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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Comissões promovem debate sobre uso de cadeirinhas no transporte escolar

 30 de Setembro de 2015

Profissionais apontam dificuldades de arcar com novas despesas; pais alegam que o custo da implantação será repassado para o preço final

Fonte: Agência Câmara
As comissões de Educação e de Viação e Transportes debatem hoje as resoluções e propostas relativas à segurança no transporte escolar de crianças. A partir de 1º de fevereiro de 2016, os veículos escolares serão obrigados a usar cadeirinhas para acomodar as crianças de até sete anos e meio.
De acordo com o deputado Max Filho (PMDB-ES), mesmo sem entrar em vigor, a medida, que foi decidida em reunião do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) no dia 17 de junho de 2015, já causa polêmica entre os pais de alunos e proprietários de empresas de transporte escolar.
Os profissionais que atuam no ramo do transporte escolar apontam dificuldades de arcar com novos custos. Já os pais alegam que o custo da implantação será repassado para o preço final. Outra preocupação dos transportadores escolares é não ter onde guardar as cadeirinhas, pois transportam crianças de todas as idades.
Para o Contran, a obrigatoriedade da cadeirinha é para que as crianças possam ficar totalmente seguras, o que não é obtido apenas com o uso do cinto de segurança. O custo dos equipamentos, entende o Contran, deverá ser absorvido pelos donos dos veículos escolares.
Foram convidados:
- o presidente do Movimento Independente de Transportadores Escolares do Espírito Santo, Valmilson Cunha Leite;
- o diretor da Federação Nacional de Transportes de Escolares, Donay Jacintho da Silva Neto;
- o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Luiz Moan Yabiku Junior;
- a presidente da Associação de Transportes de Escolares e Turismo de Ponta Grossa, Márcia Schimanski;
- o diretor do Departamento Nacional de Trânsito e Presidente do Conselho Nacional de Trânsito, Alberto Angerami;
- a assessora da Diretoria de Avaliação da Conformidade do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, Maria Aparecida Martinelli;
- o chefe do Gabinete de Treinamento do Comando de Policiamento de Trânsito, capitão Julyver Modesto de Araújo;
- o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Geraldo Guttemberg; e
- o presidente da Associação Regional de Condutores Escolares de São Paulo, Jorge David Salgado.
O debate será realizado às 14h30, no plenário 11.

Opinião: Maioria dos alunos cariocas admite já ter colado e copiado trabalhos

 30 de Setembro de 2015

"A correlação entre a frequência de pequenos desvios éticos no ambiente escolar e a grande corrupção existente numa sociedade parece não ser tão espúria assim", afirma Antônio Gois

Fonte: Blog do Antônio Gois - O Globo Online
Em junho deste ano, um doutorando da UFMG que começou a dar aulas na graduação da universidade fez um post em seu blog pessoal (veja aqui) relatando sua frustração com o que chamou de postura corrupta enraizada nos alunos e na comunidade acadêmica. Mesmo num ambiente universitário, estudantes abusavam de recursos ilícitos como colar nas provas, copiar trabalhos e assinar lista de presença em nome de outros. Boa parte dos jovens, dizia ele, não era movida pelo desejo de conhecimento. Sugestão de livros, exercícios, trabalhos... tudo isso só fazia sentido para os alunos se houvesse algo em troca, no caso, pontos na nota final para facilitar a aprovação na matéria.
Inspirada por esse post, a coluna sugeriu ao Laboratório de Práticas de Pesquisa da UniCarioca que investigasse, na cidade do Rio, a ocorrência desses comportamentos em sala de aula. A sugestão, prontamente aceita pela instituição, deu origem à pesquisa Pequenas Infrações nas Salas de Aula, que ouviu em agosto 1.100 cariocas, a grande maioria deles estudantes dos ensinos médio e superior com idades entre 16 e 30 anos.
A maioria dos respondentes (58%) admite, por exemplo, que já pediu a colegas para colocar seus nomes em trabalhos de grupo mesmo sem ter contribuído com a realização dos mesmos. Outros 74% dizem que já fizeram isso em favor de outro colega.
De vez em quando, a opinião pública se choca com imagens de deputados em plenário assinando presença em nome de outros colegas. Mas a prática é comum também nas escolas, tendo sido admitida por 59% dos respondentes na pesquisa.
Do ato individual de colar numa prova ao de desviar milhões de cofres públicos vai uma distância gigantesca. Mas a correlação entre a frequência de pequenos desvios éticos no ambiente escolar e a grande corrupção existente numa sociedade parece não ser tão espúria assim. Em 2013, a pesquisadora Aurora Teixeira, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, publicou na revista científica “Journal of Academic Ethics” estudo baseado numa amostra de 7.602 alunos de economia e administração de 21 países (o resumo pode ser lido aqui). Ela identificou que a prática de colar em provas nesses cursos universitários variava muito entre países (o Brasil, infelizmente, estava entre os maiores percentuais da lista) e que havia alta correlação entre essas taxas e indicadores gerais de percepção de corrupção nas sociedades analisadas. Para ela, a “reprodutibilidade e a persistência ao longo do tempo de comportamentos desonestos mostram que é perigoso ignorar as trapaças num ambiente acadêmico."
Voltando ao levantamento da UniCarioca, ao fim, os pesquisadores perguntaram aos entrevistados quais seriam os responsáveis pelas práticas de corrupção em sala de aula. Apenas 41% disseram que os culpados eram os próprios alunos. A maioria apontou para outros atores: o professor ou instituição acadêmica que não estimulam a aprendizagem; o sistema educacional que precisa ser modernizado, ou mesmo a falta de investimento do governo no ensino. Também na educação, o inferno são os outros.

Editorial: Escolas públicas ao acaso

30 de Setembro de 2015

"Escolas públicas do Ensino Fundamental sem vigilância são o ápice da desorganização do setor educacional", afirma jornal

Fonte: O Estado do Maranhão (MA)

Cerca de 130 mil estudantes, que estão matriculados na rede municipal de Ensino, o equivalente a 281 Escolas, estão sem segurança durante as aulas. Não há vigilantes nos estabelecimentos de Ensino. A Secretaria de Educação de São Luís já emitiu nota informando que o serviço de vigilância está em processo de regularização.

Enquanto isso, as Unidades de Educação básica (UEB) Santa Clara, no bairro de mesmo nome, Estudante Edson Luiz de Lima, na Gancharia, e Professor João de Sousa Guimarães, na Divineia, ficaram dias sem aulas por conta de atos de vandalismo praticado contra o estabelecimento e os Alunos.

Muitos estabelecimentos de Ensino foram vandalizados este ano: UEBs Rubem Almeida, no Coroadinho, e Miguel Lins, no Maranhão Novo. Outros estão na lista: Newton Neves, Zuleide Andrade, na Cidade Olímpica, Amaral Raposo, Rubem Teixeira Goulart, Bandeira Tribuzi e Rubem Almeida, no Bequimão.

Sem seguranças nas unidades de Ensino, além dos atos de violência os estudantes indisciplinados saem sem ser vistos. Nos últimos dias uma estudante caiu do muro em uma das Escolas de Raposa, município da grande São Luís.

A Educação está mesmo jogada a um canto qualquer, sem meta, sem rumo. Não é prioridade. Escolas públicas do Ensino fundamental sem vigilância é o ápice da desorganização do setor educacional de uma cidade com mais de um milhão de habitantes. Diante dos dados, muitos podem se tornar críticos e até se indagar como questões como essas ocorrem.
A insegurança leva à suspensão de aulas, que leva à desqualificação do Ensino, que leva à evasão Escolar, um passo para a falta de Educação. Como São Luís poderá avançar com um sistema educacional cheio de falhas? Como alcançar a meta de alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade?

