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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Volta às aulas evidencia abismo entre redes pública e particular
 O Tempo, 31/01/2012 - Belo Horizonte MG
Estudantes que perderam 70 dias letivos em 2011 revelam desânimo
JOANA SUAREZ
Prestes a começar um novo ano letivo, a educação em Minas Gerais enfrenta desafios. A volta às aulas, marcada para depois de amanhã em algumas escolas e para dia 6 em outras, impõe ainda mais obstáculos aos alunos da rede estadual. Impactados pelos efeitos negativos da greve dos professores, eles revelam desânimo e preocupação. A corrida para colocar o ensino nos trilhos, após a paralisação, só aumenta o abismo entre a qualidade das instituições públicas e particulares. Cerca de 270 instituições da rede estadual nem conseguiram ainda terminar a reposição do conteúdo perdido nos 70 dias letivos de greve no ano passado. Uma das metas agora é realinhar o calendário prejudicado pela paralisação de 112 dias, a mais longa da história do Estado.
"A reposição é apenas o cumprimento de uma norma, mas não atende à necessidade pedagógica do aluno", critica o pedagogo e consultor educacional Guilherme José Barbosa. "A greve interrompeu o processo de aprendizado e aprofundou o desnível com a rede particular". A fórmula que o ensino público deve seguir para tomar um novo rumo, de acordo com especialistas, passa pela melhor preparação dos professores, incentivo à leitura interpretativa e melhor aproveitamento do tempo em sala de aula. Comparação. Um bom termômetro da deficiência da educação pública é o desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A discrepância entre o resultado das alunas Letícia dos Santos e Marina Gonçalves de Aguiar, ambas com 17 anos, exemplifica a situação. Enquanto Letícia, que estudou em uma renomada escola particular de Belo Horizonte, teve boa nota no Enem e espera a publicação da lista de aprovados para o curso de medicina em duas instituições, Marina se saiu mal no exame, após ficar quase três meses sem aula por causa da greve, e viu sua expectativa de passar no vestibular de uma universidade pública se desmanchar. "Corri o risco de tomar bomba e não me sinto preparada para começar a faculdade".
A dificuldade que frustrou o sonho de Marina também será enfrentada neste ano por Lucas Alexandre Teixeira, 18, aluno da Escola Estadual Villa Lobos, na capital. Ele se diz inseguro para fazer o Enem. "Não recuperamos quase nada do conteúdo perdido", disse Teixeira, que mal vai concluir a reposição, no dia 10 de fevereiro, e já vai começar o novo ano letivo uma semana depois. Tentando minimizar os impactos negativos da greve, a secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazzola, afirma que o movimento se concentrou na região metropolitana de Belo Horizonte e teve a adesão de só 10% dos professores. "Tenho certeza de que a greve prejudicou os alunos. Mas, em cerca de 3.000 escolas, não tivemos nem uma hora de paralisação", disse.
Mau uso do tempo reduz aprendizado - Para o especialista em educação, professor e economista Claudio de Moura Castro, um problema grave, tanto nas escolas públicas quanto nas particulares, é a falta de produtividade nas aulas. "Pesquisas mostram que menos da metade do tempo de aula é realmente produtivo e se torna aprendizado. O restante é perda de tempo". A questão, na opinião do consultor, é mais séria do que uma greve de professores. O ensino médio das escolas brasileiras é o pior do mundo na avaliação de Castro. "Temos um modelo único de ensino, com 15 matérias obrigatórias, sem flexibilidade e sem considerar o grau de preparação, interesse e motivação do aluno". (JS)
Quem deve ser reprovado: o aluno ou o colégio?
O Tempo, 31/01/2012 - Belo Horizonte MG  
FRANCISCA ROMANA GIACOMETTI PARIS / Pedagoga; mestre em educação
A palavra reprovação escolar está vinculada à ideia de condenação, incapacidade e insucesso. Trata-se de uma questão que aflige os estudantes, os pais e os educadores, além de trazer no seu bojo um conjunto de mitos que necessitam ser esclarecidos, principalmente aos pais. A reprovação não deveria existir no ensino fundamental, pois, tratando-se de escolaridade obrigatória, é esperado que todos obtenham sucesso - compreendido na maior pluralidade possível - no percurso escolar que lhes é imposto por força da lei. Melhor dizendo, meninos e meninas não escolheram estudar, mas são obrigados a frequentar a escola porque a sociedade assim decidiu. Ora, se a sociedade decidiu pela escolaridade obrigatória entre os 6 e os 14 anos de idade, então que se mobilize para que ela seja eficaz. Isso porque todos são capazes de aprender, desde que sejam respeitados seus sentidos, ritmos, cultura e condições cognitivas.
Partindo desse pressuposto, podemos nos perguntar: por que, então, existe a reprovação? A reprovação existe porque não sabemos fazer uma escola que trabalhe com as diferenças. Nosso olhar "educador-míope" concebe um aluno-padrão e elabora práticas pedagógicas com base nele. Assim, quem não se enquadra no padrão - não por ser pior, mas por ser diferente - acaba sendo reprovado. Outra hipocrisia da pedagogia da reprovação localiza-se no fato de se reprovar apenas o aluno, desconsiderando-se questões fundamentais do complexo processo escolar. O aluno, aquele que deveria ser resguardado, acaba sendo o culpado pelo seu próprio não-saber. Ora, mas a escola não existe para ensinar? O aluno não vai à escola para aprender? Caso ele não aprenda, quem deve ser reprovado: ele ou a escola? Contudo, se o indivíduo ainda vive esse problema, pode-se tirar dele um pequeno potencial pedagógico. É preciso reconstruir o termo, já que reprovar é um verbo cujo significado pode ser "provar de novo", como o refazer significa, também, "fazer de novo". Não acredito muito nisso, mas, para acalentar pais angustiados, talvez eles possam dizer aos filhos que, se tivermos que provar um saber num determinado momento e não conseguirmos, resta-nos uma segunda chance. Então, poderemos provar de novo aquilo que sabemos, só que em outro tempo. É importante saber ensaiar o discurso para dizer a nossos filhos que reprovar pode ser um novo momento de provar e que, para isso, é preciso revisitar alguns saberes. Seria um jogo de palavras? Penso que sim, mas vale tudo para recuperar a esperança e a autoestima de quem é o sujeito do existir escolar.
"Ministro economista" divide opiniões
Folha Dirigida, 31/01/2012 - Rio de Janeiro RJ
Thiago Lopes
Com a saída de Fernando Haddad do Ministério da Educação (MEC), que deixou o cargo a fim de se preparar para a disputa da prefeitura de São Paulo nas eleições 2012, o economista Aloizio Mercadante, que comandava o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, assumiu a pasta. A FOLHA DIRIGIDA entrou em contato com alguns educadores para saber o que pensam sobre o nomeado pela presidente Dilma Roussef como novo ministro da Educação. Os especialistas ficaram divididos sobre a nomeação de alguém sem trajetória na área da para comandar o MEC. O que é consenso entre todos, entretanto, é que deve ser alguém sensível aos problemas enfrentados no setor e capaz de entender a educação como um caminho estratégico para o desenvolvimento social e econômico do país.
"Comparando com o Haddad, o Mercadante tem maior experiência política, pelos cargos que já ocupou. Isso pode ser bom, porque há necessidade de maior diálogo, e o político, de maneira geral, tem essa capacidade. Outra expectativa é a redução da inflação legislativa. Ano passado, o MEC editou 8 mil portarias. É um número absurdo de atos que interferem na vida das instituições. Um ministro mais político talvez possa trazer um processo de menos regulamentação. Outro ponto importante, e que precisamos caminhar, esse pode ser o primeiro passo, é a transferência do ensino superior para a área de ciência e tecnologia. Seria um grande avanço deixar o MEC apenas para a educação básica. Pode ser que haja um entendimento nesse ponto e, quem sabe, em médio prazo, possamos ter uma unificação das políticas necessárias para o          desenvolvimento do país. Não existe educação sem ligação com ciência e tecnologia." João Roberto Moreira Alves (presidente do Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação)
"Para ser ministro da Educação, não necessariamente é preciso ser um educador, até porque os ministérios são cargos políticos. De todo modo, é fundamental que entenda os problemas da área e seu sentindo estratégico para todas as dimensões de uma sociedade democrática. Precisa ser uma pessoa de cultura universal, que enxergue a educação como um direito social, pois ainda não se constitui, efetivamente, nem na sociedade nem no governo, como prioridade real. O maior gargalo é o ensino médio. O novo ministro deve ter consciência disso e buscar um aporte, no mínimo, triplicado no segmento, que é o passaporte para a cidadania e o emprego qualificado. O parlamento, o judiciário e o executivo não têm esse entendimento. Nossa base social também não pressiona para que a educação seja, de fato, uma uma base estratégica nacional. Espero que o novo ministro brigue para que a educação deixe de ser apenas discurso." Gaudêncio Frigotto (professor do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Uerj)
"O ideal, mas que raramente acontece, é que seja alguém com trajetória na educação, pois o perfil técnico é fundamental. Porém, na administração pública brasileira, quem ocupa cargos de confiança quase nunca tem essa característica. O comportamento dos ministros não é baseado na competência técnica e no  compromisso com o interesse público. O fato de ter uma história na educação também não é suficiente. É preciso demonstrar compromisso público, pois não estamos falando de uma empresa privada. É necessário ter preocupação com os interesses da população. Embora o discurso seja esse, na prática isso ainda não acontece. Não tenho muita informação sobre o Mercadante e, por isso, não crio grandes expectativas. Não por ser ele, mas por ser do PT. A trajetória dos dois últimos governos não foi favorável ao interesse público. O Prouni, por exemplo, ajuda as instituições privadas, que garantem uma clientela cativa." Nicholas Davies (professor da Faculdade de Educação da UFF)
"Tem que ser alguém da educação, sim. Mesmo reconhecendo que nem sempre um grande professor é um grande administrador público, precisamos buscar pessoas com uma história relevante na educação. São eles que poderão conduzir de forma plena uma política efetiva, não esse tiroteio que vivemos hoje. Só que é muito complicado, porque não é apenas um ministro. Deve estar em sintonia com uma equipe e afinado com o governo, sua base e oposição. Tem que ser alguém que saiba negociar conjecturas de ordem política e, como educador, com experiência e visão de campo. O Mercadante é um economista. Os ministérios não têm muitos quadros técnicos, isso torna ainda mais necessário que o político seja alguém da área, com legitimidade e reconhecimento, independente do respeito político pela nomeação." Marcelo Corrêa e Castro (Decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Faculdades pagou, passou
Estado de Minas, 31/01/2012 - Belo Horizonte MG
José Eloy dos Santos Cardoso - Economista, professor e jornalista
O artigo do professor Reginaldo Gonçalves publicado no Estado de Minas sob o titulo ‘Faculdades em xeque’ (Opinião, 29/1/2011) retrata muito bem os tempos de hoje, em que, para aumentar o número de diplomados, são criadas entidades de ensino superior sem nenhuma condição de funcionar. Que o digam os exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em seus testes para conceder uma carteira de advogado a quem completou o curso de direito. Fui professor universitário por mais de 30 anos e posso dizer, de cadeira, como estão sendo formadas pessoas sem nenhuma condição de exercer uma profissão.
A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) recebeu os antigos cursos da Faculdade Municipal de Ciências Econômicas (Famce) em 1969, quando era apenas Universidade Católica de Minas Gerais, (hoje, Pontifícia). Ao receber da Prefeitura de Belo Horizonte os cursos oferecidos pela antiga Famce e também todos os seus professores, funcionários, livros e outros ativos, ela logo buscou aprimorar a formação de contadores, economistas e administradores, que hoje são orgulho de Minas Gerais e do Brasil. Há nesses cursos da PUC-Minas atualmente um modelo de formação de profissionais não só nessas áreas, mas em todas as que são oferecidas por essa universidade, modelo brasileiro de entidade particular de ensino. Ela vem mostrando isso a todo o país. A PUC mineira forma profissionais que nossa nação espera e conta com professores de nível superior de qualidade compatível com as melhores universidades brasileiras e até estrangeiras. O professor Reginaldo Gonçalves tem toda a razão de reclamar dos níveis de profissionais formados de qualquer maneira por várias outras faculdades pelo Brasil afora.
O problema é que as facilidades de fundação e funcionamento, largamente difundidas e facilitadas pelo governo federal, não condizem com as necessidades de o Brasil alcançar excelentes níveis de desenvolvimento. O problema não é exclusivo dos cursos de economia, administração, ciências contábeis ou direito. Diz respeito a vários outros ramos profissionais cujos bacharéis com diploma não empatam com suas capacidades de exercer uma profissão. A simples condição de ter professores pós-graduados ou com mestrado não significa que esses profissionais estão em condições de exercer a nobre carreira de professor em qualquer área. Ultimamente, tem sido até fácil fazer uma especialização ou mestrado. É dever de cada empresa que contratá-los verificar se, na prática, eles têm condições de assumir o trabalho de mestres, mesmo que possuam condições jurídicas para tal.
É uma missão difícil para as empresas ou consultorias de head hunters. Hoje, não está nada fácil essa missão. Uma prova disso é que as empresas brasileiras estão contratando aos montes os estrangeiros aptos a ocupar os lugares que os profissionais brasileiros não estão podendo ou não têm as mínimas condições de contribuir para o desenvolvimento e o crescimento do Brasil e que o mundo inteiro está exigindo.
O Ministério da Educação (MEC), como órgão que fiscaliza e regula as instituições de ensino, é o responsável pelo diagnóstico da situação operacional e financeira de cada faculdade, universidade, inclusive pelo atendimento das diretrizes instituídas formalmente pelas leis brasileiras. A simples busca pela lucratividade dessas ditas faculdades, é apenas um problema a mais a ser resolvido. É claro que quem coloca o capital de risco precisa se assegurar de que ele dará algum retorno para evitar os futuros choques de gestão. A grande preocupação brasileira é permitir, em nome da situação econômica e financeira de cada organismo de ensino, o exercício do magistério por professores inaptos para a função dos autênticos mestres que existiram no passado. Os sindicatos de professores não têm condições técnicas ou administrativas para entrar nesse perigoso e incerto imbróglio. Caberia ao MEC fazer isso. Se ele não tem condições para essa tarefa, coitado do Brasil que esperamos no futuro. O mercado de capitais que almeja só lucros para seus acionistas é uma coisa. Fabricar lucros em detrimento do Brasil e dos brasileiros é outra. Cumpre a todos fiscalizar isso não deixando que nossos filhos e netos frequentem as chamadas faculdades do tipo pagou, passou. Seremos fatalmente punidos por mais essa irresponsabilidade.
Cobrança indevida de mensalidades também ocorre no Fies
IG Educação, 31/01/2012

