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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

MAR abre mostra sobre arte e educação

21 de Agosto de 2014

Fonte:Agência de Notícias das Favelas



A partir de 26 de agosto, o Museu de Arte do Rio – MAR apresenta ao público uma abordagem transversal da relação entre arte e educação por meio das 180 peças de artistas como Adriana Varejão, Paulo Bruscky, Nelson Leirner e Ivens Machado, entre outros, em uma abordagem transversal da relação entre arte e educação. Pinturas, fotografias, instalações, vídeos, objetos e documentos que compõem a exposição “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.” Arte e Sociedade no Brasil 2. Com curadoria de Paulo Herkenhoff e Janaina Melo, a mostra é dividida em quatro núcleos significativos que, apesar de tratarem de temas distintos, dialogam entre si por meio das obras expostas.
A primeira parte, Linguagem, vai explorar a caligrafia como a arte de dar forma aos sinais de maneira expressiva, harmoniosa e habilidosa. A palavra e a língua serão abordadas por meio do trabalho de Daniel Santiago e Paulo Bruscky. Já o núcleo Dispositivos tratará dos instrumentos usados para fins educativos e também dos mais diversos tipos de escolas, reunindo uma série de artistas que se apropriam de elementos do universo escolar para o desenvolvimento de suas obras. Fotografias de Augusto Malta retratam o ambiente grave e comedido da década de 1930, enquanto o trabalho de Anna Bella Geiger traz a educação em tribos indígenas. Itens como borrachas, livros, folhas pautadas e o quadro negro serão representados em esculturas, fotografias, objetos e instalações de Nelson Leirner, José Damasceno, Ivens Machado, Felipe Barbosa e Priscilla Monge, entre outros.
Em Teorias, a discussão será sobre a obra dos autores (Anísio Teixeira, Paulo Freire e Darcy Ribeiro) que pensam a educação e as iniciativas baseadas nesses estudos. É o caso de Jonathas de Andrade, que analisa a relação entre palavra e imagem – método de alfabetização desenvolvido por Freire – em “Educação para adultos”A instalação “Animating education”, desenvolvida pelo coletivo inglês Aberrant Architecture para a Bienal de Arquitetura de 2012, retrata os CIEPs como o grande projeto arquitetônico para a proposta de um ensino integral e integrado.
Fazem ainda parte do núcleo cartilhas, CDs de música e programas pedagógicos utilizados nos acampamentos do MST como o programa Sem Terrinha – Alunos dos assentamentos. O público também poderá conhecer os projetos de pesquisa e ação cultural da Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, no Ceará, e o mapeamento da produção cultural na cidade do Rio de Janeiro, desenvolvido pelos participantes do Projeto Universidade das Quebradas – programa de extensão da UFRJ.
A última parte, Processos, colocará em pauta a educação não formal, mostrando um novo tipo de relação com o ambiente escolar e com a própria ideia de ensino. O artista Jarbas Lopes fará durante a exposição uma imersão no Ginásio Experimental de Arte Visual (GEA) para propor aos alunos e professores uma série de atividades relacionadas à arte e à educação. O resultado dessa experimentação será, ao longo do período, acrescentado à mostra. Já Marilá Dardot vai convidar o público a criar mapas em uma instalação, produzindo livros que se tornam parte da exposição.
               “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”, referência a uma frase do escritor e educador Rubem Alves, faz parte do projeto Arte e Sociedade no Brasil, que teve início com a exposição O abrigo e o terreno e é dedicado a pensar a atuação da arte brasileira no campo da alteridade e das relações sociais. O projeto prevê a realização de uma exposição anual pelos próximos dois anos com a proposta de pensar, entre tantos outros aspectos, as diferenças, a convivência, a troca, a escuta, a solidariedade, a educação, os processos de emancipação, a participação cívica e a produção de consciência.
Horário de visitação
Terça-feira a domingo, das 10h às 17h.
De 26 de agosto de 2014 até 11 de janeiro de 2015
Aberto aos sábados, domingos e feriados.
Fechado às segundas-feiras.
Ingressos
R$ 8 | R$ 4 (meia-entrada).
Pagamento em dinheiro ou cartão (Visa ou Mastercard).
Meia entrada:
Pessoas com até 21 anos;
Estudantes de escolas particulares (Ensino Fundamental e Médio);
Estudantes universitários;
Pessoas com deficiência;
Servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro.
Gratuidade:
Às terças-feiras, o MAR é gratuito para todos.
Nos demais dias, gratuidade para:
Alunos da rede pública de Ensino Fundamental e Médio;
Crianças com até 5 anos de idade;
Pessoas com idade a partir de 60 anos;
Professores da rede pública de ensino;
Funcionários de museus;
Grupos em situação de vulnerabilidade social em visita educativa;
Vizinhos do MAR;
Guias de turismo.
Em todos os casos, é necessário apresentar documentação comprovativa.
Endereço: Praça Mauá, 5 – Centro
Telefone: 21 3031-2741

