PESQUISA

sábado, 29 de janeiro de 2011

Rede estadual terá 400 escolas com acesso à internet até julho

Publicado em 01.02.2011, às 18h26
 
Do JC Online
O ano letivo começa em Pernambuco, nesta quarta-feira (2), com uma boa notícia. Segundo o secretário de Educação do Estado, Anderson Gomes, 400 escolas estarão com acesso à internet até o fim deste semestre. A promessa é que todas as 1.012 unidades da rede estadual tenham o serviço wi-fi até 2012. Os professores também não foram esquecidos. Através de uma ação pioneira, serão distribuídos oito mil kits de microfones e amplificadores de voz para os docentes com problemas nas cordas vocais.

"Nossa ideia é estar, até o início de 2012, com esse serviço (wi-fi) disponibilizado para alunos e professores em todas as unidades de ensino", explicou Anderson. Outra medida destacada pelo secretário foi a ampliação do programa Escola Legal, fruto de uma parceria entre a SE, Ministério Público de Pernambuco e Poder Judiciário. Desde dezembro de 2010, o Escola Legal está presente em 40 escolas das cidades do Recife, Olinda e Jaboatão. A partir deste ano, já no primeiro semestre, chegará aos municípios de Caruaru (Agreste) e Petrolina (Sertão). E, a partir de agosto, será levado para Araripina.
TENDÊNCIAS/DEBATES 29/01/2011

O Estado de São Paulo deve abandonar a progressão continuada?
SIM 

"Exclusão postergada" dos alunos 

MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA

A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e outras entidades vêm há muito denunciando que a chamada progressão continuada na rede estadual de ensino de São Paulo se configura como uma "aprovação automática" dos estudantes, sucessivamente remetidos às series seguintes no ensino fundamental ainda que não tenham adquirido os conteúdos previstos em cada uma de suas etapas.

Por que, afinal, é tão importante que se discuta a questão da progressão continuada? A função primordial da escola é formar cidadãos, não apenas pela transmissão do conhecimento acumulado mas também pela produção coletiva de novos conhecimentos.

É tarefa central dos educadores articular coletivamente um projeto educacional de concepção humanista, comprometido com a escolarização de todos com qualidade.

A defesa de uma escola sem exclusão social, que garanta o acesso e a permanência de todos os alunos, é premissa necessária para os que lutam pela educação inclusiva -sob todos os aspectos- e de qualidade em nosso país.

A Constituição brasileira assegura a educação como um direito de todos. Ela é requisito fundamental para a construção de uma nação independente e desenvolvida, não só do ponto de vista econômico, mas social, político e cultural.

Se o objetivo é a inclusão social e a aprendizagem dos alunos, e não apenas atribuir-lhes uma nota, muitas vezes levando-os à reprovações e ao abandono da escola, a simples abolição de qualquer avaliação tampouco contribui para a formação dos estudantes.

Da forma como foi implementada, a progressão continuada em São Paulo concretizou, na verdade, a "exclusão postergada" dos alunos, que terão menos chance na vida e no mundo do trabalho.

A vida real não aboliu as avaliações; a "aprovação automática" cria, assim, uma realidade não verdadeira para o aluno. Na acepção correta da progressão continuada, a avaliação deve ser contínua, diagnóstica e cumulativa, propiciando sempre a percepção, pelo educador e pelo próprio educando, do estágio da aprendizagem, suas dificuldades, suas deficiências, subsidiando o replanejamento do trabalho do professor e a organização dos estudo do aluno.

A progressão continuada não pode ser imposta. Para que seja de fato implantada há que se pensar em um processo de envolvimento de pais, alunos e educadores.

Exige professores motivados, bem remunerados, integrantes de carreira justa e atraente. Além disso, precisa de correta relação professor/aluno, não de salas superlotadas como nas escolas estaduais.

Necessita ainda de um programa de formação continuada dos professores no próprio local de trabalho, com jornada e salários que lhes permitam se dedicar a uma única unidade escolar. Não acontecerá sem gestão democrática em que todos os segmentos da comunidade sejam formuladores e gestores do projeto político-pedagógico.

A escola, para a criança e para o jovem, é uma passagem, mas essa passagem não pode terminar em branco; tem que resultar na aquisição de conhecimentos.

É imperativo que a Secretaria da Educação apresente à sociedade uma proposta de como assegurar aos alunos das escolas estaduais o direito que todos têm à aquisição do conhecimento historicamente acumulado e à participação na produção de novos conhecimentos. E um projeto que inclua aquelas crianças e jovens prejudicados pela "aprovação automática". 



MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, professora efetiva de língua portuguesa na rede estadual de ensino de São Paulo, é presidente da Apeoesp -Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo e membro do Conselho Nacional de Educação.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Prefeitura adia fim do chamado turno da fome para 2012

26/01/2011

 Com uma hora a menos de aula, turno foi criado há cerca de 30 anos para atender a demanda


Fim de 2012. É o novo prazo que a prefeitura de São Paulo determinou para acabar com o chamado "turno da fome" nas escolas municipais. Uma das principais promessas de campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM), o fim do terceiro turno - como também é conhecido o período das 11 às 15 horas em que crianças do ensino fundamental estudam - deveria ter ocorrido em 2008.
O turno da fome, que tem uma hora a menos de aula, foi criado há cerca de 30 anos como forma de atender a toda a demanda. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 39 escolas devem começar este ano letivo funcionando em três turnos - um total de 16.409 alunos vai estudar durante o terceiro turno.