Como no Prouni, faculdades cobram mais caro de quem financia curso. Após denúncia do iG, MEC anunciou medidas para combater fraude

Priscilla Borges, iG Brasília
A cobrança mais cara de mensalidades para bolsistas do Programa Universidade para Todos (Prouni) revelada pelo iG como prática comum entre instituições se repete em outro programa do governo federal. Há faculdades parceiras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) que também burlam as regras e tiram direitos garantidos em lei aos participantes do projeto. De forma sutil, e muitas vezes sem explicação clara, essas instituições dão diferentes descontos – seja por pagamento até determinada data ou por promoções sem justificativa – aos estudantes “comuns” e aos beneficiários do financiamento estudantil. No entanto, os descontos coletivos dados à grande maioria geralmente não são aplicados aos que financiam o curso.

Na Faculdade de Medicina Nova Esperança (Famene), na Paraíba, o desconto coletivo de 10% só é dado no primeiro contrato do estudante com o Fies. Na renovação, ele não é mais concedido. O abatimento de 5% sobre o valor de R$ 4.530,01 pago até o dia 5 de cada mês por quem cursa Medicina também não é dado a quem financia 100% das mensalidades. Um ex-aluno da faculdade enviou ao iG as páginas do primeiro contrato feito com o Fies e as do aditamento. No segundo, não há mais desconto. Ele financiava todo o curso na instituição. Na secretaria da Famene, a atendente informou ao iG que os alunos que financiam metade do curso só recebem o desconto por pagamento antecipado, já que o fazem na instituição. O estudante que procurou o iG pediu para não ser identificado porque teme que o processo de transferência do financiamento da Famene para outra instituição de Campina Grande seja prejudicado. Ele tenta a liberação há quase um ano, mas ainda não conseguiu. Pela legislação, os alunos podem pedir transferência.

Na lei - A reportagem procurou o Ministério da Educação para identificar se havia irregularidades na cobrança. Na manhã desta terça-feira, o secretário da Educação Superior, Luiz Cláudio Costa, já havia anunciado que o ministro Aloizio Mercadante assinaria uma portaria com novas regras para evitar “desvios” e facilitar “denúncias dos estudantes”. Por meio da assessoria de imprensa, o MEC informou que a Famene será notificada a dar explicações sobre as diferenças de cobranças nas mensalidades. Ressaltou ainda que “a legislação do Fies determina que sejam repassados aos estudantes atendidos pelo programa todos os descontos regulares e de caráter coletivo”. A definição está na Lei nº 12.202, de 2010. No artigo 4º: “são passíveis de financiamento pelo Fies até 100% dos encargos educacionais cobrados dos estudantes por parte das instituições de ensino devidamente cadastradas para esse fim pelo Ministério da Educação, em contraprestação aos cursos referidos no art. 1o em que estejam regularmente matriculados”. O texto define que os encargos educacionais incluem: “todos os descontos regulares e de caráter coletivo oferecidos pela instituição, inclusive aqueles concedidos em virtude de seu pagamento pontual”.

Na Justiça - Cansados de esperar por providências ou porque só perceberam a fraude depois, alguns ex-participantes do Fies já procuraram a Justiça para exigir seus direitos. Em outubro de 2011, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Manoel Justino Bezerra Filho proferiu uma sentença contra a Sociedade Unificada Paulista de Ensino  Renovado, de Ribeirão Preto. De acordo com o texto da decisão, a instituição suspendeu a bolsa de 20% de desconto na mensalidade concedida ao aluno Juarez Machado por causa de um acordo com a Associação de Pais e Alunos do Estado de São Paulo (Apaesp). O abatimento foi suspenso após o estudante assinar um contrato de financiamento pelo programa federal. O desembargador diz que “o desconto concedido pela requerida deveria somar a bolsa concedida” e que a faculdade “sabia quais eram as condições para participar do Fies”. Por isso, pede o ressarcimento dos valores pagos pelo aluno. É importante ressaltar que, após a formatura, o estudante paga todos os valores financiados pelo governo durante o curso.

