mudou as coisas de forma significativa. Já tivemos experiências anteriores. Na verdade, o Centro de Música Eletrônica de Stanford é o principal inventor e comerciante do campus. Um professor de lá foi quem criou o primeiro sintetizador, nos anos 1970, essa foi uma invenção extremametne bem sucedida em termos de comercialização. Acho que a experiência do Google contribuiu em nos lembrar de respeitar os empreendedores, e garantir que os estudantes recebam ajuda. Sempre que um aluno entra na minha sala com uma ideia maluca, sempre tenho em mente o pensamento de que esse pode ser o próximo Google. Quando eles forem bem sucedidos, eles vão lembrar de como nós os tratamos no começo.
Qual é o retorno financeiro desse tipo de incentivo?
Talvez nem tanto em Stanford, mas em outras universidades, quando vou falar sobre a experiência, noto que talvez exista uma desvantagem sobre o sucesso do Google. Você começa a pensar que o Escritório de Licenciamento em Tecnologia deve se tornar uma fonta de lucro para a universidade. Acho que essa é a atitude errada, você não deve pensar na quantidade de dinheiro que você ganha, mas sim na quantidade de tecnologia que é transferida. E deve esperar que os futuros` Googles` acabaram dando dinheiro de volta à universidade. É caro manter um escritório desses, com todos os advogados trabalhando para tirar todas essas patentes, até em Stanford e no MIT esses escritórios são mantidos principalmente por duas ou três grandes patentes. Não é o caso de tentar conseguir a maior fatia do negócio, mas de construir relacionamentos a longo prazo. Se o escritório acabar sendo um gasto, e não uma fonte de lucro, tudo bem, porque vai valer a pena no futuro.
Como é possível conseguir retorno financeiro dos ex-alunos?
O relacionamento é um ponto chave. Você não consegue fazer um ex-aluno de repente decidir doar US$ 10 milhões para a universidade. Isso só acontece quando eles têm algum tipo de relacionamento, quando são chamados de volta ao campus para atuar como mentores de estudantes, quando são nomeados para conselhos consultivos, quando são convidados a continuar fazendo parte da universidade. Fiquei surpreso em uma visita a uma universidade da China, quando vi que eles não mantinham um banco de dados atualizado dos ex-alunos. Essa é a chave do reino, ter uma associação de ex-alunos forte, que mantenha o vínculo, para que o ex-aluno não pense que a universidade só liga para ele para pedir dinheiro.
Diretor de Harvard apresenta biblioteca digital gratuita
Folha de São Paulo - Portal Aprendiz - 30/05/2012 - São Paulo, SP
O historiador americano Robert Darnton, 73, professor da Universidade Harvard (EUA) e diretor da biblioteca da universidade, participou ontem de seminário para jornalistas na Folha.
No encontro, Darnton -que veio ao Brasil para o 4º Congresso Internacional Cult de Jornalismo Cultural- falou sobre o projeto de criação de uma biblioteca digital americana, com acesso mundial e gratuito, que deve entrar no ar em abril de 2013.
“É uma oportunidade inédita de compartilhar nossa riqueza de conhecimento.”
Filho de jornalistas e graduado em Oxford, no Reino Unido, ele é especialista em Revolução Francesa e na história do livro e da imprensa.
Entre seus trabalhos mais conhecidos estão “O Iluminismo como Negócio” (1987) e “Os Best-Sellers Proibidos da França Pré-Revolucionária” (1996), lançados no país pela Companhia das Letras.
Leia, a seguir, trechos de sua conversa com os jornalistas da Folha.
JORNALISMO IMPRESSO
Venho de uma família de jornalistas. Meu pai, minha mãe, eu e meu irmão trabalhamos no “New York Times”. Meu pai morreu no Pacífico cobrindo a Segunda Guerra. Eu não o conheci, tinha três anos.
Comecei minha carreira cobrindo crimes. Na época se dizia: “Se você consegue cobrir assuntos policiais, pode cobrir [os da] Casa Branca”.
A grande questão na vida de um repórter é como narrar uma história em 500 palavras. Ele acaba transmitindo sua experiência. Não vejo notícias como realidade, mas como histórias sobre a realidade.
INTERNET
Nos EUA a mudança é profunda. Quase toda semana um jornal morre. A maior parte da receita publicitária do “The New York Times”, por exemplo, vinha dos classificados. Quase todos esses anúncios estão on-line. Mas acho que os grandes sobreviverão. A questão é descobrir um modelo de financiamento.
O trabalho do repórter também mudou. Continuo achando que o contato pessoal de um repórter com a fonte ou o acontecimento faz uma diferença enorme. Não adianta reproduzir o que está no Twitter ou nos blogs.
BIBLIOTECA DIGITAL
Quando o Google decidiu que queria digitalizar livros, procurou Harvard primeiro, pois é a maior biblioteca universitária do mundo. O Google fez lobby com outras universidades. Eles queriam digitaliza qualquer livro, não só os de domínio público. Criaram uma base de dados gigante de livros cobertos por direitos autorais. A ideia era vender acesso às obras, a um preço que eles próprios estipulariam. Não era algo legal.
No final, o acordo foi vetado pela Justiça, que o viu como uma tentativa de monopólio.
Nesse meio tempo, convidei os dirigentes de bibliotecas para criarmos uma versão digital com milhões de livros, como o Google, mas gratuita.