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

‘A educação não pode ignorar a curiosidade das crianças’, diz Edgar Morin


EDGAR MORIN - POR ANDREA RANGEL - O GLOBO - 17/08/2014 - RIO DE JANRIO, RJ
Pensador francês é um dos convidados do encontro internacional ‘Educação 360’, promovido pelos jornais O GLOBO e Extra em parceria com o Sesc e a Prefeitura do Rio
Antropólogo, sociólogo e filósofo, Edgar Morin critica o modelo ocidental de ensino e diz que o professor tem uma missão social, por isso, segundo ele, “é preciso educar os educadores”.
Na sua opinião, como seria o modelo ideal de educação?
A figura do professor é determinante para a consolidação de um modelo “ideal” de educação. Através da Internet, os alunos podem ter acesso a todo o tipo de conhecimento sem a presença de um professor. Então eu pergunto, o que faz necessária a presença de um professor? Ele deve ser o regente da orquestra, observar o fluxo desses conhecimentos e elucidar as dúvidas dos alunos. Por exemplo, quando um professor passa uma lição a um aluno, que vai buscar uma resposta na Internet, ele deve posteriormente corrigir os erros cometidos, criticar o conteúdo pesquisado. É preciso desenvolver o senso crítico dos alunos. O papel do professor precisa passar por uma transformação, já que a criança não aprende apenas com os amigos, a família, a escola. Outro ponto importante: é necessário criar meios de transmissão do conhecimento a serviço da curiosidade dos alunos. O modelo de educação, sobretudo, não pode ignorar a curiosidade das crianças.
Quais são os maiores problemas do modelo de ensino atual?
O modelo de ensino que foi instituído nos países ocidentais é aquele que separa os conhecimentos artificialmente através das disciplinas. E não é o que vemos na natureza. No caso de animais e vegetais, vamos notar que todos os conhecimentos são interligados. E a escola não ensina o que é o conhecimento, ele é apenas transmitido pelos educadores, o que é um reducionismo. O conhecimento complexo evita o erro, que é cometido, por exemplo, quando um aluno escolhe mal a sua carreira. Por isso eu digo que a educação precisa fornecer subsídios ao ser humano, que precisa lutar contra o erro e a ilusão.
O senhor pode explicar melhor esse conceito de conhecimento?
Vamos pensar em um conhecimento mais simples, a nossa percepção visual. Eu vejo as pessoas que estão comigo, essa visão é uma percepção da realidade, que é uma tradução de todos os estímulos que chegam à nossa retina. Por que essa visão é uma fotografia? As pessoas que estão longe, são pequenas, e vice-versa. E essa visão é reconstruída de forma a reconhecermos essa alteração da realidade, já que todas as pessoas apresentam um tamanho similar. Todo conhecimento é uma tradução, que é seguido de uma reconstrução, e ambos os processos oferecem o risco do erro. Existe um outro ponto vital que não é abordado pelo ensino: a compreensão humana. O grande problema da Humanidade é que todos nós somos idênticos e diferentes, e precisamos lidar com essas duas ideias que não são compatíveis. A crise no ensino surge por conta da ausência dessas matérias que são importantes ao viver. Ensinamos apenas o aluno a ser um indivíduo adaptado à sociedade, mas ele também precisa se adaptar aos fatos e a si mesmo.
O que é a transdisciplinaridade, que defende a unidade do conhecimento?
As disciplinas fechadas impedem a compreensão dos problemas do mundo. A transdisciplinaridade, na minha opinião, é o que possibilita, através das disciplinas, a transmissão de uma visão de mundo mais complexa. O meu livro “O homem e a morte” é tipicamente transdisciplinar, pois busco entender as diferentes reações humanas diante da morte através dos conhecimentos da pré-história, da psicologia, da religião. Eu precisei fazer uma viagem por todas as doenças sociais e humanas, e recorri aos saberes de áreas do conhecimento, como psicanálise e biologia.
Como a associação entre a razão e a afetividade pode ser aplicada no sistema educacional?
É preciso estabelecer um jogo dialético entre razão e emoção. Descobriu-se que a razão pura não existe. Um matemático precisa ter paixão pela matemática. Não podemos abandonar a razão, o sentimento deve ser submetido a um controle racional. O economista, muitas das vezes, só trabalha através do cálculo, que é um complemento cego ao sentimento humano. Ao não levar em consideração as emoções dos seres humanos, um economista opera apenas cálculos cegos. Essa postura explica em boa parte a crise econômica que a Europa está vivendo atualmente.
A literatura e as artes deveriam ocupar mais espaço no currículo das escolas? Por quê?
Para se conhecer o ser humano, é preciso estudar áreas do conhecimento como as ciências sociais, a biologia, a psicologia. Mas a literatura e as artes também são um meio de conhecimento. Os romances retratam o indivíduo na sociedade, seja por meio de Balzac ou Dostoiévski, e transmitem conhecimentos sobre sentimentos, paixões e contradições humanas. A poesia é também importante, nos ajuda a reconhecer e a viver a qualidade poética da vida. As grandes obras de arte, como a música de Beethoven, desenvolvem em nós um sentimento vital, que é a emoção estética, que nos possibilita reconhecer a beleza, a bondade e a harmonia. Literatura e artes não podem ser tratadas no currículo escolar como conhecimento secundário.
Qual a sua opinião sobre o sistema brasileiro de ensino?
O Brasil é um país extremamente aberto a minhas ideias pedagógicas. Mas a revolução do seu sistema educacional vai passar pela reforma na formação dos seus educadores. É preciso educar os educadores. Os professores precisam sair de suas disciplinas para dialogar com outros campos de conhecimento. E essa evolução ainda não aconteceu. O professor possui uma missão social, e tanto a opinião pública como o cidadão precisam ter a consciência dessa missão.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Só 10% dos detentos têm acesso à educação dentro das prisões brasileiras


DAVI LIRA - IG ÚLTIMO SEGUNDO - 19/08/2014 - SÃO PAULO, SP

Mesmo sendo considerada como um caminho para a reinserção de detentos à sociedade, instrumento de diminuição da reincidência criminal e contraponto à `escola do crime`, a educação formal alcança apenas 10,2% dos presos brasileiros. Do total de 574.027 pessoas privadas de liberdade no País, apenas 58.750 têm acesso à escolarização.
Os dados oficiais aos quais o iG Educação teve acesso foram fornecidos pelo Ministério da Justiça (MJ). A reportagem só teve acesso aos números após o envio de uma série de solicitações. Foram mais de dois meses de espera para o recebimento dos dados mais atualizados, referentes à 2013.
O quadro de acesso à educação nas prisões se torna ainda mais `catastrófico`, segundo especialistas, quando é analisado o perfil de escolaridade da população prisional. Quase metade dos detentos brasileiros nem sequer têm ensino fundamental completo. E mais de 25 mil são analfabetos. Ou seja, demanda é o que não falta, já que 90% dos presos não terminaram a educação básica.
E esse cenário de descaso não está presente apenas em regiões específicas, mas sim em todo o Brasil, afirma Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
`O problema é uma realidade presente por todos os Estados brasileiros. O sistema carcerário acaba bloqueando o direito à cidadania dos detentos, por ele [o sistema carcerário] não compreender que o preso que está cumprindo a pena é um cidadão com direitos. Além da educação, o direito ao trabalho e à saúde também são negligenciados`, diz Cara.
O descaso é confirmado pela Relatoria Nacional para o Direito Humano à Educação, que fez uma pesquisa in loco em prisões brasileiras. `Informações e análises diversas apontam a profunda precariedade do atendimento educacional no sistema prisional brasileiro que enfrenta graves problemas de acesso e de qualidade marcados pela falta de profissionais de educação, projeto pedagógico, infraestrutura, formação continuada e materiais didáticos`, conclui a pesquisa, conduzida pela educadora Denise Carreira.
Segundo Denise, que é coordenadora da ONG Ação Educativa, a oferta de educação nas prisões ainda enfrenta resistências de agentes e direções de unidades prisionais. `Ainda há problemas de desarticulação entre organismos do Estado, falta de planejamento, baixo investimento financeiro e inexistência de diagnósticos precisos`, diz o estudo publicado em 2009.
Para tentar melhorar essa situação, foram produzidas, em 2010, as diretrizes nacionais para a oferta de educação nas prisões pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
`Antes, a Lei de Execução Penal de 1984 era abrangente. Assim, cada Estado organizava ou não a educação nas prisões, conforme preferência e vontade política do gestor. Era comum presos com mais instrução, mas sem formação para a docência, ensinarem para os colegas sem escolarização`, afirma a professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Mariângela Graciano, especialista no tema.
Desafios
Para Mariângela, a oferta de educação nas prisões precisa enfrentar alguns desafios. `As pesquisas mostram que as pessoas presas demostram interesse em estudar. O problema é que, muitas vezes, o horário do estudo coincide com trabalho. Muitos presos precisam trabalhar nas prisões para sustentar suas famílias que estão do lado de fora`, comenta a pesquisadora da Unifesp.
Segundo a especialista, para que os presos possam ter acesso ao ensino noturno será preciso propor uma mudança de organização nas unidades prisionais. `Esse é um grande entrave. Por razões de segurança, muitas penitenciárias acabam não oferecendo o ensino noturno. Mas as diretrizes do CNE preveem o oferecimento do ensino à noite, aliado com o ensino profissionalizante`, fala Mariângela.
`A questão é que mesmo havendo normativos nesse sentido, não significa que eles são cumpridos. A história da educação nas prisões só está começando agora. Basta lembrar que até 2006 [ano de início das discussões sobre o tema junto à sociedade civil], o governo nacional não tinha tomado nenhuma atitude para organizar a educação nas prisões. Eram os grupos religiosos que ofertavam cursos de alfabetização`, diz a pesquisadora.
Muitos presos interessados nos estudos, veem na educação ofertada na prisão uma forma até de preenchimento do tempo livre. Sem falar que a atividade educacional funciona como instrumento de remição da pena. Três dias estudados (cerca de 18 horas), equivalem a um dia remido na pena.
`Se considerarmos que o aprisionado fica pouco mais que oito horas fora da tranca, uma série de atividades pode ser planejada, e as horas de isolamento podem ser ressignificadas como horas de construção de uma comunidade de aprendizagem`, diz estudo produzido pelos pesquisadores Elenice Onofre, da Universidade Federal de São Carlos, e Elionaldo Julião, do programa de pós-graduação da Universidade Federal Fluminense.
Atuação articulada
Segundo o Conselho Nacional de Educação (CNE), para melhorar o quadro de baixa oferta de educação nas prisões, o Estado precisa atuar de forma articulada.
`Cabe às secretarias estaduais de educação tomarem a iniciativa de procurar as secretarias de justiça e os órgãos estatais reponsáveis pelos sistemas prisionais. O preso deve ter o seu direito à educação assegurado pelo Estado. Os familiares insatisfeitos com a falta de escola na prisões devem procurar o Ministério Público`, fala José Fernandes de Lima , presidente do CNE.
Ministério da Justiça
Consultado pela reportagem sobre o quadro de acesso à educação nas prisões, o Ministério da Justiça não se posicionou. O ministério possui uma coordenação de Reintegração Social e Ensino que é vinculada à Diretoria de Políticas Penitenciárias da pasta. Foram feitas mais de dez solicitações em dias diferentes à pasta, mas sem sucesso.

