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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Alunos surdos ainda não têm material


30/05/2013
Davi LiraMesmo após quatro meses do início do ano letivo, professores e pais de alunos das Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos (Emebs) de São Paulo reclamam que os livros didáticos adaptados ao ensino da Língua Brasileiras de Sinais (Libras) ainda não foram entregues. Eles questionam também a falta de material escolar, como lápis e cadernos, de uniformes e de mais profissionais intérpretes nessas salas de aula especiais.
Tidas como modelo no País, as seis Emebs distribuídas na capital atendem mais de mil alunos. Todos eles possuem algum tipo de deficiência auditiva.
"Deveriam ser entregues de quatro a cinco livros de matérias como Português em Libras, além de lápis, borracha e cadernos para escrever e desenhar, mas eles ainda não chegaram", afirma a dona de casa Fátima de Lourdes, de 40 anos. Seu filho Lucas Campos, de 11, está matriculado no 4.º ano do ensino fundamental da Escola Hellen Kelier, na zona sul da cidade.
De acordo com duas professoras da Emebs Mário Pereira Bicudo, na zona norte, que preferiram não se identificar, a falta do material didático na escola compromete o trabalho pedagógico. "As Emebs precisam melhorar muito."
Outra mãe, que também optou pelo anonimato, critica a demora na entrega do uniforme escolar para seu filho de 4 anos que estuda na Emebs Neusa Bas-setto, localizada na Mooca.
A falta de professores titulares e substitutos foi um dos problemas identificados pelo Ministério Público de São Paulo, que investiga as Emebs.
Consultada, a Secretaria Municipal de Educação nega a falta de livros didáticos. "Todo o material específico foi entregue em outubro de 2012 e é válido para os anos 2013 e 2014", informou em nota.
Sobre uniformes, a secretaria disse que o atraso foi "ocasionado pela não aquisição por parte da gestão anterior, havendo necessidade de nova contratação". A respeito da falta de professores titulares, afirmou que o quadro está completo, "com exceção da Emebs Hellen Keller, onde está em processo a contratação de dois professores intérpretes". Em relação aos substitutos, a informação é que contratações "estão em curso".




 
30/05/2013
Direito precisa ser colocado em prática
Análise: Ana Claudia Balieiro Lodi
Discussões sobre a educação de surdos em nosso País não são novas, Hoje, diferentes sentidos são atribuídos ao conceito de educação bilingue e, na maioria das vezes, eles se distanciam de seus principais princípios.
É direito da criança surda iniciar sua escolarização desde a educação infantil. Além disso, alunos surdos precisam conviver com seus pares. É importante também a presença de professores e funcionários surdos na própria escola.
O processo de ensino-aprendizagem leve ser feito por profissionais bilíngues, que usam Língua Brasileira de Sinais (Libras) como idioma de interlocução - e não o português. Os conteúdos escolares devem contemplar aspectos socioculturais dos surdos, o que não é observado nos livros utilizados.
A educação bilíngue para surdos é um direito que precisa ser reconhecido também na prática.
É professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em Ribeirão Preto.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A educação é urgente