A cada investida contra as Escolas, os bandidos são mais ousados. Eles quebram paredes, depredam tetos, atacam as cozinhas e levam os produtos que compõem a merenda, roubam computadores e outros equipamentos caros e importantes para os estudos. A comunidade Escolar passou a conviver com a violência, até parece que deve fazer parte do curriculum de Alunos, Professores e administrativos. As estatísticas mostram o problema que tem em um dos seus sustentáculos a falta de segurança. Não há o que questionar. Contra fatos não há argumentos. Mesmo assim, com a palavra a administração municipal de São Luís.

Dilma conversa com Mercadante, e ministro vai para a Educação

 30 de Setembro de 2015

Fonte: Folha de São Paulo

A presidente Dilma Rousseff fechou nesta quarta-feira (30) com seu ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que ele irá assumir o Ministério da Educação, que hoje é comandada por Renato Janine Ribeiro.
A saída do petista foi acertada em meio a fortes pressões de aliados do governo para que deixe a gerência do governo. Com isso, Mercadante retorna à pasta que ocupava antes de assumir a Casa Civil.
Muito desgastado, Dilma acatou a pressão de PMDB e integrantes do PT para colocar no lugar do petista alguém com menos desgastes e que possa auxiliar Dilma Rousseff a enfrentar a crise. O mais cotado para a Casa Civil é o petista Jaques Wagner (Defesa).
Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) iria para a Defesa no lugar de Wagner. E Ciência e Tecnologia ficaria com o PSB.
Na conversa com Mercadante, Dilma demonstrou chateação em ter de abrir mão de seu fiel assessor, mas considerou que sua permanência no cargo era insustentável, segundo a Folha apurou.
Há algumas semanas, Dilma havia negado intenção de substituir seu fiel escudeiro. Nesta terça (29), porém, aliados de Mercadante que descartavam sua saída passaram a considerar a troca como inevitável.
Partidos aliados passaram a cobrar mais e mais que ele deixasse a Casa Civil. Conforme interlocutores, a pressão atingiu nível máximo, sobretudo por parte do PMDB, hoje no comando de seis ministérios e prestes a levar mais um na reforma que será anunciada nesta quinta.
A legenda ganhará o Ministério da Saúde. Para entregá-la a um deputado peemedebista, Dilma teve de demitir o petista Arthur Chioro –o que foi feito em conversa fria e por telefone.
"Fique quieto, não se mexa. Você sai na quinta", teria dito ela, conforme relato do ministro a amigos. Assessores próximos a Chioro afirmam que ele ficou muito decepcionado, considerou uma "humilhação" ter sido demitido por telefone e avalia não participar da transmissão do cargo no ministério.
NEGOCIAÇÕES
Dilma passou a terça em negociações para fechar a nova equipe, com a qual espera recompor a base para aprovar o ajuste fiscal e evitar abertura de um processo de impeachment na Câmara. Além do PMDB, tenta trazer o PSB de volta à Esplanada.
Até o anúncio da reforma, o governo espera que o Congresso já tenha votado, e mantido, vetos presidenciais a projetos que aumentam os gastos públicos, como o que reajusta salários no Judiciário.
Nesta terça, Dilma indicou cedo ao vice, Michel Temer, que irá ampliar de seis para sete ministérios a cota do PMDB no governo mesmo que, para isso, recue no propósito de reduzir dez pastas. Já está definido que os senadores Eduardo Braga (Minas e Energia) e Kátia Abreu (Agricultura) serão mantidos.
Dois deputados do PMDB entrarão. Para a Saúde, o mais cotado é Marcelo Castro (PI), médico. A segunda pasta está sendo negociada, mas não se descarta manter a Pesca como pasta independente. Inicialmente, se cogitava anexá-la à Agricultura.
Há outras opções, como Cultura; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ciência e Tecnologia.
Do grupo de Temer, Eliseu Padilha deve continuar na Aviação Civil, e Henrique Eduardo Alves, no Turismo. Já Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), pode trocar a Pesca, na hipótese de ser extinta, por Portos, que não será mais fundido com Aviação.
O ex-presidente Lula é esperado em Brasília nesta quarta (30) para ajudar nas negociações da reforma. Uma de suas missões é acalmar o PT, insatisfeito com a perda da Saúde e com a fusão de três secretarias (Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos) no Ministério da Cidadania. 

Aprovada em 1.ª votação lei que obriga escolas a divulgarem números dos Conselhos Tutelares

 30 de Setembro de 2015

Fonte: Nota 10

Em primeira votação unânime, nesta terça-feira (29), a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei que determina aos estabelecimentos da rede de ensino de Curitiba, públicos e particulares, a divulgação do telefone do Conselho Tutelar responsável pela região.
O cartaz também deverá indicar a Central 156, serviço da prefeitura que funciona 24 horas por dia e recebe as denúncias emergenciais. A proposição é do vereador Dirceu Moreira (PSL).

O autor destacou que Curitiba possui 45 conselheiros e são cinco deles em cada Conselho Tutelar. Os equipamentos funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e entre 13h30 e 18h. As eleições do próximo domingo (4), as primeiras unificadas em todo o país, foram registradas por ele, por Tico Kuzma (Pros) e por Tito Zeglin (PDT). “O voto é facultativo e, infelizmente, poucos se envolvem”, avaliou o autor.

“Nossas crianças e adolescentes sofrem agressões diárias, que têm que ser denunciadas ao Conselho Tutelar. O projeto vem com o objetivo de aproximar o cidadão do cumprimento da lei”, disse Moreira. Valdemir Soares completou que a situação é um problema social e que as pessoas não podem se calar. “Essa criança, se não for ajudada, no futuro poderá ser usuária de drogas, entrar na vida do crime. A vítima amanhã poderá ser da sua família. É uma cadeia”, apontou.

Para Soares, os telefones dos Conselhos Tutelares também devem ser divulgadas nos portais do poder público municipal (confira a relação). “Os conselheiros também atuam na prevenção e nos atendimentos pós-trauma. Precisamos ajudar a reforçar essa força-tarefa”, afirmou Carla Pimentel (PSC). “O projeto é simples, mas eficiente”, acrescentou Julieta Reis (DEM). Também participou do debate o líder da maioria, Paulo Salamuni (PV).

Para virar lei, o projeto depende da aprovação em segundo turno, nesta quarta-feira (30), e da sanção do prefeito Gustavo Fruet. Os estabelecimentos de ensino teriam 60 dias para a adaptação à norma, sujeitos à multa de R$ 1 mil por dia de descumprimento, à suspensão das atividades pelo período de 60 dias e, na reincidência, ao cancelamento da licença de funcionamento.

Os cartazes deverão ser de qualquer tipo de material, com dimensões mínimas de 0,80 cm por 0,50 cm e caracteres legíveis. A afixação, diz a matéria, será permanente e em local de fácil visualização. Também foram aprovadas duas emendas, apresentadas por Moreira, com adaptações no texto.

Brasil precisa colocar 37 milhões no ensino superior até 2024

 30 de Setembro de 2015

Fonte: Uol Educação

A contagem regressiva começou em junho do ano passado, quando entrou em vigor o PNE (Plano Nacional da Educação), lei que estabelece metas para diferentes etapas de ensino no Brasil até 2024. O número de matrículas é o parâmetro mais concreto quando se trata dos planos futuros para a educação no país. De acordo com a meta 12 do PNE, que trata do ensino superior, o país precisa aumentar a taxa bruta (nº de matrículas sobre a população de 18 a 24 anos) para 50% e a líquida (nº de matrículas de jovens entre 18 e 24 anos sobre a população de 18 a 24 anos), para 33% -- atualmente os números são de 31,4% e 15,5%, respectivamente. A pedido do UOL, a consultoria Hoper fez as contas: seria preciso colocar mais de 37 milhões de alunos na universidade em dez anos. Isso significa que devem entrar na graduação uma média de 3,4 milhões de alunos por ano para atingir os índices propostos pela lei, entre 2014 e 2024. A título de comparação, em 2013 houve 2,7 milhões de ingressantes. A meta é considerada ousada por alguns especialistas e, na prática, só será cumprida se ocorrer um novo salto, parecido ao que já foi dado entre 2003 e 2013, quando o número de ingressantes na graduação passou de 1.554.664 para 2.742.950. O problema é que naquela época o Fies e as universidades públicas estavam em expansão, e o cenário não era de crise como hoje.