Polícia apura ação de quadrilha em fraude de vestibular de Medicina


RENE MOREIRA - O ESTADO DE SÃO PAULO - 19/08/2014 - SÃO PAULO, SP

A polícia prendeu neste fim de semana 11 pessoas suspeitas de fraudarem um vestibular de Medicina da Estácio Uniseb, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Entre os envolvidos estão sete estudantes (seis mulheres) e quatro pessoas que seriam responsáveis pelo esquema. A ação foi descoberta pela própria universidade após monitores desconfiaram das atitudes de um vestibulando.
Todos foram presos na tarde de sábado, 16, mas nesta segunda-feira, 18, já estavam na rua após conseguirem habeas corpus ou arcarem com uma fiança R$ 20 mil. A Polícia Civil vai investigar o caso e acredita que o esquema possa ter sido usado para fraudar outros vestibulares de Medicina. Os candidatos escondiam escutas para receber os resultados das questões.
De acordo com os policiais, o grupo tinha um esquema ligado a professores e mantinha uma central dentro de uma caminhonete estacionada perto da faculdade. De lá ia passando os resultados para os alunos com os pontos eletrônicos. Os beneficiados teriam de desembolsar até R$ 60 mil por uma vaga.
A faculdade informou que havia bloqueadores de celular instalados no prédio que barraram a comunicação pelos pontos eletrônicos, não sendo preciso cancelar o vestibular. Disse ainda investir em sistemas de segurança para impedir esse tipo de fraude. O exame é o primeiro da instituição em Ribeirão Preto e o curso foi autorizado neste ano.

ProUni: 50 mil bolsas serão ocupadas por ordem de inscrição


AGÊNCIA BRASIL - TERRA EDUCAÇÃO - 19/08/2014 - SÃO PAULO, SP

Após duas chamadas regulares e a lista de espera, o Ministério da Educação (MEC) decidiu oferecer online as bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) que não foram preenchidas. Segundo o diretor de Políticas e Programas de Graduação do MEC, Dilvo Ristoff, há cerca de 50 mil bolsas, integrais e parciais, para serem ocupadas, o que corresponde a aproximadamente 43% das 115.101 bolsas ofertadas nesta edição.
De acordo com o MEC, foram 653.992 candidatos inscritos. `O número de bolsas e de inscritos cresce a cada edição do ProUni. Mesmo assim, muitas turmas não são formadas. O interesse existe, mas para que sejam formadas precisam de ‘prounistas’ e estudantes pagantes, tem que ter a combinação dos dois`, diz Ristoff. Ele não soube informar quantas turmas deixaram de ser formadas neste processo, mas disse que no início do ano, o número chegou a 2 mil turmas.
`O preenchimento das bolsas varia de instituição para instituição, de local para local. Há instituições em que o preenchimento é pequeno e outras em que chega a quase 100%`, explicou. `O número (50 mil) indica que não conseguimos preencher todas (as bolsas) e por isso estamos fazendo esse esforço extra para garantir a oportunidade às pessoas que ainda desejam ser bolsistas do ProUni`, acrescenta.
Esta é a primeira vez que esse processo é feito de forma unificada. Geralmente, nessa etapa, cabe a cada instituição o preenchimento das bolsas. O objetivo é facilitar: `Como a gente já detém todo o conjunto de informações, a visão panorâmica de onde sobram as vagas, em que cursos e em que instituições, podemos disponibilizar isso de forma centralizada para o aluno; antes, o aluno não sabia exatamente onde essas vagas estavam disponíveis`, acrescenta.
Desde ontem, podem se candidatar aqueles que se inscreveram no ProUni e não tiveram as turmas formadas e os professores da rede pública, independentemente de terem feito a inscrição. A partir de amanhã, poderão se candidatar também os que não fizeram a inscrição no programa.
Para obter a bolsa de estudo, deverão preencher os critério de renda e ter obtido no mínimo 450 pontos em qualquer edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desde 2010. Não poderão ter zerado a redação.
O preenchimento das bolsas é feito por ordem de inscrição. Após manifestar o interesse no site, o candidato tem dois dias para comparecer à instituição e comprovar as informações prestadas. Depois, a instituição terá o dia útil seguinte ao final do prazo de comparecimento do candidato para registrar o resultado da comprovação das informações no Sistema Informatizado do ProUni (SisproUni). Caso o estudante não compareça ou a instituição não registre o preenchimento da bolsa, a mesma voltará a ser oferecida pelo sistema.
O prazo de inscrição varia conforme a situação do candidato. Vai até 7 de setembro para o estudante não matriculado no curso da instituição de educação superior em que deseja se inscrever para a bolsa remanescente, ou até 1º de dezembro para o aluno já matriculado.
O ProUni concede bolsas de estudo integrais e parciais nas instituições privadas de ensino superior. As integrais são para os estudantes com renda bruta familiar, por pessoa, até um salário mínimo e meio. As bolsas parciais são destinadas aos candidatos com renda bruta familiar até três salários mínimos por pessoa.
O bolsista parcial poderá utilizar o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para custear o restante da mensalidade. No caso dos professores, é dispensada a comprovação de renda e a participação no Enem.