Em janeiro do ano passado, um levantamento apontou que a solução do turno da fome ficaria para este ano, segundo afirmação da própria Secretaria de Educação. Na época, foi anunciado que 47 escolas teriam o turno da fome em 2010 - o que significa que, do ano passado para este, a secretaria tirou o período de oito escolas.

"Para resolver um problema histórico e arraigado, como é o caso das escolas de três turnos, é preciso estabelecer metas ousadas e foi isso que fizemos", justifica o secretário de Educação, Alexandre Schneider. "Acabar com o terceiro turno continua sendo uma de nossas prioridades e nós vamos trabalhar até o último dia da gestão para acabar de vez com esse problema". Segundo a pasta, até 2005, o número de escolas de ensino fundamental com o turno da fome só aumentou, atingindo 70% da rede. Atualmente, as 39 escolas que ainda têm o turno representam 7% do total.

Em nota, a secretaria afirmou que "construiu novas escolas, ampliou unidades existentes, reestruturou a carreira dos professores e alterou a grade curricular", com o objetivo de oferecer a todos os alunos cinco horas de aula diárias. A secretaria ainda afirma que, de 50 escolas previstas para serem construídas, oito foram entregues. As outras estão em fases diversas, que vão desde a desapropriação do terreno até a etapa de obras. A pasta ressalta a dificuldade em encontrar terrenos adequados.

(Com Agência Estado) 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ceará monta academias em escolas sem quadra esportiva
25/01/2011

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2501201136.htm
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO 

O governo do Ceará está montando academias de ginástica em escolas de ensino médio que não contam com quadras poliesportivas.


Segundo a Secretaria da Educação do Estado, o projeto está sendo testado em 62 escolas públicas. Se der certo, pode ser levado a outros colégios estaduais -inclusive aqueles que têm quadra.

As escolas foram reformadas para receber as academias, equipadas com esteiras, bicicletas ergométricas e aparelhos de musculação.

O investimento foi de R$ 1,5 milhão, segundo Myrvia Muniz, da Coordenadoria de Desenvolvimento da Escola.


Segundo Muniz, o objetivo do projeto é oferecer aos professores um local mais adequado para suas aulas.


A academia não deve substituir, porém, as aulas de esportes tradicionais, como futebol e vôlei. Elas continuarão ocorrendo, segundo ela, nos mesmos locais de antes: quadras e praças do bairro, ou no pátio da escola.


Para o professor de educação física da Uece (Universidade Estadual do Ceará) Ricardo Catunda, o projeto seria interessante se fossem oferecidos também outros equipamentos, como a quadra poliesportiva.

Catunda discorda do modo como, segundo ele, o governo tenta "minimizar a situação esdrúxula de o professor ter que negociar sua aula com o bairro, com a comunidade".

O projeto também é criticado por priorizar atividades individuais. "As atividades em grupo propiciam a interação", diz Maria Márcia Malavasi, coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp.

Já o presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge Steinhilber, acredita que toda a oportunidade de praticar atividades físicas é importante, pois afasta os alunos do sedentarismo.

"Cada escola tem uma realidade. Eles encontraram uma alternativa", diz.


Segundo a Secretaria de Educação, optou-se pela academia porque as escolas não têm espaço para quadras.
Cresce adesão de escolas ao programa e meta fica próxima

Terça-feira, 25 de janeiro de 2011 - 15:17


Fonte:http://portal.mec.gov.br/index.phpoption=com_content&view=article&id=16284:cresce-adesao-de-escolas-ao-programa-e-meta-fica-proxima&catid=379:educacao-integral



Das 16 mil escolas da educação básica pré-selecionadas pelo Ministério da Educação para participar do programa Mais Educação neste ano, 12.451 já aderiram e apresentaram planos de trabalho. A meta é atender 15 mil escolas e oferecer educação integral a cerca de 3 milhões de alunos, especialmente do ensino fundamental. O prazo de adesão vai até 28 de fevereiro.

Pelo Mais Educação, que é um programa de educação integral público, as escolas recebem recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE-Escola) para desenvolver atividades com os estudantes. O dinheiro é depositado na conta da escola, em cota única, para aquisição de materiais, custeio de atividades e pagamento de transporte e alimentação dos monitores. 


Em média, cada escola recebe R$ 37 mil, para aplicar nos dez meses letivos. O cadastro dos alunos é que determina o valor do repasse. A inclusão de dados é feita no Sistema de Informações Integradas de Planejamento, Orçamento e Finanças do MEC (Simec), acesso que a escola tem com uso de senha. O Simec está aberto para receber as informações.

Dados da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, que coordena o programa, indicam que o investimento no Mais Educação deve alcançar R$ 600 milhões neste ano.

Trajetória – Criado em 2007, o programa Mais Educação começou efetivamente em 2008. No período 2008-2010, passou de 386 mil para 2,2 milhões de estudantes, número que o MEC pretende ampliar para 3 milhões este ano. 


