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sexta-feira, 31 de julho de 2015

A arte de contar histórias para crianças: narrar para viver melhor


31 de  de Julho de 2015

Pesquisa mostra que a obrigação em ler livros, exigida pelos ambientes escolares aos alunos, é um dos estímulos para as crianças e jovens adquirirem o gosto pela leitura

Fonte: Jornal do Dia (AP)

Segundo uma pesquisa realizada pela UNESCO, em 2005, apenas 14% da sociedade brasileira possui o hábito da leitura. Isso mostra que as pessoas não têm o costume de ficar lendo, por esse fato que a maioria da população pensa que é dever da escola ensinar e desenvolver esse estímulo nas crianças. Mas ainda sim, é importante ressaltar que os pais têm o dever de começar esse bom costume no aprendizado dos filhos. Quando uma criança completa 4/5 anos de idade começa a perguntar a todo o momento a existência das coisas. Conhecida como a fase dos “porquês” as crianças passam a questionar seus pais e procurar resposta no mundo.

Nessa faixa etária sua imaginação vai a mil, na busca sempre de curiosidades. O lado curioso da criança é imprescindível para despertar interesses nas leituras, mas vale ressaltar que não só a escola tem o dever de estimular as literaturas infantis aos pequeninos, mas a educação também é dever dos pais.
Quem pensa que os livros infantis têm a função apenas de entretenimento para as crianças está definitivamente enganado. A literatura infantil, englobando todas as suas histórias, tem por objetivo principal formar bons cidadãos capazes de aprender e se comunicar melhor, saber usar as palavras, isto é, ser um cidadão intelectual.

A pesquisa realizada pelo “Retratos da Leitura no Brasil”, no ano de 2012, mostra que a obrigação em ler livros, exigida pelos ambientes escolares aos alunos, é um dos estímulos para as crianças e jovens adquirirem o gosto pela leitura. De acordo com a pesquisa, 79% das crianças com faixa etária de 5 a 10 anos leem; 72% na faixa dos 11 a 13 anos e 70% dos 14 aos 17 anos. Já para leituras por prazer o valor chega de 40% a 47% entre as crianças e os jovens. om o avanço da tecnologia, diariamente, os pais precisam lidar com esse dilema entre tablets versus livros. Algumas famílias acabam por desestimular o aprendizado dos filhos oferecendo celulares, computadores e videogames.

De acordo com resultados da Prova ABC, da ONG Todos pela Educação, apenas 25% das crianças tem a capacidade de encontrar a informação correta no momento da interpretação textual.



quinta-feira, 30 de julho de 2015

Haddad faz menos de 20% de unidades infantis


30 de Julho de 2015

Fonte: Uol Educação

São Paulo - Relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM) de São Paulo sobre as contas da gestão Fernando Haddad (PT) em 2014 aponta que o prefeito entregou só 1 dos 13 Centros Educacionais Unificados (CEUs) prometidos para o ano passado e concluiu apenas 17,1% das creches e escolas de ensino infantil previstas para o período.
Segundo documento produzido pelo conselheiro Maurício Faria, relator das contas da Prefeitura do ano passado, apenas 10 das 41 Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) planejadas foram finalizadas em 2014, e somente 9 das 70 creches prometidas, concluídas. O relator ressalva, contudo, que a Prefeitura conseguiu criar 14,8 mil vagas no ensino infantil (de 0 a 5 anos) a partir de convênios, superando a meta de 8 mil.
Os gastos com unidades conveniadas cresceram 11,5% em relação a 2013, chegando a R$ 1,17 bilhão. O valor corresponde a 13,3% de tudo que a Prefeitura aplicou em Educação. Para o TCM, porém, o controle sobre os convênios não é adequado para garantir o resultado.
O número aquém do prometido é reflexo da baixa execução orçamentária da gestão Haddad na construção de unidades educacionais. Segundo o TCM, a Prefeitura aplicou no ano passado apenas 33% dos R$ 664,7 milhões previstos para essa ação. Haddad prometeu fazer nos quatro anos de mandato, que termina no ano que vem, 20 CEUs, 243 creches e 65 escolas.
Ao todo, a gestão Haddad aplicou em 2014 cerca de R$ 10,3 bilhões em Educação Básica e Inclusiva, superando o porcentual mínimo exigido pela legislação para o setor, que é de 31% da receita. O conselheiro Faria, que se manifestou favorável à aprovação das contas de Haddad, diz que o gasto com Educação subiu 17,5% nos últimos cinco anos, enquanto o número de alunos recuou 7,1%, elevando o custo do aluno para a Prefeitura de R$ 7,6 mil por ano em 2010 para R$ 9,7 mil em 2014.
Para o revisor das contas da Prefeitura no TCM, conselheiro Domingos Dissei, o "superdimensionamento" do orçamento do ano passado também provocou impacto na execução das metas fiscais e físicas. Segundo o órgão, a gestão Haddad arrecadou em 2014 apenas R$ 41,3 bilhões dos R$ 50,6 bilhões previstos, déficit R$ 9,2 bilhões, ou 18,2% da receita esperada.
Em nota, a Secretaria de Educação informou que abriu 45.978 novas matrículas no ensino infantil desde 2013, sendo 40 mil em creches, e que até agora já entregou 75 unidades, além de 52 que estão em construção. Segundo ela, há outros 106 equipamentos já contratados. "A secretaria continua seguindo o Programa de Metas da Prefeitura, construindo novas EMEIs e CEIs, e firmando novas parcerias com entidades sem fins lucrativos para o atendimento de 0 a 3 anos."

Reprovação tem efeito negativo no rendimento do aluno, diz Unesco


30 de Julho de 2015

Fonte: Folha de São Paulo

A reprovação na trajetória escolar é o elemento de maior impacto negativo na aprendizagem do estudante. Embora utilizada para corrigir as falhas ocorridas no passado, a repetição de um determinado ano de estudo pode trazer "problemas de estigmatização e motivação".
Essa é a avaliação de estudo da Unesco (braço da ONU para educação e cultura) sobre elementos que influenciam a rotina escolar em 15 países da América Latina. O documento aponta 14 sugestões de políticas públicas com foco no aluno, no docente e na escola.
Divulgado nesta quinta-feira (30), o relatório foi elaborado a partir da coleta de informações e aplicação de provas, em 2013, para 134 mil crianças do ensino fundamental da rede pública e privada da região. No Brasil, o chamado Terce (3º Estudo Regional Comparativo e Explicativo) foi aplicado a estudantes do 4º e 7º ano.
"A repetição, supostamente destinada a melhorar a aprendizagem dos alunos, aparece como um mecanismo ineficaz que se associa a uma menor aprendizagem", diz trecho do documento. Para a agência da ONU, é "indispensável" buscar alternativas para o uso da reprovação apenas em "situações excepcionais". Assim, afirma a Unesco, é preciso desenvolver programas, com prazo determinado, para dar apoio aos estudantes repetentes em disciplinas específicas.
SELEÇÃO EM ESCOLAS
Também são sugeridas maior atenção à educação de crianças entre 4 e 6 anos (pré-escola) e adoção de medidas para reduzir o impacto de desigualdades socioeconômicas no desempenho do aluno em sala de aula.
"Nesse cenário, é indispensável uma política de atração e retenção de docentes em contextos vulneráveis. Essa estratégia deve incluir incentivos econômicos e condições de trabalho que promovam o desenvolvimento profissional", afirma a agência.
Fortalecer a formação inicial dos professores e garantir oferta de material didático para cada aluno são outros fatores apontados como relevantes no estudo.
Para as escolas, a Unesco sugere ainda o apoio a estudantes mais pobres e equidade de acesso às unidades. "É indispensável proibir explicitamente os processos de seleção, direta ou indiretamente, nas escolas que recebem recursos públicos", diz a agência.
NÍVEIS DE DESEMPENHO
Os dados divulgados hoje detalham ainda o desempenho dos estudantes, distribuídos em quatro níveis de aprendizagem. Segundo o relatório, por exemplo, 83% dos alunos do 7º ano estão nos dois níveis mais baixos em conhecimentos de matemática. Esse grupo resolve problemas simples que envolvam frações, mas têm dificuldades em solucionar questões que envolvam ângulos.
Ao detalhar os níveis de desempenho, a intenção é compreender o que esses alunos sabem e são capazes de fazer para, a partir disso, desenvolver estratégias para melhorar aprendizagem.
No Brasil, o percentual de alunos concentrados nesses primeiros níveis é de 83,3%, próximo à média regional. De uma forma geral, o país apresentou resultados semelhantes ou superiores aos demais países.