Polícia descobre mais 4 polos de instituto que oferecia diplomas falsos


TIAGO ROGERO - O ESTADO DE SÃO PAULO - 19/08/2014 - SÃO PAULO, SP

O Instituto Ômega, que oferecia diplomas falsos de cursos de mestrado e doutorado para professores, não possuía somente uma unidade - no sábado, policiais civis fecharam a que funcionava em Duque de Caxias, cidade na Baixada Fluminense. Nesta segunda-feira, 18, após mais de 20 vítimas procurarem a Delegacia de Proteção ao Consumidor (Decon), os investigadores descobriram a existência de pelo menos mais quatro polos da instituição no Estado do Rio: outros dois na Baixada e dois na zona oeste da capital, em Bangu e Campo Grande.
A instituição falsificava diplomas em nome de duas universidades federais: a de Pernambuco e a do Rio Grande do Sul. Para obtê-los, os professores pagavam entre R$ 300 e 500 de mensalidade, e o valor total de cada curso poderia chegar a R$ 12 mil. Nesta segunda, a Prefeitura de Duque de Caxias anunciou que todos os professores da rede municipal que apresentaram diplomas do Ômega terão suspensas as gratificações de 12% sobre os salários.
Titular da Decon, o delegado Ricardo Barbosa quer agora identificar, entre os cerca de 200 professores que fizeram os cursos em Caxias - com a descoberta dos novos polos, o número aumentará -, quem sabia do esquema e com isso se beneficiou. Os funcionários do instituto também estão sendo investigados.
Para o delegado, houve no mínimo “descuido” da prefeitura em não apurar a legitimidade dos diplomas. Em nota, a administração rebateu: isso “não cabe à prefeitura”. Preso no sábado, quando os policiais fecharam o instituto em meio a uma aula com 30 alunos, Sergio Aragão Filho confessou a farsa, segundo o delegado. “Ele já tem passagem por estelionato, em 2010, pelo mesmo tipo de atividade; até o nome do instituto era o mesmo. Ele confessou que modificava os diplomas no computador e os imprimia. Nos sites das instituições, copiava as grades curriculares dos cursos”, afirmou Barbosa.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul informou que os diplomas apreendidos em seu nome são “falsos e não correspondem aos padrões da UFRGS (o papel de nossos diplomas é fornecido pela Casa da Moeda e possui características de segurança)”. De acordo com a UFRGS, “trata-se de uma falsificação grosseira, sendo que apenas o nome do reitor, que é de domínio público, corresponde à realidade, embora a assinatura em nada lembre a verdadeira”. A Universidade Federal de Pernambuco não respondeu ao contato da reportagem.
Indagado se faz algum controle para prevenir casos do tipo, o Ministério da Educação informou que o Ômega nunca foi credenciado e, por se tratar de “um caso de polícia, não de ensino”, não se manifestaria. Limitou-se a informar que o interessado em curso de mestrado ou doutorado deve, antes de se matricular,- consultar o site do MEC, que lista as instituições autorizadas.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Curso on-line capacita pessoas para agricultura familiar


MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - REVISTA GESTÃO UNIVERSITÁRIA - 18/08/2014 - BELO HORIZONTE, MG

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) abre na segunda-feira (18), inscrições para 600 vagas do curso “Apoio à Implementação do Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PEAAF) nos Territórios”. Para o preenchimento das vagas, é necessário que o candidato tenha formação em curso superior, possua experiência na área e tenha o apoio da instituição onde atua. Os alunos serão capacitados para realizar o diagnóstico socioambiental de seu território e trabalhar estratégias pedagógicas.
O objetivo é capacitar online agentes políticos e representantes da sociedade civil para o desenvolvimento de políticas públicas, programas e projetos de educação ambiental no contexto da agricultura familiar.
As inscrições vão até 5 de setembro e serão realizadas pelo site da plataforma Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). O público-alvo inclui gestores e servidores públicos, profissionais do ensino, representantes de organizações da sociedade civil e lideranças de movimento de campo. O curso terá carga horária de 60 horas e será realizado de setembro a novembro de 2014.
“Os dois primeiros cursos oferecidos na nova plataforma do MMA obtiveram mais de 22 mil inscritos, o que demonstra a grande demanda existente na sociedade por capacitação na área ambiental” destaca a diretora substituta de Educação Ambiental do MMA, Renata Maranhão. Ela explica que, neste curso, optou-se por realizá-lo com tutoria e com critérios para a seleção dos participantes, visando assegurar a qualidade do processo educativo de modo que o curso promova intervenções locais.
Programa
O principal objetivo do Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PEAAF) é desenvolver práticas pedagógicas que contribuam para a construção coletiva de estratégias para o enfrentamento da problemática socioambiental rural. O programa possui cinco linhas de ação estratégicas. Esse curso está relacionado à Linha 3, que trata do “Apoio a processos educativos presenciais e à distância”.
O curso faz parte do projeto de cooperação técnica firmado entre o MMA e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Parceria que permitiu a realização de consultorias que auxiliaram a equipe do Ministério na elaboração de conteúdos, inclusive para o ambiente virtual.Crianças em horta na Amazônia: força da agricultura

Inclusão pela metade


ANTÔNIO GOIS - O GLOBO - 18/08/2014 - RIO DE JANEIRO, RJ

Nos últimos 15 anos, o Brasil vivenciou um feito notável na educação especial: as matrículas de alunos com deficiência, transtornos de desenvolvimento e altas habilidades mais que dobraram entre 1998 e 2013. Não apenas conseguimos colocar mais dessas crianças na escola, como também fomos capazes de garantir que a maioria delas hoje estude nas mesmas classes que os demais alunos.
Em 1998, o Censo Escolar do MEC registrava 337 mil matrículas de alunos com algum tipo de deficiência, sendo que apenas 13% deles conviviam nas mesmas salas de aula com os demais. A imensa maioria, portanto, estudava em colégios exclusivos para deficientes, ou em classes separadas. Em 2013, o total de alunos com deficiência matriculados em escolas da educação básica chegou a 843 mil, e o percentual de incluídos em classes comuns passou para 77%.
Dados tabulados pelo movimento Todos Pela Educação a pedido da coluna mostram, no entanto, uma tendência preocupante: o número de matrículas desses alunos cai consideravelmente até o final do ensino médio.
Nos primeiros cinco anos do ensino fundamental, o censo do MEC registra 433 mil alunos com deficiência, e eles representam 2,7% do total de estudantes desse nível de ensino. No segundo ciclo, que vai do 6º ao 9º ano e é destinado a crianças de 11 a 14 anos, este número cai para 190 mil, ou 1,4% do total de matriculados. Já nas três séries do ensino médio, são apenas 48 mil alunos com deficiência no sistema, o que representa somente 0,6% do total de jovens estudando no antigo segundo grau. Há, claro, alunos com deficiência tão extrema que dificilmente conseguiriam concluir o ensino médio, mas esses casos são mais exceção do que regra.
Números do Censo do IBGE tabulados pela coluna retratam o mesmo problema, por outro viés: o de crianças com deficiência fora da escola. Dos 10 aos 14 anos, faixa etária incluída no grupo etário de matrícula obrigatória, o percentual da população com deficiência que não estuda chega a 7%. É mais que o dobro da taxa de 3% verificada entre as demais crianças. No caso de alguns grupos específicos, como o de pessoas com deficiência mental, essa taxa chega a 24%, e aumenta para 41% dos 15 a 17 anos, faixa etária que passará a ser também de matrícula obrigatória a partir de 2016.
Uma das hipóteses levantadas por Alejandra Velasco, gerente da área técnica do Todos Pela Educação, para explicar esse perverso funil do sistema é a transição do modelo do primeiro para o segundo ciclo do ensino fundamental. No primeiro, destinado a crianças de 6 a 10 anos, há um vínculo maior entre os professores e seus alunos. Na segunda etapa, o antigo ginásio, a figura do professor praticamente único é substituída por vários profissionais que dão aula, cada um, apenas de sua disciplina. Essa transição, que já não é fácil para alunos que não apresentam nenhum tipo de deficiência, é ainda mais complicada para estudantes que necessitam de atenção individualizada.
O esforço feito especialmente pelo sistema público de ensino para garantir a matrícula e a inclusão de crianças com deficiência em classes comuns não deve ser minimizado. É uma boa notícia, digna de comemoração. Mas não podemos nos dar por satisfeitos. O desafio da qualidade, que já é evidente para todo o ensino básico no Brasil, é ainda mais urgente no caso da educação especial.