Ionice Lorenzoni

sábado, 22 de janeiro de 2011

Educação de SP passará por reforma administrativa

Plano é acabar com sobreposição de tarefas, agilizar implantação de novas medidas e manter professores na sala de aula
Agência Estado | 22/01/2011 12:49

Fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/educacao+de+sp+passara+por+reforma+administrativa/n1237965264108.html

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo passará por uma reforma administrativa, com criação de novas coordenadorias e cargos. Segundo a pasta, a mudança busca acabar com a sobreposição de tarefas, agilizar a implantação de novas medidas e manter os professores em sala de aula. Atualmente há 1,9 mil docentes deslocados para tarefas burocráticas, como realizar pregões e cuidar de finanças.

O governo já tem prontos o decreto com as mudanças e um projeto de lei criando os novos cargos. O texto deve ser enviado à Assembleia Legislativa assim que terminar o recesso. "A reforma é fundamental para que as ações da secretaria cheguem à ponta de forma mais correta e menos burocrática", afirmou o secretário de Educação, Herman Voorwald.
A estrutura atual, criada em 1979, segue uma lógica geográfica - há uma coordenadoria do interior e outra da Grande São Paulo. Com a reforma, elas serão extintas e substituídas por coordenadorias temáticas: pedagógica, de avaliação, infraestrutura, recursos humanos, orçamento e Escola de Formação de Professores.
"Agora, cada coordenadoria tratará de um assunto por inteiro", explica Fernando Padula, chefe de gabinete. As 91 diretorias de ensino serão mantidas, mas ficarão focadas em implantar as ações pedagógicas. Um estudo da própria secretaria aponta que atividades burocráticas ocupam 70% do dia a dia das diretorias de ensino. Para compor as diretorias, serão abertos concursos públicos para três novas funções: nutricionista, para acompanhar a qualidade das merendas; bibliotecário, para cuidar das salas de leitura; e técnico de apoio à gestão pública, função de nível médio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Frequência escolar é descumprida por 600 mil no Bolsa Família
Priscilla Borges, iG Brasília | 21/01/2011 06:00

Taxa representa 3,5% do total de beneficiados pelo programa. Ministério do Desenvolvimento Social vai notificar 400 mil famílias


Fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/frequencia+escolar+e+descumprida+por+600+mil+no+bolsa+familia/n1237962769756.html


Fazer com que o filho seja um estudante assíduo é uma das condições fundamentais para que as 12 milhões de famílias participantes do Programa Bolsa Família recebam o auxílio financeiro do Ministério do Desenvolvimento Social. Mas, nos últimos dois meses letivos, 605.388 crianças e adolescentes não cumpriram as metas de frequência escolar estabelecidas pelo programa: presença em 85% das aulas para alunos de 6 a 15 anos e em 75% para estudantes de 16 e 17 anos.
Apesar de representar pouco diante de todos os beneficiados – que ultrapassam os 17 milhões em todo o País –, as faltas desses 3,45% dos participantes são motivo para preocupação dos ministérios que cuidam do Bolsa Família. “O programa é muito grande e o número percentual de descumprimento, pequeno. Mas há muitos alunos com problemas para continuar na escola e merecem um olhar mais próximo”, afirma Cláudia Baddini, diretora de condicionalidades do Programa Bolsa Família.

Relatório de acompanhamento da frequência escolar obtido pelo iG mostra que, em outubro e novembro, as causas mais apontadas para justificar as faltas dos alunos foram doença (18% dos que descumpriram) e abandono (22%). No primeiro caso, as ausências não comprometem o recebimento do benefício. Mas no segundo, sim. A explicação de Cláudia é simples: os pais não podem controlar a doença dos filhos, mas podem evitar que eles larguem os estudos.


Entre os 605 mil estudantes que não cumpriram as exigências do programa, mais de 70% apresentam justificativas que podem comprometer a manutenção da bolsa mensal. São crianças e adolescentes que deixaram de ir à escola por causa da negligência dos pais, porque trabalham, sofrem violência ou discriminação, se desinteressaram pelo ambiente escolar ou desistiram de continuar estudando. Professores ou coordenadores são responsáveis por preencher os formulários de frequência criados pelo programa para acompanhar as crianças.
É importante notar que as justificativas variam de acordo com a idade analisada. Entre os estudantes de 6 a 15 anos, 81 mil faltaram às aulas por negligência dos pais, 63 mil por desinteresse ou desmotivação e 75 mil abandonaram os estudos em outubro. Em novembro, os números praticamente se repetem. “É pouco, mas é grave percebermos que há cerca de 300 crianças que faltaram porque foram submetidas a trabalho infantil”, ressalta.
No caso dos jovens (com 16 e 17 anos), 80% dos 114 mil e dos 112 mil estudantes que não atingiram a meta de frequência escolar em outubro e novembro, respectivamente, apresentaram justificativas que afetam a manutenção do benefício. A causa mais apontada para a falta desses jovens é a desistência dos estudos. Em novembro, 52 mil abandonaram o colégio (46,70% do total de descumprimentos).
“Ao final do ano, há um aumento do descumprimento, principalmente se olharmos para os jovens”, analisa Cláudia. Ela ressalta que as informações são dadas pela própria escola. “É o olhar da escola sobre o aluno. Às vezes, o que é considerado negligência por professores é falta de condição familiar mesmo”, diz. Por isso, as equipes de assistentes sociais do programa têm feito um acompanhamento mais próximo de quem não cumpre as metas.
De um em um