Cortes em investimentos já prejudicam universidades


30 de Julho de 2015

Fonte: O Tempo

O cenário de expansão que se teve nos últimos anos nas universidades federais está ameaçado e começa a dar sinais de retrocesso. As instituições, que já estão com as contas no vermelho, tentam reverter a previsão de corte de 47% nos investimentos (obras e novas aquisições) e 10% no custeio (manutenção e serviços). Neste mês, os reitores se reuniram com o Ministério da Educação (MEC) para debater prioridades, já que a União confirmou menos R$ 1,9 bilhão no orçamento das 63 universidades federais do país.
Construções e melhorias que estavam previstas nas universidades já estão suspensas diante da expectativa de redução de investimentos. No caso da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), na região Central de Minas, obras de moradias estudantis serão prejudicadas. Para a instituição, o contingenciamento representa cerca de R$ 10 milhões a menos na capacidade de investimento e uma redução de R$ 5 milhões em manutenção. O orçamento da universidade era previsto em R$ 357 milhões para este ano, sendo R$ 277 milhões para pagamento de pessoal, que não será afetado.
“Com o corte, obras de necessidade ficarão inviabilizadas, como a construção de moradias estudantis. As unidades que já estiverem prontas serão entregues, e as demais previstas deixarão de ser feitas. A universidade cresceu 134% nos últimos cinco anos, a demanda por moradia é muito grande”, explicou o diretor de Orçamento e Finanças da Ufop, Eduardo Curtis. Ele não detalhou o número de vagas ocupadas nem a previsão das novas unidades.
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) informou que, com os cortes de 47% em investimento e 10% no custeio, só “seria possível manter o funcionamento da UFJF por dois meses”. Conforme resposta da instituição, algumas ações já estão sendo colocadas em prática, como a revisão do pagamento de diárias e passagens. Outra iniciativa de economia que está sendo estudada é a implantação do serviço de Voip, para redução de custos com ligações telefônicas. Ainda conforme a UFJF, as obras estão sofrendo uma readequação no ritmo de execução. “Novas obras não serão iniciadas, conforme orientação do Ministério da Educação”, informou sem citar quais.
As Universidades Federais de Viçosa (UFV) e de Lavras (Ufla) afirmam que os orçamentos deste ano reduzirão em R$ 30 milhões cada. A reportagem entrou em contato com todas as 11 universidades mineiras, mas nem todas se manifestaram.


56 cidades gastam abaixo do mínimo legal com Educação


30 de Julho de 2015

O Fundeb é o principal fundo de financiamento da Educação Básica, distribuído a estados e municípios pelo governo federal; a não utilização do total deste fundo é o caso mais constante nos municípios

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)
Ao menos 56 municípios do Estado de São Paulo descumpriram as quantias mínimas previstas em lei que devem ser gastas em seus sistemas de Educação. Dados do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) apontam que estas cidades tiveram parecer desfavorável neste quesito em dois anos – 2011 e 2012 – os mais recentes neste tipo de avaliação.
Três dos dez municípios mais populosos do Estado estão na lista: Guarulhos, Campinas e Osasco, somando quase 3 milhões de habitantes. O descumprimento pode gerar ações de improbidade administrativa, perda de mandato e impugnação de candidatura de prefeitos candidatos à reeleição.
Três repasses da Educação são considerados obrigatórios: aplicação de 100% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o uso de 60% desses recursos (Fundeb) na remuneração do magistério e aplicação de 25% das receitas de impostos do município prioritariamente na Educação básica.
A continuidade do descumprimento, mesmo após aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), em 2014, que prevê mais recursos para o setor e estabelece 20 metas a serem cumpridas nos próximos 10 anos, causa preocupação para especialistas. "Como Pátria Educadora, o País não deve só ter mais recursos, mas aplicá-los onde deve. Nossa lástima não é falta de dinheiro, mas de fiscalização adequada", diz a procuradora do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo, Élida Graziano Pinto.
Recursos. O Fundeb é o principal fundo de financiamento da Educação básica, distribuído a Estados e municípios pelo governo federal. O recurso pode ser usado, por exemplo, para adquirir imóveis e terrenos para a construção de Escolas, reformas ou aquisição de mobiliário para as unidades (carteiras, mesas, armários e computadores). A não utilização do total deste fundo é o caso mais constante nos municípios: 48 receberam parecer desfavorável por este motivo. Mauá, por exemplo, com cerca de 417 mil habitantes, usou 94,34% do fundo no ano de 2012.
O município viu seu Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb) cair nos anos iniciais das Escolas municipais de Ensino fundamental de 5, em 2011, para 4,3 em 2013. A Secretaria de Educação do município informou que apresentou sua defesa ao tribunal.
Já o uso de 25% da receita dos impostos na Educação está previsto no artigo 212 da Constituição Federal. Houve descumprimento desta medida em 27 municípios. Em Guarulhos, o mais populoso do Estado depois da capital, a aplicação foi de 20,31% dos impostos em 2012. Com isso, a cidade deixou de gastar R$ 85 milhões.
Os dados levaram o MP de Contas a pedir a rejeição de contas no município. "O município de Guarulhos tem postergado, nos últimos anos e de forma cada vez mais volumosa, o cumprimento do gasto mínimo em Educação", revela o parecer. A Secretaria de Educação do município rejeita a metodologia do TCE e questiona o órgão.
Para a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação em São Paulo (Undime-Sp), Professora Priscilla Bonini Ribeiro, um dos problemas é que os municípios fazem seu planejamento sobre a arrecadação do ano anterior. "Às vezes, o município tem arrecadação superior a outros anos e não tem tempo hábil para gastar os recursos", explicou.
Ela lembrou também que muitas cidades fecham o ano com restos a pagar, que complementam o uso do Fundeb no início do ano seguinte. Outro desafio é a dificuldade de usar os recursos do Fundeb da maneira correta. Há cidades menores em que as Creches são atendidas por pajens, por exemplo, que não têm diploma universitário, e não podem receber verba do Fundeb.
Ribeirão Preto sai da lista doTCE
Com cerca de 590 mil habitantes, a cidade de Ribeirão Preto foi a única entre os maiores municípios paulistas a sair da lista de descumprimento dos gastos com Educação do Tribunal de Contas do Estado. Levantamento semelhante feito pelo Ministério Público de Contas nos dados de 2008, 2009 e 2010 mostrou que o município descumpria os gastos com Fundeb (95,32% do total) e com o mínimo previsto na Constituição (23,98% dos 25%).
Nesses anos, 84 municípios haviam deixado de cumprir as metas. Os dados foram consolidados após a análise do pedido de reexame. Na lista havia casos de cidades que descumpriram as metas nos três anos seguidos.