Candidatos podem se inscrever para vagas não preenchidas no ProUni


MARIANA TOKARNIA - AGÊNCIA BRASIL - 18/08/2014 - BRASÍLIA, DF

Começam hoje (18) as inscrições para as vagas remanescentes do Programa Universidade para Todos (ProUni), da edição do segundo semestre. O candidato deve manifestar interesse pela internet, na página do ProUni. Esse procedimento é novo e as regras foram publicadas pelo Ministério da Educação na sexta-feira (15).
Podem participar os candidatos que se inscreveram, em todas as opções, em cursos cujas turmas não foram formadas, e os professores da rede pública que estiverem excercendo o magistério da educação básica.
Os prazos de inscrição variam conforme a situação do candidato. Vai até 7 de setembro para o estudante não matriculado no curso da instituição de educação superior em que deseja se inscrever para a bolsa remanescente ou, até o dia 1 ° de dezembro, para o aluno já matriculado.
A partir de quarta-feira (20), as inscrições serão abertas para os candidatos que tenham participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010 e obtido, em uma mesma edição, no mínimo 450 pontos na média das notas das provas e nota na redação que não seja 0. Também nesse caso, o prazo vai até 7 de setembro para os que não têm matrícula e 1º de dezembro para os já matriculados.
O estudante inscrito deverá comparecer à instituição de ensino nos dois dias úteis seguintes ao da inscrição para comprovar as informações prestadas.
A instituição terá o dia útil seguinte ao final do prazo de comparecimento do candidato para registrar o resultado da comprovação das informações no Sistema Informatizado do ProUni (SisproUni). Caso o estudante não compareça ou a instituição não registre o preenchimento da bolsa, a mesma voltará a ser oferecida pelo sistema.
O ProUni concede bolsas de estudo integrais e parciais nas instituições privadas de ensino superior. As integrais são para os estudantes com renda bruta familiar, por pessoa, até um salário mínimo e meio. As bolsas parciais são destinadas aos candidatos com renda bruta familiar até três salários mínimos por pessoa.
O bolsista parcial poderá utilizar o Fundo de Financiamento Estudantil para custear o restante da mensalidade. No caso dos professores, é dispensada a comprovação de renda e a participação no Enem.
Esta edição do programa ofereceu 115.101 bolsas e teve 653.992 inscritos. De acordo com informações do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo (Semesp), sem essa nova etapa da seleção, cerca de 2% a 3% das vagas do ProUni não eram preenchidas.

Aulas são retomadas após seis meses de interdição na USP Leste


AGÊNCIA BRASIL - UOL EDUCAÇÃO - 18/08/2014 - SÃO PAULO, SP

As aulas da USP (Universidade de São Paulo) no campus leste foram retomadas hoje (18), após o local ter sido interditado pela Justiça no começo de janeiro. A unidade foi fechada por causa da constatação de gás metano no subsolo, altamente inflamável, proveniente de dejetos retirados da dragagem no Rio Tietê e da presença de terra e outros entulhos contaminados.
O movimento de alunos que chegavam para as aulas no início desta manhã era grande. Bianca Kato, de 21 anos, estudante do terceiro ano de marketing estava receosa. `Eu fico um pouco dividida. Apesar de estar feliz por estar voltando às aulas aqui, a gente também fica meio insegura`, disse ela. Para levar esclarecimentos aos estudantes, a universidade preparou uma programação com debates, mesas temáticas e palestras da empresa Weber Ambiental, responsável pela instalação de um sistema de ventilação do gás metano.
A liberação pela Justiça da retomada das atividades ocorreu no dia 22 de julho. Desde então, as instalações foram preparadas para receber os estudantes. `Os equipamentos como computadores foram reinstalados, os livros deslocados voltaram, os espaços foram readequados. Mas outras atividades foram retomadas antes, como uma parte da pesquisa`, informou a diretora da unidade, Maria Cristina Motta de Toledo.

Em Minas, 438 mil estudantes estão fora da série adequada


ALINE DINIZ - O TEMPO - 18/08/2014 - BELO HORIZONTE, MG

O número de matrículas em cursos para que estudantes repetentes voltem a cursar as séries adequadas caiu mais de quatro vezes em três anos em Minas Gerais. Cerca de 438 mil alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental público e privado de todo o Estado não estavam na série adequada em 2013. No entanto, apenas 20,5 mil participaram de cursos de correção de fluxo – estruturados para ajudar os alunos que repetiram de ano.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC), em 2010, eram 90,6 mil inscrições nessa modalidade pedagógica. Em 2011, o número caiu para 53 mil. Já em 2012, foram 41 mil e, em 2013, 20,5 mil. Pela legislação, o responsável pela escola deve oferecer os cursos.
Moradora de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, a mãe de um adolescente de 14 anos, que repetiu de ano duas vezes, luta para a escola pública, em que o filho estuda, colocá-lo em um curso de reforço, mas ainda não conseguiu. “Pago aulas particulares de reforço escolar com muita dificuldade. É preciso deixar de fazer um passeio, deixar de comer peixe e não pagar a van para dar conta”, desabafa a mãe, que pediu anonimato.
Análise. Sobre a queda nas matrículas, o ex-secretário executivo do MEC e presidente do Instituto Alfa e Beto João Batista Araújo Oliveira acredita que há uma priorização de outras políticas na educação. No caso de Minas, o especialista considera que o governo está trabalhando para evitar a repetição de ano. “O esforço está mais na prevenção. Há uma atenção para a alfabetização e leitura”, explica.
Para o ex-secretário, o lado negativo da redução de cursos de correção de fluxo é que muitos estudantes despreparados não são retidos e acabam passando sem ter o conhecimento necessário. “Eles vão passando desapercebidos”.
Olivera pondera ainda que o governo não tem recursos para melhorar o ensino nos anos iniciais e ainda corrigir o descompasso série-idade de séries mais avançadas. “Não é que não há o problema. Mudou-se o foco. Há dez ou 15 anos, o número de alunos atrasados era muito maior”. Em 2010, eram 581.538 alunos com defasagem (19,3% do total da época), contra os 438.639 do ano passado. Oliveira salienta, no entanto, que o número de 2013, que representa 15,9% dos estudantes do Estado (no total são 2.758.741 em escolas públicas e privadas), ainda é alto. O ideal, para ele, seria de no máximo 10%.
Sobre investimentos, o MEC informou que não reduziu o dinheiro repassado aos governos estaduais e municipais para a realização de cursos de correção de fluxo.
Opções. Oliveira explica que há três formas principais de realizar cursos de correção de fluxo. O mais comum é retirar o aluno com dificuldade da série regular e formar uma turma especial. Depois de passar por um intensivo, o estudante volta para a série adequada à sua idade.
Outra forma é a chamada “dependência”. O estudante passa de ano, mas continua cursado uma ou mais disciplinas da série anterior. A terceira possibilidade é o reforço escolar.
Programas
Opção. A Secretaria de Estado de Educação informou que para os alunos que não conseguiram se formar na idade prevista, há o programa Educação de Jovens e Adultos (EJA). No ano passado, 233 mil estudantes estavam matriculados no projeto.
Acompanhamento. O objetivo, de acordo com a pasta, é trabalhar para que o aluno aprenda no tempo certo. No ensino fundamental, existe um Programa de Intervenção Pedagógica, que promove ações de acompanhamento do aluno durante todo a sua trajetória escolar.
Prioridade. A Prefeitura de Belo Horizonte informou que os programas de correção de fluxo são prioridade para o órgão.

