Ponto a ponto - Denilson Bento da Costa
Secretário
de Educação do Distrito Federal promete vagas no sistema para todos os
egressos dos cursos de alfabetização. Objetivo é acabar com o
analfabetismo funcional
APRENDIZADO CONTINUO
Nossa proposta
tem um diferencial. Não vamos nos limitar a ensinar a ler e a escrever.
Esse conhecimento se perde com o tempo se não houver um processo de
continuidade. O alfabetizado pode aprender como juntar letras, mas
termina esquecendo como escrever o próprio nome. Vamos investir muito na
permanência dos beneficiados para acabar com o analfabetismo funcional.
Quando se torna a escola mais prazerosa e agradável, é natural que o
aluno prossiga sua formação. Temos condições, espaço, escola e
profissionais para isso. Eu assumo o compromisso de garantir vaga a cada
egresso da alfabetização. Se forem 20 mil, abriremos 20 mil vagas para
que toda a demanda seja atendida. São pessoas que mostram uma grande
alegria e vontade imensa de aprender, o que nos é extremamente
gratificante. O ingresso dos alfabetizados à Educação de Jovens e
Adultos (EJA) será automático, de maneira que continue no sistema. Nosso
objetivo é que todos os que entrarem nos cursos de alfabetização
cumpram os segmentos de nível fundamental e médio.
QUALIDADE NO ENSINO
Investimos
pesado para resgatar a qualidade do ensino. Brasília sempre foi
referência em educação e fui aluno da escola pública, mas já fomos mais
respeitados. Na época, passávamos por um processo seletivo que não era
fácil. A Secretaria de Educação investe pesado na formação de
professores. Dos 29 mil contratados, temos 17 mil com especialização e
905 com curso de mestrado. Em verdade, de duas décadas para cá houve uma
grande expansão do sistema em geral, a partir de decisões tomadas pelo
Ministério da Educação e Cultura, e isso se refletiu na educação em
geral, inclusive com uma explosão no número de faculdades privadas.
Quando me formei, só havia quatro universidades particulares e a
Universidade de Brasília no Distrito Federal. Hoje, há uma em cada
esquina, e, pela qualidade das redações para o processo vestibular,
podemos constatar que a maioria dos alunos não tem nenhuma condição de
frequentar o ensino superior, isso quando há uma redação. O processo de
admissão tradicional foi substituído, na maior parte dessas entidades,
por provas agendadas feitas em casa.
DESAFIO
O grande
desafio para alfabetizar não está na estrutura que o Estado precisa
montar. O difícil é atrair aquele adulto que nunca frequentou uma escola
para a sala de aula. O Brasil tem desigualdades tremendas e as pessoas
necessitam lutar pela sobrevivência, chegam em casa cansadas, depois de
um dia de trabalho pesado, precisam de alimentação especial e, muitas
vezes, lutam com problemas de saúde, como visão deficiente ou um
aparelho auditivo. Brasília tem uma característica única: é uma cidade
jovem a qual a maioria dessas pessoas veio para cá de outros estados, em
busca de condições de sobrevivência. São pessoas que vieram de áreas de
total exclusão social, como o Nordeste, onde os indicadores melhoraram,
mas ainda é grande o índice de analfabetismo, para começar uma vida.
Muitas chegaram no início da construção da cidade e agora precisam ser
atraídas para o sistema formal.
ACÃO INTEGRADA
A
alfabetização demanda uma ação integrada de governo, que não pode se
limitar à Secretaria de Educação. Precisamos identificar a demanda, e
uma boa maneira seria cruzar os cadastros dos programas sociais do
governo, como o Bolsa Família. Por meio deles, poderíamos encontrar quem
necessita do DF Alfabetizado e tentar contatá-lo e atraí-lo para o
programa. É claro que isso exige um esforço adicional e voluntariado,
com funcionários que aceitem visitar cada família que se enquadre no
projeto. Se não fosse o esforço dos agentes e líderes comunitários,
muitos dos quais são professores, não teríamos fechado tantas turmas de
alfabetização na segunda edição do projeto.
