12 de abril de 2008
Funcionários municipais rejeitaram proposta de reposição salarial de 5%
no mês de maio
Fonte: CORREIO DA
BAHIA (BA)
Continua a greve do funcionalismo público municipal. A categoria não aceitou a
proposta de reposição salarial de 5%, numa única parcela, prevista para maio -
oferta do Executivo Municipal ontem, na terceira rodada de negociação, após
deflagração do movimento. Em assembléia, os servidores ratificaram a
paralisação e marcaram uma passeata para terça-feira à tarde, saindo do
Instituto de Previdência do Servidor (IPS), em Nazaré, em direção à Praça
Municipal. São 17 mil servidores ativos paralisados, que pleiteam uma reposição
salarial de 10%.
A greve foi iniciada quinta-feira após a recusa dos servidores em acatar a
proposta do município de 5% de reposição salarial, divididos em duas vezes,
metade em maio e o restante em setembro. Os professores engrossam o coro dos
insatisfeitos e também mantêm a paralisação. "A Educação tem recursos
próprios e por isso tratamento diferenciado.
Apresentamos contraproposta: aceitamos passar de 10% para 6% em maio",
afirmou a diretora do departamento jurídico da APLB-Sindicato, Marilene Betros.
Segunda-feira, às 10h, acontece nova negociação com os docentes, que
paralisaram as atividades na última quarta-feira. Segundo ela, a proposta do
executivo de 5% para maio e redução no desconto do auxílio-alimentação não
atende aos anseios da categoria.
Sem aula - Ontem foi o segundo dia de paralisação e descumprimento de
horas-aula em parte das 413 Escolas da rede municipal de ensino. De cinco
Escolas visitadas pela reportagem durante a manhã, apenas uma delas estava
funcionando. O receio era prejudicar o recesso Escolar do meio do ano. Continua
a contradição entre os dados de adesão ao movimento informados pela Secretaria
Municipal de Educação (Smec), de 32%, e a diretoria do sindicato do
professorado, de 80%.
Durante a reunião realizada na manhã de ontem, a categoria rejeitou a proposta
feita pela prefeitura de conceder o reajuste salarial em duas etapas: 3,5% em
maio e 2% em setembro. A diretoria da APLB-Sindicato, que representa o
professorado, fez uma contraproposta de 6%, que ainda não foi aceita pela
gestão municipal.
Enquanto as tentativas de negociação seguiam durante a manhã, a paralisação
mantinha fechada a Escola que pertence ao Centro Social Urbano (CSU), em
Pernambués. Segundo um dos funcionários do CSU, que não quis ser identificado,
anteontem também não houve aula. No mesmo bairro, na Escola Municipal
Epaminondas Berbert de Castro, nem sinal de alunos em aula. O porteiro afirmou
que, já sabendo da paralisação, os estudantes não procuraram a instituição.
"E ainda não há previsão de retorno", emendou. A Escola conta com 500
alunos, entre o 1o e 5o ano de Escolarização. Estudantes da noite, que são
jovens e adultos alfabetizados, também não estão tendo aulas.
Na Escola Municipal Antonio Carlos Magalhães, em São Caetano, alunos que se
encontravam do lado de fora da instituição, disseram que não houve aulas pela
manhã, mas o professorado negou. No mesmo bairro, na Escola Municipal Francisco
Mangabeira, o porteiro também informou que não houve aula. "Agora só na
segunda-feira", avisou.
Rotina normal - Na Escola Municipal Anfrísia Santiago, no bairro de Tancredo
Neves, houve aula normal ontem. "Os professores estão com medo de perder
as férias de junho", informou o porteiro da Escola. Segundo o sindicato,
na maior parte das creches da cidade, as atividades seguem normalmente. O
motivo é que os pais, normalmente, não contam com outras opções de locais para
deixarem seus filhos enquanto trabalham.