Cristiano, advogado formado pelo Instituto de Ensino Superior de Itapira (Iesi), também está processando a instituição para receber os valores a mais que pagou. Ele e outros colegas que utilizavam o Fies (e também procuraram a Justiça) perceberam que pagavam mais caro que todos os não incluídos em nenhum programa quase no fim do curso. Ele entrou em contato com o iG e enviou à reportagem comprovantes de pagamento que mostram a diferença, mas não quis divulgar seu nome completo. Em janeiro de 2008, a mensalidade de um colega sem Fies era de R$ 479,24. Um desconto de quase 40% em relação ao valor cheio, de R$ 759,28. Ele, que havia financiado 70% da mensalidade pelo Fies, pagava R$ 227,78. O valor não era calculado em cima dos descontos. “Tento denunciar isso há muito tempo. Já telefonei, mandei email e nunca aconteceu nada. Agora, vou buscar meus direitos na Justiça”, afirmou Cristiano.
Instituto da UFRJ é o único brasileiro em ranking mundial de MBA do 'FT'
Portal G1, 31/01/2012  

Mestrado da Coppead está em 51º lugar na lista do 'Financial Times'. Salário de ex-alunos cresce 151% de salário após 3 anos, segundo estudo.
Do G1, em São Paulo
O MBA do Coppead, Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é o único representante brasileiro na lista dos cem melhores programas de mestrado do mundo publicada pelo “Financial Times”. O MBA da Coppead aparece na 51ª posição no ranking geral e em sexto lugar no índice que mede a evolução da média salarial dos alunos três anos após se formarem, com um aumento de 151%. O curso da MBA “full time” do Coppead figura no ranking desde 2001, mas não esteve presente na lista do ano passado. Na última aparição, em 2010, figurava em 65º lugar. O ranking tem em primeiro lugar a escola de negócios da Universidade de Stanford, seguido por Harvard, Universidade da Pensilvânia, London Business School e Columbia Business School. A média de salário dos estudantes do Coppead é de US$ 110 mil por ano. Em Stanford, a média é de US$ 192 mil, e para os que fizeram MBA em Harvard, US$ 156 mil.

Com dedicação em tempo integral e dois anos e meio de duração, o MBA do Coppead tem em sua maioria estudantes da área de engenharia, mas também conta com alunos vindos de cursos de administração e economia, entre outros. Em seu site, a Coppead sugere sólida formação acadêmica, maturidade, experiência profissional e de pesquisa e domínio das línguas portuguesa e inglesa como fatores que favorecem a admissão de um candidato. O curso é totalmente gratuito. Tem recursos públicos destinados à UFRJ além de participação de recursos de instituições parceiras como empresas e cátedras. “Somos uma escola pública, devemos ser a única entre as escolas listadas que não cobra mensalidade para o seu mestrado”, destaca Ricardo Leal, professor titular da UFRJ e professor de finanças da Coppead. Segundo o ranking, 40% dos estudantes da Coppead são mulheres e 16% são estrangeiros. Além disso, todo o corpo docente tem doutorado. São oferecidas de 50 a 55 vagas por ano. No edital de 2012, já com inscrições encerradas, são 52 vagas disponíveis. Para entrar no programa é preciso prestar um concurso público de seleção com provas de português, inglês e matemática. A experiência profissional do candidato também é levada em conta. Os estudantes fazem 18 meses de créditos em aula e mais 12 meses como preparação de sua dissertação de mestrado. Também é possível participar de intercâmbio com universidades internacionais.
Faculdade particular de Pernambuco vende mudas para alunos em troca de créditos de atividades extracurriculares
UOL Educação, 31/01/2012
Carol Guibu do UOL, em Recife
Estudantes da Faculdade Maurício de Nassau acusam a instituição de "vender" horas de atividade complementar. Para se formar na instituição são necessárias cerca de 200 horas de atividades extracurriculares que, segundo o MEC (Ministério da Educação), podem ser cumpridas com participações em congressos, seminários, palestras, conferências, cursos de extensão, iniciação científica ou monitoria. De acordo com os alunos, a faculdade, através de campanhas periódicas, permite que eles adquiram produtos em troca da carga horária -- eles são incentivados a comprar mudas de plantas, cestas básicas ou livros da própria faculdade. A instituição se encarregaria também de doar esse material. No segundo semestre do ano passado, por exemplo, houve uma campanha de venda de mudas -- a cada duas plantas adquiridas, o estudante "cumpria" uma hora de atividade complementar. De acordo com o panfleto da ação, o objetivo era “ajudar a faculdade a plantar um mundo mais verde”. Para um estudante que não quis se identificar, a “venda de objetos em troca de atividade complementar é apenas um paliativo para os alunos que estão para se formar e ainda não completaram as horas necessárias para isso”. “Como eu já estava sem saber o que fazer para ter essas horas extras, acabei comprando alguns livros, mas, mesmo assim, acredito que este não é o certo para o meu crescimento pessoal e profissional”, admite  o estudante. Para o diretor do Procon-PE, José Rangel, o procedimento é “absolutamente ilegal e irregular”. “É um absurdo trocar conhecimento por planta”, afirmou Rangel. De acordo com Rangel, caso sejam confirmadas as denúncias, o órgão acionará o MEC e o Ministério Público de Pernambuco para tomar as devidas providências. Outro lado - A direção da faculdade respondeu, através de nota oficial, que segue as normas dispostas pelo CNE (Conselho Nacional de Educação). Ainda de acordo com a nota, a instituição criou “projetos de responsabilidade social, sem fins lucrativos (…) que se estrutura através de ações voluntárias dos alunos”.
Frequência escolar de beneficiados do Bolsa Família aumentou em 2011
O Globo, 31/01/2012 - Rio de Janeiro RJ

O resultado representa a melhor média desde o início do programa, em 2003

Agêcia Brasil
BRASÍLA – A frequência escolar de crianças e adolescentes beneficiados pelo Programa Bolsa Família cresceu em 2011, com média de 86,3%. O resultado representa a melhor média desde o início do programa, em 2003. Do total de 17,2 milhões de crianças e adolescentes de famílias cadastradas no Bolsa Família, 14,9 milhões frequentaram a escola no último bimestre escolar, o que representa 86,6% do público acompanhado. Entre a faixa etária de 6 anos a 15 anos, o percentual foi 88,1%, e entre os jovens de 16 e 17 anos, a média de frequência escolar foi 75,9%. O estado do Rio Grande do Norte, com 92,9% de frequência, é o que apresenta o melhor desempenho nos meses de outubro e novembro. Em seguida aparecem o Rio Grande do Sul (90,78%) e São Paulo (90,36%). O estado com índice mais baixo foi o Amapá, com 69,49%.

O coordenador-geral de Acompanhamento de Condicionalidades do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Marcos Maia, considera que o crescimento nas médias de frequência escolar é resultado da parceria do Ministério da Educação com os estados e municípios, além da conscientização dos pais em acompanhar os filhos durante o ano letivo. A base de dados com frequência escolar bimestral é atualizada por gestores e operadores do Bolsa Família. Para as famílias continuarem a receber o benefício, estudantes entre 6 anos e 15 anos precisam frequentar a pelo menos 85% das aulas. Para adolescentes de 16 anos a 17 anos, a frequência exigida é 75%.

Projeto de Lei prevê ‘residência’ para profissionais recém-formados
O Globo, 31/01/2012 - Rio de Janeiro RJ

Iniciativa ainda precisa passar por três comissões da casa antes de ser aprovada

O Globo, com informações da Agência Câmara
BRASÍLIA - O Projeto de Lei 2814/11, em tramitação na Câmara dos Deputados, promete provocar polêmica: ele prevê um programa de formação profissional em nível de pós-graduação para os recém-formados, semelhante às residências médicas. O autor, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), acredita que necessidades idênticas às da Medicina devem ser satisfeitas nas demais áreas profissionais. O objetivo é complementar a formação profissional por meio do aprendizado no mercado de trabalho. O programa seria destinado a recém-graduados que participariam de cursos sob a responsabilidade de instituições previamente credenciadas, responsáveis também pelo processo seletivo. Os participantes teriam direito a bolsa correspondente a prevista para médicos residentes em regime especial de treinamento (com 60 horas semanais). Além disso, os profissionais teriam direito também a previdência social e licenças paternidade e maternidade, uma folga mensal e 30 dias consecutivos de descanso por ano. Ao fim do curso, os alunos receberão títulos de especialistas. O projeto ainda passará pelas comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público; Educação e Cultura; e de Constituições, Justiça e Cidadania.
MEC quer incluir 1,9 milhão de alunos nas redes de ensino integral neste ano
UOL Educação, 31/01/2012
Da Agência Brasil, em Brasília
O MEC (Ministério da Educação) espera incluir 1,9 milhão novos alunos nas redes de ensino integral, somando um total de 5 milhões de estudantes em 2012. As escolas urbanas e rurais pré-selecionadas pelo MEC para oferecerem ensino integral têm até o dia 15 de fevereiro para aderirem ao Programa Mais Educação. Segundo o MEC, 14,2 mil escolas urbanas e 14,5 mil escolas rurais foram pré-selecionadas em 2012. Desse total, 3.100 novas escolas solicitaram o acesso ao Sistema de Informações Integradas de Planejamento, Orçamento e Finanças do MEC (Simec) para fazerem o cadastro. As escolas pré-selecionadas devem acessar o site do Simec por meio de senha fornecida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fnde). Ao se registrarem, as escolas devem informar quantos alunos serão atendidos e escolher as atividades que serão desenvolvidas. As instituições que já participavam do programa devem atualizar o número de alunos e informar quais as atividades devem ser implementadas. Além do ensino regular, as escolas devem escolher seis atividades para desenvolverem com os alunos. Entre elas estão o acompanhamento pedagógico, educação ambiental, esporte e lazer, direitos humanos em educação, cultura e artes, cultura digital, promoção da saúde, comunicação e uso das mídias, investigação no campo da natureza e educação econômica. O programa Mais Educação criado em 2007, agrega às escolas públicas atividades sócio-educativas para melhorar a qualidade do ensino e diminuir a evasão escolar. As instituições que aderirem ao programa recebem do governo federal, recursos e suporte para implementar atividades no turno contrário ao ensino regular.
Cotado para assumir presidência do Inep enfrenta oposição interna
O Estado de São Paulo, 31/01/2012 - São Paulo SP