País terá que investir até três vezes mais para ter ensino de qualidade


30 de Julho de 2015

Investimento calculado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação corresponde ao Custo Aluno-Qualidade inicial, instrumento criado pela própria organização e incorporado ao PNE

Fonte: Agência Brasil
O Brasil terá que aumentar em até três vezes o valor investido por aluno na rede pública para garantir educação com padrões mínimos de qualidade, de acordo com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede que reúne mais de 200 organizações. Esse cálculo significa R$ 37 bilhões a mais no sistema educacional público, que engloba 40,7 milhões de matrículas.
A etapa educacional que mais necessita de investimentos é a creche, que atende a crianças até 3 anos de idade. O valor ideal seria R$ 10 mil por aluno para o atendimento em tempo integral. Atualmente, segundo dados divulgados pela campanha, são gastos R$ 3,3 mil, com base nos valores do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb).
O investimento calculado pela campanha corresponde ao Custo Aluno-Qualidade inicial (CAQi), instrumento criado pela própria organização e incorporado ao Plano Nacional de Educação (PNE). O CAQi define quanto deve ser aplicado para cada aluno ter acesso a uma educação com um padrão mínimo de qualidade. Entram no cálculo recursos para infraestrutura, materiais e equipamentos, além do salário dos professores.
A implantação do Custo Aluno Qualidade (CAQ) faz parte das estratégias para alcançar o investimento de pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação até 2024. Pela lei, o CAQi deve ser implementado em até dois anos de vigência da lei, no final de junho de 2016. Atualmente, o investimento é de 6,6% do PIB.
Valores
A tabela divulgada pela campanha atualiza os valores para todas as etapas de ensino. Entre as matrículas em tempo integral, na pré-escola, o valor por aluno deveria ser R$ 5 mil, contra os atuais R$ 3,3 mil; no ensino fundamental e no médio, R$ 4,8 mil, contra R$ 3,3 mil atuais. A educação indígena e quilombola deveria subir dos atuais R$ 3,1 mil para R$ 6,1 mil por estudante.
“Os dados mostram que as matrículas que o Brasil menos investiu ao longo da história, como creche, educação quilombola e indígena, demandam mais recursos”, diz o coordenador geral da campanha, Daniel Cara. Ele acrescenta que, além das matrículas existentes, o Brasil tem de incluir 2,8 milhões de crianças e jovens na escola e isso custará mais de R$ 13 bilhões nos anos iniciais para garantir a infraestrututra e R$ 13 bilhões a mais por ano para manter esses alunos.
“Os dados trazem a clareza de que praticamente todas as matrículas do Brasil, salvo os estados mais ricos, precisam de complementação da União para atingir um padrão mínimo de qualidade. Essa é uma agenda que vai ter que ser discutida”, diz.
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de 2014, obtidos por requerimento de informação pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), mostram que a União contribui com 18%, os estados, com 40%, e os municípios, com 42% do investimento direto aplicado em educação.
Para o cálculo do CAQi, a campanha usou os recursos previstos em parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) de 2010, que não foi homologado pelo Ministério da Educação (MEC). O documento final da Conferência Nacional de Educação (Conae), que reuniu especialistas, organizações e Poder Público, estabelece que o CAQi seja regulamentado nos moldes do parecer do CNE.
O MEC, no entanto, discute o CAQi e o CAQ em grupo formado por secretarias da pasta, pelo Inep e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Em junho, à Agência Brasil, o secretário de Articulação com os Sistemas de Ensino do MEC, Binho Marques, disse que o grupo levanta dados sobre insumos e custos da educação básica e que o CAQ poderá não seguir exatamente o que está no parecer do CNE. Até setembro, o trabalho do grupo deverá ser colocado em discussão.

Pastas disputam liderança no debate sobre Sistema Nacional de Educação


30 de Julho de 2015

Ministério da Educação e Secretaria de Assuntos Estratégicos apresentaram propostas para o sistema nacional na área

Fonte: Estadão.com
O custo-aluno é um dos principais elementos para construir um Sistema Nacional de Educação (SNE), a exemplo do que ocorre no Sistema Único de Saúde (SUS) em termos cooperativos entre União, Estados e municípios. Sem modelo de financiamento definido, o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) ainda disputam a liderança no debate sobre a melhor proposta para o sistema nacional na área.
O Plano Nacional de Educação prevê a implementação do SNE até junho de 2016. No mês passado, o MEC divulgou um documento, elaborado com ajuda de especialistas, com propostas sobre o sistema. A ideia é reunir contribuições da sociedade e encaminhar um texto mais detalhado ao Congresso, onde a matéria será votada. A SAE, porém, também divulgou neste mês um documento, que traz um anteprojeto de lei complementar sobre o SNE.
Para Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o documento da SAE reconhece o custo-aluno, mas de forma tímida. Já o texto do MEC, segundo ele, "tenta fugir do mecanismo" e é muito teórico.
O ministério e a SAE negaram a disputa e disseram que há diálogo. O MEC ainda explicou que seu texto é mais conceitual do que uma proposta legislativa. A agenda, diz a pasta, está articulada com a ideia de custo-aluno.
Roberto Mangabeira Unger, ministro da SAE, afirmou que a função da secretaria é "provocar o debate". O objetivo do atual documento, diz, é repensar a cooperação entre os entes federados, principalmente da União, em relação a Estados e cidades, para depois tratar dos detalhes do financiamento.

ONU Mulheres lança planos de aulas sobre igualdade de gênero e enfrentamento à violência


30 de Julho de 2015

Currículo voltado ao Ensino Médio será disponibilizado nesta sexta-feira e inclui sugestões de bibliografia e atividades

Fonte: O Globo (RJ)
A ONU Mulheres lança nesta sexta-feira o Currículo Educativo para o Ensino Médio sobre Gênero, Sexualidades e Prevenção de Violência para ser usado livremente pelas escolas brasileiras. Elaborado ao longo de seis meses com a supervisão de psicólogos e especialistas, o material será disponibilizado gratuitamente no site da entidade.
A ideia partiu das lacunas sobre esse tema que identificamos no ensino. Com esse material, professores poderão engajar os jovens nessa discussão - comentou Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.
O currículo traz aulas e sugestões de atividades divididas em seis temas: sexo, gênero e poder; violências e suas interfaces; estereótipos de gênero e esportes; estereótipos de gênero, raça e mídia; estereótipos de gênero, carreiras e profissões e, por último, vulnerabilidades e prevenção.
Para a elaboração do conteúdo, foram pesquisados marcos políticos relacionados à inclusão de discussões acerca desses temas no espaço escolar e experiências de trabalho. Além da sugestão de atividades, o material traz orientações para os professores sobre como trabalhar o assunto.
- Além dos planos de aula e literatura, o documento mostra como os professores podem abordar os temas com os alunos. Há sugestão de bibliografia e indicação de exercícios práticos pautados no uso dos celulares para a produção de vídeos e pesquisas pela internet, por exemplo. São abordagens que conversam com a realidade desse jovem - comenta Nadine.