29/05/2013
Principal projeto do setor avança devagar
Prioridade em qualquer discurso de quase todos os políticos brasileiros, a educação ainda não é tratada com a urgência que deveria conduzir a votação de leis que pautem a ação do poder público no sentido de promover avanços consistentes, principalmente na qualidade do ensino. Por isso mesmo, vale comemorar o passo dado ontem na difícil tramitação do projeto do Plano Nacional de Educação (PNE), com sua passagem pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
O projeto de lei, que estabelece metas a serem cumpridas nos próximos 10 anos e define diretrizes para alcançá-las, foi enviado ao Congresso em 2010 e deveria vigorar entre 2011 e 2020. Mas até agora tem andado em ritmo que não guarda a menor relação com a importância de seu conteúdo.
Não foi fácil superar essa etapa, já que havia resistência do governo quanto à obrigatoriedade de investimentos públicos anuais equivalentes a 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, mesmo depois de seguidos aumentos no orçamento da União para a educação, a destinação de verbas públicas fica em torno de apenas 5% do PIB. Depois de muita negociação, a CAE retomou uma proposta intermediária que havia sido votada na Câmara dos Deputados: até o sétimo ano de vigência do PNE, seriam aplicados 7% do PIB. Os 10% serão alcançados apenas a partir do 10º ano.
O texto aprovado pela CAE vincula os royalties do petróleo sob o regime de partilha e o de concessão ao financiamento da educação. Mas, para o alcance dos 7% e dos 10% do PIB, amplia a contabilidade dos gastos e investimentos em educação incluindo o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec) e as bolsas do Programa Ciências sem Fronteiras.
O plano estabelece 20 metas, que incluem a erradicação do analfabetismo absoluto e a redução do funcional; a instituição da educação em tempo integral no ensino básico em pelo menos metade das escolas públicas; alfabetização de 100% das crianças até os 8 anos no máximo (meta que o Senado reduziu para 6 anos); a melhora da qualificação de professores dos níveis médio e elementar, com cursos de pós-graduação.
Apesar do avanço de ontem, o projeto ainda tem longo caminho pela frente e é grande a possibilidade de que ele seja alterado. Antes de ir a plenário, terá de passar pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Educação, Cultura e Esporte (CE). É saudável o debate em busca do melhor texto possível para dotar o país de legislação que leve em conta a importância da educação para a competitividade do Brasil.
Mas o tempo não para e o país já enfrenta escassez de gente preparada para dominar a tecnologia dos equipamentos de ponta e corre o risco de perder, mais uma vez, a corrida por um lugar de destaque no mercado mundial. Do ensino básico ao superior, o país precisa avançar na qualidade do que é oferecido à juventude. Pesquisa divulgada ontem pela QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional com sede na Inglaterra, mantém o Brasil na liderança das universidades da América Latina. Mas a própria entidade lembra que o país tem apenas 12 instituições entre as 700 primeiras do mundo e nenhuma entre as 100 melhores. Temos muito trabalho pela frente e estamos atrasados.

CAE aprova Plano Nacional de Educação

 
29/05/2013
Por Raquel Ulhôa | De BrasíliaApesar da preocupação do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) com a falta de garantia de que os recursos chegarão à educação básica e de questionamentos de Pedro Taques (PDT-MT) sobre a aplicação da lei, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, por unanimidade, em votação simbólica, o projeto de lei de autoria do Poder Executivo que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) para os próximos dez anos.
O PNE determina a ampliação progressiva do investimento público em educação, para atingir, no mínimo, 7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em cinco anos e 10% até o fim do decênio. Antes de ser votado no plenário do Senado, o projeto passará, ainda, pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Educação (CE). Confirmadas as mudanças, terá de retornar à Câmara dos Deputados.
Essa meta intermediária - de 7% do PIB - foi incluída pelo relator no Senado, José Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso, assim como a vinculação dos recursos provenientes da exploração do petróleo da partilha (royalties) e de novos contratos de concessão (royalties e participação especial) firmados após 3 de dezembro de 2012).
Para agregar os recursos provenientes da exploração do petróleo às fontes permanentes do setor educacional (impostos vinculados, salário-educação e outros), Pimentel incorporou integralmente ao texto do PNE o teor do projeto de lei encaminhado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso em 30 de abril deste ano.
A proposta destina exclusivamente à manutenção e ao desenvolvimento do ensino as receitas da União, dos Estados e dos municípios provenientes dos royalties e da participação especial relativas aos contratos celebrados a partir de 3 de dezembro de 2012, sob os regimes de concessão e de partilha de produção, e 50% dos recursos resultantes da aplicação do capital do Fundo Social (receita destinada à União pela regra do modelo de partilha).
A data foi fixada em 3 de dezembro para alterar a destinação dos recursos provenientes dos contratos de concessão porque foi quando a presidente editou medida provisória tratando do assunto. A MP perdeu a eficácia porque não foi votada dentro do prazo de validade e Dilma retomou a regra no projeto enviado ao Congresso, agora incorporado por Pimentel no parecer do PNE.
Com relação aos contratos de concessão firmados até 2 de dezembro de 2012, o parecer também repete o projeto de Dilma, que determina a destinação ao Fundo Social dos royalties e participação especial do óleo extraído nesses campos, quando estiver no horizonte geológico do pré-sal.
A mudança na distribuição de royalties e participação especial do petróleo dos campos já licitados foi aprovada pelo Congresso, mas a lei está sendo questionada pelos Estados produtores no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com Pimentel, o assunto está "sub-júdice" e após a decisão do STF poderá ser rediscutida a destinação ou não também desses recursos à educação.
O PNE prevê 20 metas a serem cumpridas nos dez anos de sua vigência, que tiveram como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o censo demográfico e os censos nacionais da educação básica e superior. Entre as metas - cada uma delas incluindo estratégias a seguir -, está a erradicação do analfabetismo absoluto e redução em 50% do analfabetismo funcional até o fim da vigência.
Outras metas são a universalização, até 2016, da educação infantil na pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos de idade e ampliação das creches para atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos até o fim da vigência do PNE. Também estão previstas a universalização do ensino fundamental de nove anos para toda a população de seis a 14 anos e do atendimento escolar para toda a população de 15 anos a 17 anos, até 2016, e elevar a taxa de matrículas no ensino médio para 85%.