Luiz Cláudio Costa é alvo de críticas por parte de servidores do órgão, que encaram troca como questão política

Rafael Moraes Moura
BRASÍLIA - Cotado para assumir o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o secretário de educação superior do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, enfrenta resistência no órgão. Ontem, ele se reuniu com a atual presidente, Malvina Tuttman, para discutir a transição, apesar de o MEC não confirmar sua ida para o órgão e dizer que o martelo ainda não foi batido. Filiado ao PT e homem de confiança do ex-ministro Fernando Haddad, Costa é alvo de críticas por parte de servidores do Inep, que encaram a troca de comando como uma questão política: sai uma educadora de perfil técnico, entra um petista especializado em engenharia agrícola.

O cargo de presidente do Inep é um dos mais vulneráveis de Brasília: esta é a quarta mudança pelo quarto ano consecutivo. Malvina é vista no Inep como uma presidente que lutou a favor do instituto e cobrou o consórcio Cespe/Cesgranrio quanto à aplicação do Enem. Malvina não presidia o Inep em outubro de 2010, quando questões do pré-teste vazaram de um colégio de Fortaleza. Tem mestrado e doutorado na área de educação, com destaque para as áreas de planejamento e avaliação educacional.

Costa, por sua vez, tem graduação em matemática e mestrado em meteorologia agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), instituição da qual já foi reitor.Também é mestre em meteorologia agrícola pela UFV e possui Ph.D. na mesma área pela Universidade de Reading, na Inglaterra. É professor do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV. Entre suas áreas de atuação estão agrometeorologia, engenharia de água e solo e impactos de mudanças climáticas na agricultura. À frente do Inep, a realidade será outra: deverá tratar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outras avaliações, como o Censo Escolar, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). "Quanto mais se trocam os presidentes, mais o Inep fica distante de retomar a função primordial de produzir dados sobre educação, refletir sobre eles e torná-los públicos com transparência. O Inep devia ser o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) da educação e gozar da mesma autonomia, mas está muito distante disso", critica o coordenador-geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara.
Planeta pré-sal
O Estado de São Paulo, 31/01/2012 - São Paulo SP
Petrobrás financia pesquisas em cinco universidades para reduzir a margem de erro na exploração de petróleo na costa brasileira
Carlos Lordelo, do Estadão.edu
Qual a melhor maneira de transportar o gás natural produzido nos campos do pré-sal para o continente? Como perfurar um poço de petróleo a sete quilômetros de profundidade sem que as brocas sejam danificadas? É possível garantir a estabilidade de tubulações em condições extremas de pressão? Não se trata de questões de vestibular ou de provas de Engenharia. É que, antes de se lançar ao mar na atividade de exploração de petróleo e gás, a Petrobrás realiza milhares de simulações computacionais para responder a perguntas como essas. A avaliação de diferentes cenários permite à estatal reduzir a possibilidade de erros numa operação em que qualquer falha pode significar desastres ambientais e até mortes. Nessa tentativa de planejar o futuro, a empresa conta com uma infraestrutura própria de pesquisas e também financia laboratórios de escolas de Engenharia do País. A iniciativa ganhou reforço em 2006 com a criação da Rede Galileu, um consórcio de faculdades conectado por um parque de computadores capaz de fazer 140 trilhões de operações por segundo (teraflops). Só para fazer uma comparação, enquanto um cluster de 20 teraflops roda 30 mil simulações em três meses, um PC comum levaria pelo menos 15 anos. Integram a rede USP, ITA, PUC-Rio e as Federais de Alagoas e do Rio de Janeiro. Ao todo, a Petrobrás repassou R$ 32 milhões para essas universidades construírem novas sedes para os laboratórios – até o momento, só ficaram prontas as da USP e da Ufal. A estatal investiu outros R$ 20 milhões na compra dos clusters e todos, exceto o do ITA, já estão em funcionamento. Mais oito instituições completam o projeto como satélites e receberam R$ 21 milhões para efetuar melhorias na estrutura física.
Os dados que chegam aos laboratórios são coletados pelos funcionários de campo da Petrobrás. As simulações mais sofisticadas rodam nos clusters, enquanto os pesquisadores se reúnem em salas de visualização para checar a representação precisa dos diferentes cenários em programas de realidade virtual. Estão à frente do projeto alunos da graduação ao pós-doutorado, sob a supervisão de professores. A remuneração desse pessoal varia: há desde bolsistas das próprias universidades até pesquisadores contratados pela estatal que recebem por meio de fundações de apoio. Sem contar o ITA, cujos laboratório e cluster ainda não foram entregues, a Petrobrás já destinou R$ 40 milhões para custear as pesquisas. Novos contratos devem ser assinados neste ano. “A rede permite que se mobilize toda a capacidade da engenharia nacional com rapidez”, afirma Luiz Augusto Levy, gerente de Métodos Científicos do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobrás. Segundo ele, em termos de simulação computacional, o País está pronto para encarar os desafios da exploração do pré-sal.
O Cenpes é vizinho do principal nó da Galileu, o Instituto de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ, na Ilha do Fundão. Tradicional parceiro da Petrobrás, o Coppe opera o maior cluster do projeto, de 80 teraflops - os outros três aglomerados de computadores têm 20 teraflops cada. Até o fim do ano, os dois laboratórios do instituto financiados pela estatal deverão ser entregues. Na PUC-Rio, onde há 50 anos foi instalado o primeiro supercomputador do Brasil, os benefícios de integrar a rede vão além das melhorias na infraestrutura. Segundo o professor Marcelo Gattass, responsável pelo cluster da universidade, desvelou-se um novo rumo para as pesquisas desenvolvidas na pós-graduação. “Os alunos passaram a ter uma formação mais próxima do que é usado na prática.” Se no Rio o ponto forte das universidades é a simulação computacional, a USP se destaca na rede pelos trabalhos em Engenharia Oceânica. “A intenção da Petrobrás é que exista transferência de tecnologia entre os participantes da Galileu”, diz o professor da Poli Kazuo Nishimoto, coordenador do Tanque de Provas Numérico (TPN). O laboratório nasceu em 2002 com 100 metros quadrados e hoje, no novo prédio, ocupa um espaço 17 vezes maior.
A moderna sala de visualização do TPN chamou a atenção da aluna de Engenharia Mecânica Ana Grassi, de 22 anos, quando ela esteve no laboratório pela primeira vez. A convite de um professor, a estudante do 5.º ano da Poli faz estágio no local há um ano. “Trabalhar aqui foi bom porque descobri uma nova área, a naval, da qual acabei gostando bastante”, conta. No momento, ela está desenvolvendo um projeto que simula o transporte de etanol por um comboio de barcos pela Hidrovia Tietê-Paraná. Ana diz que vai usar o que aprendeu no estágio em seu TCC e pensa em fazer mestrado para aprofundar os conhecimentos no software que utiliza no TPN. Já Guilherme Goraieb, de 22, não pretende seguir a carreira acadêmica. Aluno do 5.º ano de Engenharia Naval, ele quer aproveitar o aquecimento do mercado para se lançar consultor da indústria offshore. “No estágio, aprendi a trabalhar com softwares diferentes dos que usamos em sala de aula”, afirma o estudante, que faz iniciação científica no TPN desde julho. Guilherme já projetou 11 navios em 3D para avaliar a estabilidade deles em diversas condições de carregamento. “Quis a vaga por ser uma oportunidade de lidar com uma coisa prática e conhecer melhor a área.”

Alunos reclamam do fechamento de turmas

31 de janeiro de 2012

Estudantes da Escola Estadual Raimunda Nonato protestam contra o fechamento de cinco turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que atendiam os alunos de 1ª a 5ª série

Fonte: Folha de Boa Vista (RR)



NAIRA SOUSA

Os estudantes da escola estadual Raimunda Nonato, localizada no bairro Santa Teresa, protestam contra o fechamento de cinco turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que atendiam os alunos de 1ª a 5ª série. Inconformados, eles entraram em contato com a Folha para relatar a dificuldade de se deslocar para outros bairros em busca do ensino público.

Eles alegam que o Estado está fechando as turmas para evitar fazer seletivo para professores. Dez turmas atendiam os alunos do bairro, das quais cinco foram trancadas, o que prejudicou os estudantes que precisam estudar próximo de casa.