Segundo ela, o material pode ser utilizado integralmente ou parcialmente. O importante, nesse caso, é que os professores leiam todo o conteúdo para que possam fazer um melhor aproveitamento.
O projeto foi financiado pela União Europeia e revisado pela área de Projetos de Educação da Unesco. Para Nadine, a escola é um espaço privilegiado para pensar, questionar, construir e desconstruir ideias. Por isso, é tão importante levar esse debate para a sala de aula.
- Estamos falando com jovens em formação - enfatiza. - Esses conteúdos educativos podem colaborar com a desconstrução de comportamentos machistas e gerar mais consciência sobre as causas da violência contra mulheres e meninas.

Educação ambiental pode virar disciplina obrigatória nas escolas


30 de Julho de 2015

Atualmente, escolas são orientadas a tratar de princípios do assunto de forma integrada a outros componentes curriculares

Fonte: iG
Está pronto para votação na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) o PLS 221/2015, que estabelece a criação da disciplina de Educação Ambiental nas escolas de ensino fundamental e médio. Caso seja aprovada, a matéria ainda será avaliada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
De autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), o projeto modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) para transformar o tema da educação ambiental em uma matéria obrigatória para os alunos de todas as séries dos níveis fundamental e médio. Atualmente, as escolas são orientadas apenas a tratar de princípios do assunto de forma integrada a outros componentes curriculares.
Em sua justificativa para a proposição, Cássio Cunha Lima diz acreditar que a criação de uma disciplina específica é a melhor maneira de transmitir conhecimentos ambientais às novas gerações de forma efetiva.
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Em 16 Estados, gasto federal com ensino médio é menor que mínimo indicado
"A educação ambiental é tratada como um tema transversal, o que inviabiliza uma prática contínua, permanente e com conteúdo próprio. Assuntos como reciclagem, sustentabilidade, medidas de reúso de água, ecologia devem ser tratados com a devida importância", defende o senador.
O projeto tem como relator o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que apresentou voto pela aprovação, sem emendas. A matéria anda deve ser examinada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), em caráter terminativo.

Opinião: Direito à Educação

 30 de Julho de 2015

"O desafio do ECA consiste em promover de fato uma Educação libertadora e integral, que seja capaz de ajudar crianças e jovens a ir bem não só na escola, mas ao longo da vida", afirma Mozart Neves Ramos

Fonte: Correio Braziliense (DF)
O ano seguinte à Assembleia Geral das Nações Unidas que estabeleceu a Convenção sobre os Direitos da Criança foi marcado pela criação, em nosso país, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mais precisamente em 13 de julho de 1990. Ao longo desses 25 anos, o ECA não apenas proporcionou avanços importantes na ampliação de serviços para essa faixa etária como aumentou a conscientização da sociedade no que se refere à proteção das crianças. Trata-se de um importante marco jurídico.

Muitos avanços foram observados nesse período. Entre eles, podemos destacar a redução da taxa de mortalidade infantil, de 51,6 mortes por mil nascidos vivos em 1990, para 15,3 em 2011. Outro destaque fica para a acentuada queda no percentual de crianças desnutridas — atualmente em 3,77%. A desnutrição infantil em menores de 5 anos de idade deixará de ser um problema de saúde pública no Brasil, caso se mantenha a tendência de declínio dos últimos anos.

No campo da Educação, os avanços foram também percebidos. O país universalizou a matrícula do Ensino fundamental, que corresponde à faixa etária dos 6 aos 14 anos. Tornou obrigatória, após a Emenda Constitucional de 2009, a oferta educacional dos 4 aos 17 anos — ou seja, da Pré-Escola ao Ensino médio. E a universalização dessa oferta deveria ocorrer até 2016 — o que, por outro lado, deve ser difícil de acontecer, a considerar o ritmo dos avanços registrados nos últimos anos.

Houve alguns progressos no campo da aprendizagem Escolar para os anos iniciais do Ensino fundamental. O percentual de crianças com aprendizado adequado em matemática ao concluírem o 5º ano do Ensino fundamental, por exemplo, que em 1999 era de 14%, passou para 40% em 2013. No entanto, não se pode dizer o mesmo quando olhamos para os adolescentes que estão cursando os anos finais do Ensino fundamental. No que se refere a essa etapa da Educação básica, o país está literalmente estagnado em termos de aprendizado, tanto em língua portuguesa como em matemática – e, pior, num patamar extremamente baixo. Em matemática, o percentual de crianças com aprendizado adequado ao final do 9º ano do Ensino fundamental era de 13% em 1999, e atualmente é de apenas 16%. O quadro se agrava ainda mais no Ensino médio, no que tange aos jovens de 15 a 17 anos.

Lamentavelmente, apenas 50% das nossas crianças estão adequadamente alfabetizadas ao final do ciclo relativo a essa fase, que deve ocorrer aos 8 anos de idade. O país criou um importante instrumento para enfrentar esse desafio: o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), cujos efeitos ainda não são perceptíveis. Um dos aspectos centrais dessa questão consiste na formação de alfabetizadores. O Brasil deveria dar uma atenção especial à valorização e à formação desses profissionais, pois a Alfabetização é a pedra angular da Educação.

Para que o ECA cumpra, na sua plenitude, o seu papel no campo da Educação, é preciso reverter urgentemente esse quadro. É preciso pensar e colocar em prática uma Escola que dialogue com o mundo atual, o do século XXI. Isso significa pensar numa Escola com Educação integral, que alinhe os desafios dos aspectos cognitivos (letramento e numeramento) ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais — as chamadas habilidades para a vida, que promovem não apenas o aprendizado Escolar, mas o sucesso da vida futura. Diversos estudos científicos mostram que as crianças com tais habilidades trabalhadas na primeira infância têm 44% mais chances de concluir o Ensino médio e de ampliar ganhos financeiros no mundo do trabalho, ao passo que as possibilidades de ter problemas prisionais são menores.

Portanto, o desafio do ECA e de outros instrumentos legais em prol d, como o próprio Plano Nacional de Educação, consiste em promover de fato uma Educação libertadora para nossas crianças e jovens. Isso significa uma Educação integral, que seja capaz de ajudá-los a ir bem não só na Escola, mas ao longo da vida. Essa deveria ser a agenda prioritária para o Brasil nos próximos anos. Não há outro caminho para um país que deseja ser uma pátria Educadora.