domingo, 17 de agosto de 2014

Evasão escolar atinge 52 mil crianças no Grande Rio


HILKA TELLES - IG EDUCAÇÃO - 17/08/2014 - RIO DE JANEIRO, RJ

Os números são surpreendentes e traduzem uma realidade inimaginável em plena Era da Informação: 52.073 crianças e adolescentes, entre 6 e 14 anos, estão fora da escola nos 19 municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. É como se a população inteira de Guapimirim tivesse abandonado os estudos. Os dados são da Casa Fluminense e fazem parte da terceira reportagem da parceria entre o DIA e a Associação, que estuda questões da metrópole. Para se ter uma ideia, o Estado do Rio ocupa, ao lado de Tocantins e Espírito Santo, a 11ª posição no ranking da evasão no país, com 3% — Santa Catarina é o que tem menos alunos fora das escolas — 2,2%.
“A questão está relacionada com a condição social da família e a má qualidade da educação”, explica o professor Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade e um dos maiores especialistas em educação do país. Para ele, o problema da evasão se concentra em alunos a partir dos 10 anos.
De acordo com informações colhidas em 2013 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) — que baseou o estudo a partir do Censo IBGE 2010 — a cidade do Rio de Janeiro aglutina quase a metade do universo sem lápis e caderno: 24.417, seguido pelos 13 municípios da Baixada, responsáveis por mais 19.966 crianças e adolescentes que não estudam. As restantes 7.690 distribuem-se por cinco cidades do Leste Fluminense: Itaboraí, Maricá, Niterói, São Gonçalo e Tanguá.
Schwartzman não poupa ninguém ao elencar os motivos da evasão: “Professores que não sabem lidar com alunos indisciplinados e os punem ou segregam, até que desistam de estudar; crianças e adolescentes com dificuldade de aprendizado não são estimulados; e sucessivas greves na rede pública, que deixam o estudante até três meses sem aula. Tem ainda a cultura de gangues de rua, que acaba seduzindo o adolescente. E outros, que abandonam os estudos para trabalhar”, diz.
A construção de uma política educacional metropolitana seria a principal ferramenta para corrigir a evasão escolar, na opinião do economista Mauro Osório, professor da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ e coordenador do Observatório de Estudos sobre o Rio de Janeiro.
“Existe uma metrópole carioca, formada por Rio, Baixada e Leste Fluminense, que precisa de soluções integradas. Em Caxias, 40% das escolas não têm cano d’água. Como esperar que ali haja ensino de qualidade? É um conjunto de medidas que deve ser aplicado”, acentua Osório.
Ideb: São Paulo e Minas estão à frente do Rio
A Região Metropolitana do Rio também apresenta desempenho sofrível quando se observa o aprendizado de alunos do 1º ao 5º anos do Ensino Fundamental na rede pública. De acordo com o ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que envolveu as regiões metropolitanas do Rio, São Paulo e Minas Gerais, os 14 piores lugares estão com municípios da Região Metropolitana do Rio, dos quais 11 apenas na Baixada.
Se o ranking fosse estendido até os 20 resultados mais desastrosos, outros dois municípios da Região Metropolitana do Rio passariam a integrar a tabela, elevando o total para 16 cidades com os mais baixos índices de desenvolvimento da educação básica.
O último resultado da Prova Brasil, que compõe os dados do Ideb, foi divulgado em 2011. Mas há uma luz no fim do túnel. Alguns municípios atingiram a meta projetada pelo Ideb, como Rio de Janeiro (meta 5.1 e nota 5.4), Duque de Caxias (4.2 e 4.3), Guapimirim (3.8 e 4.3), Itaboraí (4.4 e 4.6), Itaguaí (4.1 e 4.5), Nilópolis (3.8 e 4.4), Paracambi (4.3 e 4.9), Seropédica (4.0 e 4.3) e Tanguá (4.0 e 4.5).
Largada para combater problema
A Secretaria Municipal de Educação do Rio já deu a largada para combater a evasão escolar. O compromisso é trazer de volta à escola, até 2016, ao menos 21 mil das 24.417 crianças encontradas no Censo. Para isso, firmou parceria com a Associação Cidade Escola Aprendiz, dirigida por Natacha Costa, e montou o projeto Aluno Presente, que aproveita experiências vividas no Complexo da Maré.
“Cruzamos informações do Bolsa Família e do Bolsa Carioca para saber quantas famílias tinham perdido o benefício porque a criança deixara a escola. Identificamos que os maiores bolsões estavam nas zonas Norte e Oeste, principalmente em favelas”, explica Eliana Souza Silva, diretora da ONG Redes da Maré e uma das fundadoras da Casa Fluminense. “Tirar a Bolsa Família é um erro, pois marginaliza ainda mais a criança e a exclui.”
Para chegar aos que deixaram a escola, foram montadas equipes com moradores locais. “Vamos de casa em casa conhecer as razões que levaram os alunos a deixar o colégio”, diz. Com o diagnóstico, as equipes agem para dar o apoio necessário e reverter a situação. “Se não entendermos as questões que levam à evasão, não temos como responder às demandas. É possível mudar esta realidade.”

Insper e FGV passam a adotar o Enem como uma das formas de ingresso


MARIANA TOKARNIA - AGÊNCIA BRASIL - 17/08/2014 - 17/08/2014 - BRASÍLIA, DF

O Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) de São Paulo vai passar a usar a nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de ingresso nas turmas de 2015. O Insper é uma instituição privada sem fins lucrativos, que oferece, na graduação, cursos de administração e economia.
Segundo o coordenador executivo de processos seletivos, Tadeu da Ponte, a intenção é abrir possibilidade para candidatos que não têm condições de ir a São Paulo fazer o vestibular da instituição. `O Insper pretende ser uma faculdade que atraia potenciais intelectuais independente da renda ou do local onde a pessoa vive`, diz Ponte.
Desde 2009 a instituição discute a utilização do Enem. O debate tornou-se mais intenso nos últimos três anos. Com base nas notas obtidas no exame pelos alunos que se classificaram no vestibular da instituição e fizeram também o Enem, o Insper chegou a uma nota mínima exigida. O estudante tem que tirar pelo menos 650 pontos em cada uma das cinco áreas do Enem e ter uma média em todas de 700 pontos.
Ponte diz que o exame, usado para o ingresso em diversas instituições públicas e privadas, tem o rigor necessário para selecionar os alunos. `Fizemos várias análises para chegar nessa nota de corte, que se equipara à dificuldade do nosso vestibular`, diz. Ambos os cursos oferecidos pela instituição tem nota 4 nas avaliações do Ministério da Educação - a nota máxima é 5.
Os estudantes que se inscrevem pelo Enem não pagam taxa. O vestibular custa R$ 200. O candidato pode se inscrever nos dois processos seletivos. O Insper oferece 450 vagas por ano. Destas, 45 vagas (10%) serão para os candidatos do Enem. A instituição também oferece bolsas integrais e parciais de acordo com a nota obtida e a renda. Mais informações podem ser obtidas no site do Insper.
Outra instituição que adotará Enem é a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. Serão dois os cursos que aceitarão a nota no exame: administração de empresas, 15 das 200 vagas serão para o Enem; e administração pública, que reservará cinco das 50 vagas para o exame. Na FGV do Rio de Janeiro, o exame é aceito em seis cursos, com reserva de 20% das vagas. Mais informações no site da FGV.
Para Fortes, a utilização do Enem por instituições privadas é uma tendência. `Muitos alunos estão se preparando para o Enem no Brasil todo. É uma tendência tornar essa mais uma porta de acesso`. O Enem 2014 será nos dias 8 e 9 de novembro. Mais de 8,7 milhões se inscreveram para as provas.

sábado, 16 de agosto de 2014

Reitor da USP liga crise a excesso de funcionários


DA REDAÇÃO - TERRA EDUCAÇÃO - 16/08/2014 - SÃO PAULO, SP

O reitor da USP, Marco Antonio Zago, afirmou que uma das principais causas da crise financeira da universidade é a quantidade de funcionários não docentes, segundo informações publicadas neste sábado pelo jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a publicação, o contingente desses servidores cresceu 13% entre 2010 e 2013 e houve política de reajuste salarial específica – o número de alunos cresceu 5% no mesmo período.
Segundo a Folha, desde 2013, os gastos com a folha de pagamento superam o orçamento da universidade, que deve receber R$ 5 bilhões do Estado em 2014. Zago critica indiretamente o antecessor, João Grandino Rodas, que defendia a valorização do quadro de servidores.
O atual reitor afirmou ao jornal que a taxa de servidores por aluno na USP (5,3) é bem acima das principais universidades do mundo e ressaltou que a USP precisa aumentar o quadro de professores, apesar de não ter condições financeiras no momento.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