Ainda em experiência, um projeto acompanha 18 mil famílias. Em reuniões e parcerias, os assistentes procuram identificar as necessidades de cada família e incluí-las em outros programas sociais. A proposta é ajudá-las a manter os filhos na escola e recebendo o benefício, que varia de R$ 22 a R$ 200. Em outubro, 110 mil deixaram de ir à escola porque estavam doentes. No mês seguinte, 94 mil. Ações podem ser tratadas para melhorar esse índice.

No início do ano, 400 mil beneficiários serão notificados por não terem cumprido as exigências. Os reincidentes têm o benefício bloqueado por 30 dias. Depois podem ser suspensos e, só na quinta repetição são cancelados. As famílias podem apresentar recursos. “Isso leva tempo e a intenção não é cancelar. Dessas 400 mil notificações, menos de 4% viram cancelamentos”, destaca Claudia.

Nos Estados

Dados obtidos pelo iG mostram que São Paulo é o Estado no qual a taxa de descumprimento da frequência exigida pelo programa foi a mais alta: 8%. No total, 133.210 beneficiários do Bolsa Família faltaram mais do que deveriam às aulas. As porcentagens mais altas seguem nos Estados de Mato Grosso do Sul (6,53%), Rio Grande do Sul (5,91%), Paraná (5,8%) e Espírito Santo (5,57%).


Na outra ponta, os Estados onde as crianças tiveram participação mais alta às aulas são Amapá (1,23%), Pará (1,3%), Piauí (1,65%) e Distrito Federal (1,66%), Maranhão (1,78%), Rondônia (1,87%) e Acre (1,98%). Segundo o MEC, os menores Estados e municípios têm menos beneficiados e, com isso, acompanham mais facilmente a trajetória de cada aluno.

Sem informação

Nos últimos anos, o governo federal realizou campanhas nos municípios atendidos pelo Bolsa Família para que houvesse mais controle sobre as condições exigidas para manutenção dos benefícios. As chamadas “condicionalidades” do programa são divididas em três áreas: saúde, educação e assistência social. Na saúde, os pais precisam manter o cartão de vacinação das crianças menores de 7 anos atualizado e os mais velhos frequentando postos de saúde.
Este mês, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome recebeu informações sobre a frequência escolar de 15,5 milhões de alunos de 6 a 17 anos, que podem ser beneficiados pelo programa, que representa o monitoramento de 88% dos beneficiários. Em 2005, quando o MDS e o MEC desenvolveram um sistema para controlar a presença dos alunos, o governo só recebia informações de 6,3 milhões de crianças e adolescentes.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Rede municipal de ensino de SP deve mudar ciclo

Secretaria de Educação deve seguir o que o governo do Estado já havia anunciado
AE | 19/01/2011 13:11

Fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/rede+municipal+de+ensino+de+sp+deve+mudar+ciclos/n1237959702959.html

A rede municipal de São Paulo deve mudar seu sistema de ciclos do ensino fundamental, a exemplo do que anunciou recentemente o governo do Estado. A ideia é ter três ciclos, cada um com duração de três anos. A medida está em estudo, mas a pasta afirma que ainda não há detalhes sobre a mudança, que ocorreria em 2012, como previsto também no Estado. 

No início do mês, durante seu discurso de posse, o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, ressaltou a intenção de reestruturar o ensino fundamental, com ênfase na progressão continuada. Entre as propostas está a aplicação de avaliações semestrais e a mudança do número de ciclos - hoje são dois: do 1.º ao 5.º ano e do 6.º ao 9.º ano. 
"A medida do Estado é acertada. Mas não é o tamanho do ciclo que define a qualidade da educação", afirmou ontem o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, durante evento em que apresentou o balanço das metas da área. "Estamos finalizando os estudos, mas é muito provável que a gente tenha três ciclos de três anos". A ideia é que as mudanças ocorram em conjunto - Estado e município dividem o ensino fundamental e a estrutura das duas redes deve ser a mesma, para facilitar a mobilidade dos alunos.
Bonificação 

Schneider também afirmou ontem que pretende implantar um bônus por mérito para os docentes, assim como existe no sistema estadual. "Mas antes de divulgar os detalhes, vamos conversar com a rede. A partir de março, vamos discutir os critérios com eles". A secretaria também anunciou que pretende implantar, nos próximos dois anos, avaliações bimestrais para todos os anos do ensino fundamental. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

SP terá recuperação paralela de português e matemática nas escolas
18/01/2011

Medida vale para rede municipal e será concomitante à recuperação contínua. Prefeitura também quer universalizar acesso à pré-escola em parte de SP.

Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/01/sp-tera-recuperacao-paralela-de-portugues-e-matematica-nas-escolas.html

Juliana Cardilli Do G1 SP

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo anunciou nesta terça-feira (18) que pretende implantar ainda no primeiro semestre deste ano aulas de recuperação paralela para alunos com dificuldade de aprendizado em português e matemática nos anos do ensino fundamental na rede municipal. De acordo com o secretário Municipal de Educação, Alexandre Schneider, as aulas serão realizadas fora do horário escolar, duas vezes por semana, com duração de duas horas.

O conteúdo foi determinado a partir dos resultados da Prova São Paulo, exame que avalia o desempenho individual dos alunos do ensino fundamental municipal nas duas matérias. Segundo Schneider, o material já está sendo elaborado, mas houve um atraso na entrega, que só deverá ser realizada em abril. Enquanto isso, os professores serão capacitados. As aulas devem ser iniciadas ainda no primeiro semestre, e serão feitas de maneira adicional à recuperação contínua, hoje feita para todos os alunos também em português e matemática.

“Agora nós vamos trabalhar com aqueles alunos que estão em uma avaliação abaixo do básico, para que eles possam, no contraturno, ter a recuperação paralela”, explicou o secretário.

As aulas de reforço em Língua Portuguesa serão dadas pelos professores que atualmente estão na Sala de Apoio Pedagógico. Já no caso da matemática os atuais professores terão um aumento de salário para trabalhar com os alunos nos conteúdos selecionados. Também serão incorporados jogos, para um aprendizado mais lúdico, em salas com alunos de diversas séries. “É uma mudança no processo que a Prefeitura fazia. Nós começamos com a recuperação contínua, porque a gente entendeu que a gente precisava reforçar para todos os alunos”, disse Schneider.

Pré-escola
A novidade foi divulgada durante anúncio dos planos da secretaria para os próximos dois anos. Outra prioridade da Prefeitura é a universalização da pré-escola, que deve ser atingida em partes da cidade ainda em 2011. De acordo com a administração municipal, há quatro anos havia 43 escolas municipais com dois turnos de seis horas de aula. Atualmente, são 494 escolas na mesma situação – apenas 13 manterão três turnos de quatro horas, medida que quer ser excluída da rede pela Prefeitura.

“Em várias áreas da cidade, a gente vai cumprir a meta do governo federal [de universalização da pré-escola] com cinco anos de antecedência. Isso vai possibilitar que no futuro a escola não tenha mais escola ou sala de lata, uma vez que até 2016 é obrigatória a matrícula dos alunos na pré-escola.”

Para o ano letivo de 2011, a secretaria registra 187 mil crianças matriculadas em creches públicas ou conveniadas com a Prefeitura. Uma portaria do Conselho Nacional de Educação do ano passado determinou que crianças de até 3 anos e 11 meses tenham que ser atendidas nas creches – em São Paulo, apenas as com até 3 anos completos eram atendidas. Com isso, 57 mil crianças foram mantidas por um ano a mais nas creches, por dez horas por dia. De acordo com o secretário de Educação, cerca de 100 mil crianças ainda estão na fila por uma vaga nas creches da cidade.

Ciclos
A Prefeitura também informou que está estudando a divisão do ensino fundamental em três ciclos – que é pretendida pela rede estadual de ensino após com a adição recente de um ano ao ensino fundamental. “A medida do Governo do Estado é correta. Nós estamos com dois sistemas de ciclo concorrentes, o de oito anos e o de nove anos. É muito provável que a gente tenha três ciclos de três anos. Não é diminuir o ciclo que vai melhorar a educação. É mais um ponto de controle”, afirmou o secretário de Educação.

Outros dois pontos destacados por Schneider durante apresentação das metas da secretaria para os próximos dois anos foram a valorização dos professores – que deverão ter aumento de salários acima da inflação e bônus por desempenho, cuja metodologia ainda é estudada – e a implantação de provas bimestrais de avaliação do sistema de ensino fundamental.

“Nós tínhamos a Prova São Paulo, em seguida a gente lançou a Prova da Cidade, que é semestral, agora nós vamos colocar essa provas bimestralmente seguindo os conteúdos definidos nas expectativas de aprendizagem. Elas não vão ser substituição daquilo que a escola já faz e elas não vão ser inicialmente obrigatórias”, disse o secretário.
3 MILHÕES DE ALUNOS TERÃO ENSINO INTEGRAL EM 2011
18/01/2011

Programa Mais Educação do MEC será ampliado neste ano. Mesmo assim, salto ainda é considerado tímido. No Paraná, 115 escolas foram pré-selecionadas
Fonte: Gazeta do Povo (PR)


Fonte:http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/12882/3-milhoes-de-alunos-terao-ensino-integral-em-2011



O programa do governo federal Mais Educação, criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2007 e que tem por objetivo implantar o ensino integral no Brasil, deverá chegar a 3 milhões de estudantes em 2011. O número é 677% maior do que o que existia em 2008: 386 mil. Mesmo com a ampliação, o salto ainda é considerado tímido. Isso porque uma das principais metas do novo Plano Nacional de Edu­­cação é que metade dos estudantes tenha acesso ao ensino integral até 2020.