USP terá 225 vagas para 'pretos, pardos e indígenas' no vestibular 2016


30 de Julho de 2015

Vagas serão selecionadas por meio do Sistema de Seleção Unificada, que utiliza a nota do Enem

Fonte: UOL Educação

A USP (Universidade de São Paulo) irá destinar 225 vagas para candidatos 'pretos, pardos e indígenas' (classificações de raça utilizadas pela Fuvest) no vestibular 2016. Essas vagas serão selecionadas por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que utiliza a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
A universidade aprovou no último dia 23 de junho a adesão ao Sisu como nova forma de ingresso aos cursos de graduação. Das 11.057 vagas oferecidas em 2016, 1.489 serão destinadas ao Sisu e 9.568 continuarão a ser selecionadas pela Fuvest.
Entre os cursos que terão parte das vagas destinadas a candidatos 'pretos, pardos e indígenas', que tenham cursado todo o ensino médio em escolas públicas, estão bacharelado em sistemas de informação, licenciatura em ciências da natureza, educação física e saúde, gerontologia, obstetrícia, saúde pública, psicologia, têxtil e moda, lazer e turismo, gestão ambiental, gestão de políticas públicas, marketing e relações internacionais.
Das 42 unidades de ensino e pesquisa da USP, sete não disponibilizaram vagas para o Sisu. Além dessas, a ECA (Escola de Comunicações e Artes), a FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e o IAU (Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos) não aderiram ao sistema, pois a seleção dos novos alunos dessas Unidades conta também com provas de habilidades específicas.
Os bônus do Inclusp (Programa de Inclusão Social da USP) continuarão a ser oferecidos a alunos oriundos de escolas públicas que se inscreverem na Fuvest. Os bônus do Inclusp podem chegar a 20%, conforme o grupo no qual o candidato se inserir, que incidem sobre a nota da primeira fase e a nota final do vestibular.

Escolas oferecem espaço para alunos superdotados

30 de Julho de 2015

São 83 salas de recursos multifuncionais para altas habilidades, onde estudam 730 alunos

Fonte: Portal CGN
O Colégio Estadual Olindamir Melin Claudino reúne os melhores alunos de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. A unidade oferece duas salas de recursos multifuncionais para altas habilidades. Os estudantes que apresentam rendimento acima da média são encaminhados para estes espaços. As salas funcionam desde 2005 e por lá já passaram muitos alunos com superdotação.
O estudante do 8º ano Bruno Kauan Lunardon, de 13 anos, é um dos alunos que participam da sala de recursos para altas habilidades. Em 20 de julho ele viajou até o Rio de Janeiro para receber a medalha de ouro que conquistou na 10ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). O Paraná recebeu 46 medalhas de ouro na última edição da olimpíada.
“Participei duas vezes da Obmep. Estudei um pouco para a prova, mas não foi muito. A prova é um pouco difícil, mas nada que se você pensar um pouco não consiga resolver”, afirmou Bruno Kauan, que além de fazer atividades na sala de recursos há três anos, participa das aulas regulares no Colégio Estadual Olindamir Merlin Claudino.
Bruno afirmou que na sala de recursos para altas habilidades ele consegue se desenvolver mais. Atualmente, o estudante trabalha em um projeto sobre jogos para computador. “Já fiz um projeto sobre matemática e outro de mitologia grega. Aqui é bom porque conseguimos ir além. Às vezes você quer se expandir na sala de aula, mas não consegue”, afirmou.
As atividades na sala de recursos acontecem duas vezes por semana, no contraturno escolar. Além dos estudantes do Colégio Olindamir Merlin Claudino, o espaço também recebe alunos com altas habilidades encaminhados de outras escolas públicas de Fazenda Rio Grande.
No espaço os alunos desenvolvem atividades extracurriculares, com projetos individuais para enriquecimento curricular. Os trabalhos são feitos de acordo com a área de interesse dos estudantes. Os alunos frequentem a sala duas vezes por semana, um dia para desenvolver o projeto individual e outro dia para trabalhos coletivos e socialização entre eles.
Os estudantes que apresentam notas acima da média dos demais são encaminhados para os professores da sala de altas habilidades. O aluno responde questionários e se for identificado que ele tem facilidade em determinada área, a escola faz um convite que é enviado aos pais para autorizarem a participação dos filhos na sala de recursos.
“Aqui conseguimos dar vazão aos alunos que estão acima da média”, explicou Celso José de Carvalho, diretor-auxiliar do Colégio Olindamir.
O diretor destaca que o mais comum nas escolas é a preocupação com os alunos que estão com notas baixas, mas os estudantes acima da média também precisam de um trabalho especial. “Esse aluno também sofre na sala de aula quando o professor fica repetindo conteúdo, isso fica maçante para ele. Pode surgir até indisciplina. Com as aulas de altas habilidades conseguimos dar vazão àquela ansiedade que eles têm por aprender mais”, disse Celso de Carvalho.
Em 10 anos, cerca de 300 estudantes já passaram pelas salas de altas habilidades do colégio. A professora Marcilene Barcelar Nascimento trabalha com os alunos na sala de recursos multifuncional.
“É importante porque aqui eles têm oportunidade de estar em contato com pessoas semelhantes, com perfil de altas habilidades e também porque podem aprender mais”, disse.
Marcilene acredita que os trabalhos na sala de recursos ajudaram Bruno Kauan a conquistar a medalha de ouro na Obmep.
“O Bruno tem um forte interesse por matemática. Em anos anteriores ele fez projetos relacionados a essa área, ligados ao raciocínio lógico e à resolução de enigmas. Isso tudo colabora para o aprendizado em sala de aula regular”, afirmou.
A Rede Estadual de Ensino do Paraná conta com 83 salas de recursos multifuncionais para altas habilidades, onde estudam 730 alunos.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Prorrogado o prazo de inscrições do Concurso Tempos de Escola


29 de Julho de 2015


Inscrições podem ser feitas até dia 7 de agosto pela internet; concurso de redação é iniciativa do Programa Parceria Votorantim pela Educação


Fonte: Jornal Populacional (GO)

Alunos de escolas públicas de Niquelândia têm até o dia 7 de agosto para inscrever suas redações na sétima edição do Concurso Tempos de Escola, promovido pelo Programa Parceria Votorantim pela Educação. Com o tema “Grandes Atitudes pela Educação”, os textos devem ser inscritos no site: www.blogeducacao.org.br. Podem participar estudantes dos ensinos fundamental, médio e Educação para Jovens e Adultos (EJA) de escolas públicas.

O concurso é dividido em quatro categorias, determinadas de acordo com a etapa educacional dos participantes. No Blog Educação, os alunos conferem dicas para a produção dos textos pedidos em cada categoria. Os vencedores serão conhecidos em outubro e a premiação será em novembro de 2015.

O Tempos de Escola visa incentivar a escrita e promover a reflexão sobre o valor da educação para o desenvolvimento de cada aluno e de toda a sociedade. A iniciativa é realizada pelo Instituto Votorantim e pelas empresas do Grupo Votorantim em parceria com Ministério da Educação (MEC), Canal Futura, Todos pela Educação e Comunidade Educativa (CEDAC).

Sobre o Parceria Votorantim pela Educação

O Concurso Tempos de Escola é uma das ações de mobilização da sociedade do Programa Parceria Votorantim pela Educação (PVE), que foi lançado em 2008 e já beneficiou mais de 40 municípios, com atividades conjuntas com as Secretarias Municipais de Educação, gestores das escolas públicas e a comunidade em geral.