MEC autoriza abertura de seis cursos de gradução em instituições de SP, RJ e RS


YARA AQUINO - AGÊNCIA BRASIL - 15/08/2014 - 15/08/2014 - BRASÍLIA, DF

O Ministério da Educação autorizou a abertura de seis novos cursos de graduação por meio de portaria da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior publicada na edição de hoje (15) do Diário Oficial da União. Os cursos serão ministrados em instituições de São Paulo, do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Foram autorizadas a abertura dos cursos de bacharelado em rádio, TV e internet com 100 vagas na Faculdade Mundial, em São Paulo (SP); de licenciatura em pedagogia com 60 vagas e de bacharelado em engenharia de produção com 200 vagas, ambas na Faculdade Gran Tietê, em São Paulo; de bacharelado em ciências contábeis com 50 vagas na Faculdade Santo Antônio de Pádua, no Rio de Janeiro; tecnológico em segurança do trabalho com 100 vagas na Faculdade de Tecnologia da Serra Gaúcha, em Caxias do Sul (RS) e tecnológico em marketing com 200 vagas na Faculdade São Francisco de Assis de Porto Alegre (RS).
Os cursos estão autorizados para as unidades das instituições que constam na planilha publicada na portaria.

Brasil tem seis universidades entre as 500 melhores, de acordo com ranking chinês


DA REDAÇÃO - O GLOBO - 15/08/2014 - RIO DE JANEIRO, RJ

O Brasil tem seis universidades entre as 500 melhores do mundo, de acordo com último ranking divulgado nesta sexta-feira (15) pela Universidade Jiao Tong, de Xangai. Como em outras listas universitárias formuladas por consultorias internacionais, as melhores instituições no planeta ainda são dos Estados Unidos e do Reino Unido.
No Brasil, a melhor colocada é a Universidade de São Paulo (USP), na 144ª posição. Ela subiu três posições desde o último ranking, quando ficou em 147º. A universidade paulista é ainda a única da América Latina entre as 150 primeiras.
As outras instituições de ensino superior do Brasil no `Top 500 de Xangai` são a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, na 317ª posição), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, em 318ª), a Universidade Estadual Paulista (Unesp, 362ª), a Unicamp (365ª) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 421ª).
No topo da lista, nenhuma surpresa. Harvard ainda é considerada a melhor universidade do mundo, seguida por Stanford, MIT e Universidade da Califórnia. O mundo anglo-saxão ainda é representando nas 10 primeiras colocações pela Universidade de Cambridge, na 5ª posição, e Oxford, em 9º.
O índice de Xangai foi criado em 2003 na Universidade Jiao Tong. Diferentemente de outros rankings, a lista da instituição chinesa utiliza metodologia que se concentra nas pesquisas de ciências exatas, em detrimento do ensino, algo que seria mais difícil de quantificar. Entre os critérios utilizados está o número de prêmios Nobel que ex-alunos ou pesquisadores das universidades receberam, além do número de medalhas Fields, prêmio conquistado nesta semana pelo matemático brasileiro Artur Ávila, do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), do Rio.
Confira as 10 melhores universidades do mundo de acordo com o `índice de Xangai`.
1. Universidade Harvard (EUA)
2. Universidade Stanford (EUA)
3. Instituto Tecnológico de Massachusetts - MIT (EUA)
4. Universidade da Califórnia-Berkeley (EUA)
5. Universidade de Cambridge (Reino Unido)
6. Universidade de Princeton (EUA)
7. Instituto Tecnológico da Califórnia - Caltech (EUA)
8. Universidade Columbia (EUA)
9. Universidade de Chicago (EUA)
10. Universidade de Oxford (Reino Unido)

Menos da metade dos docentes tem curso superior

15 de agosto de 2014
Realidade presente nas salas de aula da Educação Infantil na Paraíba causa prejuízo no aprendizado, diz especialista

Fonte: Jornal da Paraíba (PB)



Menos da metade dos professores da educação infantil na Paraíba tem curso superior. A consequência direta dessa realidade é o prejuízo no aprendizado escolar dos estudantes, conforme a pedagoga e mestre em Educação Daniele Dias. Segundo ela, a falta de qualificação vai refletir diretamente na qualidade do ensino. “É importante destacar que só a graduação não basta, não resolve os problemas. Os professores precisam de uma formação continuada, não podem estagnar”, frisou.
É a busca constante pelo aprendizado por parte dos professores que vai contribuir para uma boa qualidade do ensino oferecido seja na educação infantil, no fundamental, no ensino médio e até nas universidades. Na Paraíba, 46,2% dos professores da educação infantil têm curso superior, mas o restante (que é a maioria) não possui diploma, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A formação continuada do professor é fundamental também por conta das novas mídias, que exigem uma preparação adequada para usar a internet dentro da sala de aula. Dá aula nos dias de hoje não é a mesma coisa que ministrar aula na década de 80 ou 90, segundo Daniele. “O professor precisa acompanhar esse avanço”, afirmou.
Mas essa busca pelo conhecimento ainda é muito particularizada, conforme a mestre em educação. “Muitos professores têm que trabalhar os três turnos e não têm tempo necessário para a formação. Conciliar a carga de trabalho com a formação nem sempre é tão fácil quanto se pensa”, pontuou. Nesse processo é importante também a participação em cursos e eventos como simpósios e congressos, que permitem a atualização dos profissionais.
A coordenadora pedagógica do Colégio Marista Pio X, em João Pessoa, Silvana Camurça, disse que a falta de formação específica do professor da educação básica pode afetar diretamente no processo ensino-aprendizagem, “até porque cada disciplina precisa de suas especificidades próprias”. Segundo ela, um professor graduado está preparado (ou pelo menos deveria) para repassar o conhecimento específico e conceitual sobre o que ele vai ensinar.
Contudo, segundo a coordenadora, o fato de alguém ter um diploma de curso superior não quer dizer que ele está 'pronto'. “O mundo gira o tempo todo, está sempre em movimento, por isso é preciso que os professores busquem se atualizar com novas didáticas, novos ensinos”, comentou. Ela disse ainda que a universidade tem se expandido pensando na formação específica dos professores da educação básica com o objetivo de sanar esse problema.
“Infelizmente ainda temos um percentual muito grande, que implica em determinados erros que acontecem em sala de aula, devido à não formação específica para determinada área”, frisou. De acordo com Silvana, é comum encontrar professores com uma graduação ministrando aulas de disciplinas de outras áreas, fator que prejudica – e muito – todo o processo de aprendizagem dos alunos.
O professor Antônio Carlos da Paz Rocha, graduado em Geografia e mestre em Geografia Física disse que a formação continuada é fundamental na área da Educação. “Na minha área, por exemplo, estudamos algo que é dinâmico, onde a reciclagem e o aprendizado constante são indispensáveis. E falo não apenas do curso de pós, mas também da intimidade com a leitura”, destacou.
O professor disse que pretende fazer doutorado em breve, mas criticou a falta de incentivo financeiro aos educadores que buscam melhorar o currículo. “Infelizmente há o problema da falta de reconhecimento, que somado à falta de tempo acaba desestimulando o professor que pensa em fazer a formação continuada. A remuneração muda muito pouco”, declarou Antônio Carlos, que tem 11 turmas em apenas uma escola.
A diretora do Lyceu Paraibano, Telma Medeiros, também classificou o diploma como indispensável para o aprendizado nas escolas. Segundo ela, no Lyceu, uma das escolas públicas mais tradicionais da Paraíba, a maioria dos professores são mestres e doutores (ou estão com mestrados e doutorados em andamento). “Isso significa a qualidade do ensino, onde ganha o professor e principalmente o aluno”, disse.
Conforme a diretora, a formação contínua é importante também para que os professores saibam usar as novas tecnologias na sala de aula. “Outro ponto importante é ter professores capacitados para preparar os estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que é uma prova contextualizada”, frisou.
Já a diretora da Escola Municipal João Coutinho, Odete de Lima Carneiro, afirmou que o professor diplomado está muito mais preparado do que a pessoa que não tem, mas mesmo assim está na sala de aula. “Um professor formado é exemplo para seus alunos, já o contrário acaba sendo desfavorável nesse sentido”, comentou.
O secretário de Educação de João Pessoa, Luiz Sousa Júnior, disse que os casos de professores sem curso superior são pontuais. “Temos alguns casos de professores que começaram a dar aulas em meados da década de 80, que já estão prestes a se aposentar. A Prefeitura fez concurso para que todos os docentes da rede municipal tenham o curso superior de Licenciatura”, afirmou. A Secretaria Estadual de Educação não se posicionou sobre o assunto.
O QUE DIZ O SINTEP-PB
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação no Estado da Paraíba (Sintep-PB), Carlos Belarmino, disse que o percentual de professores sem diploma é algo que assusta e preocupa. A carência é maior na área de Ciências Exatas (Matemática, Química e Física) e alarmante na zona rural do Estado, segundo Belarmino. Para ele, o que vem favorecendo a diminuição do número de professores leigos são os cursos a distância e os oferecidos aos finais de semana. “Infelizmente na Paraíba falta incentivo para os docentes no que diz respeito à remuneração e ao afastamento da sala de aula para buscar qualificação”, afirmou.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Reforma política ou reforma na Educação?