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Os
governos anteriores colocaram de lado a formação profissional, que é
imprescindível para melhorar a renda do trabalhador de nível médio. As
escolas técnicas foram praticamente abandonadas. Durante um tempo,
saíram da responsabilidade da Secretaria de Educação e passaram para
outra pasta. O resultado foi terrível. Não houve investimento e os
equipamentos se deterioraram. Em algumas, temos máquinas que são
oriundas do Senado no início da República no Brasil. Em outras, os
professores dependiam de ajuda da comunidade, que fornecia pedaços de
ripas ou de tábuas para as aulas de marcenaria. Trabalhamos pesado para
reverter esse quadro e já investimos mais de R$ 1 milhão em equipamentos
e materiais. Pretendemos continuar esse esforço e ampliar o número de
unidades num futuro próximo, dentro da vocação do mercado de trabalho
local. Temos muito que avançar, mas corremos atrás do prejuízo. No
momento, há um processo licitatório para construir quatro escolas
técnicas.
CATADORES
A Secretaria de Desenvolvimento Social e
Transferência de Renda (Sedest) faz um levantamento perante os
catadores de rua, mas esse público é extremamente arisco. A grande
maioria não tem residência fixa no DF e apenas permanece aqui durante a
semana, por isso teme dizer onde mora. Pensa que pode ser recambiada
para os locais de origem. Muitas vezes, os assistentes sociais do
governo chegam a cadastrar os integrantes de cada grupo, mas não os
encontram na semana seguinte, porque já mudaram o local do acampamento.
Mesmo assim, já houve contatos de elementos isolados que querem
participar do DF Alfabetizado.
MOBILIZAÇÃO SOCIAL
A questão
do analfabetismo só se resolve com uma intensa mobilização social. A
Secretaria de Educação pretende promover uma campanha para atrair
voluntários a fim de ensinar alunos que queiram participar do DF
Alfabetizado. Já conversamos com o governador Agnelo Queiroz. Precisamos
sensibilizar a sociedade para resolver o problema.
Desafio contra o tempo
» PEDRO PAULO REZENDE
RAÍSSA MANSO/ESPECIAL PARA O CORREIO
Distrito
Federal apresenta a menor taxa de analfabetismo do país: 3,8%, segundo
os dados levantados pelo Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, 68.114 pessoas declararam não
saber ler ou escrever. A Pesquisa Distrital de Amostra por Domicílio do
Distrito Federal (PDAD), preparada pela Companhia de Planejamento de
Distrito Federal (Codeplan) e divulgada em 2011, realizada a cada dois
anos, encontrou valores menores. Apenas 51.967 pessoas acima de 15 anos
afirmaram não saber ler e escrever, um percentual de 2,03% da população.
Para
enfrentar o problema, a Secretaria de Educação do Distrito Federal
aderiu ao programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação e
Cultura (MEC). A versão local, batizada de DF Alfabetizado, entrou em
sua segunda edição em fevereiro deste ano atendendo 3.813 alunos em
todas as regiões com 212 grupos. Durante o ano passado, foram
atendidos 3.209 alfabetizandos em 155 turmas formadas em Ceilândia,
Taguatinga, Samambaia, Cidade Estrutural, Recanto das Emas, Paranoá,
Itapoã e Planaltina. Ao final do curso, os alunos recebem um
certificado e uma carta de conclusão que permite a matrícula imediata
na rede pública de ensino destinada aos segmentos de Educação de
Jovens e Adultos (EJA), para continuidade nos estudos.
Segundo a
coordenadora de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação do DE Leila
de Maria Jesus de Oliveira, o DF Alfabetizado é uma parceria
bem-sucedida entre governo e sociedade. "Os educadores, todos
voluntários, são oriundos, em sua maioria, das comunidades atendidas
pelo projeto, participam das sociedades de moradores e sabem onde
captar alunos. A medida em que atingimos o total de 20 interessados,
abrimos uma nova turma", contou. Cada alfabetizador recebe uma bolsa de
R$ 400, de maneira a cobrir os custos de transporte e alimentação.
A
formação de jovens e adultos está dividida em três segmentos que
totalizam 11 semestres. Os oito primeiros, divididos em dois segmentos
de quatro semestres, eqüivalem aos nove anos do ensino fundamental. Os
três últimos, ao nível médio. A idade mínima para se matricular no EJA é
de 15 anos.
Cidadania
A Secretaria de Educação realiza uma
seleção entre os voluntários, de alfabetizadores e coordenadores
voluntários, além de tradutores-intérpretes de Libras. Foram escolhidos
199 professores e 38 coordenadores de área. Os métodos de ensino,
embasados no sistema desenvolvido pelo educador Paulo Freire (leia para
saber mais), procuram preparar os alunos para o exercício da cidadania.