“Estudamos à noite, o que se torna mais perigoso. Sem contar que saímos do trabalho e não temos tempo de se deslocar para outra escola”, reclamou o leitor que preferiu não se identificar.

O estudante João Gomes afirmou que as turmas que restaram estão com super lotação, com 40 alunos em uma sala de aula. “Nenhuma informação foi dada para que os alunos possam criar alguma expectativa diante desta situação. Precisamos que a Secretaria de Educaçãotome alguma providência, pois precisamos estudar”, disse Gomes.

A Assessoria de Comunicação Social da Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Desportos (SECD) informou que a redução de turmas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Estadual Raimunda Nonato ocorreu em virtude da grande evasão escolar registrada em semestres anteriores, ultrapassando os 50%.

“No primeiro semestre de 2012 estarão em funcionamento cinco turmas de 2º segmento. Para atender a comunidade, a direção da escola elaborou uma lista de espera. Caso ocorra o preenchimento de vagas para funcionamento de novas turmas, o documento será encaminhado ao Departamento de Educação Básica (DEB) que vai avaliar as condições de criação de outras turmas na unidade de ensino”, afirmou a nota. (N.S)

Escolas não oferecem novas tecnologias

31 de janeiro de 2012

Dentre as 720 escolas estaduais e 94 municipais de Cuiabá, apenas nove contam com laptops educacionais do Programa ''Um Computador por Aluno''

Fonte: Diário de Cuiabá (MT)



JOANICE DE DEUS
Da Reportagem

(UCA), do Ministério da Educação (MEC), em Mato Grosso. As Secretarias de Estado deEducação (Seduc) e de Cuiabá (SME) garantem que têm investido na aquisição de novas tecnologias, junto com o MEC, que ontem anunciou a possibilidade de inserir os tablets nas salas de aulas das unidades públicas brasileiras.

Das nove escolas que contam com laptops, cinco são estaduais e quatro municipais. Uma delas, a Rita Caldas Castrillon, localizada no bairro São Benedito, na Capital, teve os equipamentos, um total de 276 notebooks educacionais, levados por assaltantes em agosto do ano passado. Ao todo, são pouco mais de 2.700 estudantes beneficiados, mas a rede estadual conta com 450 mil alunos.

Coordenador de Formação em Tecnologia Educacional da Seduc, Edevamilton de Oliveira considera importante o uso de novas tecnologias nas salas de aulas. “O professor potencializa a existência da tecnologia na sua prática docente e isso contribui para a aprendizagem”, disse. “Na escola Magda Ivana, que fica em Jaciara, o uso dos laptops transformou a escola”.

Tanto na rede estadual como na municipal a expectativa é de que os novos equipamentos comecem a fazer parte da realidade escolar ainda este ano. “Há uma determinação do prefeito Francisco Galindo de que a aquisição dos tablets ocorra neste ano”, afirmou o diretor de Gestão Educacional da SME, Gilberto Fraga Melo.

Segundo ele, inicialmente 8 mil crianças da rede deverão ser contempladas. Porém, além de contar com os equipamentos, os próprios gestores destacam a importância de os profissionais da Educação estarem capacitados para o das ferramentas. A rede municipal conta com 47 mil alunos.

Oliveira e Fraga garantem que os professores passam por formação continuada para a promoção do uso pedagógico da informática. “O fato de ter equipamentos inovadores não significa Educação inovadora. É preciso que o professor esteja preparado para a utilização desses instrumentos e a escola seja um espaço para produção do conhecimento”, destacou Fraga. O entendimento é que o sucesso do uso das tecnologias na Educação depende da forma como a escola insere essas ferramentas no aprendizado e também dos conteúdos digitais disponíveis.

Oliveira lembrou ainda que para este ano a intenção é que 100% das unidades estaduais façam parte do projeto integrado de tecnologia, que prevê a utilização de recursos como a lousa digital, data show e wireless (rede sem fio). Até o ano passado, 150 unidades estaduais contavam com lousa digital.

Assim como Melo, Oliveira destacou que 100% das unidades da rede pública contam com laboratórios de informática, além dos computadores usados nos procedimentos administrativos. O MEC vai lançar neste ano um edital para que as redes de ensino possam adquirir os tablets a custo mais baixo, como fez com os laptops do UCA.

“Estamos definindo as características do aparelho, vai depender muito inclusive do custo. Não soltamos ainda o edital porque precisa ter uma definição clara dos pré-requisitos do equipamento. Tem que ter acessibilidade, ser resistente e rodar qualquer conteúdo”, explicou Sérgio Gotti, diretor de Formulação de Conteúdos Educacionais da Secretaria de Educação Básica do MEC, em entrevista à Agência Brasil.
Novas diretrizes flexibilizam o ensino médio no País
O Estado de São Paulo, 31/01/2012 - São Paulo SP

Conselho Nacional de Educação havia aprovado aulas não presenciais no período noturno, mas MEC mudou texto e pede mais discussões

Mariana Mandelli
SÃO PAULO - O Ministério da Educação (MEC) retirou das novas diretrizes do ensino médio a possibilidade da realização de aulas não presenciais para o ensino médio noturno. As classes a distância teriam um limite de 20% da carga horária. As diretrizes que flexibilizam o ensino médio foram publicadas nesta terça-feira no Diário Oficial da União, mas o Conselho Nacional de Educação tinha aprovado o texto em maio de 2011. Na ocasião, o documento previa as aulas não presenciais.

De acordo com membros do CNE, o ensino a distância saiu do documento porque entidades que reúnem profissionais da educação alegaram que o tema não foi amplamente discutido. O CNE afirma também que o assunto está sendo discutido nas reuniões do órgão e que nada impede de que ele volte a fazer parte da resolução das diretrizes. “Para não atrasarmos a aprovação, preferimos retirar para fazer essa discussão com mais calma”, diz José Fernandes de Lima, do CNE. “Agora, o projeto será divulgado nas escolas.” O novo ensino médio promove a integração entre a educação e quatro dimensões: trabalho, ciência, tecnologia e cultura. Cada escola pode escolher como o quer organizar sua proposta curricular, de acordo com essas grandes áreas, mas mantendo as disciplinas tradicionais. As diretrizes também sugerem que o ensino médio noturno, “adequado às condições de trabalhadores”, possa ser realizado em mais tempo, ampliando sua duração para mais de três anos, com menor carga horária diária, mas garantido o mínimo de 2.400 horas. 

Secretaria de Educação prepara cronograma da Semana Pedagógica que será realizada na primeira quinzena de fevereiro

31 de janeiro de 2012

A Semana Pedagógica de 2012 pretende reunir todos os professores da rede municipal para participar de cursos de formação e capacitação dentro da área de ensino

Fonte: O Mossoroense (RN)



PORTO DO MANGUE - No período de 6 a 10 de fevereiro, no Centro da Juventude, a Secretaria Municipal de Educação realiza a primeira Semana Pedagógica de 2012, que pretende reunir todos os professores da rede municipal para participar de cursos de formação e capacitação dentro da área de ensino.

Com base na Lei 9.394/96 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que disciplina aEducação escolar, que se desenvolve por meio do ensino, a Secretaria de Educação todos os anos realiza cursos de formação e capacitação para os profissionais da área.

Durante reunião com o prefeito Francisco Gomes Batista, "Titico" (PMDB), para definir o cronograma da Semana Pedagógica, a secretária de Educação do município, Lenoir de Oliveira Felipe, destacou a importância de os professores participarem desses cursos.

"Estas ações são realizadas pela prefeitura e direcionadas aos profissionais da área de Educaçãopara que ao voltarem às salas de aula após as férias, possam oferecer uma aprendizagem com maior qualidade", ressaltou.

A Educação ainda abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

O prefeito "Titico" falou que a atual administração mantém a prática de realizar a Semana Pedagógica como evento preparatório para o início do ano letivo na rede municipal de ensino. "Queremos ter evolução no ensino que oferecemos às nossas crianças da rede municipal e não abro mão disso. Por isso insistimos em trabalhos como estes desenvolvidos com os profissionais de Educação", disse.

Visando o bom desempenho dos alunos nas atividades diárias em sala de aula, no início do ano letivo o prefeito "Titico" fará a entrega de um retroprojetor completo com telão para apresentação de slides para cada um dos seguintes estabelecimentos de ensino: escolas Francisca Serafim, Major Amaro (Logradouro), Pascoal Francisco (Rosado), Dom Bosco (Tocantins) e Centro de Educação Infantil Joaquim Serafim.

Educador aponta falta de ''escola solidária''

31 de janeiro de 2012

Em palestra, Rui Trindade ressaltou que em toda parte se faz necessário a elaboração de uma pedagogia solidária, como forma de resgatar ''o rosto mais humano da escola''

Fonte: Diário do Nordeste (CE)



Fortaleza. Uma escola que não se volte tanto para a competição. Ao contrário, incentiva os alunos a formar uma equipe solidária e participativa, com um rosto mais humano. Nessa unidade, prevalecerá a cooperação e a solidariedade entre as pessoas.

O que pode ser uma utopia é uma convicção pedagógica para o educador português Rui Trindade, ao defender, ontem, a difusão de uma escola comunitária, mais solidária. Ele proferiu palestra durante a abertura do Congresso Internacional sobre Formação de Professores, em São Gonçalo do Amarante.