Universidades lançam cursos gratuitos on-line


29/05/2013
Por Carolina Cortez | De São PauloNa esteira de universidades internacionais renomadas, como Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT), instituições brasileiras de ensino superior têm apostado no desenvolvimento de plataformas de cursos gratuitos on-line, abertos ao público, os chamados Moocs (Massive On-line Open Courses). Embora universidades como USP, Unesp e Unicamp estejam lançando seus programas sem grande alarde desde meados do ano passado, a expectativa é que eles atinjam um público cada vez maior - e globalizado. Mesmo que as iniciativas sejam recentes, os coordenadores dos cursos vislumbram utilizar os Moocs como ferramenta para internacionalizar as faculdades brasileiras.
A Unesp e a Unicamp, por exemplo, pretendem legendar as aulas na internet em espanhol e inglês. As instituições geralmente colocam em seus sites materiais produzidos de forma independente pelos professores, com a infraestrutura tecnológica já existente para os cursos a distância. "Alguns dos nossos docentes já utilizavam videoaulas nas turmas semipresenciais, então resolvemos juntar todo o material e criar o nosso Mooc", afirma o professor Klaus Schlünzen Junior, coordenador do Núcleo de Ensino a Distância (Nead) da Unesp. O site Unesp Aberta, que traz módulos gratuitos e abertos para o público, foi lançado em junho de 2012 e conta com 72 cursos de diversas áreas - já assistidos por mais de 32 mil usuários.
Segundo Schlünzen, embora os Moocs ainda enfrentem diversos entraves, como a resistência do meio acadêmico em confiar na tecnologia para a disseminação do conhecimento, a tendência é que a educação faça cada vez mais uso de ferramentas digitais. Nesse sentido, é preciso estar preparado para acompanhar as demandas dos alunos em âmbito global. "O Brasil tende a caminhar para um modelo híbrido, que mistura tecnologia ao método presencial. A forma de aprendizagem deve se tornar cada vez mais individual, permitindo ao aluno mais mobilidade", diz o coordenador. Para ele, será possível, em um futuro próximo, assistir a diversos módulos em instituições diferentes e utilizar os créditos no histórico escolar, por exemplo.
Além disso, os cursos devem se tornar mais interativos. Hoje, a maioria dos módulos disponíveis na internet é composta de aulas expositivas gravadas em vídeo. O objetivo, contudo, é chegar a um modelo em que o aluno possa fazer perguntas ao professor e debater com colegas conectados naquele momento.
Nas grandes universidades internacionais que aderiram aos Moocs o sistema é parecido com o brasileiro, embora as instituições estejam "um passo à frente das nossas", conforme destaca Schlünzen. Lá, os vídeos publicados geralmente possuem ferramentas de interação com o usuário, como questões de múltipla escolha para serem respondidas durante a aula. Os professores também recebem dúvidas dos alunos e, em alguns casos, até emitem certificados de conclusão do módulo - embora ainda não tenham validade no mercado, pois não é possível comprovar que a pessoa que solicita o documento assistiu, de verdade, aos cursos.
A impossibilidade de verificar a identidade dos usuários impede que as universidades brasileiras emitam certificados de conclusão de um Mooc. Entretanto, as universidades públicas estudam meios de tornar isso possível. "O próximo passo é garantir que o aluno seja avaliado", destaca Marcelo Knobel, pró-reitor de graduação da Unicamp. Para ele, o maior entrave no Brasil é a infraestrutura. "Produzir o material que será publicado gratuitamente é caro e não há uma verba só para isso. Entretanto, é um investimento que traz benefícios. Temos vídeos que foram acessados por mais de 25 mil pessoas", diz.Knobel pondera que a modalidade ainda é utilizada no país de forma experimental, pois é uma ferramenta nova e que ainda gera polêmica no meio acadêmico. "O uso das tecnologias na educação é uma tendência inevitável", diz.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) tem apoiado iniciativas que envolvem Recursos Educacionais Abertos (REA) no Brasil - materiais de ensino e pesquisa licenciados sob domínio público, que podem ser utilizados ou adaptados por terceiros. A instituição acaba de lançar uma cátedra com a Unicamp que tem como objetivo tornar público e disponível em rede uma série de materiais de apoio para serem utilizados por professores em sala de aula. No que compete aos Moocs, especificamente, a organização ainda não apoia projetos no país, entretanto, reconhece que iniciativas que buscam disseminar conhecimento são importantes, principalmente em economias emergentes.