Trabalhamos
a partir de exemplos práticos do dia a dia", conta Leila. "Um bom
exemplo ocorreu em uma comunidade onde havia um problema crônico de
recolhimento do lixo. Usamos a palavra "lixo" como base de aprendizado.
A partir daí, promovemos reuniões na associação de moradores onde
discutimos soluções e propostas viáveis. Ao final, o grupo colaborou na
redação e no recolhimento de firmas para um abaixo-assinado."
Esse
diferencial decorre de uma característica única às turmas de
alfabetização de adultos: os alunos trazem consigo uma carga de
conhecimento oriunda da experiência de vida. Eles podem não saber ler
ou escrever, mas trazem uma bagagem consigo, conseguem administrar uma
família, fazer compras no armazém, pagar e receber troco e matricular
filhos na escola. É muito diferente de ensinar as primeiras letras a uma
criança", pondera a coordenadora.
O material didático fornecido
pelo programa Brasil Alfabetizado se ajusta a esse público. Os textos
são escritos em caixa-alta. Há referências a questões sociais, como a
consciência negra e os quilombos, e movimentos culturais, como a bossa
nova. No entanto, segundo Leila, o objetivo não é parar na
alfabetização. "Pretendemos atrair os que completam o curso para a
educação formal de jovens e adultos. O conhecimento que não é usado é
perdido. Queremos não só diminuir significativamente o número dos que
não sabem ler e escrever, mas também reduzir o total de analfabetos
funcionais."
Iniciativa federal
0 programa Brasil
Alfabetizado, do governo federal, tem a finalidade de promover a
superação do analfabetismo entre jovens acima de 15 anos, adultos e
idosos, além de contribuir para a universalização do ensino fundamental
no Brasil. Sua visão reconhece a educação como direito humano e a oferta
pública da alfabetização como porta de entrada para a educação e
escolarização das pessoas ao longo da vida. Desde 2003, atende
prioritariamente em todo o território nacional, a 1.928 municípios.
Abrindo portas no mercado de trabalho
Programa de qualificação de mão-de-obra forma
mais de 5 mil pessoas a fim de atender à demanda dos grandes eventos,
como as copas das Confederações e do Mundo. Meta é ampliar o número de
trabalhadores formais e empreendedores
» Raíssa Manso
ESPECIAL PARA 0 CORREIO
O
Qualificopa é um programa de qualificação profissional promovido pela
Secretaria de Trabalho que oferece cursos de formação e capacitação em
vários setores. O objetivo do programa é melhorar a qualidade dos
serviços prestados no Distrito Federal, qualificar os trabalhadores para
atender as exigências dos setores econômicos, diminuir a taxa de
desemprego, aumentar a geração de renda, implantar à cultura de
qualificação profissional permanente e dar oportunidade aos
trabalhadores de atualizarem os seus conhecimentos para que possam
entrar, retomar ou se fortalecer no mercado de trabalho.
No total,
já foram formadas cerca de 5.500 pessoas desde a implementação no
Distrito Federal. São 11 cursos e entre eles estão assistente
administrativo, camareira, garçom, informática básica, montagem e
manutenção de micro, operador de caixa, organização de eventos,
supervisor de hospedagem, telemarketing, vendedor e webdesigner. Além
disso, os estudantes recebem orientações em informática básica e aulas
de inglês. As aulas são gratuitas e os alunos que participam recebem
vale-transporte, alimentação, material didático, uniforme e seguro de
vida
O secretário de Trabalho, bispo Renato Andrade, destaca que a
principal finalidade do programa é preparar os trabalhadores. "Não
podemos esquecer que a principal meta é ingressar as pessoas no mercado
de trabalho e, assim, contribuir para que a taxa de desemprego no DF
seja pequena, além de prepará-las para as demandas das empresas."
Segundo
o secretário, 8 mil pessoas já foram qualificadas pelo programa. "Houve
mais procura do que vagas disponíveis. Para 10 mil oportunidades, a
demanda foi de 40 mil pessoas. Portanto, temos uma alta busca desse
projeto e, por isso, buscamos sempre aumentar esse número oferecido",
destaca.
O objetivo, de acordo com a Secretaria de Trabalho, é
inserir um mínimo de 30% dos alunos no mercado de trabalho. A meta foi
alcançada, e em alguns casos, ultrapassada, como nos cursos de
camareira, garçom e telemarketing, que possuem maior procura. Os cursos
de qualificação são voltados para a Copa do Mundo de 2014, mas a maioria
dos alunos formados já se inseriu no mercado de trabalho e está pronta
para atender às demandas da Copa das Confederações.