Segundo Rui Trindade, que é doutor em Ciências da Educação e professor na Universidade do Porto, em Portugal, as demandas do Brasil, não diferem das de Portugal ou dos Estados Unidos, para citar exemplos de países. No entanto, Trindade ressaltou que em toda parte se faz necessário a elaboração de uma pedagogia solidária, como forma de resgatar "o rosto mais humano da escola".

"Podemos até admitir que os engenheiros nazistas foram competentes quando conceberam Auschiwitz (campo de concentração para judeus localizado no Sul da Polônia na II Guerra Mundial). No entanto, não há necessidade de tanta competência, mas sim de humanidade", afirma o educador português.

Desempenho
De acordo com Trindade, as experiências e os estudos já realizados com essa nova escola já apontam para um melhor desempenho dos estudantes, especialmente em disciplinas como Matemática e Ciências.

"Esses estudos demonstram que não apenas melhoramos a qualidade do aprendizado como também formamos pessoas melhores", destacou. Afinal, como lembrou, o trabalho em equipe, se faz fundamental na indústria, nos grandes empreendimentos e nas ajudas humanitárias.

"A escola comunitária é fundamental para as sociedades democráticas. Ela deve se fazer presente, sobretudo, quando experimentamos um contexto que ajuda ainda mais a autonomia intelectual e a capacidade de desenvolver talentos", afirmou o convidado para a primeira palestra do Congresso.

O Congresso Internacional realizado em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza, faz parte da 7ª Jornada Pedagógica, que segue até hoje na cidade.

Promovida pela Secretaria Municipal de Educação, o evento está sendo realizado para toda a rede de ensino, tanto pública como privada, e tem a participação de palestrantes nacionais e internacionais como Marcelo Sando (Paraná), autor da obra "Notas & Reflexões Sobre Educação"; e também Ariane Cosme (Portugal), autora do livro "Todas as aprendizagens".

Nova Metodologia
De acordo com a secretária de Educação do Município, Fátima Barbosa, a jornada pedagógica já assumiu destaque no calendário de eventos daquela pasta, com o objetivo de melhor qualificar o quadro docente daquele Município.

Agora, chama a atenção que o evento cresceu e motivou que se convidasse palestrantes de outros países. Nesta edição, os convidados estrangeiros são educadores portugueses, que falam de suas experiências pedagógicas para serem implementadas de maneira global.

Fátima diz que a ideia não é restringir o congresso apenas para os professores da rede municipal. "Nosso trabalho é para o Município. Daí que também estamos chamando professores das escolas particulares, para que conheçam e interajam com nossas experiências", afirmou a secretaria de Educação.

Ela lembrou que os docentes da rede particular podem conhecer as formas de controle do aprendizado, especialmente o acompanhamento externo.

"São formas educativas que se complementam", disse. Hoje, o Congresso terá continuidade com a conclusão de palestras e encaminhamentos que serão feitos pelos participantes durante os dois dias de realização do evento.

Prosperar
Ontem, foram proferidas as palestras "Transformando o ambiente escolar numa comunidade de aprendizagem escolar: inter-relação dos papéis de supervisão, coordenação escolar e professores", com Rui Trindade, pela manhã.

Também pela manhã, foi discutida a "Avaliação na Educação infantil e sua importância social e política no fazer educativo", com Ariana Cosme. Por fim, o dia foi encerrado com a temática "Caminhando juntos na Educação e na Vida: Ora falas tu, ora falas eu!", com Rui Trindade e Ariana Cosme.

Hoje, o encontro se encerra com as discussões em torno do tema "Pedagogia da Compaixão", com Marcelo Sando. Ainda no final do dia, haverá entrega a entrega de certificados aos participantes.

O congresso está sendo realizado na Escola Municipal Professora Alba Herculano Araújo, no distrito da Taíba, e tem como tema "Educar, Acreditar e Prosperar", voltando para subtemas como a Gestão Escolar, Avaliação na Educação e Formação de Professores. A estimativa é que mais de 500 educadores participantes do evento.

Rosto humano
"A escola deve contribuir para a formação da cidadania, propiciando na sua pedagogia um rosto mais humano"

Rui Trindade
Doutor em Ciências da Educação

Mais informações:
Secretaria Municipal de Educação de São Gonçalo do Amarante
Rua Menezes Pimentel, S/N
Centro
Telefone: (85) 3315.7361

MARCUS PEIXOTO, REPÓRTER

Reforma no Ensino amplia desigualdade

31 de janeiro de 2012

O texto da reforma do Ensino Médio foi ontem duramente criticado pela presidente do Cpers/Sindicato, Rejane Oliveira

Fonte: Correio do Povo (RS)



O texto da reforma do Ensino Médio, que recebeu parecer favorável na íntegra do Conselho Estadual de Educação (CEEd) para que seja implementado imediatamente no Estado, foi ontem duramente criticado pela presidente do Cpers/Sindicato, Rejane Oliveira.

"O texto amplia a desigualdade no Rio Grande do Sul. É uma proposta irresponsável. Os estudantes da escola pública serão preparados para ser mão de obra barata das empresas, enquanto as instituições privadas têm o foco na parte intelectual do seu aluno", observou.

Rejane apontou que a reforma proposta não vai preparar o jovem da rede pública nem para o mercado de trabalho e tampouco para disputar vagas na universidade. "O estudante vai ter menos tempo das matérias essenciais ao conhecimento e a parte profissionalizante será insuficiente", observou.

A dirigente do Cpers/Sindicato mostra-se preocupada com a aplicação das mudanças. "Em conversas com diretores, constatamos que está bastante obscura a forma como a reforma será implantada, apesar da promessa do governo de reuniões para fevereiro", disse.

A dirigente do Cpers lembrou que os professores também estão receosos sobre como será feita a capacitação. "Infelizmente, a cada quatro anos um novo governo entra com propostas mirabolantes para o ensino. O aluno serve como cobaia e os professores precisam aplicá-las", enfatizou. Rejane também rejeitou a forma como o governo do Estado conduziu a reforma, apontando que o texto deverá ser regulamentado pro decreto.

A assessora de Ensino Médio do Departamento Pedagógico da Secretaria Estadual deEducação (Sec), Vera Maria Ferreira, defendeu que o texto não traz nenhuma inovação, mas que determina o cumprimento de legislação sobre o tema. "Não se trata de uma experiência pedagógica e, sim, de reavaliação da atual oferta", justificou.

Conforme Vera, o CEEd vai acompanhar as mudanças na Educação profissionalizante. "Trata-se de um processo mais complexo, que estava previsto em lei e não era aplicado. Durante o ano, cada escola deve construir o seu projeto pedagógico a partir do que foi aprovado pelo conselho", afirmou.

Vera informou que, ainda em fevereiro, pelo menos três representantes de todas as escolas estaduais passarão por capacitação. Das 1.053 escolas estaduais, 182 precisam enviar o plano para ratificação do órgão. Dessas, 78 devem integrar o Ensino Profissionalizante ao turno normal.

Ações da SEC
- Capacitação: Entre os dias 7 e 9/2, haverá formação sobre a reestruturação curricular do Ensino Médio para representantes das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs).

- A quem se destina: Reunirá o coordenador, o coordenador pedagógico e um assessor referência de cada uma das 30 CREs.

- Local: City Hotel (Rua Dr. José Montaury, 20), na Capital.
- Site: www.educacao.rs.gov.br

Homofobia é tabu em sala de aula

31 de janeiro de 2012

Capacitação de professores e nova abordagem do tema, relacionando-o com ciências humanas, são necessárias para que o problema seja repensado

Fonte: Gazeta do Povo (PR)



Atos de homofobia por discriminação ou violência são uma realidade em salas de aula, o que reforça a importância de debates sobre a diversidade sexual nas escolas. O problema é que muitas vezes faltam capacitação e preparo para o profissional de Educação lidar com um assunto que já não é novidade, mas que para muitos continua um tabu.

A dificuldade de discutir a violência contra homossexuais em instituições de ensino foi objeto de estudo da tese de doutorado “O silêncio está gritando: a homofobia no ambiente escolar”, defendida recentemente pelo presidente da Associação Brasileira de Lés­­bicas, Gays, Travestis e Tran­se­xuais (ABGLT), Toni Reis, na Uni­versidad de la Empresa de Mon­tevidéu, no Uruguai.

Reis fez uma pesquisa qualitativa em quatro escolas de Curitiba que mostrou que há homofobia no sistema de ensino.

O acompanhamento de discussões em grupos de estudantes e professores e entrevistas com responsáveis pelas escolas levaram à conclusão de que há políticas públicas para lidar com a questão, mas elas não são colocadas em prática. “Falta formação e falta discussão sobre o tema. Os professores não têm uma Educação continuada e se sentem inseguros para lidar com a situação”, conta Reis.

Professora do Núcleo de Edu­ca­­ção da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Araci Asinelli da Luz considera que as escolas não têm trabalhado a sexualidade. “O que a escola faz é trazer a questão somente quando o problema aparece e mostra como ela não sabe lidar com o problema.”

Para ela, há ausência de políticas públicas claras para as salas de aula. “O desconhecimento é uma maneira das pessoas lidarem com a questão. Não ver ou não querer ver resolve o problema porque ele vai embora”, afirma.