"O maior desafio hoje das ferramentas abertas é acompanhar a evolução do aprendizado. Os Moocs são viáveis no Brasil, mas precisamos descobrir ainda quem é esse público e desenvolver programas voltados às suas necessidades", diz Adauto Cândido Soares, coordenador de comunicação e informação da Unesco. No país, os Moocs poderiam, na opinião de Soares, ser úteis para os alunos que deixaram o ensino médio e ainda não cogitam seguir para as universidades.
Atrair futuros alunos para os cursos de graduação e pós-graduação pagos é um dos motivos que levaram a Fundação Getulio Vargas (FGV) a investir nos Moocs. Por meio da FGV Online, plataforma que existe há cinco anos e traz cursos pagos on-line, a instituição passou a divulgar 48 módulos gratuitos em diversas áreas, como direito tributário, sustentabilidade, inovação e gestão de pessoas. Cinco aulas, inclusive, estão legendadas em espanhol. "Queremos começar nosso projeto de internacionalização por meio do espanhol para atingir o público latino-americano. Depois pretendemos incluir legendas em inglês", explica Stavros Xanthopoylos, diretor da FGV Online.
Embora não seja possível mensurar quantos alunos a FGV conseguiu levar para os cursos presenciais utilizando os Moocs como chamariz, há diversos projetos em análise para desenvolver essa ferramenta, com expectativa de retorno financeiro. "O nosso MBA de RH on-line é pago e um dos mais acessados do site. Com base nisso, podemos abrir o curso gratuitamente, na internet, transformando-o em um Mooc. Quem quiser certificado, por exemplo, poderá pagar pelo serviço de tutoria e aplicação de provas presenciais. Há diversas oportunidades dentro dos módulos gratuitos e abertos ao público", afirma Xanthopoylos.
Ao todo, 16 milhões de usuários já acessaram os cursos online da FGV. Para os Moocs, que são, por definição, gratuitos, não é possível emitir certificado. Mas Xanthopoylos acredita que neste problema mora outra oportunidade de negócios. "Os alunos interessados em ter um documento comprobatório de conclusão do curso poderão, no futuro, submeter-se a uma prova presencial, que validará o conhecimento adquirido e comprovará que foi ele mesmo quem assistiu às aulas", complementa.
Com nove mil acessos por dia, o e-Aulas, site de cursos on-line gratuitos da USP, completa seis meses em maio. A iniciativa já ultrapassou a marca de mil módulos publicados. Destes, 780 partiram de aulas já gravadas para cursos semipresenciais da instituição. Outros 300 vieram de produções espontâneas do grupo de professores da maior universidade da América Latina. "Nos lançamos por último nessa onda de Moocs, mas queríamos garantir que conseguiríamos publicar um material extenso e de alta qualidade", diz Gil da Costa Marques, diretor de mídias digitais da USP. Ele explica que hoje é possível assistir a diversos módulos, mas o objetivo é abrir cursos inteiros. "Não queremos dar aulas de graça apenas sobre as leis de Newton. Queremos cursos completos sobre mecânica", diz.
Marques destaca, porém, que a produção de Moocs é mais complexa que a de aulas semipresenciais, pois é preciso dar aos alunos mais suporte. "O ideal seria o modelo de tutoria, mas como o curso é gratuito não é possível bancar um profissional para isso. Mas podemos tornar os vídeos mais dinâmicos e interativos, oferecendo materiais extras de apoio, testes, simulações de problemas", destaca.
Para o diretor de mídias digitais da USP, o ideal seria também dedicar um tempo para tirar dúvidas dos alunos, e não restringir os debates aos fóruns. "Uma sala virtual pode ter mais de 10 mil alunos, o que é bem diferente de uma turma presencial. Temos muito o que aprender ainda no que compete à produção de aulas virtuais para o grande público, mas é um passo necessário para a democratização e universalização do ensino", defende Marques.