Locais de prova do Enem serão divulgados nesta semana

 30 de Setembro de 2015

Fonte: Nota 10

Os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão acessar o local em que farão as provas a partir desta semana, informou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O cartão de confirmação de inscrição poderá ser acessado apenas pela internet, no site do Enem. 

Além do local de prova, o cartão contém o número de inscrição; a data e hora das provas; opção de língua estrangeira, solicitação de certificação do ensino médio, se for o caso, além da indicação do atendimento especializado ou específico, se houver sido solicitado pelo participante. 

Neste ano, o cartão não será enviado pelos Correios e caberá ao estudante acessá-lo pela internet. Para isso, é necessário informar o CPF e a senha. Caso, não se lembre dela, o participante poderá recuperá-la na própria página do Enem. 

As provas serão aplicadas nos dias 24 e 25 de outubro em todos os estados e no Distrito Federal. Mais de 7,7 milhões de candidatos confirmaram a inscrição. Os portões serão abertos ao meio-dia e serão fechados às 13h, no horário de Brasília. 

Uma dica para os candidatos é fazer o caminho de casa até o local de prova antes da data do exame para conhecer o trajeto e evitar imprevistos. No dia da prova, devem chegar com antecedência.

Ministério da Educação altera regra para encerrar bolsa do Prouni

 30 de Setembro de 2015

Fonte: Uol Educação

Em portaria publicada nesta quarta-feira no "Diário Oficial da União", o Ministério da Educação alterou as regras para encerramento de bolsa do Prouni.

A bolsa será encerrada caso o bolsista também esteja matriculado em Instituição de Ensino Superior (IES) pública e gratuita. Também poderá ser encerrada se o rendimento acadêmico for insuficiente, podendo o coordenador do Prouni autorizar, por duas vezes, a continuidade da bolsa em caso de reprovação em disciplinas.

Mais de 650 instituições de ensino ofereceram atendimento gratuito à sociedade

 30 de Setembro de 2015

Fonte: Nota 10

Mais de 650 instituições de ensino superior (IES) de todo o país aderiram à 11.ª edição da Campanha da Responsabilidade Social do Ensino Superior Particular. Segundo a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES), que promove a campanha, os números superam os do ano passado, quando 639 instituições participaram da campanha. 

Realizada anualmente desde 2005, a campanha deste ano ocorreu entre os dias 14 e 19 de setembro. O objetivo é promover ações voluntárias na comunidade. Participam tanto instituições privadas quanto públicas e aquelas vinculadas ao Sistema S. As ações são promovidas por professores, técnicos e estudantes. 

Neste ano, foram registradas mais de 6 mil atividades gratuitas à população em diversas áreas, como educação, saúde, cultura e meio ambiente. Em dez edições. foram feitos mais de 10,3 milhões de atendimentos à população, e a expectativa dos organizadores do evento é que neste ano a campanha supere a marca de 11 milhões de atendimentos gratuitos. Apesar de o prazo oficial da campanha ter terminado no dia 19, muitos estabelecimentos de ensino decidiram estender as ações da campanha até o final do mês de setembro. 

De acordo com a ABMES, os destaques deste ano foram palestras motivacionais e salas de emprego que buscavam abordar o momento econômico desfavorável que o país enfrenta. 

A campanha foi concretizada depois da Lei 10.861/2004, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Pela legislação, a contribuição à inclusão social, ao desenvolvimento econômico, à defesa do meio ambiente, da memória e do patrimônio cultural e da produção artística passou a fazer parte da avaliação das instituições de ensino superior. Quando mal avaliadas, tais instituições podem sofrer sanções. 

Aquelas que participam da campanha são certificadas com o Selo Instituição Socialmente Responsável, reconhecendo a importância do vínculo entre o universo acadêmico e a comunidade.

Constituição deve fazer parte dos conteúdos do ensino fundamental e médio

 30 de Setembro de 2015

Fonte: Nota 10

As escolas de ensino fundamental e médio devem passar a ofertar aos alunos, entre os conteúdos curriculares, a introdução ao estudo da Constituição. É o que sugere texto substitutivo a projeto (PLS 70/2015) aprovado pela Comissão de Educação, Cultura e esporte (CE) do Senado, na terça-feira (29). 

O autor do projeto é o senador Romário (PSB-RJ), que preside a comissão. O substitutivo foi sugerido pelo relator da matéria, senador Roberto Rocha (PSB-MA). Para tornar obrigatório o novo conteúdo, o projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). 

A proposta original sugeria a criação de uma nova disciplina curricular, que abordasse o estudo da Constituição. Roberto Rocha observou, contudo, que a indicação de disciplinas específicas poderia “dar origem a uma prática inusitada e passível de críticas à ação do Congresso Nacional: os inúmeros conteúdos a serem estudados nas escolas, bem como as estratégias pedagógicas, passariam a ser objeto de legislação específica, sendo subtraída dos educadores a competência para decidir sobre a matéria”. 

O senador ainda destaca que “as deliberações curriculares devem ocorrer de forma conjunta e articulada e não mediante proposições avulsas”. Por essa razão, optou apenas pela sugestão de abordagem do novo conteúdo como parte de disciplinas já existentes. 

Em análise terminativa, o texto voltará à pauta na próxima reunião, para apreciação em turno suplementar. Confirmado a versão aprovada , deve seguir diretamente para análise na Câmara dos Deputados.


terça-feira, 29 de setembro de 2015

Opinião: O novo modelo de escola

 29 de Setembro de 2015

"O governo Alckmin inicia um movimento histórico em suas unidades de ensino que visa construir um novo modelo e melhorar o aprendizado", afirma Herman Voorwald