Nova abordagem
O psiquiatra Lincoln César An­­drade, especialista em sexualidade humana, afirma que os professores precisam ter contato com seu próprio preconceito para poderem trabalhar o tema com os alunos. Andrade explica que para que o professor vivencie o assunto, o ideal é que o trabalho seja feito em grupo para que o docente se coloque no lugar do aluno que sofre a homofobia e veja como é agressivo ter de esconder sua orientação sexual.

Os especialistas concordam que a abordagem sobre a homossexualidade na escola não é a mais adequada. Para eles, o tema não devia estar ligado às áreas de Saúde e Biologia. “Esse é um tema de Direitos Humanos. As pessoas têm que ser respeitadas. É preciso fazer valer isso no cotidiano e aceitar a diversidade como nossa realidade”, explica Araci.

A Secretaria Municipal da Educação de Curitiba (SME) tem um plano de ação que irá tratar da homofobia em outros campos. A previsão é de que o projeto seja implantado ainda no primeiro semestre deste ano.

“Geralmente, se trabalha o assunto na aula de Ciências. Não queremos que ele seja estritamente biológico, mas também histórico, social e cultural”, explica Elaine Beatriz de Oliveira Smyl, coordenadora de Educação para as Relações Étnicorracias e de Gênero da SME.

Reis, que viveu e vive a homofobia no seu cotidiano, concorda que a nova abordagem é necessária. “Parece óbvio que a homossexualidade deve ser tratada como direito humano. Eu, com 47 anos, especialização, mestrado, sempre achava que devia estudar o tema para as pessoas me respeitarem”, conta.

“Mas, não. O respeito tem que ser para com o ser humano, não importando outras coisas. Não precisa saber o que faz a pessoa ser homossexual; isso já carrega um preconceito. O que precisa é respeito”, completa Reis.

Após polêmica, MEC engaveta projeto
Suspensos desde maio do ano passado, os kits do projeto “Escola sem Homofobia” não têm prazo para chegar às salas de aula. Com a recente posse de Aloizio Mercadante como ministro da Educação, o ministério (MEC) não sabe como fica a situação do polêmico kit.

Composto por um guia para professores do ensino médio e três vídeos para serem passados em sala de aula, o kit gerou polêmica na bancada religiosa do Con­­­gresso e chegou a ser chamado por alguns de “kit gay”. Para a professora do Núcleo de Educação da UFPR, Araci Asinelli da Luz, o nome dado já é preconceituoso. “Quando se coloca um estigma desses, o preconceito da sociedade vem junto, como se o assunto tivesse que ser engolido goela abaixo.”

Araci destaca que o kit serve como medida de emergência. “Há necessidade de abordagem imediata, de um material de apoio que dê conta de corrigir alguns conceitos. A discussão está chegando na escola e os professores precisam ter uma referência”, diz.

O presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Tra­­vestis e Transexuais, Toni Reis, afirma que falta material didático para os professores trabalharem a questão. “Vamos ter que desenterrar esse material suspenso. Esperamos sensibilizar a presidente [Dilma Rousseff] para que cada município e estado tenha acesso a esse material.”

Para os dois, a resistência de alguns setores da sociedade ao tema dificulta a existência do kit. “Como o tema é polêmico, tentaram colocar uma dúvida sobre o material para tentar quebrar a confiabilidade dele. Ele precisava de revisões, mas já testei com alguns alunos de ensino médio e é um começo”, conta Araci.

Proibições
Reis também lembra que a suspensão do kit abriu precedente. “Em alguns lugares [como São José dos Campos, em São Paulo] surgiram projetos de lei que proíbem a discussão da diversidade sexual nas escolas”, lamenta.
Políticas públicas
Apesar de pouco abordado nas escolas, o combate à homofobia tem a ajuda de algumas políticas públicas. Veja quais são os programas da Secretaria de Estado da Educação:

Nome Social
Para estudantes travestis ou transexuais, acima dos 18 anos, o espelho do livro de registro de classe, o boletim e o edital de notas são redigidos com o nome social. As declarações e o histórico escolar ainda são feitos com o nome civil. No caso de profissionais da Educação, o nome social também é respeitado.

Encontro Estadual de Educação LGBT
O encontro promove o diálogo entre os educadores para torná-los qualificados para lidar com as diferentes temáticas referentes à homofobia. O evento é necessário, pois, com as diversas práticas discriminatórias, as crianças que sofrem diretamente com elas acabam desistindo dos estudos.

Saúde e Prevenção nas Escolas
Os cursos visam formar professores e profissionais da saúde para lidar com a promoção e a prevenção da saúde entre adolescentes e jovens. Entre os assuntos abordados estão conteúdos de gênero, diversidade sexual e direitos sexuais.

Protagonismo Juvenil
O programa procura desenvolver a Educação entre os alunos de escolas estaduais. São discutidos temas como uso de drogas, maternidade e paternidade responsável, racismo, gênero e diversidade sexual e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Cotado para presidência do Inep enfrenta oposição

31 de janeiro de 2012

Homem de confiança de Haddad, Luiz Cláudio Costa é alvo de críticas de servidores

Fonte: Agência Estado




Cotado para assumir o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o secretário de educação superior do MEC (Ministério da Educação), Luiz Cláudio Costa, enfrenta resistência no órgão. Na segunda-feira (30), ele se reuniu com a atual presidente, Malvina Tuttman, para discutir a transição, apesar de o MEC não confirmar sua ida para o órgão e dizer que o martelo ainda não foi batido.

Filiado ao PT e homem de confiança do ex-ministro Fernando Haddad, Costa é alvo de críticas por parte de servidores do Inep, que encaram a troca de comando como uma questão política: sai uma educadora de perfil técnico, entra um petista especializado em engenharia agrícola.

O cargo de presidente do Inep é um dos mais vulneráveis de Brasília: esta é a quarta mudança pelo quarto ano consecutivo. Malvina é vista no Inep como uma presidente que lutou a favor do instituto e cobrou o consórcio Cespe/Cesgranrio quanto à aplicação do Enem.

Malvina não presidia o Inep em outubro de 2010, quando questões do pré-teste vazaram de um colégio de Fortaleza. Tem mestrado e doutorado na área de educação, com destaque para as áreas de planejamento e avaliação educacional.

Costa, por sua vez, tem graduação em matemática e mestrado em meteorologia agrícola pela UFV (Universidade Federal de Viçosa), instituição da qual já foi reitor.Também é mestre em meteorologia agrícola pela UFV e possui Ph.D. na mesma área pela Universidade de Reading, na Inglaterra. É professor do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV. Entre suas áreas de atuação estão agrometeorologia, engenharia de água e solo e impactos de mudanças climáticas na agricultura.
À frente do Inep, a realidade será outra: deverá tratar do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e outras avaliações, como o Censo Escolar, o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).
O coordenador-geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara, critica as mudanças no órgão.

- Quanto mais se trocam os presidentes, mais o Inep fica distante de retomar a função primordial de produzir dados sobre educação, refletir sobre eles e torná-los públicos com transparência. O Inep devia ser o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) da educação e gozar da mesma autonomia, mas está muito distante disso.

Um horizonte para a infância e juventude

31 de janeiro de 2012

Município cearense atinge três metas dos ODM e tem desafio: combater a droga entre jovens
 
Fonte: O Globo (RJ)


Há 17 anos, Aldenilza da Silva, 37, deu à luz um bebê. Sete dias depois, ele morreu. Não havia posto de saúde próximo à sua casa, e uma infecção, que poderia ter sido resolvida tranquilamente se houvesse atendimento rápido, acabou vitimando a criança.

Na época, ela trabalhava como doméstica, pois só fez as primeiras séries do ensino básico, e não teria disponível, se precisasse, creche para deixar o filho, se o bebê tivesse sobrevivido. Moradora do bairro de Alto Alegre, em Horizonte, Ceará, ela comemora novos tempos.

Não trabalha mais em casa de família e pode ser encontrada, todas as tardes, acompanhada da filha Ana Graziela, de 6 anos, em uma oficina de costura, onde, com outras mulheres, produz bocas para v da casa de Aldenilza há, também, uma unidade de saúde e, quando vai costurar, ela pode deixar a menina em um Centro de Educação Infantil do município, escolas novas e bem equipadas voltadas para crianças de 2 a 6 anos.

Para a bonequeira, a qualidade de vida na cidade mudou para melhor e a chance da pequena Ana ter um futuro melhor que o dela aumentou.

A transformação na cidade vem acontecendo aos poucos e é resultado da implantação de uma política integrada e multisetorial de atendimento à mulher, criança e adolescente, que já impactou positivamente os indicadores sociais do lugar.

Tanto é que o município, que tem uma população de pouco mais de 55 mil habitantes e apenas 24 anos de existência, atingiu três dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), as metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000 para serem alcançadas pelos países até 2015.

Horizonte já melhorou significativamente o atendimento à gestante, reduziu a taxa de mortalidade infantil e universalizou o acesso ao ensino básico, parâmetros previstos nos ODMs.

Em 2011, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde do município, 61% das gestantes fizeram pelo menos sete consultas pré-natal, o que resultou na melhora significativa da saúde das mulheres grávidas levando à taxa zero de mortalidade materna.

Ano passado, houve nove óbitos de bebês até 1 ano, por mil nascidos vivos, sendo que a meta brasileira para este indicador da ODM é de 17 para mil nascidos vivos, até 2015.

- Nesta gestação, fiz todo o atendimento pré-natal no posto de saúde perto da minha casa. Na primeira não tinha esta facilidade, pois a unidade de saúde era distante - contou Aldenilza.

