16 de julho de 2009
Apesar de apenas 19 das 1.105 Escolas da rede estadual de ensino
permanecerem de portas fechadas, parte dos professores decidiu, ontem, em
assembleia, pela continuidade da greve iniciada no último dia 6.
Fonte: DIÁRIO DE
PERNAMBUCO (PE)
Apesar de apenas 19 das 1.105 Escolas da rede estadual de ensino permanecerem
de portas fechadas, parte dos professores decidiu, ontem, em assembleia, pela
continuidade da greve iniciada no último dia 6.
Sindicato aprovou continuidade, mas apenas 19 Escolas estão sem aulas. Foto:
Inês Campelo/DP/D.A PressPor conta das sanções anunciadas pelo governo, como
desconto dos dias de falta e substituição por temporários, muitos professores
efetivos voltaram à ativa. E os que insistem em continuar de braços cruzados já
estão sendo substituídos. De acordo com a Secretaria de Educação do Estado
(SEE), as aulas estão praticamente normalizadas. Mesmo assim, o Sindicato dos
Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) garante que mais de 80% da
categoria está aderindo à greve. Porém, dos 27 mil professores lotados na SEE,
apenas 1.477 grevistas foram substituídos por temporários nesta 2ª semana de
mobilização. Um indicativo dos faltosos.Uma das unidades onde a rotina foi
normalizada é a Escola Estadual Governador Barbosa Lima, no bairro do Derby.
Ontem ocorreram aulas nos três turnos. Dos 103 professores da unidade,apenas 15
continuam em greve. "Sou efetiva mas continuo trabalhando. Estou
aproveitando essa semana para repassar assuntos novos para os alunos do 3º
ano", afirmou a professora de biologia Araberg Elias. A falta de adesão à
paralisação, inclusive, fez do colégio alvo dos grevistas na última
segunda-feira. Durante o ato público, houve confronto entre representantes do
Sintepe e policiais militares chamados para conter a manifestação. Os
professores em greve foram contidos porque tentaram panfletar dentro das salas
de aula.
Na Escola Estadual Maciel Pinheiro, na Torre, os estudantes também já voltaram
ao ritmo de aulas. Para não prejudicar os alunos concluintes do ensino médio,
muitos professores estão ministrando aulas extras de preparação para o Exame
Nacional do ensino médio (Enem). Este ano o teste nacional vai substituir de
forma total ou parcial os vestibulares das três universidades federais do
estado (UFPE/UFRPE/Univasf). Na Clóvis Beviláqua, no Hipódromo, os alunos
também assistiram todas as aulas. NoAgreste, a mobilização também não atingiu a
maior parte dos professores. Na Escola Estadual professor Mário Sette, em
Caruaru, apenas 12 dos 36 profissionais aderiram à paralisação. Em Petrolina,
no entanto, a adesão pode chegar a 85%, segundo dados do Sintepe.
As aulas estão sendo ministradas nomalmente nos três turnos na Escola Barbosa
Lima Sobrinho, no Derby. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A/PressApós a assembleia
realizada ontem, em frente à Secretaria de Administração, os professores em
greve saíram em passeata pelas ruas do centro do Recife. Eles passaram pela
sede da SEE, pelas Avenidas Guararapes e Conde da Boa Vista e encerraram as
manifestações na Praça do Derby. A próxima assembleia está marcada para
terça-feira, às 14h, na quadra do IEP, na Boa Vista. Os docentes querem um
aumento de 19,2% em cima do Piso Nacional de R$ 950, implantado em semtebro do
ano passado. O governo, no entanto, afirma que o atendimento da reivindicação
causaria um impacto de R$ 106 milhões na folha de pagamento mensal. A folha dos
servidores da Educação é da ordem de R$ 93 milhões.
MPPE - O setor jurídico do Sintepe enviou um dossiê ao Ministério Público
dePernambuco (MPPE) denunciando uma suposta perseguição do governo à greve. O
sindicato também ingressou com uma ação ordinária indenizatória na Justiça
pedindo a regulamentação do plano de cargos e carreiras (PCC) dos professores.
Segundo a advogada do Sintepe, Lúcia Barbosa, existe uma lei estadual de 1998
que prevê a implantação do PCC e que não está sendo cumprida. Ela também está
preparando uma interpelação judicial pedindo ao secretário de Educação, Danilo
Cabral, para que mostre a assinatura do presidente do Sintepe concordando com a
aplicação do piso de R$ 950 para os anos de 2008 e 2009. O governo afirma que o
acordo foi assinado no ano passado pelos representantes dos professores