Fonte: Folha de S.Paulo (SP)
O Estado de São Paulo figura entre as três melhores posições do Brasil quando o assunto é educação básica. Com suas cerca de 5.000 unidades, muitas vezes com situações de vulnerabilidade, essa rede pode se orgulhar de algumas importantes bandeiras que adquiriu ao longo dos anos. Mas orgulho não é sinônimo de conformismo. Ao contrário. Novos desafios se impõem à medida que avançamos.
Reduzir a educação a uma escala de proficiência é alijar do processo educacional toda uma geração em constante mudança e movimento. Nossa missão enquanto gestores públicos, portanto, é primeiramente admitir que, apesar da inclusão e de índices educacionais melhores, a busca pela equidade nos distanciou do anseio do aluno. Permanecemos entregando uma velha escola a um novo estudante.
Não há ineditismo em tal constatação nem privilégio paulista em tal cenário. Tampouco brasileiro. O mundo discute a necessidade, inexorável, de um novo modelo de escola. O nosso cenário não poderia estar mais propício a mudanças.
O Brasil vem sofrendo uma forte e constante redução na quantidade de matrículas na rede pública de ensino. Segundo dados do Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), nas escolas estaduais de São Paulo há 2 milhões a menos de estudantes em comparação a 1998.
Além da diminuição da taxa de natalidade, a municipalização e a migração de alunos para a rede privada são os responsáveis pela inversão da pirâmide demográfica.
A queda de matrículas aliada a uma expansão urbana desordenada nos submete a uma rede de escolas concebidas para atender uma população que se transformou e anseia por mudanças. As conquistas obtidas nos últimos anos pavimentaram a estrada que agora nos possibilitará inovar mais uma vez.
O governo Geraldo Alckmin dá início a partir deste mês a um movimento histórico em suas unidades de ensino com foco na construção de um novo modelo de escola e na melhoria do aprendizado.
Qualquer que seja a ação à luz da construção de uma escola mais próxima do jovem, ela passa necessariamente por uma reorganização da rede, concentrando na mesma unidade alunos da mesma faixa etária e concebendo um ambiente mais propício para a aprendizagem.
Escolas que atendam alunos do mesmo segmento de ensino ou de segmentos próximos entre si terão condições estruturais e, sobretudo, pedagógicas para articular o espaço e o tempo a serviço do currículo.
Indicadores da secretaria e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) mostram que escolas de ciclo único têm resultado 10% superior às unidades de três segmentos.
Onde for possível, vamos separar crianças de adolescentes para que todos recebam ambientes e ferramentas de acordo com suas necessidades. Estimativas prévias apontam que é possível crescer em 30% o número de escolas com só um ciclo de ensino (do 1º ao 5º ano, do 6º ao 9º ano ou médio). Em outras, haverá uma organização para se ter os dois ciclos do fundamental.
O esforço para a mudança é de todos. Não é tarefa simples. Mas os meses de planejamento e estudos nos dão segurança de que estamos no caminho certo. O mapeamento das vagas ociosas, realizado por georreferenciamento, confere aos responsáveis, estudantes e funcionários a garantia de um deslocamento máximo de 1,5 km, a fim de minimizar os contratempos e facilitar a vida das famílias.
Meu compromisso não é com os prédios escolares, mas com o dever enquanto gestor público e, sobretudo, educador de oferecer um ambiente escolar de mais qualidade.
É com uma escola voltada para a criança pequena, para o pré-adolescente ou para o adolescente que São Paulo dá mais um passo pela melhoria da qualidade de ensino. Limitar o aprendizado aos muros da escola é supor que ele se dá exclusivamente pela perspectiva dela.
A prepotência de imaginar que detemos a fórmula de ensinar fez do aluno espectador de um processo que nasce a partir e somente por ele. Repensar a estrutura, portanto, é o primeiro passo para legitimar o seu lugar e modificar a cultura e a função social da escola pública.
HERMAN VOORWALD, 60, professor, é secretário da Educação do Estado de São Paulo
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Teatro na escola ensina a respeitar as diferenças

 29 de Setembro de 2015

Para ajudar na inclusão de estudantes com deficiência no Ensino Regular, instituições curitibanas receberão 100 sessões de teatro

Fonte: Gazeta do Povo (PR)
Uma estrutura de madeira, espuma e TNT montada no meio do pátio é o suficiente para deixar três centenas de crianças extasiadas. São alunos do 1.º ao 5.º ano, que só precisam de alguns minutos depois que a peça começa para fixar sua atenção na trama que se desenrola no palco. Ao longo dos próximos 50 minutos, eles vão ouvir uma história divertida e, de lambuja, aprender a construir “um mundo para todo mundo”.
No palco, o menino Peter, de 10 anos, viaja entre planetas para cumprir a sua missão: construir um mundo “para todos”. Ao melhor estilo Dorothy, do Mágico de Oz, ele conta com a ajuda dos amigos para completar sua jornada. Oliver, o personagem cego, o ensina a olhar com o coração. O Rei Meritório, que não têm os dois braços, a “fazer”; o garoto surdo Giglio o ensina a ouvir; e Beni, que tem autismo, a pensar.
Na plateia, o silêncio é intercalado com risadas gerais e eventuais manifestações de um aluno do 2.º ano, autista, como Beni. Mas sua agitação em nenhum momento é motivo de gozo dos colegas ou preocupação dos professores. É que a Durival de Britto e Silva respeitar os alunos com deficiência já virou rotina. A escola municipal atende dentro da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, do Ministério da Educação (MEC), que prioriza a matrícula da estudantes com deficiência no ensino regular.
Entre 2008 e 2013, essa política já havia aumentado as matrículas destes alunos no ensino básico em 112% . A Durival de Britto, por exemplo, já atendeu autistas, cadeirantes, crianças com a síndrome de Kinsbourne (uma desordem neurológica rara, que provoca movimentos oculares arrítmicos e caóticos e irritabilidade) e até com a síndrome dos “ossos de vidro”. Este novo caráter inclusivo da escola é explicado aos pais, em reunião no início do ano. “A maior dificuldade de aceitação dos pais é com aqueles que têm transtorno de comportamento”, diz Anaí Rodrigues, diretora da Durival.
E as crianças? “São bem cooperativas, e o envolvimento delas é importante para quebrar os tabus”, conta a diretora. É aí que entra o teatro: para ensinar o respeito às diferenças já para os pequenos, antes que dê tempo de eles adquirirem preconceitos.
A dupla de atores Rafael Magaldi e Leandro Borgonha, da Ouroboros Produções, contou com o apoio da Universidade Livre para Eficiência Humana (Unilehu), instituição curitibana que trabalha com a inclusão no mercado. A petroleira ExxonMobil está patrocinando as 100 apresentações previstas para escolas municipais de Curitiba neste ano.
Curitiba atende mais de 1,6 mil em inclusão
Os alunos de inclusão escolar representam cerca de 1% da rede municipal de Curitiba. São 1.686 estudantes: 1.145 no fundamental, 325 no infantil e 216 no Ensino de Jovens e Adultos. Além disso, o município mantém três escolas de educação especial, que atendem 45 estudantes. São casos “muito específicos”, em que os alunos precisam de apoio especializado para desenvolver sua autonomia, explica explica Elda Bassi, da Coordenadoria de Atendimento às Necessidades Especiais (Cane).
Alunos que precisam de reforço antes de se integrarem ao ensino regular têm à disposição 99 classes especiais . O foco ali é em alfabetização, escrita e leitura. Não há nível de proficiência ou período fixo estabelecido. Mas a permanência nessas classes não deve ultrapassar dois anos. O próximo estágio são as salas de recurso que, em geral, atendem estudantes com transtornos na área de leitura, escrita (como a dislexia) e matemática (discalculia). E as de recurso multifuncional, que contam com recursos como tecnologia assistida e informática adaptada e recebem crianças com deficiência.
A rede conta ainda com um Centro Municipal de Atendimentos Especializados (CMAE) em cada uma das oito regionais, que atendem crianças com dificuldades no desenvolvimento encaminhadas pelas escolas. Nesses locais, há psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Emoção
Há três anos na estrada, o projeto “Um mundo para todo mundo” já viveu de tudo. Um dos momentos mais emocionantes, conta o ator Rafael Magaldi, foi quando uma aluna, que não tinha um braço, assistiu à chegada do Rei Meritório. “Se ele, que não tem os dois braços, pode ser rei, então eu posso ser qualquer coisa!”, disse a aluna à professora.
Em outro episódio, a plateia estava em um dia especialmente barulhento. Mas o silêncio foi quase instantâneo quando apareceu Oliver. Na hora, todos se voltaram para o casal de professores cegos que lecionam na escola. Ali perceberam que o teatro era para eles, sobre eles.