Liduina Barros da Silva, 52 anos e agente de saúde há 17, conta que passou anos vendo dois ou três bebês morrendo diariamente de desnutrição e "mal dos sete dias" - espécie de infecção no umbigo de recém-nascidos facilmente tratável. Hoje, com a rede de 13 postos de saúde na cidade e 15 equipes de Saúde da Família, é raríssimo ver uma criança morrendo.

- O atendimento de saúde melhorou bastante. Eu mesma acompanho várias gestantes e seus bebês depois que nascem. Antes de dar à luz, elas participam também de um programa chamado Florescer, que são palestras sobre saúde materna e do bebê. A infraestrutura de saúde faz diferença, mas este tipo de informação também ajuda muito a esclarecer as mulheres e evitar erros bobos que podem causar problemas sérios - contou.

Cem por cento das crianças estão matriculadas na escola e a taxa de evasão no Ensino Fundamental, segundo o relatório anual da Secretaria Municipal de Educação do município, caiu, no ano passado, de 4,5% para 1,8%.

Pouco mais de 37% das escolas da cidade já atingiram o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), parâmetro criado pelo Ministério da Educação para avaliar a qualidade da rede de ensino do país.

Em 2007, a taxa era de apenas 11%. Um dos fatores que contribuiu para este resultado é a formação dos professores. Cerca de 98% deles, segundo o relatório do Selo Unicef, têm formação superior.

Para mães de alunos como Aldenilza Silva, ter uma boa escola à disposição dos filhos é, como ela diz, "meio caminho andado". Ana Graziela é aluna de um dos 15 Centros deEducação Infantil da cidade, que integram uma rede de 27 escolas de Ensino Fundamental, três de nível médio e um Centro de Atendimento Clínico Educacional.

Juntas, elas reúnem os 13 mil alunos da cidade. Em plena segunda-feira à tarde, às vésperas do início das férias, era possível perceber como a criançada estava à vontade em uma sala colorida, arejada, com mobiliários novos, e com livros e brinquedos pedagógicos à disposição. A meta é que todas as 27 escolas recebam novos equipamentos.

O município também conta com uma brinquedoteca pública, onde as crianças podem ficar pela manhã ou à tarde brincando em companhia de um adulto. Lucivânia da Silva, de 24 anos, mãe de três crianças e grávida do quarto, usufrui semanalmente do serviço.

- Preciso trabalhar na máquina de costura o dia todo. Quando tenho uma brecha, levo as crianças para fazerem um programa de lazer diferente. Eles adoram - contou a moça, que comemorava a casa nova que acabara de receber de um programa de habitação da prefeitura, que oferece moradia às mulheres que vivem com renda menor que um salário mínimo pelo Programa Minha casa, Minha vida.

Segundo o prefeito Manoel Gomes de Farias Neto (PSDB), que assumiu o posto em 2008, não há receita pronta para fazer transformação. Há, sim, uma disposição para dar continuidade a projetos bem sucedidos de gestões anteriores. Ao que parece, é o que a equipe de Nezinho, como é conhecido em Horizonte, está fazendo.

Com uma arrecadação que gira em torno de R$8 milhões anuais e contando com verba do Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) - da ordem de R$20 milhões, em quase quatro anos de governo - a cidade deu os primeiros passos na direção da melhora da qualidade de vida da população em 2000, quando foi selecionado para receber o programa Selo Unicef, certificação internacional, baseada nos indicadores da ODM, concedida aos municípios que conseguem elevar indicadores sociais de atenção à infância de juventude. Horizonte já conquistou cinco.

A metodologia do programa da Unicef, que conta com apoio da Petrobras, consiste em incentivar os municípios a desenvolverem programas sociais nas áreas de Educação, cultura, esporte e cidadania.

No caso de Horizonte, isso significa, segundo a primeira-dama Jô Farias, articuladora do Selo na cidade, além de garantir melhor qualidade de Educação e atendimento de saúde, fortalecer as ações de cidadania.

- O fortalecimento do controle social é um instrumento chave para o desenvolvimento porque empodera a população - disse a primeira-dama.

Na prática, no município, "fortalecer o controle social" recebe o nome de Fórum Comunitário, espaço de reuniões mensais onde a população dialoga com os gestores, e Casa dos Conselhos.

O local é uma casa ampla, com jardim bem cuidado e onde a população tem acesso de uma vez só a todos os conselhos municipais ligados às pastas (Ex. Conselho Municipal de Educação), bem como ao Conselho Tutelar, de Direito da Mulheres, de Direito da Criança e do Adolescente, e o Centro de Assistência Social.

Foi lá que conheci Thiago Felipe da Silva Souza, no início de dezembro. Ele aguardava, em companhia de uma assistente social, documentos para fazer a matrícula em uma escola de Horizonte.

Dia 28 de dezembro, recebi um telefonema de Ana Márcia Diógenes, coordenadora da Unicef no Ceará, informando que ele havia morrido. Sua história é trágica e representa o grande desafio que a prefeitura de Horizonte ainda tem pela frente: combater o uso de drogas entre os jovens.

- A qualidade de vida melhorou, mas ainda temos este enorme desafio pela frente - disse Manoel Gomes, o prefeito.
Ele sequer tem dados de quantos jovens usam drogas, especialmente o crack, ou morrem porque são dependentes químicos. Mas conversando com jovens e adultos da cidade é possível perceber que o problema é sério
MEC vai comprar até 900 mil tablets para dar a alunos
Folha de São Paulo, 31/01/2012 - São Paulo SP
Primeira etapa de pregão eletrônico foi concluída na semana passada, e custo mínimo é de R$ 330 milhões. Alguns educadores consideram que compra só deveria ser feita após elaboração de conteúdo pedagógico específico
BRENO COSTA / RENATO MACHADO DE BRASÍLIA
Sem alarde, o Ministério da Educação concluiu na semana passada o primeiro estágio de um pregão eletrônico para a compra de até 900 mil computadores do tipo tablet. O objetivo é distribuir os equipamentos para alunos do ensino médio e fundamental. A compra dos tablets será feita por meio do "Um Computador Por Aluno", programa que prevê que os governos possam adquirir equipamentos a um custo mais baixo para a rede pública. O MEC afirma que o objetivo não é comprar os tablets para todos os alunos (estimados em 53 milhões), mas sim "criar pequenos núcleos de aplicação e desenvolvimento da tecnologia, que depois vão disseminar o conhecimento". A compra é polêmica. Alguns educadores consideram que ela só deveria ocorrer após elaboração de conteúdo pedagógico específico.
O edital foi lançado no dia 28. A sessão de lances do pregão eletrônico começou na segunda da semana passada e foi concluída na terça. Dezenove empresas apresentaram propostas, mas só duas delas estão tendo suas documentações analisadas: a Digibras e a Positivo, pois deram os lances mais baixos. Se o MEC ficar com as propostas mais baratas para os quatro lotes, o investimento total será de R$ 330 milhões. O edital previa a aquisição de dois modelos de configurações dos tablets. Ambos devem ter o sistema operacional Android, mais aberto para diversos tipos de aparelho. O sistema da Apple, por exemplo, só pode ser usado no iPad -que, na prática, fica excluído do pregão.
Termina hoje prazo para matrícula de aprovados na segunda chamada do Sisu
O Estado de São Paulo, 31/01/2012 - São Paulo SP
Estudantes devem verificar, com as instituições, os procedimentos para efetuar a inscrição
Estadão.edu
SÃO PAULO - Termina nesta terça-feira, 31, o prazo para os estudantes aprovados na segunda chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) fazerem a matrícula nas universidades e institutos federais em que foram selecionados. Os candidatos devem verificar, com a instituição escolhida, quais são os locais, horários, documentos exigidos e demais procedimentos para poder efetuar a inscrição. O resultado da segunda chamada do processo foi divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na quinta-feira. Quem não foi selecionado em nenhuma das duas opções nas chamadas regulares ou quem tenha sido selecionado pela segunda opção e pretende continuar concorrendo pela primeira pode aderir à lista de espera. A participação na lista deve ser confirmada no site do Sisu (sisu.mec.gov.br). O prazo de adesão vai até esta quarta-feira, 1.º de fevereiro. No dia 4, essa lista de espera ficará disponível para as instituições participantes do processo seletivo. Neste ano, as vagas oferecidas pelo Sisu foram distribuídas por 3.327 cursos de 95 instituições públicas de ensino superior. Para participar do processo, o candidato deve ter participado da edição 2011 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Sobras - Apesar de ter registrado recorde de inscrições, mais da metade das vagas oferecidas no Sisu 2011 não foi preenchida na primeira chamada. Neste ano, o sistema recebeu mais de 3,4 milhões de inscrições de 1,7 milhão de estudantes - cada candidato tem direito de escolher até duas opções de cursos, indicando qual deles é a sua prioridade. Dos 108.527 aprovados na primeira chamada, apenas 46 mil - 42% do total - efetuaram suas matrículas. Para preencher as 62.285 vagas restantes, MEC divulgou na semana passada a segunda chamada. A Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC, responsável pelo sistema, minimizou o porcentual de candidatos que desistiram da matrícula nessa fase, afirmando que o processo ainda está em andamento. Apesar de ter registrado, no ano passado, em torno de 40% de desistência na primeira chamada, a pasta defende que 97% das vagas oferecidas no processo anterior foram preenchidas no final.