(*) WOLMER RICARDO TAVARES - REVISTA GESTÃ]O UNIVERISTÁRIA - 14/08/2014 - BELO HORIZONTE, MG

A crise da educação pública brasileira reflete em nossa política brasileira ou a atual política faz refletir a crise da educação? Parece ser uma pergunta sem resposta, estilo quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Obviamente, em relação a educação e a política, é bem menos complexo que o ovo e a galinha, pois com toda certeza, a educação brasileira faz refletir a péssima política que temos e vice-versa.
Cabe aqui, entendermos o que é política. Embora muitos confundam política com político, o que é bem mais sujo e vil, a política de acordo com alguns sociólogos está relacionada ao poder. Para Russel, é o conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados e segundo Hobbes, são meios adequados à obtenção de qualquer vantagem. Uma definição um pouco mais abrangente é a de Maquiável quando diz que é a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo, ou seja, política está diretamente ligada ao poder.
Ela é uma arte de negociação visando a compatibilização de interesses, o que pode ser reforçado com uma conceituação moderna quando afirma ser uma ciência moral e normativa do governo da sociedade civil. Moral normativa? Onde os nossos políticos viram a moral?
A política se derivou de pólis (Cidade Estado, aquilo que é público) e politiké/politikós (cidadãos pertencente aos cidadãos), ou seja, eles são pessoas que deveriam representar nossa necessidade e não vontade, mas enquanto a educação estiver do jeito que está, nossas necessidades não serão demonstradas, por isso, faz-se necessário uma reforma na educação, pois se esta acontecesse, não lutaríamos por uma reforma política, porque o povo já saberia em quem votar e em quem não votar. Seria totalmente crítico e politizado, porque como podemos perceber, poder político é o poder do homem sobre outro homem, homem escolhido por seu povo para representa-lo, e neste poder, estão inseridos três características que são exclusividade, universalidade e inclusividade. Na primeira predomina uma força concorrente, a segunda está baseada na coletividade e a terceira que é inclusividade cabe a intervenção de modo imperativo.
Enquanto não vem a reforma da educação, cabe entender que a reforma política é um conjunto de pacotes de emendas constitucionais com o intuito de melhorar o sistema eleitoral nacional, isso porque parte-se da premissa de que se o sistema é ruim a participação do povo também fica ruim o que facilita a corrupção e improbidade dos políticos.
Cabe ressaltar que a primeira reforma implementada foi em 1997 que foi a implantação da re-eleição, o que foi denominada casuística, pois os políticos na época resolveram tirar proveito da situação criando essa “reforma” fazendo com que o governo continuasse no poder por mais quatro anos.
Hoje, outros itens são discutidos como voto único intransferível o que acarreta em dizer que uma pessoa com muitos votos não pode transferir os mesmos para outros políticos que não tiveram o número considerável para se elegerem, ou seja, isso eliminaria os puxadores de votos, pois muitos políticos se encontram no senado ou na câmara por este motivo.
Outra reforma que está sendo discutida está relacionada ao financiamento privado, ou seja, extinguindo este financiamento, fará com que políticos não fiquem com vínculos a empresas que o financiaram, evitando assim certos privilégios a essas empresas financiadoras.
A suplência de senador é outro fator a ser discutido, ela causa a ilegitimidade, pois o senador eleito ele tem o direto de escolher dois suplentes que nem sempre representam a vontade do povo que os elegeu. Isso passa a ser um problema, visto que muitos senadores podem ser chamados a ocupar secretarias e/ou ministérios, e estes cargos de senadores seriam ocupados por alguém não eleito através do voto do cidadão.
A fidelidade partidária é um fator interessante. Acontece o que muitos chamam de dança das cadeiras, ou seja, os pseudopolíticos aproveitam a ausência desta fidelização e se vendem a outros partidos para poder sentir o gosto do poder e quase sempre, mudam de partido como um mercenário, um prostituto. Falta a eles uma ideologia, uma ética e uma dignidade.
O candidato avulso é algo inovador em nossa democracia. Isso implica em dizer que para alguém se candidatar não precisaria estar necessariamente filiado a um partido. Isso o exumaria de qualquer podridão deste partido o que poderia macular sua imagem como cidadão e representante do povo.
Obviamente existem outras propostas levantadas por partidos que visam o bem do povo. Tais propostas são mais radicais e chegam até mesmo a querer mudar o sistema para o parlamentarismo, extinção do senado, redução de deputados federais, redução dos ministérios, redução dos salários para até 20 salários mínimos para os parlamentares estaduais e federais, fim das verbas de gabinetes, emendas e frotas, aumento do número de vereadores recebendo apenas ajuda de custo, e repensar na imunidade parlamentar.
Obviamente, essa reforma tão sonhada não acontecerá, exceto nas partes em que não afetará a vida deles, como por exemplo a data da posse dos chefes do Executivo.
Precisamos perceber que se tivéssemos uma boa educação, não precisaríamos entrar nesta peleja de reforma política, pois é justamente isso que estes corruptores querem. A precarização da educação é um fomento de uma política corruptora e virulenta.
Então, lutemos também pela boa educação, pelo reconhecimento dos profissionais da educação, pela dignidade do povo e destes profissionais, pelo resgate ao sonho de um país mais equitativo, e que a fala de Paulo Freire estivesse totalmente equivocada quando afirmava ser uma “atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitisse às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica”.

(*) Mestre em Educação e Sociedade. Atua como professor universitário, palestrante e escritor. Para mais informações vide www.wolmer.pro.br