Em 2010, o Censo Escolar da Educação Básica registrou 42 milhões de meninos e meninas na rede pública. Portanto, para se chegar à meta da próxima década, seria necessário aumentar em sete vezes o número de participantes do   Mais Educação.

Para o presidente da União Nacional dos Dirigentes Munici­­pais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches, a ampliação do Mais Educação não chega a todas as prefeituras, mas é um bom começo. “O reflexo é positivo porque os municípios sozinhos não dão conta. Nossa expectativa é que ocorra uma ampliação significativa, apesar de sabermos que isso         demanda     tempo.” 

Promessa do governo no Paraná é elevar a marca
Na última campanha para o governo do estado a Educação integral foi um tema que tomou espaço entre os candidatos. Beto Richa e Flávio Arns, governador e atual secretário de estado da Educação, respectivamente, anunciaram que os municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) teriam prioridade. Hoje 246 Escolas estão inscritas no MaisEducação no Paraná.

Com a ampliação do Mais Edu­­cação em 2011, as secretarias mu­­nicipais e estaduais deEducação de 1.499 municípios em todo o país terão até o dia 28 de fevereiro para se inscrever no programa. A seleção das Escolas partiu do baixo de­­sempenho no Índice de Desenvol­­vimento da Educação Básica (Ideb). No Paraná, 115 Escolas já foram pré-selecionadas pelo MEC.

A notícia da ampliação do programa foi bem recebida pelos municípios também porque o governo federal anunciou, no início da última semana, que o valor investido por aluno subirá R$ 300, passando de R$ 1,4 mil para R$ 1,7 mil. O crescimento é puxado principalmente pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que teve uma ampliação de 13% em 2011, chegando a R$ 94 bilhões.

Com o programa, cada Escola recebe cerca de R$ 37 mil direto na conta da associação de pais e professores. O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) garante menos burocracia no repasse de verbas e mais agilidade. Além disso, estimula que a Escola conte com parceiros na própria comunidade para que o município não precise realizar um grande investimento em infraestrutura, por exemplo. A iniciativa mostra que, para implantar o ensino integral, não é necessário nenhum orçamento gigantesco, mas, sim, um gasto de qualidade.

Desafios
O programa do MEC também pode corrigir uma distorção em relação aos demais países. Osalunos brasileiros estão entre os que passam menos tempo na Escola, o que seria uma das explicações para o baixo desempenho em exames internacionais que comparam diversos sistemas de ensino do mundo, como o Programa Internacional de Avaliação dos alunos (Pisa). Aqui as crianças ficam em média 800 horas por ano na sala de aula, enquanto na China os alunos passam 1,2 mil horas por ano na Escola.

Uma das maiores preocupações dos especialistas no Brasil, porém, é que o ensino integral não represente realmente a melhora da Educação brasileira e repita os erros da jornada parcial. A Escola tem de se tornar interessante e não um “depósito” de meninos e meninas para evitar que eles fiquem “na rua”, dizem os especialistas. A formação do currículo deve ser uma das primeiras realizações da equipe pedagógica. A ampliação do número de horas de aprendizagem é um direito e não deve ser uma política assistencialista.

No Mais Educação, cada Escola decide quais atividades serão oferecidas e como será a distribuição. A verba disponibilizada pode, inclusive, ser utilizada para a contratação deeducadores comunitários. Segundo o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o Mais Educação, porém, ainda falha por não estimular o debate sobre a melhoria da Escola pública. “É um primeiro passo, mas é importante que se discuta o currículo e como devem ser as atividades, para que não se repita a péssima qualidade de ensino que temos hoje”, afirma. Ele acredita que tornar o ensino parcial oferecido hoje em integral é quase um castigo aos meninos e meninas.

As crianças precisam passar mais tempo na Escola, mas é necessário que seja em uma boaEscola. Na opinião de Cara, os professores têm de ter objetivos pedagógicos e não repressores. “O argumento ocupacional não é válido. A criança precisa de convivência e aprendizado em um espaço lúdico.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Que Estado não monopolize educação no Ocidente, pede Santo Padre


11 de Janeiro de 2011


Ao felicitar o Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé pelo ano novo