Para 2015, as metas do PVE estão relacionadas a aumentar a sinergia entre a educação escolar e a familiar, e o programa assume o tema “Família e Escola Juntas: uma atitude que transforma”, em linha com a proposta do movimento Todos pela Educação, do qual o Instituto Votorantim passou a ser parceiro este ano.

Ainda sobre o concurso, em 2014 houve mais de 3.400 inscrições, com o recorde de 249 por município.

Sobre a Votorantim Metais
A Votorantim Metais é uma empresa do Grupo Votorantim, um dos maiores conglomerados empresariais da América Latina. A companhia possui dezessete unidades: onze no Brasil, quatro nos Estados Unidos, uma na China e uma no Peru. A empresa é a maior fabricante de níquel eletrolítico da América Latina, líder no mercado brasileiro de alumínio e uma das cinco maiores produtoras de zinco do mundo.

 Sobre o Instituto Votorantim

Com 12 anos de atuação, o Instituto Votorantim orienta as empresas do Grupo, presentes em mais de 300 municípios brasileiros e 20 países, em ações voltadas ao desenvolvimento local sustentável, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das regiões em que as empresas operam. Atua nos campos da educação, geração de trabalho e renda, trabalho, apoio à gestão pública, cultura, preservação e fortalecimento de direitos infanto-juvenis, entre outros.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Opinião: Minha pátria educadora


28 de Julho de 2015

"O meu Brasil educador não se contentará em ter suas crianças matriculadas, desejará ter todas elas frequentando e permanecendo na escola até concluir o Ensino Médio", afirma Cristovam Buarque

Fonte: Correio Braziliense (DF)
Começará cuidando de cada criança brasileira, desde sua gestação: não deixará a futura mãe sem o apoio necessário para cuidar de seu filho, antes mesmo de ele nascer. Desde o nascimento e na primeira infância, a pátria Educadora garantirá o acesso de toda criança aos meios para promover seu desenvolvimento intelectual com o necessário acompanhamento, no convívio familiar e com a colaboração de instituições especializadas.
Oferecerá Escola com qualidade a cada um de seus filhos, a partir dos quatro anos de idade, independentemente da renda da família e da receita fiscal da cidade na qual a criança viva. Aos seis anos, elas já deverão estar capacitadas a ler, a fazer as operações básicas da aritmética e a seguir estudos especiais; até os 18 anos, crianças e jovens terão Escola em horário integral, com Professores muito bem remunerados, com dedicação exclusiva, avaliados em seus trabalhos, usando os mais modernos instrumentos pedagógicos que a tecnologia da informação oferece à prática pedagógica, além dos equipamentos esportivos e culturais para complementar a formação dos Alunos.

As Escolas deixarão de ser carroças e passarão a ser naves para o futuro. Os Professores terão o conhecimento e o gosto para pilotar as salas de aula do futuro, com equipamentos e comportamentos apropriados à velocidade com que o saber avança e se espalha.

Na os Professores serão reverenciados. Não precisarão fazer greves, e os sindicatos de Professores se transformarão em “sindicatos da Educação”, com a participação também dos servidores e dos pais, militando por todos os aspectos educacionais.

O meu Brasil Educador não se contentará em ter suas crianças matriculadas, desejará ter todas elas frequentando, assistindo, permanecendo na Escola até concluir o Ensino médio e adquirindo o conhecimento necessário para participarem do mundo moderno: capazes, cada uma delas, de se deslumbrar com as belezas, entender o funcionamento e se indignar com as injustiças do mundo, falar seus idiomas e dispor de um ofício para se inserir produtivamente no mercado.

Não aceitará a insanidade do desperdício de um único cérebro de seus habitantes, por falta de acesso à Educação; nem a imoralidade da oferta de Educação com qualidade desigual entre suas crianças e jovens; os filhos dos pobres terão acesso a Escolas com a mesma qualidade que as dos filhos dos ricos. E todos aqueles que forem portadores de alguma dificuldade especial receberão o necessário apoio médico e pedagógico para compensar as deficiências.

Com essas características, a Escola de fechará a torneira por onde pingam, todos os anos, novos Analfabetos adultos e erradicará, em poucos anos, o estoque de adultos iletrados, herdados por séculos da nossa pátria ‘desEducadora’.
Mas a Educação não se faz apenas na Escola, e a pátria Educadora incorporará as famílias, a mídia e toda a sociedade no processo educacional de suas crianças e jovens. Para ser uma pátria Educadora, minha nação precisará ser uma imensa Escola, do tamanho do Brasil. E o nosso futuro terá a cara de suas Escolas, bonitas, confortáveis, com Professores entusiasmados e crianças felizes nelas.

Graças a isso, na , a criminalidade contra jovens e por jovens será um fenômeno muito raro; não haverá milhares de crianças vítimas de assassinos, nem dezenas delas transformadas em assassinos.
Os jovens disputarão o ingresso no Ensino superior em condições de igualdade. Todos com a chance determinada pelo talento, persistência e vocação: a universidade da pátria Educadora será povoada por Alunos com a necessária competência para levar o Brasil ao mundo da inovação nas artes, na ciência e na tecnologia. fará parte dos campeões do mundo em conhecimento.

Na , o lema da bandeira será “Educação é progresso”, porque sem isso, o lema “Pátria Educadora” não passa de um slogan publicitário. Até porque, na pátria Educadora, os governos que desequilibram as finanças não fazem ajustes cortando programas educacionais.
Decididamente, minha pátria brasileira não é, ainda, Educadora. Por isso, ainda falta muita luta para que o slogan vire um lema e se faça realidade.

Editorial: Educação no mundo digital


28 de Julho de 2015

"O ensino não vai passar ileso pela revolução que está em curso", afirma jornal

Fonte: O Estado de Minas (MG)
A maior empresa de táxi do planeta, Uber, não tem nenhum carro na frota. O Facebook, grande provedor de conteúdo, não produz nenhuma informação. O maior ofertante de acomodações do planeta, Airbnb, não dispõe de quarto de hotel. A gigantesca rede varejista Alibaba não tem nada no estoque. As maiores agências de notícias não têm nenhum jornal. Mesmo assim, mentes ingênuas imaginam que a Educação passará ilesa por essa revolução e aceitamos, iludidos, que as transformações nessa área serão passageiras e superficiais. Ledo engano: as mudanças na Educação e nas instituições educacionais serão rápidas, profundas e drásticas.