Professor fluminense destaca as opções que a tecnologia oferece para melhor ensinar

 29 de Setembro de 2015

De acordo com o docente, blogs permitem organizar e orientar o trabalho realizado na sala de aula e na escola

Fonte: Portal MEC

“A sala de aula deve estar conectada com o mundo moderno em que vivemos”, resume o professor William James Erthal, que leciona matemática em escolas de dois municípios da região serrana do Rio Janeiro. “Durante todo o dia, o aluno está conectado a um mundo de informações, comunicação e entretenimento. Espera-se que ele também encontre isso na escola.”
Erthal é professor no Colégio Estadual Professor Jamil El-Jaick, em Nova Friburgo, cidade na qual atua também como coordenador de tecnologia educacional do Colégio Anchieta. Leciona ainda na Escola Municipal Governador Moreira Franco, em Bom Jardim. Nesse município, coordena a área de tecnologia da Secretaria de Educação.
A tecnologia, segundo Erthal, proporciona inúmeras possibilidades na sala de aula, principalmente como elemento integrador, facilitador e disseminador do processo ensino-aprendizagem. “Com os equipamentos modernos e a internet cada vez mais veloz e acessível, tanto a comunicação quanto a busca por informação e a construção do conhecimento têm que ser apropriadas e aproveitadas pela escola”, enfatiza. Ele avalia como importante haver uma estrutura que possibilite a interação entre professor, disciplina e estudantes por meio da tecnologia.
Erthal procura estar sempre informado sobre os elementos relacionados à cultura digital disponíveis na escola para planejar o uso nas aulas — internet, laboratório de informática, projetores, lousa digital ou celulares. “Realizo aulas expositivas, interativas, ofereço material, proponho atividades, trabalho com grupos das turmas no facebook e no whatsapp e com os blogues da escola e das turmas”, salienta.
Conexão — De acordo com o professor, o blogue permite organizar e orientar o trabalho realizado na sala de aula e o que está acontecendo na escola e até mesmo no mundo. “Serve como elemento de informação e alinhamento do conteúdo e permite que o aluno encontre informações a respeito do que está estudando e sua conexão com a atualidade”, analisa. Ele trabalha com ambientes virtuais de aprendizagem, como o moodle. “Isso permite maior integração e arrumação do espaço virtual com recursos (arquivos, links, vídeos) e atividades (fóruns, tarefas) dentro do curso, pelo próprio professor”, diz. Também é usada a sala de multimeios, com integração de recursos.
O professor considera importante saber direcionar e definir os momentos de usar a tecnologia na educação com os alunos. “Agregar a tecnologia à prática não é um fim em si, mas um instrumento na construção do conhecimento”, diz. Há 25 anos no magistério, Erthal tem graduação em matemática e em tecnologia em sistemas de computação, especialização em educação matemática e em tecnologias na educação. Ele também é aluno do curso oferecido pelo Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat), no polo da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Em seu trabalho de dissertação, o professor aborda a exploração dos conteúdos de matemática através da geometria fractal (ramo da matemática que estuda as propriedades e comportamento dos objetos geométricos que podem ser dividido em partes, cada uma das quais semelhante ao objeto original) para os ensinos fundamental e médio.
Fátima Schenini
Saiba mais no Jornal do Professor e nos blogues da EM Governador Moreira Franco, da turma do 9º ano e da turma do 8º anodo Colégio Estadual Professor Jamil El-Jaick

Reforço escolar terceirizado custou R$ 7,8 milhões

 29 de Setembro de 2015

Governo do Pará contrata empresas privadas para desenvolver atividades que deveriam ficar a cargo de professores efetivos; sindicato já ingressou com ação judicial para suspender os contratos

Fonte: Diário do Pará (PA)
A privatização da educação parece ser mesmo uma das estratégias do governador Simão Jatene para um dos setores mais importantes da administração pública. Enquanto as escolas públicas estaduais se mostram cada vez mais precárias, o Governo insiste na contratação de empresas privadas para desenvolver atividades que deveriam ficar a cargo de professores efetivos devidamente remunerados para essas funções.
A Secretaria de Educação do Pará (Seduc) realizou, ainda na gestão de Helenilson Pontes - que deixou o cargo no último dia 24-, pregões para contratar escolas particulares responsáveis pelas aulas de reforço para estudantes dos ensinos fundamental e médio. Foram dois pregões que somavam mais de R$ 20 milhões. Um deles, contudo, de número 027/2015, no valor de R$ 14,8 milhões, foi suspenso pelo próprio Governo, sob alegação de que o curto tempo até as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) inviabilizaria “o certame”.
Porém, outro pregão com o mesmo objeto, de número 026/2015, foi mantido. Por esse pregão, a Seduc contratou duas escolas particulares: o Centro de Ensino Fundamental e Médio Universo, em Belém, e o Colégio São Geraldo, de Ananindeua. Os dois contratos somam R$ 7.856.046,25 e a previsão é de que atendam 22 mil alunos. O contrato tem duração de cinco meses. Ou seja, serão gastos R$ 1,5 milhão mensais.
Além de preparatórias para o Enem, as aulas de reforço têm o propósito de auxiliar estudantes para a Prova Brasil, que é um dos componentes do Índice Nacional de Avaliação da Educação Básica. Segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), Alberto Andrade, o Governo está tentando maquiar os dados. “Enquanto as escolas públicas caem aos pedaços, sendo alvo de violência, repassa dinheiro para o setor privado para tentar melhorar o índice, sem mudar a qualidade da educação”, afirma.
AÇÃO
O Sintepp já ingressou com ação judicial para suspender os contratos. Argumenta que o Estado não poderia terceirizar a atividade, uma vez que há professores efetivos que poderiam ministrar as aulas de reforço. Segundo Andrade, o Sintepp chegou a propor que fossem usadas salas ociosas para essas aulas. “Que ‘Pacto da Educação’ é esse que beneficia instituições privadas com recurso público, enquanto as escolas desabam sobre a cabeça dos alunos?”, indaga Andrade, lembrando que, desde junho, o Sintepp tenta negociar com o Estado a reposição de aulas perdidas durante a última greve, que iniciou no dia 24 de março e durou 73 dias. O Governo tem optado por cortar os dias parados, dificultando a reposição.
A terceirização das aulas de reforço será tema de questionamento hoje na Assembleia Legislativa do Pará (AL). O deputado Lélio Costa (PC do B) adiantou que deve apresentar requerimento pedindo a convocação da atual secretária de Educação, Ana Cláudia Hage. Já havia um convite para que o ex-secretário Helenilson Pontes fosse à casa explicar o caos na educação e as razões da contratação de empresas.
Caso o requerimento de convite não entre na pauta, o deputado apresentará o pedido de convocação. Se aprovado pelo plenário da AL, a titular da Seduc não poderá se recusar a atender o chamado dos deputados. “Queremos saber quais alunos serão atendidos, quais os critérios de escolha, quem vai fiscalizar esses contratos”, enumerou.

Municípios do Rio de Janeiro recebem Olimpíada de Astronomia

 29 de Setembro de 2015

Fonte: Nota 10

O Brasil é sede desde ontem (28) da 7.ª Olimpíada Latino-americana de Astronomia e Astronáutica (Olaa), que começou às 9h no Planetário da Gávea, na zona sul do Rio. As equipes de competidores são formadas por grupos de cinco estudantes de ensino médio, com idade entre 15 e 18 anos, para cada país latino-americano participante, como a Bolívia, o Brasil, Chile, a Colômbia, o México, Paraguai e Uruguai. O município do norte fluminense de Barra do Piraí também é sede do evento, que vai até domingo (4). 

A competição inclui provas teóricas e práticas que envolvem desde a observação do céu até a montagem de foguete de água. Segundo a organização da Olaa, serão duas provas teóricas sobre astronomia, uma individual e outra em grupo, provas práticas individuais de planetário e de observação do céu e por último, prova em grupo de montagem de foguete. O diferencial das provas em grupo é a equipe ser composta por participantes de outras nacionalidades. 

A equipe brasileira é liderada pelo astrônomo Júlio César Klafke, da Universidade Paulista (Unip). O professor, que acompanhou o processo de treinamento dos participantes, disse que acredita que a equipe brasileira está bem preparada e destaca que além do conhecimento teórico e da habilidade prática, é importante a relação interpessoal. "Um dos pontos fundamentais da Olaa é que, nas provas em grupo, as nacionalidades vão se misturar, promovendo uma cooperação internacional e retirando o foco da competição nacional". 

O paulista Vítor Gomes, de 16 anos, é um dos representantes do Brasil na olimpíada. Ele afirmou que, apesar de muito ansioso, se sente bem preparado. Sobre as provas em grupo, o estudante está confiante na experiência que irá adquirir. "O desafio maior é a questão do idioma, mas será uma experiência inesquecível". 

Os participantes da equipe brasileira foram selecionados por meio de uma prova nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA). Em seguida, foram feitas as seletivas online. A última etapa foi uma prova presencial.

Olimpíada de Matemática eleva autoestima na Fundação Casa

 29 de Setembro de 2015

Fonte: Nota 10

“A gente fica feliz com a gente mesmo”. É assim que João*, 18 anos, se refere à aprovação para a segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Assim como ele, mais de888 mil alunos fizeram as provas da segunda etapa da competição no dia 12 de setembro e aguardam a premiação final para novembro. 

Para João, no entanto, a alegria com o bom resultado representou uma conquista a mais. Nas próximas semanas, quando o adolescente deixar a unidade da Fundação Casa, onde cumpre há nove meses medida socioeducativa de internação, ele vai levar um novo estímulo para recomeçar a vida ao lado da família. 

Agora, João espera concluir os estudos com um supletivo do ensino médio e tentar uma faculdade. “Eu ainda tenho vontade de fazer engenharia. Sempre fui bom com leitura e matemática, mas não via os meus valores. Antes de eu entrar aqui, queria ser veterinário”, disse o jovem, que também pensa em estudar direito. 

Além de João, 558 adolescentes internados na fundação foram aprovados para a segunda fase. É o melhor resultado do órgão desde que começaram as olimpíadas. Na unidade em que João está, no Brás – zona leste da capital paulista –, dos 12 alunos que fizeram o teste, cinco foram classificados. 

Pedro*, 17 anos, também se sentiu mais motivado com a aprovação. “Ter passado pela segunda [fase] já foi importante. Lá fora, eu não achava que ia conseguir passar numa prova importante assim. Aqui dentro, eu consegui. Eu ia até tentar [se estivesse lá fora], mas não ia me esforçar tanto”, contou. 

Ele espera receber a notícia sobre o desempenho na prova já fora da fundação. “Tem meu filho lá fora que nasceu, e eu não vi. Mas foi bom parar para pensar. Estou pronto para ir embora. Vai fazer nove meses que estou aqui”. Quando foi internado, a mulher de Pedro estava com um mês de gestação. 

A gerente escolar da Fundação Casa, Neuza Flores, destaca que a instituição busca inserir os adolescentes em atividades como esta, pois elas contribuem para fazê-los readquirir o interesse pelo aprendizado. 

“Uma grande dificuldade que a gente tem aqui na chegada é fazê-los compreender a importância do conhecimento. Muitos têm muita dificuldade, mal conseguem ler e escrever. É preciso convencê-los da importância da aprendizagem”, diz Neusa Flores. 

Ela acredita que o reconhecimento em competições como a Obmep eleva a autoconfiança dos jovens. “É extremamente motivador, porque eles se sentem capazes. É uma forma de estímulo para a escola”. 

Neuza explica que, além da contribuição à aprendizagem, essas atividades ajudam em outros aspectos, como o vínculo familiar. “Independentemente de estar dentro ou fora da fundação, que família não fica feliz de saber que seu filho passou para segunda fase?”. 

João ficou feliz em compartilhar a notícia com a mãe e o tio. “Eles ficaram mais felizes por ver que eu gostei de ter passado na prova e vi que sou bom. Basta focar no que eu quero, estudar, que eu consigo”, disse o jovem. A gerente escolar destaca ainda que a decisão de participar da olimpíada, tendo em vista que a inscrição é voluntária, contribui para o encorajamento dos adolescentes. 

João e Pedro contaram com um reforço digital para o aprendizado da matemática. O Método Khan está sendo utilizado como uma das atividades extras para os jovens desde o segundo semestre do ano passado, por meio de uma parceria com a Fundação Lemman. 

A agente educacional Mariza Souza Costa é tutora da ferramenta com os adolescentes. “O adolescente entra [na plataforma] e dentro das questões que ele consegue desenvolver, o sistema devolve outras para ele. Vai aumentando o grau de dificuldade”, explica Mariza. 

Pedro acredita que a plataforma o ajudou a ter mais confiança para a resolução da prova da Obmep. “É um jogo de matemática, que dá bastante iniciativa”, disse. Ele explica que as questões propostas no Método Khan funcionam como desafios e é preciso alcançar as metas. 

*Os nomes dos adolescentes são fictícios.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Editorial: Escolas mais dedicadas

 28 de Setembro de 2015


"Intenção do governo de mudar de escola pelo menos 1 milhão de alunos da rede estadual deverá causar confusão; merece, contudo, ser debatida com ponderação", afirma jornal


Fonte: Folha de S.Paulo (SP)
A intenção do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de mudar de escola pelo menos 1 milhão de alunos da rede estadual deverá causar confusão e fortes reações de pais e professores. Merece, contudo, ser debatida com ponderação, pois há várias razões plausíveis a recomendar tal mudança.
O secretário da Educação, Herman Voorwald, apresentou o plano no último dia 22. Até mil escolas estaduais, das 5.108 existentes, passariam a abrigar classes de um único ciclo de ensino (fundamental 1, fundamental 2 ou médio).
Para isso, entre 1 milhão e 2 milhões de estudantes teriam de se transferir. Segundo o governo, nenhum aluno se deslocaria mais que 1,5 km distante do colégio anterior.
Há benefícios pedagógicos na medida, pois escolas especializadas tendem a obter resultados de aprendizagem melhores. Voorwald alega também que mais professores poderão cumprir a jornada toda no mesmo prédio, sem necessidade de deslocamentos, pois haverá ali mais classes de suas matérias.
Por fim, a secretaria pretende racionalizar o uso dos espaços, por exemplo convertendo instalações para crianças em laboratórios dedicados ao ensino médio.
A transição demográfica brasileira torna inevitável essa adaptação. As famílias têm menos filhos, e com isso a população paulista de 6 a 17 anos –clientela da educação básica– encolheu de 8,1 milhões para 7,1 milhões de 2000 a 2014.
A faixa de 6-10 anos teve a maior queda, de 469 mil crianças. No número de matrículas do fundamental 1, a retração foi ainda mais acentuada, de 1,4 milhão para 650 mil.
É uma consequência também da municipalização iniciada nos anos 1990, que prevê esse nível de ensino como responsabilidade das prefeituras. Além disso, com o aumento da renda, 265 mil alunos paulistas de todos os níveis foram levados à rede particular.
Tais alterações produzem reflexos nas escolas, que foram construídas para atender um público maior e com outra estrutura etária.
Novas transformações virão, no entanto; pode-se prever que muitas famílias, castigadas pela crise econômica, se vejam obrigadas a rematricular seus filhos em escolas públicas, o que aumentaria a procura pela rede estadual.
Já se vê que a reforma pretendida pelo governo tucano não será fácil de planejar. Recomenda-se implementá-la com vagar, talvez em caráter experimental numa determinada região, para avaliar o tipo de problemas e resistências que ocasionará. Seria de lamentar que uma boa iniciativa fracassasse por incompetência na execução.

Professora volta a vender biscoitos para climatizar nova escola

 28 de Setembro de 2015

Em 2013, ela comprou 16 ares-condicionados e 105 instrumentos musicais

Fonte: G1
A professora aposentada Elba Rosa Dias, de 64 anos, diretora da Escola Estadual Coaracy Nunes, no Centro de Macapá, está repetindo o que fez em 2013, quando geriu a Escola Estadual Nilton Balieiro. À época, com a venda de biscoitos, ela comprou 16 ares-condicionados e 105 instrumentos musiciais para a instituição. Em nova escola, ela pretende, com a ajuda de alunos, professores e comunidade, climatizar as 13 salas de aula do colégio que abriga cerca de 700 estudantes com idades entre 7 e 12 anos.
Elba calcula que deva precisar de R$ 50 mil para pagar os aparelhos, já adquiridos em compra parcelada, para a escola. Ela diz que pretende levantar esse valor vendendo biscoitos à base de trigo e manteiga, conhecidos como "Monteiro Lopes", além de produtos de limpeza, como desinfetantes e sabão, feitos dentro da própria instituição.
"Já comprei as centrais e agora a comunidade está ajudando porque parcelei de dez vezes. Comprei no meu nome, mas assim que estiver tudo pago vou repassar para a escola e todas as salas serão climatizadas. Hoje, as crianças se sentem mal e ficam levantando toda hora. Os ventiladores das salas são precários, e o aluno não sabe se estuda ou fica limpando o suor", falou.

A venda dos biscoitos, cerca de 200 por dia a R$ 0,50, é feita dentro da escola. Os doces são produzidos pela própria diretora. A fabricação do sabão, desinfetante e água sanitária foi ensinada através de cursos para professores e alunos. O sabão é feito de óleo de cozinha reutilizado. Com a produção de itens próprios e geração de receita, a diretora fala em "auto-sustentabilidade" e economia de recursos do Caixa Escolar.

"Podemos fazer também a nossa parte e não depender somente de recursos do governo. Temos muito apoio aqui. Estou há dois meses aqui nessa escola e fui bem recebida pelos professores e pelo corpo técnico. Quando dá, também achamos outras formas de arrecadar dinheiro, como sorteios e rifas", destaca Elba.
A iniciativa da professora na escola também atraiu a atenção dos pais dos alunos, que decidiram se incluir ainda mais no ambiente escolar. É o caso do eletricista Rodinaldo de Oliveira, de 52 anos. Ele tem dois filhos na instituição, e se prontificou a instalar as centrais e adaptar a rede elétrica das salas aos aparelhos. Segundo ele, todo o apoio será voluntário.

"É uma excelente ideia que vai ajudar bastante nos estudos das crianças. Elas reclamam e até passam mal. Não podemos só esperar do governo, temos que nos ajudar. Não é para nós, é para nossos filhos. Se todos ajudarem vai melhorar ainda mais a escola", frisou Oliveira.
A professora Nazaré Correa defende que o bom ambiente e o conforto nas salas a partir da colocação das centrais será um impulso no aprendizado das crianças. "É muito importante que a comunidade participe do desenvolvimento intelectual, social e econômico da escola. Nesse momento que estamos atravessando, de crise, não podemos esperar apenas pelo poder público", reforçou.

O problema com o calor nas salas não é exclusividade da Coaracy Nunes. Um levamentamento da Secretaria de Estado da Educação (Seed) apontou que 102 das 402 escolas da rede precisam passar por reformas em que serão necessárias mudanças nos sistemas de ventilação dos prédios. É que mesmo onde tem ventiladores, eles não são suficientes para combater o calor.

A previsão de início das reformas é para 2016. De julho a novembro é o período mais quente do ano no Amapá, onde a temperatura fica em torno de 35ºC, com sensação térmica de 40ºC.

Plano estadual garante Educação em todas as penitenciárias do Piauí

 28 de Setembro de 2015

Hoje, das 15 unidades penais do estado, dez já contam com serviços educacionais

Fonte: Jornal O Dia (PI)
Representantes das secretarias estaduais de Justiça e de Educação do Estado e do Conselho Nacional de Direitos Humanos se reuniram, nessa sexta-feira (25), com os professores das unidades penais do Estado para apresentar o Plano Estadual de Educação nas Prisões do Piauí.
O Encontro, que aconteceu na Escola Penitenciária, teve como objetivo discutir o Plano, já encaminhado para o Ministério da Justiça e Ministério da Educação, e orientar os professores quanto às mudanças e melhorias que ele deve proporcionar às unidades prisionais do Estado.
Dentre as metas do Plano Estadual de Educação nas Prisões estão à universalização do ensino – estendendo a formação educacional a todas as unidades prisionais –, a erradicação do analfabetismo e ampliação da oferta de qualificação profissional.
Hoje, das 15 unidades penais do Piauí, dez já contam com serviços educacionais, sendo que cerca de 600 detentos estão estudando no sistema, nos níveis fundamental, médio e superior de ensino e em projetos de qualificação profissional.

Segundo secretário de Justiça, Daniel Oliveira, o Governo do Estado tem implementado várias ações para garantir a universalização da educação dentro das penitenciárias do Piauí e reformular a metodologia, melhorando a qualidade de ensino.
"Com a aprovação da lei nacional que institui a obrigatoriedade do ensino médio nas penitenciárias, a construção do Plano Estadual de Educação nas Prisões e a ajuda dos professores, vamos atingir um número cada vez maior de ressocializações”, frisa o secretário.
A superintendente de ensino da Secretária de Educação, Viviane Farias, destaca que um dos principais objetivos do encontro pedagógico foi à discussão sobre a importância de contextualização dos serviços de educação segundo a realidade de cada reeducando.
“Através do Plano, conseguiremos propiciar uma educação de qualidade dentro das penitenciárias, dando a oportunidade para que as pessoas que lá estão repensem sobre seus projetos de vida. Estamos focando não só na oferta, mas na qualidade desse ensino”, pontua Viviane.

Em busca do aluno perdido

28 de Setembro de 2015

Governo de Minas pretende levar 158 mil jovens de volta à escola

Fonte: Estado de Minas (MG)
A secretária de Estado da Educação, Macaé Evaristo, de 50 anos, defende que sejam feitos projetos estruturantes para melhorar a qualidade da rede pública em Minas. Entre essas ações, ela destaca a melhoria do salário dos Professores e da qualidade da infraestrutura da Escola. Para melhorar a qualidade do Ensino no estado, ela aposta no programa Virada Educação Minas Gerais e na Educação integral.
Uma das metas é fazer com que 158 mil estudantes com faixa etária entre 15 e 17 anos voltem para os bancos Escolares. Até 30 de outubro, estão abertas as inscrições para jovens nessa faixa etária que desejem regressar aos estudos em 2016. Mais informações podem ser obtidas no www.novotempo.educacao.mg.gov.br.
Macaé lembra que frequentou os bancos das Escolas públicas. Ela se formou como normalista e dedicou toda a carreira, como concursada, ao Ensino na rede pública. Foi Professora de anos iniciais, de jovens e adultos, além de coordenadora pedagógica. Também atuou como diretora de Escola e trabalhou na formação de Professores indígenas.
Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, ela falou do acordo para reajustar em 31,78% o salário da categoria em dois anos, da meta de nomear 15 mil Professores por ano como forma de resolver, até 2018, o problema dos contratos precários com Professores designados. Também anunciou aumento de 100% no valor que será investido na merenda Escolar, que passará de R$ 150 milhões por ano para R$ 300 milhões. Ela destaca que, antes, a alimentação era uma atribuição exclusiva do Ministério da Educação (MEC). Agora, o governo do estado também fará um aporte de igual valor.
Dados da Secretaria de Estado da Educação (SEE) apontam que 158 mil jovens com idade entre 15 e 17 anos estão fora da Escola. Quais são os fatores que levam ao distanciamento do jovem da Escola?
A primeira coisa é entender que temos um fenômeno, que não é só mineiro e brasileiro, de certo desestímulo do jovem com a instituição Escolar. Há explicações diversas. A geração dos dias de hoje, em que há uma profusão de tecnologia e produção de conhecimento muito rápida, tem dificuldade de se concentrar. O conhecimento é pensado de forma fragmentada e isso é uma tendência que pega forte a juventude. Temos fenômenos geracionais e uma parte da questão que está ligada à própria instituição Escolar, à forma como ela se organiza, à sua capacidade de inovar para dar conta de dialogar com esse público. Questões ligadas à necessidade precoce de entrar no mundo do trabalho e outros problemas sociais que afligem a juventude explicam por que muitos estão fora. O que é importante, e a secretaria tem feito muito esse debate, é fazer uma articulação melhor entre família, Escola e outras instituições que atuam com juventude para a gente construir um processo de reencamentamento do jovem com o conhecimento.

O reencantamento do jovem passa por onde?
Primeiro, passa por um cuidado com a Escola pública. Chamo atenção para isso, porque, em Minas Gerais, temos 4,7 milhões de matrículas para a Educação básica na rede pública. Quem garante a Educação dos mineiros é a Escola pública. Muitas vezes, há um discurso de valorização da Escola pública, mas a gente não percebe isso no dia a dia da política pública nem do cidadão. Você tem uma Escola no seu bairro, mas, que tipo de relacionamento tem com ela? Tem cuidado, preocupação? Participa das atividades, contribui com uma agenda de desenvolvimento educacional? É importante trabalhar numa reconexão da ideia da Escola pública com as comunidades. No nosso país, há uma tradição de que o público não é de ninguém. Ou se ele é de alguém, é do Estado. Mas não, a Escola é nossa. Todo o movimento que estamos fazendo é no sentido de chamar atenção para essa questão da juventude: os que estão fora da Escola e os que estão na Escola. Temos que trabalhar na criação de um engajamento, da secretaria, da Escola, dos próprios jovens. Um jovem de 15 a 17 anos precisa pensar no seu projeto de formação. Ele tem capacidade de se apropriar, de compreender e pensar um projeto de vida.

A senhora ressalta que é relevante que a comunidade acolha a Escola. De que maneira o Estado pode despertar ou, de alguma forma, induzir essa participação?
Este ano, fizemos uma agenda que foi muito bacana. Estamos saindo dela agora com essa chamada para os jovens: a Virada Educação. Uma chamada às comunidades para conhecerem os projetos pedagógicos, as iniciativas das Escolas e contribuírem com a Escola pública. Não temos um balanço final, mas tivemos mais de 2 mil Escolas envolvidas no nosso estado, que tiveram sábado de abertura para a comunidade. As famílias foram para as Escolas, fizeram coisas. Diretor fez teatro junto com Aluno. Aluno Ensinou algo para Professor. A comunidade foi para a Escola. Criar ambiente de “comunidade de aprendizado”, no nosso estado, é fundamental. Como a gente contribui para isso? Criando uma cultura de possibilidade de a comunidade conhecer, de estar na Escola. No final do ano, teremos processo de eleição de diretores de todas as nossas Escolas. É um momento importante. Queremos insistir muito nesse processo de eleição, para que abarque o debate pedagógico. Passado o processo de eleição dos diretores, teremos, no início do ano, os colegiados Escolares. Estamos trabalhando com a ideia de ter um dia no estado para fazer essa eleição. O colegiado tem uma atuação importante.
Recentemente, o Estado de Minas publicou matéria mostrando a falta de Professores na Educação básica e o desinteresse pelos cursos de licenciatura. Como esse profissional pode ser resgatado? Como a senhora avalia essa falta de interesse social pela carreira de Professor do Ensino básico?
A gente vive processo de fragilização da Escola pública. A gente viveu processo de fragilização do profissional de Educação, da função, do lugar social do Professor, que passa pela carreira e condições de trabalho. No caso de Minas, nós avançamos este ano, porque conseguimos fazer um acordo com trabalhadores da Educação em torno do piso. Isso era uma crise muito grande, que impedia diálogo mais próximo da Secretaria de Estado da Educação com as Escolas. Fazer um acordo com os trabalhadores foi um movimento importante. É um desafio brasileiro valorizar a formação e carreira do Professor. O número grande de pessoas que atuam na Escola sem a formação específica na área é resultado da desvalorização do lugar social da Educação. No estado, um terço é concursado, um terço designado e um terço são aqueles ex-efetivados. Portanto, nós temos dois terços da Educação em contratos precários. Desde o início do ano, temos feito esforço grande de nomeação de Professores. Ter uma agenda de concurso público garante uma adesão de profissionais devidamente habilitados e certificados para as áreas que vão trabalhar.

O reajuste acordado foi de 31,78% em um período de dois anos. O Brasil passa por um momento de crise. Os projetos de Educação requerem investimento. Há riscos em função da crise?
A gente falar de crise é prematuro, porque é tentativa de futurologia. Tem que ser bem efetivo. Todo esforço da secretaria para cumprir com aquilo que foi acordado. Nós temos uma lei, foi uma negociação importante. Eu, como secretária, tenho duas grandes tarefas: fazer o acordo e cumpri-lo. Vamos lutar com todas as armas para arcar com a responsabilidade. Mais do que isso, a Educação precisa de muito investimento. Temos que melhorar a remuneração dos Professores. Mas condição de trabalho também é investir nos profissionais. Quando olho para estrutura de nossas Escolas acho que ela precisa melhorar. É necessário garantir que haja uma boa biblioteca, a comunidade tem que cuidar desse patrimônio.Temos também um esforço grande com alimentação Escolar. A melhor notícia que quero dar é que estamos aumentando em 100% o recurso para merenda Escolar.

A partir de quando?
Agora. O governador já autorizou. Até então eram R$ 150 milhões/ano, recurso que o governo federal colocava. O estado de Minas não colocava nenhum centavo. Agora o estado vai colocar R$ 150 milhões/ano para a alimentação Escolar e vamos melhorar sua qualidade. A outra medida é que teremos uma nutricionista em cada uma das superintendências regionais de Ensino para fazer uma orientação regionalizada dos cardápios.
Um outro sonho das pessoas que atuam na área da Educação é a Escola integral. Como está a questão no estado?
Minha militância na Educação é o debate da Educação integral. Nós estamos retomando essas questões em Minas, ampliando o conceito. Passando da ideia de uma Escola de tempo integral para a de Educação integral, no sentido de que a gente precisa garantir uma ampliação do tempo do estudante em experiências educativas. Isso não significa, necessariamente, fazer sete horas de atividade por Aluno em uma Escola que não comporte aumento de carga. Mas se você olha o potencial educativo das comunidades, você pode garantir atendimento integral utilizando outros espaços e outros equipamentos públicos.

Foram feitas 9 mil nomeações. O que isso representa para resolver o déficit de dois terços de Professores em contratos precários?
Nós traçamos uma meta que é fazer em torno de 15 mil nomeações por ano. Nesse ritmo, chegaríamos a 2018 com mais de 60% do quadro de Professores das Escolas estaduais concursados e com formação na área específica que ele está trabalhando. É uma mudança muito grande no perfil dos profissionais. Não se faz uma boa Escola de um dia para o outro. É um processo. Se temos bons resultados nos anos iniciais, isso não é fato quando chega no final do Ensino médio. Só temos 4% que saem com competência que consideraríamos adequada para um jovem que está terminando o Ensino médio. Temos que ter agendas estruturantes: fazer concurso público, nomear os Professores, investir na formação, melhorar a infraestrutura. Não tem nada de novo. O que tem de novo é fazer.