Fonte: Zenit

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - Bento XVI incentivou a promoção de sistemas de ensino que respeitem o direito dos pais a escolher a educação dos seus filhos.
Ele fez isso em seu discurso aos membros do Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, ao recebê-los na manhã de hoje em audiência, na Sala Régia do Palácio Apostólico Vaticano, para a apresentação de felicitações para o novo ano.
"Exorto todos os governos a promoverem sistemas educativos que respeitem o direito primordial das famílias de decidir sobre a educação dos filhos e que se inspirem no princípio de subsidiariedade, fundamental para organizar uma sociedade justa", disse.
O Papa qualificou como "preocupante" que o serviço que as comunidades religiosas oferecem à sociedade por meio de iniciativas no âmbito da educação das jovens gerações seja "comprometido ou dificultado por projetos de lei que correm o risco de criar uma espécie de monopólio estatal em matéria escolástica".
E indicou que isso "se constata, por exemplo, em certos países da América Latina", onde muitas nações estão comemorando "o segundo centenário da sua independência, ocasião propícia para se recordar a contribuição da Igreja Católica para a formação da identidade nacional".
Em referência ao âmbito educativo e às ameaças à liberdade das famílias, o Papa lamentou que, em alguns países europeus, "a participação em cursos de educação sexual ou cívica que propagam concepções da pessoa e da vida pretensamente neutras, na realidade, refletem uma antropologia contrária à fé e à reta razão".
Marginalização da religião
O Pontífice também se referiu a outras ameaças que o pleno exercício da liberdade religiosa sofre no Ocidente.
Falou aos diplomáticos presentes de "países onde se reconhece uma grande importância ao pluralismo e à tolerância, enquanto a religião sofre uma crescente marginalização".
"Tende-se a considerar a religião, toda a religião, como um fator sem importância, alheio à sociedade moderna ou mesmo desestabilizador e procura-se, com diversos meios, impedir toda e qualquer influência dela na vida social", advertiu.
"Deste modo, chega-se a pretender que os cristãos ajam, no exercício da sua profissão, sem referimento às suas convicções religiosas e morais, e mesmo em contradição com elas", acrescentou.
Neste sentido, deu o exemplo das "leis que limitam o direito à objeção de consciência dos profissionais da saúde ou de certos operadores do direito".
Ao mesmo tempo, apontou como um motivo de alegria a "adoção, no Conselho da Europa, no passado mês de outubro, de uma Resolução que protege o direito do pessoal médico à objeção de consciência face a certos atos que lesam gravemente o direito à vida, como o aborto".
Também destacou que "outra manifestação da marginalização da religião, e particularmente do cristianismo, consiste em banir da vida pública festas e símbolos religiosos, em nome do respeito por quantos pertencem a outras religiões ou por aqueles que não acreditam".
"Agindo deste modo - indicou -, não apenas se limita o direito dos crentes à expressão pública da sua fé, mas cortam-se também raízes culturais que alimentam a identidade profunda e a coesão social de numerosas nações."
Sobre a questão da exposição pública de símbolos religiosos, recordou que, "no ano passado, alguns países europeus associaram-se ao recurso apresentado pelo governo italiano na causa, bem conhecida, da exposição do crucifixo nos lugares públicos".
E expressou sua "gratidão às autoridade destas nações e a quantos se empenharam neste sentido, episcopados, organizações e associações civis ou religiosas, particularmente ao Patriarcado de Moscou e demais representantes da hierarquia ortodoxa, bem como a todas as pessoas - crentes, mas também não crentes - que sentiram necessidade de manifestar a sua adesão a este símbolo grávido de valores universais".
Finalmente, sublinhou que "reconhecer a liberdade religiosa significa, além disso, garantir que as comunidades religiosas possam agir livremente na sociedade, com iniciativas nos sectores social, caritativo ou educativo. Pode-se constatar por todo o lado, no mundo, a fecundidade das obras da Igreja Católica nestes âmbitos".

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ENTREVISTA DA 2ª HERMAN VOORWALD
Estado não se preocupou em ter docente motivado

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1001201123.htm
10/01/2011

NOVO SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO AFIRMA QUE PROFESSORES ESTÃO SEM MOTIVAÇÃO DEVIDO A BAIXOS SALÁRIOS, CARREIRA PROFISSIONAL RUIM E FALTA DE DIÁLOGO
DENISE CHIARATO
EDITORA DE COTIDIANO

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Dois dias após assumir a Secretaria da Educação de SP, o ex-reitor da Unesp Herman Voorwald, 55, já tem uma avaliação da rede: os professores estão desmotivados e com salários baixos.

Indicado pelo governador Alckmin, cujo partido, o PSDB, está há 20 anos no comando de SP, Voorwald afirma que o Estado não se preocupou em aumentar o comprometimento dos servidores. Mas ele, que não é filiado a partido político, diz não saber o porquê dessa situação.

A prioridade agora, afirma, é "resgatar a dignidade" dos professores, por meio de diálogo, aumento salarial e uma nova carreira -os recursos para isso, porém, ainda não estão garantidos.

Em sua primeira entrevista exclusiva, concedida à Folha na sexta-feira, o novo titular da gestão Alckmin (PSDB) sinalizou que deverá alterar o exame implementado pelo governo Serra (PSDB) que concede reajuste salarial aos professores mais bem-classificados em uma prova.

O problema, diz, é que no máximo 20% dos docentes podem receber o reajuste -ainda que parcela maior tenha atingido a nota mínima fixada. Essa e outras constatações surgiram após reuniões do secretário com os seis sindicatos da categoria.

Engenheiro com carreira na Unesp, Voorwald (lê-se Vuervald) afirma que ainda não conhece as escolas estaduais. Abaixo, a entrevista em que analisa a situação da maior rede de ensino do país.

FOLHA - Qual sua avaliação inicial da rede? 
Herman Voorwald - A informação que tive das entidades é que há muito pouco contato [da administração] com a rede. Se o objetivo é dar o melhor aprendizado ao aluno, a pessoa que dá o aprendizado precisa se manifestar sobre as atividades que fará na aula.

Alguma preocupação se destacou nas conversas?
Já tinha isso comigo: a qualidade de ensino está relacionada ao comprometimento das pessoas.