O comércio eletrônico é uma realidade em todos os países, mas particularmente é interessante observar a China, epicentro dessa revolução. As impressionantes vendas on-line chinesas, da ordem de US$ 620 bilhões por ano, já são superiores à soma das respectivas vendas americanas (US$ 380 bilhões) e europeias (US$ 228 bilhões). A China representa um potencial ativo de compras on-line, especialmente via celulares, provenientes de mais de meio bilhão de entusiasmados usuários. Estamos falando de produtos e serviços, muito além de equipamentos e incluindo, cada vez mais, desde alimentos a conteúdos educacionais. As universidades mudaram muito pouco nas últimas décadas, seja na China ou no Brasil, mas as tendências são claras, tanto em termos de missões como de produtos e serviços ofertados. O processo Ensino-aprendizagem permanece, e assim será sempre o núcleo central da missão universitária, mas os educandos e os Educadores já não serão os mesmos, bem como seus entornos.
A revolução digital não é meia revolução. Ela é arrasadora e, ainda que chegue mais tarde em alguns setores, não quer dizer que chegará mais suave. Há uma função cartorial da universidade de atestar conhecimentos e competências que, curiosamente, deverá não só permanecer como ser significativamente ampliada. Hoje, as instituições educacionais praticamente só certificam seus próprios Alunos, sobreviventes de maratonas de salas de aulas, presenciais ou virtuais, e de provas espalhadas ao longo do tempo, em geral na escala de muitos anos.
No futuro breve, as oportunidades de obter uma certificação, seja de disciplinas, cursos ou mesmo de profissões, passarão a ser, opcionalmente para o estudante, questão de dias, o que não implica ser mais fácil. O valor do título será proporcional ao nível de exigência, associado à marca de quem o confere, ou seja, fruto do reconhecimento social da instituição que assina o atestado.

Interessante observar que a credibilidade da marca será cada vez menos fruto do investimento em campanhas publicitárias tradicionais, mas o resultado líquido da indicação e reconhecimento coletivo dos usuários, diretos e indiretos, desse processo de certificação. Espaço no qual as opiniões de amigos e conhecidos nas redes sociais têm papel crucial e definitivo.

Enfim, nesse universo digital de Docentes assemelhados a designers educacionais e de estudantes permanentes ao longo da vida, as Escolas serão basicamente provedoras de conteúdos educacionais múltiplos. E porque o fazem com qualidade, resultado da capacidade de suas equipes, se legitimam para os processos de certificação de competências, tenham tais conhecimentos associados sido adquiridos dentro ou fora da instituição.

Reserva de vagas promove a inclusão no Ensino Superior

 28 de Julho de 2015

Apenas um ano após a entrada em vigor da Lei de Cotas, 32% das vagas já foram ocupadas por cotistas nas universidades federais

Fonte: Portal MEC

Às vésperas de completar três anos, a Lei de Cotas (12.711), de 29 de agosto de 2012, garante a reserva de vagas em todas as universidades e institutos federais do país para estudantes que cursaram ensino médio em escolas públicas. Já neste segundo processo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2015, as instituições destinaram pelo menos 37,5% de suas vagas para as cotas, e a previsão é de que esse percentual suba para 50% até 2016.
Esses foram alguns dos números discutidos na reunião de acompanhamento da Lei de Cotas, realizada nesta segunda-feira, 27, no Ministério da Educação, pela Comissão consultiva da sociedade civil sobre a política de reserva de vagas nas instituições federais de educação superior, criada para contribuir com a implementação da Lei 12.1711 e elaborar propostas de ações que promovam a concretização das reservas.
Apenas um ano após a entrada em vigor da lei, 32% das vagas já foram ocupadas por cotistas nas universidades federais, número ainda maior nos institutos de ciência e tecnologia, que reservaram 44,2% das vagas a estudantes oriundos da rede pública.
“Nosso papel histórico, desde que virou o século, é fazer com que a história do Brasil não coincida mais pela opressão, e sim pela liberdade. É fazer que possamos ter orgulho de nosso país sem limitações”, afirmou o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, presente ao evento.
Segundo Jesualdo Pereira Farias, titular da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC, os dados demonstram que nos últimos 13 anos o país saiu de um quadro de extrema exclusão no ensino superior. “O processo de expansão da universidade foi o primeiro grande passo para poder levar educação a todos, respeitando as diferenças regionais e as diferentes constituições raciais de um país cheio de diversidades”, afirmou o secretário.
A reunião teve ainda a participação de representantes da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Conselho Nacional de Educação (CNE), Fundação Nacional do Índio (Funai), Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
Várias entidades de movimentos sociais compõem a comissão consultiva, e à reunião compareceram a União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Sem Universidade (MSU), União de Negros pela Igualdade (Unegro), Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Movimento Negro Unificado (MNU) e Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), entre outros.


Secretaria de Educação promete reforço no policiamento de escolas


28 de Julho de 2015

Fonte: G1 PE


O Governo de Pernambuco prometeu reforçar o policiamento nas escolas da rede estadual de ensino, de acordo com o secretário de Educação, Frederico Amâncio. "Temos algumas escolas inseridas em algumas regiões complexas do ponto de vista da violência. Nós já tínhamos um programa, que é o Patrulhas Escolas, e recentemente estamos reforçando [o policiamento] com o programa Escola Segura, onde a polícia vai ficar acompanhando mais de perto as escolas", contou Amâncio em entrevista ao Bom Dia Pernambuco desta terça-feira (28) -- veja a entrevista completa no vídeo acima.
A medida será tomada e intensificada em locais com histórico de violência. No centro do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, por exemplo, a Escola Estadual Madre Iva Bezerra de Araújo foi arrombada onze vezes, somente no mês de julho. Os bandidos levaram televisores, computadores, projetores e armários. "No caso da Madre Iva, não foi exatamente só nesse mês, foi no último ano. E no caso dela e de algumas outras escolas com histórico mais forte de furtos, a gente está fazendo uma atuação mais intensa", explicou Amâncio.
A situação de violência se repete na Escola de Referência em Ensino Médio Doutor Eurico Chaves, no centro de Sirinhaém, no Litoral Sul do estado. No local, houve um incêndio criminoso que destruiu duas salas. "Isso foi um caso de vandalismo. Os bandidos foram presos no dia seguinte, isso traz um pouco de segurança para a comunidade", apontou também o secretário.
Amâncio também reafirmou que o concurso público com 3 mil vagas para professor, prometido com o fim da greve dos professores, deve ser realizado ainda neste ano. "A gente vai fazer um cronograma para continuar realizando concursos nos próximos anos, de forma que a gente possa dar uma estruturação para a rede", contou Amâncio.
As escolas da rede estadual voltaram às aulas na última segunda-feira (27). Ao todo, são 587 mil alunos em 1.047 escolas. Frederico Amâncio informou que algumas das instituições ainda estão finalizando a reposição das aulas perdidas durante a greve dos professores. "A maior parte das escolas já conseguiu concluir a reposição das aulas, mas algumas ainda vão entrar em alguns dias de agosto para concluir", comentou.

Curso preparatório para o Enem reúne transexuais e travestis no Rio


28 de Julho de 2015

Fonte: G1 Rio

Uma iniciativa de um grupo de amigos no Rio de Janeiro tem ajudado travestis e transexuais a melhorar sua formação e a tentar uma vaga no Ensino Superior. A ideia do curso gratuito ‘Prepara, Nem’, cujo objetivo é melhorar de vida por meio da educação, partiu dos amigos Indianara Siqueira, Gisele Andrade, que são travestis, e Thiago Bassi.
“Eu estava com a Indianara lá em casa e ela deu a ideia de fazer um preparatório para o Enem para este público. E aí surgiu o nome de ‘Prepara, Nem’. A gente jogou nas redes sociais e teve uma aceitação muito grande de pessoas interessadas em ajudar o projeto, vendo que a sociedade civil se mobilizou para que isso acontecesse. Temos aqui várias pessoas que se cedem o seu tempo”, conta Thiago.
Na última sexta-feira (24), o G1 acompanhou uma aula do curso que aconteceu em uma sala da ONG Pela Vidda, que defende os direitos dos portadores do vírus HIV, no Centro do Rio. Tratava-se de uma reunião especial para discutir atualidades. Em uma roda de conversa, os estudantes relacionavam suas experiências com os acontecimentos do país e do mundo.