Renato Andrade
comemora o resultado do programa no DF. "O Qualificopa está mudando a
vida de muitas pessoas. Fizemos uma pesquisa, onde foi levantado que a
maioria dos jovens empregados participou do projeto. Então, eu acredito
que esse programa ainda irá mudar a vida de muitos que procuram uma
posição no mercado de trabalho."
Dados da Secretaria do Trabalho
mostram que o índice de empregabilidade para quem estuda no Qualificopa é
de, em média, 54%. Dependendo do curso, o emprego está garantido.
Quando a quarta turma se formou, todos os diplomados em vendas foram
contratados. As turmas de garçom e operador de caixa tiveram 90% de
aproveitamento, enquanto a de montagem e manutenção de micros chegou a
70%.
"Temos a meta de qualificar mais de 20 mil trabalhadores. Por
isso, buscamos parcerias, como o Ministério do Trabalho, o Instituto
Federal de Brasília (IFB), entre outros. Também estamos implantando
cursos à distância, o que poderá nos ajudar a alcançar mais pessoas
interessadas", conclui o secretário de Ttabalho.
Capacitação gera melhoria de renda
Senac e Senai oferecem cursos gratuitos que
reinserem trabalhadores no mercado e combatem a desigualdade social.
Público-alvo é formado por integrantes de famílias do Distrito Federal
com renda per capita de até R$ 70
»RAÍSSA MANSO ESPECIAL PARA 0 CORREIO
Para
diminuir as desigualdades sociais do país, o governo federal, em
parceria com instituições privadas, promove a melhoria de renda e a
cidadania por meio de programas de qualificação profissional. Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente,
16,2 milhões de brasileiros vivem em situação de extrema pobreza. A fim
de contornar essa situação, o Plano Brasil Sem Miséria, direcionado
àqueles que vivem em lares cuja renda familiar é de até R$ 70 por
pessoa, tem co- mo um de seus eixos a qualificação profissional a fim de
atingir esse objetivo, o governo articula ações entre vários projetos.
Com
a capacitação, o trabalhador é devidamente preparado e qualificado e,
assim, tem maior facilidade para inserção no mercado de trabalho,
provocando um impacto na oferta e procura de emprego. Segundo pesquisa
da Secretaria de Emprego do Distrito Federal, houve uma queda da taxa
de desemprego de, aproximadamente, 14% e uma diminuição na espera por
trabalho. Isso é resultado de um investimento na educação pelas
entidades patronais, em conjunto com o governo.
O Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que atua no Distrito
Federal há 45 anos, já alcançou mais de 1 milhão de alunos
matriculados. Desde seu início, contribui para a superação dos
problemas sociais e econômicos do país capacitação profissional de
trabalhadores das áreas de comércio de bens, serviços e turismo. Dentro
de sua programação, são oferecidos cursos gratuitos para a comunidade
por meio do Programa Senac Gratuidade (PSG) e do Programa Nacional de
Acesso à EscolaTécnica (Pronatec).
Competitividade
O gerente
da Unidade de Inclusão e Cidadania do Senac, Elias Viana, destaca que a
finalidade dos cursos gratuitos da instituição é a inclusão social.
"Buscamos oferecer condições de inserção de pessoas com baixa renda,
ofertando uma atividade educacional de capacidade de aprendizado
resoluto para o crescimento profissional, visando à melhoria na
competitividade no mercado de trabalho."
De acordo com o Senac, em
2012, do total de 3.907 ex-alunos encaminhados para o mercado de
trabalho, por meio de solicitação de empresas parceiras, 2.753 foram
contratados. Além disso, realizou-se uma pesquisa, em 2012, em que foi
constatado que 37% estavam trabalhando ao final do curso e 63% não
estavam no mercado de trabalho. Dos 37% que estavam empregados, 74% já
trabalhavam quando iniciaram as aulas e 22% passaram a trabalhar durante
o curso. Dos 5.271 alunos, 65% responderam que o curso colaborou para a
inserção no mercado de trabalho ou crescimento profissional.
Elias
Viana afirma que o mercado está cada vez mais exigente e uma
capacitação profissional pode melhorar a renda de quem procura os
cursos. "O indivíduo que atua no mercado de trabalho sem uma
qualificação profissional não é devidamente valorizado. Sendo assim, na
medida em que ele busca o Senac para realizar um curso, ele vai se
capacitar para melhor atender as diversas demandas e desafios", diz.
Essa formação profissional contempla conteúdos técnicos e temas
transversais que perpassam atitudes cidadãs. "Procuramos equacionar
pedagogicamente o trinômio estudante-trabalhador-cidadão. Assim, ao
finalizar o curso, já no mercado, as suas possibilidades de ganhos serão
maiores, e por sua vez, contribuirá de forma significativa para o seu
reconhecimento profissional e o exercício da cidadania"
Igualdade
A
aluna Stephany Campos integra a turma de técnico em secretariado
executivo do Senac, firmada em parceria com a Secretaria de educação e
que atende alunos do ensino médio. Para ela, as aulas gratuitas,
oferecidas pela instituição, são de qualidade e preparam as pessoas para
o mercado de trabalho. "Não vejo diferença entre os cursos gratuitos e
os pagos. Os dois são iguais e nos capacitam da mesma maneira. Por
isso, tenho certeza que o que estou aprendendo irá me ajudar no futuro e
melhorar a minha renda", destaca.
Outra aluna da mesma classe,
Gleyce Hellen, enfatiza que a iniciativa irá fazer diferença em seu
currículo. "Estarei habilitada para as empresas que, cada vez mais,
procuram pessoas qualificadas, e O Senac é referência em qualificação
profissional."
Outra entidade que oferece cursos gratuitos é o
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Distrito Federal,
que já atendeu mais de 350 mil jovens e, há 39 anos, contribui para o
fortalecimento da indústria, promovendo a educação para o trabalho e a
cidadania. O Senai também oferece cursos desse tipo por meio do
Pronatec, destinados à população de baixa renda. "O objetivo é
contribuir com o desenvolvimento do mercado de trabalho, da indústria e
do país", diz Cláudio Tavares, gerente de formação profissional do
Senai.
Em 2011 e 2012, foram oferecidas 450 mil vagas em 234
cursos gratuitos em todo o Brasil. Em parceria com o governo federal, a
instituição pretende fazer 4 milhões de matrículas por ano até 2014.
"Costumo dizer que o menor caminho para se inserir e se manter no
mercado de trabalho é ter uma qualificação profissional. Os
profissionais com capacitação são mais valorizados na hora de um
processo seletivo, além de possuírem maior facilidade de se inserir e
manter-se, conquistando sua asserção profissional", conclui Cláudio
Tavares.
Aluno de um dos cursos gratuitos do Senai, Alessandro
Batista afirma que espera uma promoção em seu emprego com o que está
aprendendo. "Espero crescer na empresa onde trabalho e ser reconhecido.
Sei que essa capacitação irá me ajudar muito no futuro, pois posso ter
um salário melhor, enquanto tenho mais conhecimento e se eu for
promovido", conta.
Jones de Freitas já ficou sem emprego por não
possuir qualificação. "As empresas querem os melhores, procuram pessoas
capacitadas e, por isso, decidi que o melhor era procurar um curso para
melhorar meu currículo e não perder outras oportunidades", diz. Ele
também destaca a importância de freqüentar um curso de qualificação
profissional. "O mercado de trabalho é muito concorrido e, com um curso
desses, tenho certeza que estarei preparado para concorrer com muita
gente."
Requisitos básicos
O Programa Senac Gratuidade (PSG)
é resultado de um acordo feito entre o Senac e o governo federal,
destinado à capacitação profissional de pessoas de baixa renda,
estudantes ou egressos da educação básica e trabalhadores. É voltado às
pessoas que buscam o seu primeiro trabalho com carteira assinada, que já
atuam no mercado produtivo e desejam se requalificar
profissionalmente, e, também, aos demais indivíduos que precisam gerar
renda para abrir o próprio negócio ou querem inserção no mercado formal
Além de possuir renda familiar per capita de até dois salários mínimos,
podem participar do PSG apenas candidatos residentes no Distrito
Federal que atendam aos requisitos exigidos pelo curso escolhido.
O
Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec), presente nas
duas instituições, foi criado pelo governo federal em 2011 com o
objetivo de ampliar a oferta dos cursos de educação profissional e
tecnológica, dando condições para que jovens e trabalhadores cheguem
mais capacitados ao mercado de trabalho. O programa envolve um
conjunto de iniciativas e projetos e, entre eles, a oferta de vagas
gratuitas nos cursos do Senai e Senac.
Aí vagas destinam-se,
prioritariamente, a alunos do ensino médio da rede pública,
trabalhadores, beneficiários dos programas federais de transferência de
renda e estudantes que tenham cursado o ensino médio completo em escola
da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista
integral.