Nas universidades estaduais paulista ocorreu isso. Em 1989, quando conseguiram autonomia, sempre priorizaram recursos humanos, para assegurar um quadro de servidores que garantisse qualidade institucional.

Não sinto o mesmo na educação fundamental e média. Honestamente, em uma semana que estou aqui, não sinto que a preocupação seja ter um quadro comprometido. Pretendo resgatar a dignidade dos professores, o que passa por salário e carreiras dignos. Se conseguir dar um passo nesse sentido, acho que trarei algo novo.

Outro fator importante é o diálogo. As pessoas reclamam que a rede não consegue se manifestar.

Eles colocaram isso de uma forma muito clara na progressão continuada. A fala foi que o sistema foi gestado na administração e imposto, de cima para baixo.

As entidades são unânimes na defesa da progressão, mas não no modelo de hoje. A solução é avaliar se o conteúdo foi absorvido. Em não sendo, precisamos encontrar maneira de recuperar o conteúdo - foi o que faltou.

Como o sr. analisa a situação dos professores temporários?
Temos cerca de 30 mil temporários [sem estabilidade]. A proposta é que até 2013 cheguemos a 10 mil. Tenho claro que deve haver uma carreira. Num processo que você não tem correção linear do salário ao longo dos anos, aqueles que não tiverem compensação [por meio de exame] ficam desestimulados.

Como o sr. avalia a rede, em termos de infraestrutura, de organização pedagógica?
Ainda não conheço as escolas. Vamos fazer um diagnóstico, objetivando que a infraestrutura seja a ideal.


De qualquer forma, tive um sentimento da rede de absoluto desconforto de como a administração entende o processo de educação. O sentimento é muito ruim. Senti uma desmotivação, uma leitura de desconsideração do papel do professor.
Há o sentimento que o Estado não tem preocupação em formar bem os jovens. Esse sentimento não é bom.


A fala foi geral, e a sinalização foi o quanto se paga para um professor que ingressa [R$ 1.835, para jornada de 40 horas semanais]. Como você quer ter alguém comprometido, formado em boa universidade?

Qual é o salário adequado?
É difícil dizer. A fala aqui foi que deveria ser aumentado, o que eu concordo.

Então está definido que haverá aumento?
Não conversei com o governador sobre isso. Mas ele já colocou que educação é sua prioridade.

O PSDB está há quase 20 anos no poder. O que levou a esse quadro de desestímulo que o senhor aponta?
Não sei dizer se foram apenas implicações econômicas ou de prioridade. Sei que minha prioridade é que recursos humanos serão o diferencial. Os programas da secretaria são bons, a gestão é boa, o material é bom.


Podemos fazer reformas de prédios, se necessário. Tudo isso é administrável. O que não se consegue administrar matematicamente é o sentimento daquele que ministra dentro da sala de aula.

O sr. já estabeleceu metas de melhoria no ensino?
Não pensei quantitativamente. Apesar de ser engenheiro, não tenho olhar só para tabelas. Sei que número você trabalha como quiser.


Mas tenho a leitura que um trabalho muito forte precisa ser feito no ensino médio, que está enfrentando os piores indicadores. Sem isso, você não terá ensino superior de qualidade, e o menino não vai ingressar no mercado.


A proposta, que já vinha sendo discutida, é integrar o ensino médio com o profissional. Permitir, por meio de convênios, que o menino complete sua formação com disciplinas técnicas, para habilitá-lo para o mercado de trabalho. Ele já sairia com uma habilitação, como técnico em mecânica ou eletrônica. Claro que o aluno não será obrigado a fazer isso.


Em outra vertente, ele pode ter disciplinas gerais para o mercado de trabalho dentro do currículo do ensino médio. E as universidades podem oferecer cursinho para os que decidirem não ir para habilitações técnicas.

O sr. manterá a política de pagamento aos professores com base no desempenho?
O mérito tem de estar presente numa discussão de carreira. O que eu entendo é que, se é para avaliar o mérito, a regra precisa estar clara e as pessoas que atingiram o mérito devem ter o resultado.


As falas foram que isso não ocorreu. Uma quantidade atingiu a nota mínima, mas só uma porcentagem obteve o resultado financeiro. E aqueles que também atingiram e não ganharam?

O deputado Gabriel Chalita (PSB) teve influência na escolha do seu nome?
Conheço o deputado Chalita não com profundidade. Tenho respeito por ele, mas não há nenhuma ligação que possa levar à conclusão que houve ligação da parte dele. Não tenho essa informação.

O sr. conhece alguém que tenha filho em escola estadual?
Meus filhos são mais velhos. Minha família mora na Holanda. Meus parentes aqui são os da minha esposa, nenhum em idade escolar.


Fiz o antigo primário, colegial, em escola pública. Claro, era uma outra época.
Não teria dificuldade em colocar meu filho em uma escola pública. O que temos de buscar é a qualidade. O Estado teve uma política de expansão violenta. Agora precisa de uma política de qualidade, outra etapa da história.

**Erramos

ENTREVISTA DA 2ª: Diferentemente do publicado no texto "Estado não se preocupou em ter docente motivado", o PSDB governa São Paulo há 16 anos, e não há 20 anos.