“Se estivéssemos em uma aula de alunos comuns, a gente seria motivo de chacota, teria rixas, iriam arrumar atritos por nada. Tem gente que não aceita e quer fazer gracinha. Tem sempre aquele aluno da sala que quer aparecer. Fala: 'Olha o traveco, a boneca'. Tem sempre aquelas coisas né? Nem todo mundo aceita, nem todo mundo respeita”, conta Tyfany.
Ambiente favorável
O curso conta com 25 inscritos, mas a assiduidade é maior entre 16 estudantes. Dois são homens transexuais, 13 são mulheres transexuais ou travestis. Além deles também há uma mulher entre os estudantes. Para Tyfany da Silva, estar em uma aula com pessoas que passam por experiências semelhantes a deixa mais à vontade para expor suas experiências de vida.
A aluna planeja prestar vestibular para o curso de Química Industrial. Cabeleireira e maquiadora há 14 anos, acredita que os conhecimentos que adquire em sala de aula a ajudarão a expandir seus horizontes no mercado da beleza. Ela também acredita que o estudo é uma maneira de acabar com os estereótipos que pairam sobre as travestis e mulheres transexuais.
“O preconceito é muito grande. Somos uma minoria para brigar com muita gente por uma vaga de emprego. Quem vai dar uma vaga de emprego para uma travesti? Quem vai querer uma travesti na sua empresa? Não é verdade? Aqui no Rio acham que é cabeleireira, mãe de santo ou prostituta”, conta a jovem de 31 anos, que foi expulsa de casa aos 11 anos pela família, em Brasília, sua cidade natal, porque não aceitavam sua sexualidade.
O dia em que o G1 acompanhou a aula foi o primeiro dia no curso de Luiza Ferreira, de 20 anos. Nascida na cidade de Três Pontas, em Minas Gerais, e há mais de dois anos no Rio de Janeiro, ela busca no curso preparação para passar para Medicina. Atualmente, Luiza já estuda no Ensino Superior, onde faz Farmácia. Porém, seu sonho na medicina é ajudar pessoas como ela.
“Eu já quis fazer dermatologia. Hoje em dia, eu penso em fazer endocrinologia, pois está relacionado com transição hormonal. Porque hoje em dia, muitas trans começam a se automedicar com substâncias que elas nem sabem os riscos que podem trazer para a vida. No mercado há vários endócrinos, mas nem todo lugar você encontra um específico para transição hormonal em uma pessoa trans. Eu pretendo me dedicar a essa área para ajudar pessoas como eu”, conta a mineira.
Luiza acredita que, acima do preparo para o vestibular, o Enem e outras formas de acesso ao Ensino Superior, ela vai encontrar no curso uma forma de relacionamento que respeita as diferenças: “Se você for em um curso no qual a maioria das pessoas são cisgêneras [pessoas que se identificam com o gênero que nasceram], nós transexuais não nos sentimos tão à vontade. Porque, querendo ou não, há um certo preconceito. Eu, particularmente, não me sentiria tão à vontade. Em um grupo de pessoas iguais a mim, vivendo a mesma situação que eu, me sinto mais à vontade, já tenho com quem conversar, compartilhar informações. Tudo flui, digamos assim”.
O ‘Prepara, Nem’ trabalha com professores voluntários que cedem seu tempo à noite para ajudar os estudantes. Uma destas voluntárias é Talassa Fonseca, de 23 anos, que dá aula de história com outras três professoras. Ela, que dá aula em uma escola em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, durante o dia, conta que as professoras se reúnem e decidem qual será o conteúdo didático e como será dividido entre elas. Muitas vezes, o conteúdo de história se entrelaça com o de outras disciplinas. Mas isso não é um problema. Muito pelo contrário. Ajuda a integrar todo o conteúdo, da mesma forma que é a proposta do Enem. “Nós separamos o assunto pelos conteúdos que mais caem no Enem. Mas debatemos, muitas vezes, assuntos que não estão nos livros”.
Talassa acredita que seu trabalho é um pequeno passo na luta contra a transfobia e que está ajudando seus alunos a ocupar espaço na sociedade. “Eles pegam o conteúdo rápido e ainda trazem a sua vivência para as aulas, o que ajuda muito”.
Sem ajuda
O Prepara, Nem não conta com nenhum tipo de ajuda de qualquer órgão público ou esfera de governo. Os locais onde acontecem as aulas são cedidos por ONGs, sindicatos e casas de cultura e acontecem em cada dia em um espaço diferente. A coordenação do curso afirma que o governo tem ciência da iniciativa.
Atualmente, o transporte é a maior dificuldade para garantir a assiduidade dos alunos. “A maior dificuldade é a passagem. Porque muitas meninas deixam de vir ao curso porque não têm o dinheiro do transporte”, conta Thiago Bassi.
A organização do curso tenta contornar o problema de outras maneiras. A ONG Pela Vidda ajuda a financiar uma parte deste valor. Por outro lado, os estudantes tentam ajudar da maneira que podem. Em um evento que aconteceu no começo do mês, no Passeio Público, no Centro, todos se uniram para vender Quentonas (nome feminino que os estudantes deram para o tradicional quentão junino) e quibes veganos. Conseguiram arrecadar R$ 480, mas o valor não custeia o total das passagens para os estudantes e eventuais custos com material.
As dificuldades materiais dos estudantes do curso não os impede de sonhar com voos mais altos. Futuramente, a ideia é oferecer cursos de idiomas, fotografia e programação de sistemas e outras opções profissionais para os alunos. E para os críticos que acham que um curso voltado somente para os transexuais e travestis pode ser uma forma de preconceito, Thiago Bassi afirma que o objetivo é justamente incluir.
“As pessoas falam às vezes que isso é segregar. E isso não é segregar. A sociedade segrega essas pessoas. A gente busca com que elas sejam incluídas. Tem uma aluna que menciona que ela está querendo voltar para a escola há cinco anos e, toda vez que ela tenta voltar, ela sofre preconceito no ambiente escolar. E que ela se sente acolhida no ambiente do Prepara, Nem. A ideia é que a gente tenha a possibilidade de acolher todas as pessoas, respeitando as suas identidades, respeitando a sua dignidade como pessoas. O respeito a identidade é fundamental. O Prepara, Nem é aberto para todas as pessoas, mas o foco é o respeito e a dignidade humana”, conta Thiago.
Tyfany resume os seus desejos com o curso. "O meu objetivo no 'Prepara, Nem' é me formar, fazer uma faculdade, ter uma vida normal, ter uma família, ter um cachorro. Passar pelo processo, estudar, lecionar uma matéria. Eu busquei isso para a minha felicidade, entendeu? A minha intenção é essa. Ser feliz, né? Quero ter uma profissão que seja reconhecida, não ser motivo de chacota dentro de uma empresa. Ser reconhecida pelo meu trabalho, pelo meu caráter'.