Acabamos conseguindo financiamento de fundações privadas americanas -muitas vezes elas funcionam melhor do que o governo. Em abril, entra no ar uma enorme biblioteca digital que qualquer um no mundo poderá acessar sem gastar um tostão. Criar essa plataforma para partilhar conhecimento, sem empresas, está sendo a maior oportunidade da minha vida.
Os direitos autorais são um tema sensível. Teoricamente só poderemos disponibilizar obras anteriores a 1923, pois estas estão em domínio público. São 2 milhões, o que não é pouco. As demais precisam ser negociadas com os detentores dos direitos, e estamos estudando alternativas.
AMÉRICA LATINA
Hoje os olhos dos americanos estão voltados para a América do Sul e a Ásia. A nova geração está aprendendo espanhol e mandarim. Não acho que a cultura europeia tenha se exaurido de vez, mas há ventos de mudança, e a vitalidade dos dois continentes tende a ganhar influência.
FUTURO DO LIVRO
As pessoas dizem que os livros e as bibliotecas estão obsoletos. É loucura: temos mais pessoas hoje nas nossas bibliotecas do que nunca. Se o aluno tem que escrever um trabalho e fazer uma pesquisa, claro que ele usa o Google e a Wikipedia. Mas não basta. Ele procura um bibliotecário. Os bibliotecários desenvolveram uma nova função, que é guiar pelo ciberespaço.
As estatísticas contrariam aqueles que dizem que o livro impresso está acabando. Na China, a produção dobrou em dez anos. Em 2009 o planeta atingiu uma marca histórica de 1 milhão de novos títulos impressos no ano. Acho que os livros impressos e on-line não estão em guerra, são suplementares.
Prefeitura terá dez dias para informar Justiça sobre reforma de escolas
Do G1 MA - G1 Globo.com - 30/05/2012 - Rio de Janeiro, RJ
A prefeitura de São Luís terá dez dias para informar à Justiça sobre as providências tomadas para reformas e adaptações em 219 prédios escolares da capital. A decisão do juiz José Américo Costa (1ª Vara da Infância e da Juventude de São Luís) faz parte das ações movidas pela Promotoria de Defesa da Educação, denunciando que 25.140 crianças e adolescentes estariam sem aulas devido à realização das obras.
No último dia 22, o promotor Paulo Avelar (Defesa da Educação) ajuizou duas ações civis públicas contra o município, cobrando que a Justiça determinasse à prefeitura providências para o imediato retorno dos estudantes às salas de aula. No pedido, o promotor alega que os alunos ainda não tiveram o ano letivo iniciado e requer que, caso não sejam inseridos na rede municipal de ensino, a justiça também determine a matrícula destes estudantes em escolas particulares.
Ainda no mesmo pedido, o promotor solicita que o município pague uma multa de R$ 1 mil por aluno fora da escola, em caso de descumprimento de uma possível ordem judicial, totalizando um pagamento maior que R$ 25 mi.
Decisão
A decisão do magistrado foi tomada no último dia 28, mas até o momento a prefeitura não “tomou ciência” de seu teor. Assim que isto acontecer, começa a valer o prazo de dez dias estipulado pelo juiz José Américo Costa.
Após isso, a Justiça da Infância apreciará os pedidos liminares efetuados pela Promotoria da Educação.
Em 14 de março a prefeitura anunciou uma ordem de serviço para a execução de reformas em 219 escolas da rede municipal de São Luís. Desde então foram suspensas as aulas nestas unidades de ensino.
Procuradoria vai recorrer contra liminar para pagamento de grevistas
Do G1 BA - G1 Globo.com - 30/05/2012 - Rio de Janeiro, RJ
A Procuradoria Geral do Estado divulgou em nota que vai recorrer contra a liminar concedida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que determinou na segunda-feira (28) o pagamento dos salários aos professores estaduais grevistas.
`A PGE [Procuradoria Geral do Estado] entende ainda que a liminar tem conteúdo contraditório em relação à decisão anterior que reconheceu a ilegalidade do movimento grevista do magistério estadual, motivo pelo qual adotará medida recursal competente`, diz um trecho da nota.
De acordo com a assessoria da Procuradoria, a citação sobre a liminar ainda não foi entregue por um oficial de Justiça e o prazo para cumprir a decisão é de 10 dias a partir do recebimento do documento. O corte do salário dos professores foi anunciado pela Secretaria de Educação no dia 19 de abril, após determinação do governo. A categoria está em greve há 50 dias.
Na terça-feira (29), os professores voltaram a se reunir em assembleia e definiram a continuidade da greve. `As ações de protesto serão mantidas. Na quinta-feira estamos organizando uma caminhada de Ondina até o Farol da Barra e na sexta vamos nos reunir com os pais e alunos no Colégio Central`, diz Rui Oliveira, presidente do sindicato da categoria.
Corte do ponto
A greve já foi considerada ilegal pela Justiça e o ponto dos grevistas foi cortado. O departamento jurídico do sindicato da categoria (APLB) deu entrada em uma ação com pedido de liminar à Justiça na tentativa de derrubar a ordem que impõe multa diária de R$ 50 mil até encerramento da greve.
No dia 15 de maio, o Governo da Bahia divulgou comunicado informando que pagaria os salários cortados aos professores em greve caso a categoria se comprometesse a retornar imediatamente às atividades, o que não aconteceu.
Reivindicações
Os professores querem reajuste de 22,22% no piso nacional. Eles alegam que o governo fez acordo com a categoria, em novembro do ano passado, que garantia os valores do piso nacional, e depois ignorou o acordo mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. No dia 25 de abril, os deputados aprovaram o projeto enviado pelo executivo que garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio.