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domingo, 30 de novembro de 2014

A avaliação começa na creche

30 de novembro de 2014
A qualidade da Educação de 0 a 5 anos determina o sucesso de toda a vida escolar. Para garanti-la, o país começará a avaliar o Ensino Infantil

Fonte: Revista Época

Quando foi procurar uma Escola para sua filha de 2 anos, Fernanda Costa Passos, de 35, seguiu indicações de amigos, visitou Escolas, fez entrevistas e comparou o valor das mensalidades. Para a maioria, a angústia da escolha da Creche ou da Escola infantil tem a ver com o cuidado com as crianças.
Fernanda tinha uma visão peculiar sobre a Escola ideal. "Muitos se preocupam muito com a qualidade do Ensino fundamental e ignoram quanto a Educação infantil é importante para a formação intelectual de seus filhos", afirma. "Não procurava apenas um lugar onde cuidassem bem da minha filha. Queria uma Escola com profissionais competentes e atividades pensadas para cada fase da vida dela." Hoje, sua filha Luiza tem 6 anos e está no Ensino fundamental. Ela e o irmão mais novo, de 4 anos, estudam em Escolas diferentes, já que a mãe preferiu manter o caçula na Escola de Educação infantil, mesmo com a mudança da mais velha.
Fernanda é arquiteta e mora na Zona Leste de São Paulo. Ela passa três horas e meia no trânsito para mantê-los nas Escolas escolhidas. "É um sacrifício, mas quero
para o Felipe a mesma qualidade de Educação infantil que a Luiza teve", diz.
A família de Fernanda é privilegiada. Primeiro, por poder escolher e pagar a Escola de Educação inlantil que elegeu como a melhor. Segundo, pela visão da mãe sobre a qualidade da Educação infantil. Ela está em sintonia com o que dizem especialistas e praticam governos em todo o mundo. A Educação infantil envolve cuidados com a saúde, o bem-estar e a segurança, mas também precisa de atividades adequadas para o estímulo de seu desenvolvimento intelectual.
Para a maioria dos pais, avaliar Creches e Escolas públicas e particulares que atendem crianças de 0 a 5 anos é um desafio. Os critérios de qualidade para éssa faixa etária não são claros. Nem há avaliações, como o Exame Nacional do Ensino médio (Enem) ou o índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb), testes que ajudam os pais a escolher a Escola dos filhos mais velhos.
Ter um sistema de avaliação dá subsídios aos pais na hora de escolher as Escolas e cobrar delas. Sobretudo, ele é fundamental para o avanço da qualidade da Educação do país. "A avaliação desses serviços pode alertar gestores e pais", afirma Maria Malta Campos, Professora da PUC-SP, presidente da ONG Ação Educativa e pesquisadora da Fundaçào CarJos Chagas (FCC).
À avaliação da Educação infantil é um dos assuntos mais debatidos na Educação brasileira. Organizações civis, áreas do Ministério da Educação (MEC) e gestores municipais estão debruçados sobre propostas de como analisar essa etapa do Ensino. À avaliação é prevista em lei, bem como outros aspectos da Educação infantil, como a matrícula obrigatória a partir dos 4 anos e a obrigatoriedade de diploma de pedagogia para os Professores e cuidadores. Essas são conquistas recentes. 
Desde seu surgimento no Brasil, no final do século XIX, até meados da década de 1990, escolinha infantil era coisa de assisten-cialismo e existia, primordialmente, para atender a uma necessidade dos adultos (os pais que trabalham). Foi só em 1996 que as Creches e Pré-Escolas passaram a fazer parte do sistema educacional (leia o quadro na página 59). Foi nesse período que surgiram pesquisas sobre o impacto da Pré-Escola na vida Escolar futura das crianças. Descobriu-se que a qualidade dessa etapa de Ensino é determinante para o sucesso nos anos seguintes.
A qualidade da Educação infantil no Brasil é precária. Pesquisas mostram práticas nocivas às crianças, até mesmo em instituições com boas condições de infraestrutura e profissionais diplomados e bem remunerados. "Adultos que só interagem entre si, que não atendem bebês que choram por longos períodos, que mostram indiferença e desrespeito às crianças e às famílias não são advertidos por gestores e não são orientados a rever essas práticas", diz Maria Malta, coordenadora de uma dessas pesquisas, feita pela FCC (leia n quadro ao lado). Existem hoje 7,5 milhões de crianças matriculadas na Educação infantil, a maioria (60%) a cargo das redes municipais. Quase um terço (30%) está em Escolas particulares.
Há critérios estabelecidos no Brasil sobre o que se deve praticar na Educação infantil. São duas frenles. Na infraestrutura, estão previstos espaços e materiais adequados. A outra frente é o apreridizado. Esses critérios servem como referência para as autoavaliações, a única modalidade de avaliação em prática no país - e de forma pouco sistemática.
Nas Escolas particulares mais sérias, a auto-avaliação é praticada regularmente. Na Projeto Bebê Natureza (Proben), Escola de Educação infantil considerada modelo de qualidade (e a escolhida pela mãe do começo desta reportagem), as Professoras se autoavaliam diariamente e fazem reuniões semanais com as coordenadoras, que frequentemente entram nas classes para assistir às aulas. As coordenadoras orientam que cursos de aperfeiçoamento as Professoras precisam frequentar. Num caso recente, a coordenadora do berçário, que oferece massagens terapêutica para bebês, sentiu falta de maior conhecimento das Professoras sobre fisiologia. "Contratamos uma fisioterapeuta para acompanhar e ensinar as pedagogas responsáveis pelas massagens", afirma.
Se feitas com critério, as autoavaliações podem ser eficazes. Equipes de Escolas menos competentes tendem a se autoavaliar mais positivamente. Por isso, a avaliação externa é importante. Ela, a princípio, é isenta. Na Irlanda, foi instituído um sistema misto, que propõe uma autoavaliação acompanhada por um observador externo, para garantir objetividade. Na Inglaterra, um órgão independente do governo faz a análise. Nos Estados Unidos, a avaliação não tem adesão obrigatória das Escolas, mas é feita na maioria dos Estados.
O que não se costuma fazer na Educação infantil - e, de acordo com alguns especialistas, não se deve fazer - é avaliar a criança em testes individuais para fins de comparação, promoção ou classificação. Esse parece ser o único consenso até agora na elaboração da avaliação nacional. Ela não aplicará provas individuais aos Alunos. "Preparamos um conjunto de indicadores para avaliar o acesso, a infraestrutura, os recursos materiais e o perfil dos profissionais" diz Sandra Zákia, da Faculdade de Educação da USP, consultora do governo.
Enquanto esperam pela avaliação do MEC, alguns municípios já começaram a elaborar suas próprias avaliações. Em São Paulo, a maior rede do país, com 430 mil crianças os pais foram incluídos. Eles dão notas a aspectos como infraestrutura e Professores. Em Natal, Escolas da rede municipal participam de um projeto do Instituto C&A e são avaliadas por uma consultoria externa.
É uma das poucas experiências em que a opinião das crianças conta. Elas são ouvidas em rodas de conversa e ganham uma câmera fotográfica, para registrar o dia a dia na Escola. "Mudamos nossa prática a partir dos resultados da avaliação", afirma Ana Karla Gomes de Araújo, coordenadora da Escola Amor de Mãe, em Natal. "Antes, deixávamos os brinquedos no alto de prateleiras. Hoje, sabemos da importância de deixá-los ao alcance das crianças."
Os desafios para avaliar e melhorar a qualidade da Educação infantil são imensos. Há diferenças econômicas entre os municípios - os responsáveis finais pela execução da avaliação - e há obstáculos gigantescos, como a formação dos Professores. Já é hora de encarar essa etapa como gente grande.

Matéria publicada apenas em veículo impresso

sábado, 29 de novembro de 2014

Busca por Educação criativa

29 de novembro de 2014
Livro que reúne práticas transformadoras nas salas de aula

Fonte: Correio Braziliense (DF)

A Associação pró-Educação Vivendo e Aprendendo funciona desde 1981 num canto discreto da Asa Norte, próximo ao câmpus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB). Porém, ao passar dos portões, o conjunto de casinhas coloridas e o parque de areia com árvores, onde os pequenos gostam de subir durante o intervalo, chamam a atenção. “A sexta-feira é o dia em que dois Professores organizam uma atividade diferente em que todos os Alunos da Escola participam juntos”, conta a Educadora Wilma Dutra Lima, 43 anos. A experiência brasiliense em Educação foi uma das iniciativas publicadas no livro Caindo no Brasil: uma viagem pela diversidade da Educação, cujo lançamento na capital ocorre hoje.
Atrás de inspiração e de novas ideias na área de Educação, o jornalista Caio Dib percorreu 17 mil quilômetros pelo Brasil. A viagem do jovem de 24 anos, que mapeou Escolas, organizações não-governamentais (ONGs) e outras iniciativas educativas, resultou no livro. Depois de 58 cidades e cinco meses e meio com o pé na estrada, Caio não para: segue uma agenda movimentada, com palestras e cursos, além de se aventurar como Professor para Alunos de 10 a 14 anos em uma Escola paulistana.
Doze dias da viagem foram dedicadas à capital federal. “Confesso que tinha um certo preconceito com a cidade. Tinha planejado ficar por três dias, mas acabei ficando 12 e adorei. Brasília tem uma rede muito forte de Educação, com muitas Escolas legais. Há vários projetos genuínos e inovadores”, afirma. “Foi até um pouco difícil escrever sobre a Vivendo e Aprendendo. Eles dispõem de recursos que podem formar pequenas pessoas incríveis. Como adulto, eu uso coisas que aprendi nessa Escola”, elogia.
Elogios que enchem de orgulho Educadoras como Wilma Dutra. Ela trabalha há 17 anos na instituição e já passou por todos os ciclos — como são chamadas as séries na instituição —, além de ter exercidos funções administrativas. “Essa Escola tranforma seu olhar sobre o mundo. Aprendi a ser mais crítica, questionadora e a respeitar as diferenças”. Entre as políticas do colégio, está a seleção de Professores e estagiários de outras áreas além da pedagogia. “Acreditamos que essa diversidade de pessoas é positiva para a formação das crianças”, explica coordenadora psicológica da instituição, Raquel Capucci, 32.
Livro
A publicação de Caio reúne 19 iniciativas: nove Escolas ou projetos, quatro histórias de pessoas inspiradoras envolvidas com Educação e seis ensaios que também se dedicam a pesquisar ações inovadoras na área. “Antes de viajar, fiz um roteiro bem flexível com base em cidades com importância econômica, social e educacional. Porém, também me guiei pela curiosidade. Por exemplo, queria muito conhecer Triunfo (PE), uma cidade no meio do sertão na qual faz frio durante o inverno. Algumas cidades me encantaram mais que as outras, o que definia o tempo de estadia”, relembra.
A jornada foi realizada em 2013, mas o mapeamento continua no site www.caindonobrasil.com.br. Até o momento, há 118 iniciativas identificadas.Em Salvador, por exemplo, Caio passou pelo projeto Bairro-Escola Rio Vermelho, que pretende transformar a região de mesmo nome em um grande colégio. Assim, os Alunos aprendem sobre literatura na biblioteca do bairro, biologia com pescadores e história com antigos moradores.
História
Filho de um Professor universitário e de uma psicóloga, Caio sempre esteve próximo do mundo dos livros. No Ensino médio que o interesse pelo Ensino começou a aflorar. “Participei de um projeto que envolvia comunicação e Educação. Pensei que gostaria de ser um jornalista que trabalhasse com esses dois assuntos, mas só na faculdade descobri que gostava muito mais de Educação”, diz. “Acredito que o Ensino é o caminho para a mudança”, revela ele, que é formado pela faculdade Cásper Líbero, de São Paulo.
O custeio da viagem veio de uma poupança do próprio jornalista. Para o livro, o recurso de financiamento coletivo foi utilizado para a impressão, sem intermédio de editoras. Pela internet, ele arrecadou mais de R$ 30 mil para pagar a edição. Agora como Professor, Caio Dib aplica o que viu pelo país. “Eu acredito que é necessário criar novas Escolas porque a mudança vai sair de dentro delas.”
Não perca
LEIA
Caindo no Brasil: uma viagem pela diversidade da Educação
Autor: Caio Dib
278 páginas (R$ 45)
Disponível para compra on-line em: loja.caindonobrasil.com.br

Evento Circulando Autonomia
Local: Auditório Dois Candangos da Faculdade de Educação da UnB
Horário: 16h
Programação completa do sábado:
» Cortejo de pernas de pau
» Espetáculo de palhaços
» Oficina de xilogravura, rima e cordel
» Lançamento do livro Caindo no Brasil e roda de conversa
com o autor, Caio Dib

Matéria publicada apenas em veículo impresso

Gestão educacional e desempenho de alunos passam por avaliação

29 de novembro de 2014
Avaliação institucional será aplicada em todas as escolas de Macapá (AP). Resultado vai servir para formular políticas públicas para o setor

Fonte: G1

As escolas das zonas Urbana e Rural de Macapá passarão por uma avaliação institucional no sábado (29). O procedimento será feito pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) junto com diretores, professores, coordenadores e demais servidores das instituições.
A avaliação tem como objetivo levantar questões referentes a gestão pedagógica nos colégios, desempenho dos estudantes em exames como Provinha Brasil e Avaliação Nacional da Alfabetização, além dos resultados da capital no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
O trabalho será desenvolvido por 80 técnicos pedagógicos da Semed e a partir da avaliação serão traçados novas metodologias, encaminhamentos e demais medidas no processo de ensino da educação básica.
Um levantamento da secretaria apontou que as 81 escolas municipais apresentam irregularidades junto ao Conselho Municipal de Educação, entidade responsável em monitorar as políticas e os investimentos para a educação, além fiscalizar o plano pedagógico desenvolvido nos colégios, entre outras funções.
Segundo a diretora do departamento de ensino da Semed, Sandra Casemiro, é a primeira vez que as escolas municipais passam por esse processo. Ela acrescenta que os resultados obtidos vão nortear a formulação e a implementação de políticas públicas.
“Traçar metas, identificar as falhas e melhorar a educação é nosso objetivo. Todos devem participar. Nas escolas da Zona Rural os diretores ficaram responsáveis em fazer a aplicação e, posteriormente, socializar com a comissão organizadora. Após o levantamento dos dados, as informações resultantes serão encaminhadas às escolas, para que elas vejam também como está a percepção de cada servidor no tocante aos eixos abordados”, enfatizou Sandra.
A titular da Semed, Antonia Andrade, explica que a avaliação institucional é feita pelo Ministério da Educação (MEC), mas a aplicação da avaliação em 2014 na capital foi uma iniciativa da secretaria.
"É um momento importante para planejar ações e sanar alguns problemas, além de focar em questões centrais, para que se possa traçar os próximos movimentos e as práticas pedagógicas", concluiu.

Leia matéria no site original aqui

Alunos de escola pública de SP vão à Índia e conhecem outras culturas

29 de novembro de 2014
Estudantes são de escola estadual localizada na região do Jardim Angela. Escola foi convidada a ir para a Índia depois de ter sido destaque na Olimpíada Internacional Matemática sem Fronteiras

Fonte: G1

Sete alunos da Escola Estadual Luís Magalhães de Araújo, localizada no Jardim Angela, na periferia na Zona Sul de São Paulo, passaram dez dias na Índia para participar de uma competição internacional de matemática e ciências. Para cobrir as despesas, os alunos fizeram uma vaquinha online e contaram com patrocínio de uma empresa privada e de uma ONG. Quarenta países foram representados na disputa que ocorreu dentro de uma universidade em Lucknow, no norte da Índia.
Os estudantes da equipe da escola Luís Margalhães foram Vinicius de Oliveira Bispo, Jaqueline dos Santos Cunha, Keila do Carmo de Carvalho, Michele Aparecida Moura da Silva, Raphaela Bernardes Seixas, Vinícius Amorim Viana, todos com 17 anos, e Diego Henrique de Moraes, de 18 anos. Eles viajaram acompanhados por professores e intérprete.
A escola foi convidada a ir para a Índia depois de ter sido destaque na Olimpíada Internacional Matemática sem Fronteiras em abril. A Luís Magalhães de Araújo ganhou três medalhas de bronze e uma menção honrosa na competição, e se tornou a única da rede pública da capital paulista a ser premiada.
A competição na Índia é a Quanta (na sigla, em inglês International Competition for Science, Mathematics, Mental Ability and Electronics) promovida pela Montessori School e embora a escola brasileira tenha sido convidada a integrar a disputa, teve de arcar com todas as despesas.
As passagens aéreas para os sete alunos foram doadas pela Editora FTD, os demais custos com hospedagem, alimentação e as passagens dos professores e intérprete que acompanharam a equipe foram pagos pelo Instituto Verdescola. Uma vaquinha online arrecadou R$ 14 mil, que também ajudou a cobrir os custos.
A professora de matemática Dora Silva, de 52 anos, foi a primeira a defender a ideia de que os alunos deveriam viajar e que a escola poderia batalhar pelo dinheiro com patrocinadores. Ela sempre incentivou os estudantes a gostarem de matemática oferecendo aulas aos sábados para os interessados e elegendo monitores dentro das salas para ajudar os colegas.
“Se o aluno não aprende comigo, vai aprender com um colega. O trabalho mais difícil é ensinar a estudar.” Uma das lutas da professora é fazer com que os alunos de baixa renda acreditem no próprio potencial. "É muito comum eles ouvirem dos pais que 'isso ou aquilo não é para nós.'"
A Quanta reuniu teóricas e práticas de robótica e debates. Uma das missões era construir dois barcos, um julgado por sua velocidade e outro que deveria ter um dispositivo que o fizesse ir e voltar na pista. O Brasil não conseguiu ser premiado, porém o efeito positivo causado nos competidores pela participação foi além do que qualquer troféu e medalha.
“Quando estava lá [na Índia] pensava que como algo tão simples que é estudar, me levou para algo muito longe. E o estudo é algo que te iguala a qualquer um”, afirma Michele Moura.
“Às vezes nos sentimos inferiores porque estamos na escola pública, mas vimos que temos capacidade. Isso nos incentivou a pensar mais longe, sei que posso ir além”, diz Jacqueline Cunha.
Os estudantes dizem que outro efeito positivo foi a vontade de aprender inglês.“Conseguimos nos comunicar mesmo sem falar o inglês muito bem, fizemos amigos. Mas vimos que todo mundo fala pelo menos três línguas”, afirma Jacqueline.
Para Vinicius Amorim, de 17 anos, a experiência provou algo que a professora Dora sempre diz aos seus alunos. “Através dos estudo, podemos voar. Aprendendo a estudar você vai longe. Estava no Taj Mahal e não dava para acreditar.”
Vinicius Bispo, de 17 anos, diz que a competição serviu para mostrar que os que se ensina na rede pública do Brasil não é diferente no resto do mundo. “O que é passado aqui, não foge muito do que é lá. Ganhamos motivação porque dá para conseguir muito mais. O intuito maior foi mostrar que todo mundo tem condições.”
Diego Moraes, de 18 anos, lembra as vantagens da experiência cultural que a viagem proporcionou, embora a comida indiana com muita pimenta e curry não tenha sido aprovada pelos jovens. “A competição exigia um preparo específico que não tínhamos, e também vimos que temos de melhorar o inglês. Mas só de conviver com pessoas de outros países foi extraordinário.”
Os estudantes estão no terceiro ano do ensino médio e pretendem entrar na faculdade. Eles não sentem preparados para conseguir uma vaga em uma instituição neste ano, recém-saídos da educação básica, por isso pretendem fazer um curso pré-vestibular. Uma das opções é estudar no cursinho que vai ocorrer na própria escola oferecido por alunos da Universidade de São Paulo (USP) aos sábados.

Professora do ES cria projeto com crianças sobre a consciência negra

29 de novembro de 2014
O 'Karingana' valoriza a história e a cultura da África em sala de aula. Fabíola mudou a decoração da sala e conta histórias de pessoas negras

Fonte: G1

A aula da professora Fabíola Fraga leva muito mais do que os conhecimentos básicos aos alunos da Escola de Educação Infantil Jacyntha Ferreira Souza Simões, em Vitória. Ela criou um projeto chamado "Karingana", que valoriza a história e a cultura da África, em ensina às crianças entre quatro e cinco anos que todas as pessoas têm sua beleza, independente da cor. Através da contação de histórias e de uma exposição de bonecas, ela conseguiu conquistar esse pequeno público e acredita que com pequenos atos é possível diminuir o preconceito racial.
O nome diferente do projeto é uma palavra africana que significa "contar uma história". "Em Moçambique, no continente Africano, antes de se iniciar uma história, as crianças pedem por essa história falando 'Karingana wa Karingana'. Quando termina essa história, elas cantam 'Karingana wa Karingana'", explicou a professora Fabíola.
De acordo com a educadora, os alunos já estão entendendo bem a intenção do projeto e sempre elegem suas histórias preferidas. Mas um cantinho da sala se tornou o mais especial. Nele, os alunos e a professora montaram uma exposição com fotos de reis, rainhas e princesas africanas, mas também de outras pessoas negras, que servem de inspiração para as crianças.
Algumas até levaram fotos da própria família, o que emocionou Fabíola. "Na nossa sala de aula, aprendemos que nós descendemos de reis e rainhas, príncipes e princesas, e que o turbante é a nossa coroa", contou.
'Cadê as bonecas negras?'
Em um outro canto da sala, uma mesa enche os olhos das meninas. Ela está cheia de bonecas negras, vestidas como princesas africanas, roupas típicas baianas, e até princesas da Disney. Mas acima dessa mesa, um cartaz com uma pergunta chama a atenção: "Onde estão as bonecas negras?". Apesar de um bom acervo de brinquedos, a professora contou que precisou importá-los, com dinheiro do próprio bolso, pois não encontrou no Espírito Santo.
Ela disse que chegou a ouvir, em algumas lojas, que as bonecas não eram vendidas porque não tinham saída. "Eu encontrava bonecas tipo bebês, mas não era isso que eu queria. Queria princesas africanas, bonecas que servissem de inspiração. Importei a princesa Tiana em três versões, dos Estados Unidos. Também encomendei uma boneca jamaicana, outra do Quênia, outra de Gana, e até uma princesa egípcia", explicou a educadora.
Literatura
Para o projeto, Fabíola também comprou mapas da África, produziu com os alunos esculturas de bonecas, máscaras e criou todo um universo de discussão, com contribuição das crianças, que costumam compartilhar experiências. Mas a literatura é o principal elo de todo o trabalho em sala.
Um dos livros que encantou os alunos foi o "Bruna e a Galinha D'Angola". "Eu gosto da galinha d'Angola. 'Coitada, coitadinha, da galinha-d'Angola. Não anda ultimamente, regulando da bola'", recitou a estudante Amanda, de cinco anos.
Um projeto como esse é tratado com muito carinho e emoção pela professora Fabíola, que faz tudo baseado na Lei 10639/ 2003 (art. 26 - LDB), que promove a educação infantil e a igualdade racial. Assim, ela acredita que seus objetivos estão sendo alcançados.
"Tudo foi pensado e repensado para ser levado ás crianças de uma maneira gostosa, prazerosa, de acordo com a faixa etária deles. Nada que viesse a traumatizá-los. Nós temos que ser felizes como somos. Nós negarmos essa oportunidade, da criança afrodescendente e negra, de se sentir amada e se amar, de se sentir bela, é uma maldade. Então é uma responsabilidade nossa, de fazer essas crianças se sentirem bem como são", finalizou a educadora.

Alunos do 9º ano pioram em matemática

29 de novembro de 2014
É o que mostram os dados da Prova Brasil - avaliação do governo para escolas públicas - obtidos pelo 'Estado'; português tem melhora

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)

O desempenho dos alunos do 9.º ano do ensino fundamental das escolas públicas do País piorou em matemática, mas melhorou em português. É o que indicam os resultados da Prova Brasil, na comparação de 2013 com a análise anterior de 2011. Já no primeiro ciclo do fundamental (5.º ano), a avaliação melhorou nas duas disciplinas. As médias foram obtidas com exclusividade pelo Estado.
A Prova Brasil é a avaliação oficial do governo para todas as escolas públicas e os resultados servem para a formulação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A avaliação ocorre a cada dois anos e as médias começaram a chegar nesta sexta-feira, 28, às escolas.
Os números do Ideb foram divulgados em setembro sem as médias de proficiência pelas disciplinas, o que havia sido criticado por especialistas. O País não havia conseguido bater a meta para o ano no Ideb, mas a média no indicador cresceu - o que não revela a queda no aprendizado, por exemplo, em matemática no 9.º ano. A média de matemática nesta série passou de 243,17, em 2011, para 242,35 em 2013. O valor considerado adequado é 300. Abaixo disso, os alunos não conseguem, por exemplo, analisar uma tabela.
Análise. Pelos dados, apenas 25% dos alunos teriam os conhecimentos adequados na matéria. Em português, também no 9.º ano, a nota média cresceu e passou de 236,86 para 237,78 - o ideal é 275. Localizar informações explícitas em crônicas e fábulas é competência que, na média, os alunos não teriam. Apesar de a média ter tido leve alta, o porcentual com conhecimento adequado é de 23%.
Na avaliação do 5.º ano, o desempenho em leitura é o que teve melhor variação entre 2011 e 2013. Passou de 185,7 para 189,7. O nível considerado adequado é de 200. O aluno com nota menor não teria condição de identificar assuntos comuns a duas reportagens. Já em matemática, a média do País passou de 204,6 para 205,1, enquanto se desejava a partir de 225. Na escala de proficiência, isso indica que os alunos não seriam competentes para resolver problemas envolvendo adição e subtração de moedas e cédulas.
Segundo os dados de desempenho da última Prova Brasil, 40% dos alunos brasileiros estão com conhecimento adequado no 5.º ano em português e 35%, em matemática. Conforme Chico Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), os dados mostram a realidade que precisa ser enfrentada. “Matemática não melhorou. É o ponto que precisa ser enfrentado.” O Inep não tem data definida para divulgar as médias da Prova Brasil para todas as escolas do País, como ocorreu com a divulgação de 2011.
Soares ressalta que o Brasil teve avanços no acesso à educação com o passar dos anos, mas o aprendizado ficou aquém. “No caso da vaga e permanência, a conclusão é que as coisas caminharam. Mas elas caminharam mais que o aprendizado”, afirmou.
Já o professor da USP Ocimar Alavarse avalia que também é preocupante a tendência de estagnação da nota. “Tanto a queda em matemática quanto o aumento em português no 9.º ano são leves e podem estar na margem de erro. O grande problema do País ainda é o ensino fundamental, por que os alunos que chegam ao ensino médio são muito fracos.”


Entrevista com Presidente do Inep, Francisco Soares: 'Estamos fazendo um esforço para melhorar o debate pedagógico'
1.Por que as médias das disciplinas não foram divulgadas com o Ideb?
Estamos fazendo um esforço para melhorar o debate pedagógico. Divulgar as médias nesse momento, sem esse esforço, era reduzir o pedagógico a segundo plano. Foi um ano atípico, com eleições e críticas. Mas esse boletim nunca tinha sido divulgado antes desse período. E não há nada que a sociedade não sabia via Ideb.
2.Mas como fazer para que esses resultados ajudem na melhoria da educação?
Gosto de chamar o Ideb de bússola da educação básica. Ele foi divulgado e indica onde estamos. Se faz o debate público, mas não basta. Para mudar o aprendizado, preciso de uma dimensão da escola mais pedagógica. E isso não havia tido a proeminência que eu entendo que deveria ter.
3.A Base Nacional (o novo currículo brasileiro), que está sendo construída, colabora com esse processo?
A base é uma discussão razoavelmente simples nos anos iniciais e nas ciências da natureza, matemática e leitura. É mais difícil quando chega no ensino médio e nas outras dimensões. Claro que o que está escrito aqui (no boletim) estará na Base Comum, porque a Prova Brasil não pede nada irrelevante. Mas eu me sentiria mais tranquilo, na direção do Inep, se tivesse uma base nacional comum definida. Porque a Prova Brasil tem de se ater a conhecimentos e habilidades da Base.


Boletins comparam escolas com mesmo nível socioeconômico
As escolas passaram a receber boletins de desempenho na Prova Brasil com a contextualização de dados e também com mais detalhes pedagógicos sobre o que significam as notas médias. O Estado teve acesso nesta semana ao novo documento que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) começou a encaminhar nesta sexta-feira, 28, para as unidades escolares.
A partir de agora, as instituições serão classificadas em níveis socioeconômicos. São sete ao todo, calculados a partir da renda indireta dos alunos (com perguntas, por exemplo, sobre bens familiares) e escolaridade dos pais. Com a classificação socioeconômica, o Inep apresenta os resultados da escola e também um quadro de comparação com o Brasil e outras redes, como já ocorria, mas também com colégios similares. Esses grupos de escolas são definidos tanto pelo nível socioeconômico quanto pela rede e região.
Vários especialistas em educação reclamavam que os dados de desempenho, como o Ideb e a Prova Brasil, não levam em consideração a diferença de perfil de alunos ao comparar todos de uma única forma. O maior responsável pela contextualização dos dados é o presidente do Inep, Francisco Soares, que promete esses critérios para todas as avaliações do Ministério da Educação (MEC). “A comparação é fundamental, mas devo comparar a escola que trate com alunos parecidos”, diz ele. “A pobreza não define, não é destino, mas é um fator no resultado. Precisamos saber por que escolas parecidas têm sucesso e outras, não.”
Risco. O professor da USP Ocimar Alavarse entende que é importante saber as diferenças socioeconômicas, mas teme por um reflexo negativo. “Pode ter o risco de fazer com que as escolas joguem a toalha ao ser classificada em níveis muito baixos”, afirmou. Segundo dados obtidos pelo Estado, a maioria da escolas (61%) está nos níveis 4 e 5 - de uma escala de grupos que vai de 1 a 7.
O Inep também organizou no documento de devolução da escola o porcentual de professores com formação adequada. Mas, segundo Soares, o segundo aspecto mais importante é que o novo documento traz uma explicação mais detalhada sobre o que provavelmente o estudante sabe, de acordo com as notas alcançadas.
São correlações entre as pontuações e os itens da Prova Brasil. “Estamos preocupados com essas duas dimensões, da contextualização e da explicação. Isso é um avanço, mas ainda será difícil para as escolas conseguirem fazer a vinculação com o trabalho na aula”, disse Francisco Soares.
Portal. O instituto trabalha para criar um portal em que será possível colocar a nota e visualizar os itens, além de ter acesso a uma explicação sobre os níveis. 

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Opinião: Melhores aprendizados com Educação e tecnologia

28 de novembro de 2014
"A tecnologia conecta a escola, os professores e os alunos a um mundo mais real e motivador", afirma Mariano Jabonero Blanco

Fonte: Brasil Econômico (SP)

A América Latina— particularmente o Brasil — não pode desperdiçar as oportunidades que a economia globalizada e a sociedade do conhecimento oferecem. A necessidade de extensão e de melhoria da qualidade da Educação tem ajudado a justificar e a implantar, em toda a região, ambiciosos programas dedicados ao uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) com fins educativos: uma implementação massiva, com importantes investimentos financeiros.
Existem países (Coreia, Singapura, Finlândia), experiências e centros educativos, nos quais o uso educativo da tecnologia vem contribuindo decisivamente para a melhoria da qualidade da Educação, bem como pesquisadores (como Unesco e BID) que demonstram que esse vínculo pode agregar benefícios.
Todas essas experiências bem-sucedidas coincidem em algo que outras recentes pesquisas também demonstram: a necessidade de alinhar, em um projeto global e estratégico, os três componentes de um programa de uso educativo das TIC: infraestrutura suficiente, o que não exige necessariamente um computador para cada Aluno; conteúdos digitalizados, como currículo alinhado em toda a sua complexidade e diversidade com o software; e, talvez o mais importante, capacitar gestores e Docentes no uso educativo das tecnologias, dando-lhes apoio, monitoramento permanente e avaliação.
A tecnologia promove prática educativa mais ativa ao transformar o modelo didático vigente, oferecendo aprendizado mais cooperativo, no qual Alunos e Professores compartilha autorias, descobertas e questionamentos, e fazem isso de maneira extensiva: dentro e fora da sala de aula.
A tecnologia, além disso, conecta a Escola, os Professores e os Alunos a um mundo mais real e motivador. Não é por acaso que os centros educativos onde se sistematizou o uso das TIC não só melhoram em resultados, mas também melhoram seu ambiente Escolar, reduzem drasticamente os conflitos, o fracasso e o abandono prematuro dos Alunos.
O Brasil é um dos países da América Latina onde o acesso à internet está quase generalizado entre Alunos de áreas urbanas e entre a população com renda média baixa, média e média alta, e um dos países em que o acesso emzonas rurais e entre a população com renda baixa ou em risco de exclusão social é mais alto, segundo a Cepal e a Unesco. De qualquer forma, tanto comsistemas on-line como offline, as possibilidades de uso educativo das TIC são quase comuns para todas as crianças do país.
O Brasil, junto com a Colômbia, o México e o Peru, é uma das nações que melhor evolução positiva registrou em suas pontuações entre o PISA 2009 e o PISA 2012; no caso de matemática, esse avanço foi de 35 pontos. Emsuma, o Brasil encontra-se no momento ideal para fazer frente ao desafio que a segunda lacuna digital representa: uma vez alcançado um amplo nível de cobertura, acesso e conectividade, articular um plano integral que combine infraestrutura, conteúdos digitais e capacitação, monitoramento e avaliação de Docentes.
Com isso, será possível fazer com que o avanço obtido conforme demonstra o PISA — que supôs encurtar em mais de um ano de Escolaridade a diferença com outros países da OCDE —, seja maior e mais rápido, para oferecer melhores competências, melhores empregos, mais igualdade e melhores oportunidades para todos.

*Diretor de Educação da Fundação Santillana

Quando o ensino público é exemplo de qualidade

28 de novembro de 2014
Série de documentários 'Educação.doc' apresenta escolas que estão fazendo a diferença em suas realidades

Fonte: Portal Porvir

O que é preciso para ter um ensino de qualidade? Em Heliópolis (SP), a escola Municipal Presidente Campos Salles decidiu derrubar os muros e apostar na democracia. Já na zona oeste do Rio de Janeiro, no bairro Padre Miguel, o colégio Estadual Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochón inovou suas aulas, criando projetos que deixam o currículo mais atrativo. Mas o que há de comum entre essas duas experiências? Além de mostrarem que é possível alcançar resultados surpreendentes em territórios com dificuldades socioeconômicas, elas integram a série de documentários “Educação.doc”, produzida pelos cineastas Luiz Bolognesi e Laís Bodanzky.
Dividida em cinco episódios, a série percorre oito escolas brasileiras para mostrar histórias de quem está fazendo a diferença no ensino público, apresentando experiências realizadas nos estados do Piauí, Ceará, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Com depoimentos de alunos, professores e diversos especialistas, o documentário traz uma série de discussões sobre a qualidade da educação, redução da evasão escolar, integração da escola com a comunidade e a valorização de professores.
Entre os entrevistados, estão nomes como Viviane Senna e Mozart Neves Ramos (Instituto Ayrton Senna), Beatriz Bontempi (Instituto Avisa Lá), Giovana Zen (Instituto Chapada de Educação e Pesquisa), a filósofa Viviane Mosé e a pesquisadora Paula Louzano, doutora em política educacional pela Universidade Harvard (EUA).
Segundo a cineasta Laís Bodanzky, a intenção do documentário é pautar a sociedade para mostrar que é possível fazer diferente. “A escola dos meus pais e dos meus avós já não é mais a mesma escola de hoje. Antes a informação toda estava na escola. Hoje em dia você já não precisa mais da escola como a única fonte”, afirmou ao Instituto Ayrton Senna, durante o Fórum Internacional de Políticas Públicas.
No primeiro episódio, o documentário conta a experiência realizada na Chapada Diamantina, no interior da Bahia, onde a qualidade do ensino melhorou em 20 municípios da região. O segundo vídeo da série percorre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro para mostrar o trabalho realizado em duas escolas que se abriram para a comunidade e passaram a atrair o interesse dos alunos. Na terceira etapa da série, são apresentadas escolas em Cocal dos Alves(PI), Sobral(CE) e Foz do Iguaçu(PR), onde os resultados educacionais chamam a atenção, seja pelo acúmulo de medalhas em olimpíadas de química e matemática, ou por terem conseguido zerar a evasão escolar.
Mais adiante, no quarto episódio, os espectadores conhecem a experiência do Colégio Estadual Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochón, que tem encontrado propostas para tornar o currículo mais atrativo. Por fim, a série encerra com uma discussão sobre como será a escola do futuro, convidando professores, alunos, diretores e pensadores a darem a sua opinião sobre o modelo de ensino que gostariam de ter daqui a 50 anos.
“A educação que se espera para o futuro é uma educação que consiga fornecer conhecimento e potencial de reflexão”, defendeu o cineasta Luiz Bolognesi durante o fórum. De acordo com ele, a escola que se abre para ouvir o lugar em que está inserida tem mais chances de acertar, pois apresenta mais conexão com a realidade.

Ministério Público do Rio faz campanha de combate ao bullying nas escolas

28 de novembro de 2014
Cartilha Bullying 2014 mostra algumas medidas de prevenção nas escolas, análise pedagógica e jurídica

Fonte: Agência Brasil

As práticas positivas das escolas em relação ao bullying estão sendo discutidas, hoje (28), no segundo Encontro Estadual do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pela Paz nas Escolas. A cartilha Bullying 2014 foi lançada em evento que mostrou algumas medidas de prevenção nas escolas, análise pedagógica e jurídica, além de apresentações da experiência de grupo de estudo que lida diretamente com os casos.
O encontro é focado na prevenção, para diminuir e evitar o bullying. A proposta é abordar o tema e mostrar para os profissionais de educação a necessidade de abrir cada vez mais o espaço para ouvir os alunos e os pais.
De acordo com a coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Promotoria de Educação do Ministério Público, Bianca Mota de Moraes, o assunto tem ganhado visibilidade cada vez mais. No entanto, destacou, ele sempre existiu.
"A difusão é maior, então, talvez por isso a nossa sensação seja de que esses casos aumentaram. Na verdade, eles sempre existiram e foram tratados de forma diferente ao longo do tempo, tanto pelas famílias quanto pelas escolas”, disse Bianca.
A promotora de Justiça disse, ainda, que tem visto muitas pessoas interessadas em tratar do tema de com uma abordagem mais moderna. Segundo ela, a situação tem sido encarada como uma questão que envolve a escola e a família dos estudantes. "A gente já começa um movimento que não é mais de se eximir das responsabilidades. As pessoas têm tomado consciência do quanto isso repercute na vida de todos nós e têm se mostrado dispostas a colaborar”.
A prevenção do bullying requer conhecimento para dar limites, fazer escolhas seguras e algumas habilidades necessárias para diminuir a vitimização. De acordo com a psicóloga Juliana Schweidzon Machado, as pessoas têm habilidades para saber se comunicar melhor, se defender melhor e se posicionar melhor frente aos problemas que surgem, diminuindo as chances de ser vitimizada.

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Legalização de escolas com pedagogia de alternância é debatida no MEC

28 de novembro de 2014
Modelo permite aos estudantes alternar determinado período na escola rural, geralmente de 15 dias, com períodos nos quais ele permanece integralmente com a família

Fonte: Agência Brasil

As formas de garantir o sustento e a legalização dos Centros Familiares de Formação por Alternância (Cefas) foram discutidas hoje (28) por representantes do Ministério da Educação e das organizações que coordenam esses espaços. Segundo eles, não há legislação específica sobre o tema, embora exista um parecer do Conselho Nacional de Educação que reconhece a alternância. No seminário, tiveram início os trabalhos em busca de mudanças na lei para regulamentar as especificidades do modelo de ensino.
Os centros são uma rede de escolas comunitárias rurais que têm como metodologia a pedagogia da alternância. Esse modelo permite aos estudantes alternar determinado período na escola rural, geralmente de 15 dias, com períodos nos quais ele permanece integralmente com a família, participando das atividades de produção agrícola.
Atualmente existem 264 escolas comunitárias com alternância em todo o país. Elas atendem a mais de 17 mil estudantes, segundo a União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil (Unefab) e a Associações das Casas Familiares Rurais (Arcafars), que administram os centros de ensino.
Conforme o presidente da Unefab, Antônio Rocha, a pedagogia de ensino leva em conta as experiências dos alunos na comunidade e na família e os pais participam diretamente na educação formal dos filhos e na gestão da escola.
“O estudante fica um tempo na escola e outro na sua propriedade para não perder a característica de agricultor familiar. Aquilo que ele aprende na escola, devolve para as comunidades e garante a continuidade da agricultura familiar. A prática do aluno também é considera um estudo, não só os números que ele alcança”, disse.
De acordo com a presidenta da Arcafars, Maria de Aparecida Geffer, é difícil encontrar formas de sustentar as escolas, e o seminário foi importante para buscar alternativas para esse problema. “Nós somos escolas comunitárias, ofertamos um ensino público gratuito e estamos hoje aqui para buscar a consolidação do financiamento, para poder garantir educação de qualidade, uma educação do campo para o campo, ao trabalhar o jovem, a família e o meio”.
Representante do Ministério da Educação no evento, a coordenadora-geral de Políticas de Educação do Campo, Divina Bastos, informou que o MECestá buscando formas de legalizar a atuação das escolas.
“Temos uma lei que permite a essas escolas receber o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica]. Elas já recebem recurso do MEC. Nós estamos fazendo uma agenda de trabalho para a legalização e o reconhecimento de fato dessa educação”.

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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Inep adia para segunda-feira o acesso das escolas às notas do Enem 2013

27 de novembro de 2014
Colégios poderão acessar as médias dos alunos no exame do ano passado. Acesso estava previsto para ontem (27) mas foi transferido

Fonte: G1

O acesso das escolas às notas preliminares do Exame Nacional do Ensino Médio do ano passado (Enem 2013) estava previsto para esta quinta-feira (27), mas será na segunda-feira (1º), de acordo com portaria do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (31).
Em caso de discordância, os dirigentes das escolas poderão interpor recurso ao Inep até 10 dias após a data da divulgação preliminar. O Inep vai analisar e responder os recursos no prazo de 15 dias. A divulgação final dos resultados está prevista para o dia 22 de dezembro, segundo a portaria.
Os resultados serão calculados e divulgados para as escolas que possuam pelo menos dez alunos concluintes do ensino do médio regular e que eles representem pelo menos 50% de alunos participantes do Enem, de acordo com os dados do censo escolar.

O espaço das brincadeiras orais na alfabetização

27 de novembro de 2014
Pesquisadores defendem que método baseado na oralidade aperfeiçoa desempenho em leitura

Fonte: Centro de Referências em Educação Integral

Hoje é domingo
pede cachimbo
cachimbo é de barro
bate no jarro
o jarro é fino
bate no sino
o sino é de ouro
bate no touro
o touro é valente
bate na gente
a gente é fraco
cai no buraco
o buraco é fundo
acabou-se o mundo!
As frases podem trazer à mente, aos ouvidos e ao coração doces recordações dos tempos de infância. Talvez a lembrança venha acompanhada de imagens de crianças correndo e brincando ou de sons de risadas e palmas ritmadas. Ainda que o texto – uma parlenda – possa remeter apenas às brincadeiras da infância, ele pode ser também um importante instrumento no processo de alfabetização.
Quem defende isto é o professor Claudemir Belintane e a pesquisadora Katia Arilha Nanci, ambos da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de São Paulo (USP). Ao longo de quatro anos, eles acompanharam três escolas em diferentes estados e aplicaram um método de alfabetização que se apoia na oralidade. O resultado? Ao alcançarem o terceiro ano, mais de 90% dos alunos estavam com um bom nível de leitura.
Antes de falar da importância da oralidade no processo de alfabetização, Claudemir destaca que essa não é igual à fala. “Na nossa concepção, oralidade diz respeito à memória e aos processos de textualização da experiência humana das quais as comunidades ágrafas [que não escreviam] lançavam mão para combater o esquecimento.” Para o docente, grandes epopeias, como a Ilíada, de Homero, e a Bíblia nasceram deste processo, no qual “elementos estéticos (a métrica, a repetição, as alegorias etc.) jogam um papel fundamental”.


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Pais apelam para matricular filhos

27 de novembro de 2014
Objetos são acorrentados a grades de escola municipal para garantir lugar em fila

Fonte: Gazeta de Alagoas (AL)

Cadeiras, bancos, baldes, latas e até peças de motocicletas foram presos com correntes e cadeados às grades da Escola Municipal João Sampaio, na Chã da Jaqueira, pelos pais que desejam garantir, em data incerta de 2015, vagas para matricular seus filhos numa das 24 turmas do educandário.
O acúmulo de objetos pessoais diante da maior Escola do Conjunto João Sampaio, na periferia de Maceió, seria reflexo de um problema antigo enfrentado pela comunidade: a demanda pelas vagas é muito superior à oferta, segundo explicou a diretora da Escola, Professora Silvana Sarmento.
Anos atrás, os pais acampavam diante da unidade Escolar. Resistiam firmes à chuva, ao sol, ao frio e ao calor para pegar as fichas correspondentes ao diminuto número de vagas para novatos. “Nos últimos dois anos, mudaram a estratégia. Não ficam mais na fila, mas demarcam território utilizando objetos pessoais”, diz.
Profissional da Educação há 35 anos, Silvana tem explicação fácil para a cena que chama a atenção de quem passa pela porta da unidade Escolar. “Quando lutam para garantir uma vaga, os pais também querem a garantia do direito de manter seus filhos estudando pertinho de suas casas. É um direito deles”.


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Piketty em defesa da Educação

27 de novembro de 2014
Em palestra na USP, economista francês destaca a importância de aplicar recursos de uma taxação sobre riqueza na ampliação do acesso ao ensino de qualidade

Fonte: O Globo (RJ)

Para diminuir a desigualdade, é preciso apostar em políticas de valorização do salário mínimo e de inclusão. E uma Educação de qualidade é o principal caminho, já que jovens mais pobres vão para universidades de má qualidade, perpetuando a situação de pobreza, afirmou ontem o economista francês Thomas Piketty a uma plateia de estudantes, durante palestra na Universidade de São Paulo.
- A diminuição de desigualdade de renda depende de políticas de valorização do salário mínimo e de políticas inclusivas. A difusão de Educação de qualidade é o mais importante mecanismo para diminuir a desigualdade de renda - afirmou o autor de "O Capital no século XXI", recém-lançado no Brasil (Intrínseca).
O francês ganhou fama mundial ao mostrar em seu livro o aumento da concentração de renda, uma vez que os ricos, especialmente os herdeiros de grandes fortunas, estão cada vez mais ricos, e os assalariados têm mais dificuldade de ascender socialmente. A solução defendida por ele é uma taxação progressiva da renda e a criação de um imposto sobre grandes fortunas.
Piketty destaca que o uso adequado do dinheiro dessa taxação é essencial, especialmente na Educação. Isso não significa criar Escolas elitistas, mas oferecer boa Educação de forma generalizada.
- Se olharmos a breve história de taxação, veremos que é preciso criar taxações progressivas de renda, fortalecer movimentos trabalhistas, investir em Educação para mudar essa trajetória.
Ao relatar uma conversa recente com Bill Gates, um dos fundadores da gigante Microsoft, o francês arrancou risos da plateia:
- Tive uma discussão muito interessante com Bill Gates. Ele disse: "OK, concordo com tudo o que você diz, mas não quero pagar mais impostos".
Já o economista André Lara Resende, também presente ao evento, sugeriu que a taxação do consumo seria melhor que taxar renda e riqueza. Segundo o francês, esta foi a saída dada por Gates.
- Não tenho problema de que discordem de mim, mas acho muito importante ter esse debate - disse Piketty. - Se nenhuma medida for tomada pelos governos, os países desenvolvidos tendem a ter uma concentração de riqueza semelhante à das oligarquias do século XIX.

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Projeto de arte e educação realiza atividades em Ourém, PA

27 de Novembro de 2014

Fonte: G1 Educação

O Projeto de arte e educação ‘Troca de Saberes’ acontecerá nos próximos dias 28, 29 e 30 de novembro no município de Ourém, nordeste do Pará. A ação conta com mais de cem inscritos na capital. O maior objetivo do projeto é permitir as trocas de saberes, estilos e vivências durante a programação.
Indígenas da tribo dos Tembés, mestres de boi de Ourém, alunos de escolas estaduais do município, comunidade Quilombola, artistas de vários segmentos de Belém e a banda Gang do Eletro irão participar do evento.
O Troca de Saberes irá realizar no próximo dias sábado (29), um grande cortejo cultural pelas ruas de Ourém envolvendo todos os participantes do projeto que culminará em um show na concha acústica, a partir das 21h,  com os mestres de boi de Ourém, a Banda Casa de Folha e Gang do Eletro.

O projeto encerra um ciclo realizado pela quarta vez no município. No ano de 2014, quem recebeu as oficinas  de formação cultural, teatro, flauta e audiovisual, foi a comunidade Rio Branco, localizada a 170 km de Ourém. As oficinas tiveram duração de duas semanas e terão seus resultados apresentado no cortejo Cultural.

A ação conta com mais de cem inscritos em Belém, cerca de 200 alunos de escolas públicas estaduais de Ourém, 45 indígenas, 40 pessoas da comunidade Rio Branco, representantes da comunidade quilombola Mocambo, exposição fotográfica ParáAfrica, Barca das Letras, os poetas paraenses Apolo de Caratateua e Claudio Cardoso, Conexão Crew, Yan Belém com vídeo mapping, artistas circenses e de teatro, entre Outros.

Educadores entregam ao MEC publicação com demandas para o setor

27 de novembro de 2014
Livro que contém propostas para aprimorar a Educação Pública brasileira foi entregue por integrantes do Movimento Educação em Nossas Mãos

Fonte: Agência Brasil

Um livro com propostas para aprimorar a educação pública brasileira foi entregue hoje (27) por integrantes do Movimento Educação em Nossas Mãos ao ministro da Educação, Henrique Paim. Financiamento, gestão, formação continuada dos profissionais e garantia de continuidade das políticas públicas de educação exitosas estão entre os itens propostos pelo movimento na publicação, elaborada com a participação de docentes de 15 estados.
Com o livro Vozes de Educadores Brasileiros, a intenção é sugerir melhorias aos governantes eleitos. A falta de continuidade das políticas de educação motivada pela troca de governos é um dos itens presentes no livro e, na avaliação da representante do Educação em Nossas Mãos, Cybele Amado, é um fator prejudicial para a educação pública. “Quando muda prefeito, governador, até presidente, há uma descontinuidade técnica. Quando vamos mudar isso? Há programas que realmente são efetivos e somem de uma hora para outra. É preciso ter algo que garanta a continuidade do que tem qualidade”, afirma Cybele.
Entre as demandas dos docentes destacam-se a construção de um plano de carreira para o magistério da educação básica e melhor remuneração para os professores de todos os níveis de ensino. A infraestrutura é citada com o pedido de garantia de material pedagógico de qualidade e ambiente físico adequado. A formação inicial e continuada é outra demanda.
A publicação destaca ainda a necessidade de adequação do currículo escolar,com a adoção de conteúdos que dialoguem com a realidade social e cultural dos alunos, contribuindo assim para a permanência dos jovens na escola. No campo da gestão, estão entre as propostas a instituição de eleição para diretor escolar e a garantia de participação dos professores na elaboração das políticas públicas do setor.
“É preciso que o professor seja um protagonista e tenha seu lugar valorizado. Quem vai transformar a educação no Brasil são os professores. Todas as políticas e lutas que temos são importantíssimas, mas quem vai fazer as transformações são esses profissionais que estão em sala da aula”, disse a representante do Movimento Educação em Nossas Mãos.
Quatro integrantes do movimento participaram da reunião com o ministro Henrique Paim e, segundo eles, pediram que o livro seja entregue à presidenta Dilma Rousseff.

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Entenda o que é o ensino híbrido e como colocá-lo em prática

27 de novembro de 2014
Método busca a personalização do ensino ao alternar momentos em que o aluno estuda sozinho, em ambientes virtuais, e em grupo; confira dicas para usar tecnologia no ensino

Fonte: Revista Educação

O que é: também chamado de blended learning, o método alterna momentos em que o aluno estuda sozinho - em geral em ambiente virtual - e em grupo, quando interage com seus colegas e o professor. "O cerne é a personalização do ensino. Buscamos diferentes ferramentas - não somente as tecnológicas - para suprir as necessidades do aluno contemporâneo", explica Adolfo Tanzi Neto, consultor pedagógico e de pesquisas da Fundação Lemann.
Como fazer: há diversas maneiras de adotar o ensino híbrido. Um recurso que vem sendo bastante usado é a rotação. O professor divide a sala de aula em várias estações com atividades diferentes, mas que se complementam. Pelo menos uma delas propõe o uso de plataforma digital. O aluno deve passar por todas as estações ao longo da aprendizagem de determinado conteúdo. "Ele deve ser protagonista e buscar o conhecimento segundo seus próprios interesses", explica Ailton Luiz Camargo, professor de história do Colégio Objetivo Sorocaba e da rede municipal de Iperó (SP). Nesse sentido, o professor também deve assumir um novo papel. "Ele deixa de ser a primeira fonte de informação e conhecimento e passa a ser o mentor que guia a aprendizagem dos alunos", diz Mario Junior Mangabeira, coordenador da gerência de formação do projeto Educopédia.
Dificuldades: para quem co­meça a trabalhar com o ensino híbrido, há dois grandes desafios: a falta de ferramentas tecnológicas educacionais adaptativas em português - a maior parte está disponível apenas em inglês - e a limitação de escolas conectadas à internet. De acordo com o Censo Escolar, apenas 50% delas têm acesso à internet. Para Adolfo, no entanto, esse não deve ser um impedimento, já que o ensino híbrido vai muito além da tecnologia. "Podemos começar a mudar os espaços dentro da sala de aula, o papel do professor e incentivar a autonomia para uma aprendizagem mais personalizada do aluno, sem tecnologias digitais." Mario lembra também que o sucesso da aplicação do ensino híbrido envolve a mudança nos currículos e referenciais, na organização do tempo e do espaço escolar e nos equipamentos disponíveis na sala de aula.
Na prática: o Colégio Dante Alighieri, em São Paulo (SP), é uma das escolas participantes do projeto Ensino Híbrido, realizado pela Fundação Lemann. O Dante utiliza o aplicativo Mindjet, cuja proposta dos professores em utilizá-lo para incentivar os alunos a trabalhar, dentro e fora de sala de aula, com mapas mentais resultou na obtenção do título Apple Distinguished Education (ADE). O pensamento é organizado a partir de palavras-chave e recursos como imagens e vídeos. A base do projeto é o conceito de sala de aula invertida (que integra o conceito de ensino híbrido), em que o aluno é estimulado a ter um conhecimento prévio do assunto antes da explicação do professor. O resultado do projeto da Fundação Lemann deve ser divulgado em 2015 em uma plataforma gratuita onde será possível acessar dicas práticas e fundamentações teóricas.

Dez dimensões para o uso pedagógico das TICs
Como as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) podem ser usadas de forma pedagógica? Priscila Gonsales, diretora executiva do Instituto Educadigital, mostra dez dimensões para o uso pedagógico das TICs.
1 Mudança estrutural no tempo e espaço: flexibilidade no horário das aulas, na utilização dos espaços disponíveis na escola e na composição etária das turmas;
2 Estimula a interdisciplinaridade e a integração entre os docentes: favorece a autonomia e a criatividade para a criação e realização de projetos em conjunto;
3 Baseia-se na metodologia de projetos: valoriza não apenas o conteúdo apreendido, mas também o processo educativo vivenciado pelos estudantes;
4 Favorece o desenvolvimento de práticas individuais e/ou coletivas que permitam consolidar a aprendizagem, com ênfase no trabalho diversificado com perfis diferentes de alunos;
5 Promove aulas mais participativas e menos expositivas: aproximando alunos e professores, horizontalizando as relações;
6 Utiliza recurso, ferramentas e demais dispositivos digitais de comunicação: os alunos visivelmente são protagonistas de sua própria aprendizagem;
7 Introduz conceitos da cultura digital: pesquisa e seleção de informações, compartilhamento, colaboração, circulação de conhecimento, uso de licenças livres, uso responsável da internet, multiculturalidade;
8 Desenvolve e/ou utiliza espaços e ambientes interativos em redes (sites, comunidades, blogs) no processo pedagógico: amplia o alcance de comunicação e estimula a autoria de educadores e educandos;
9 Valoriza a intervenção social dos estudantes em benefício de sua comunidade, cidade, estado ou país: possibilita o exercício da cidadania e do empreendedorismo;
10 Cria situações reais e concretas que possam despertar o interesse e a motivação dos alunos para aprender cada vez mais: aprendizado significativo.
 

Mais de 500 escolas rurais têm problemas graves de infraestrutura

27 de novembro de 2014
O item mais em falta nas escolas é a biblioteca, presente em apenas 11,5% das unidades

Fonte: Revista Educação

Levantamento realizado pelo Instituto CNA, ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, mostrou que das 75.678 escolas rurais existentes no Brasil, 508 encontram-se sem condições de infraestrutura, com baixa taxa de aprovação e alto índice de abandono. São as escolas esquecidas, segundo a denominação do estudo.
Para chegar a esse universo, foram mapeadas as instituições com taxa de abandono escolar igual ou maior que 5% na Educação Básica e taxa de aprovação igual ou inferior a 80% dos alunos. Em termos de infraestrutura, foram classificadas como inadequadas para a relação ensino-aprendizagem as escolas sem nenhum dos seguintes equipamentos: biblioteca, computador, TV, antena parabólica, DVD ou videocassete, água filtrada para os alunos, energia elétrica e rede de esgoto sanitário.
O item mais em falta nas escolas rurais é a biblioteca, presente apenas em 11,5% das unidades.
O levantamento também mostrou que 46,7% das escolas esquecidas estão localizadas em terras indígenas, áreas de assentamento, áreas remanescentes de quilombolas e áreas de uso sustentável localizadas nos estados do Acre (36), Amazonas (202), Amapá (4), Bahia (12), Maranhão (22), Mato Grosso (3), Pará (209), Pernambuco (6), Piauí (2), Rondônia (1) e Roraima (11).

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Escola tem de mudar para reduzir desigualdades sociais, indica Unesco

27 de novembro de 2014
Tecnologias em sala de aula precisam ser usadas para desafiar estudantes a criar seu método de aprendizado

Fonte: iG

"Se a escola não mudar, vamos colaborar para o aumento das desigualdades sociais", afirmou Francesc Pedró, chefe da Divisão de Políticas Educacionais da Unesco, durante a apresentação do estudo "Tecnologias para a Transformação da Educação" em São Paulo na última terça-feira (25).
O estudo, que reúne estratégias para o uso da tecnologia, aponta a qualidade da educação com equidade como o desafio dos países da América Latina para os próximos anos.
"Nos últimos 15 anos, tentamos garantir o acesso à educação. Agora precisamos pensar em como garantir o acesso com qualidade e equidade, para que a educação possa precisamente ajudar os estudantes a superar barreiras sociais", afirma Pedró. "Vemos a tecnologia como uma janela de oportunidade."
Entre os 65 países avaliados no último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), os estudantes de países da América Latina apareceram nas últimas posições. O Brasil ficou em 55° lugar no ranking de leitura, 58° no de matemática e 59° no de ciências. O Pisa mostrou ainda que 15,7% da variação de performance entre estudantes brasileiros se deve a diferenças socioeconômicas.
Currículos devem focar em habilidades e não em conteúdos
Para melhorar a qualidade da educação, alguns são os eixos apontados pelo documento para transformar os projetos educacionais. Pedró destaca que há um consenso sobre a importância do desenvolvimento de habilidades e não mais do ensino de conteúdos.
"O professor deve deixar de ser aquela figura que passa conhecimentos para ser aquele que desperta curiosidades e dá problemas para que o aluno encontre soluções de maneira ativa e cooperativa”, indica.
Assim, as tecnologias devem ser usadas para a criação de um ambiente de aprendizagem que fomente o desenvolvimento de habilidades, com o acesso à internet, o uso de câmeras, telefones e outros dispositivos tecnológicos como ferramentas para a pesquisa e para a criação de produtos educacionais.
O representante da Unesco destaca que esses aparelhos e tecnologias já são usados por grande parte dos estudantes e professores da América Latina, no entanto eles ainda não foram integrados ao sistema de ensino.
"Com as tecnologias de comunicação, os estudantes resolvem exercícios de maneira cooperativa mesmo quando o professor pensou a tarefa de forma individual", comenta Pedró, ressaltando a necessidade de mudança na forma como são dadas aulas e tarefas escolares.
Troca de experiências de professores é essencial
“A OCDE vê a inovação com um enfoque sistêmico, além da tecnologia, que passa pela inovação na gestão da escola, no modo de dar aulas, na cooperação dos professores, na pesquisa em educação, entre outras coisas”, aponta Carlos González-Sancho, analista da direção de educação da OCDE.
O analista destaca que, apesar de diversas experiências novas serem adotadas por professores de todo o mundo, há poucos dados sobre práticas inovadoras na educação, o que dificulta sua avaliação e sua multiplicação. González-Sancho afirma ainda que o trabalho cooperativo e a troca de experiências entre professores é essencial para a melhora em escala dos resultados educacionais.
“A inovação quando acontece ilhada é pouco efetiva. Para que a inovação possa se disseminar é importante criar estruturas de redes que fomentem a partilha e a troca entre professores. Colocar em contato desde logo os docentes que estão fazendo projetos inovadores é um componente essencial para dar um salto em escala.”

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