 
29/05/2013
Plataforma reúne módulos de escolas de fora e locais
De São Paulo
Uma iniciativa que pode contribuir para a disseminação dos Moocs no Brasil é o Veduca, site que reúne diversos módulos de instituições nacionais e internacionais (legendadas em português), nos moldes do Coursera. A plataforma, lançada em março de 2011, já foi visitada por mais de 1,5 milhão de usuários da internet e pretende ampliar o serviço no segundo semestre. O objetivo é levar o Veduca para estudantes da América Latina e emitir certificação de conclusão.
O site reúne módulos de Moocs já existentes em universidades como Harvard, MIT, Columbia, NYU, Stanford, UCLA e, mais recentemente, da USP, Unicamp e Unesp. O Veduca recebeu um aporte inicial de R$ 1,5 milhão, bancado por um investidor anjo e três fundos de investimento internacionais- Macmillan Digital Education, 500 e Mountain Partners.
A iniciativa ainda não é rentável, mas o negócio é promissor, segundo Carlos Souza, sócio e idealizador do Veduca. Embora os cursos sejam sempre gratuitos, a empresa está negociando uma parceria para emissão de certificados, validados pelo Ministério da Educação (MEC). "Estamos fechando acordo com uma instituição que fará essa intermediação das emissões. Um grupo privado nos cederá salas de aula onde serão realizadas provas.
O estudante assiste à aula on-line e gratuitamente, mas terá a opção de pagar para ter o documento comprobatório", explica. Será possível, por exemplo, ver uma videoaula de direito de Harvard, legendada no site do Veduca, e realizar uma prova aplicada por uma universidade brasileira parceira. No fim, a pessoa poderá ter um certificado dessa instituição local, atestando que adquiriu conhecimentos naquela área.
O Veduca também quer oferecer sua infraestrutura para instituições que querem ingressar nos Moocs. "Podemos alugar o estúdio, a tecnologia, o especialista que opera as máquinas e que edita o material", afirma Souza. (CC)

Visão do Correio :: A urgência da educação

29/05/2013
Prioridade em qualquer discurso de quase todos os políticos brasileiros, a educação ainda não é tratada com a urgência que deveria conduzir a votação de leis que pautem a ação do poder público no sentido de promover avanços consistentes, principalmente na qualidade do ensino. Por isso mesmo, vale comemorar o passo dado ontem na difícil tramitação do projeto do Plano Nacional de Educação (PNE), com sua passagem pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
O projeto de lei, que estabelece metas a serem cumpridas nos próximos 10 anos e define diretrizes para alcançá-las, foi enviado ao Congresso em 2010 e deveria vigorar entre 2011 e 2020. Mas até agora tem andado em ritmo que não guarda a menor relação com a importância de seu conteúdo.
Não foi fácil superar essa etapa, já que havia resistência do governo quanto à obrigatoriedade de investimentos públicos anuais equivalentes a 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, mesmo depois de seguidos aumentos no orçamento da União para a educação, a destinação de verbas públicas fica em torno de apenas 5% do PIB. Depois de muita negociação, a CAE retomou uma proposta intermediária que havia sido votada na Câmara dos Deputados: até o sétimo ano de vigência do PNE, seriam aplicados 7% do PIB. Os 10% serão alcançados apenas a partir do 10º ano.
O texto aprovado pela CAE vincula os royalties do petróleo sob o regime de partilha e o de concessão ao financiamento da educação. Mas, para o alcance dos 7% e dos 10% do PIB, amplia a contabilidade dos gastos e investimentos em educação, incluindo o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec) e as bolsas do Programa Ciências sem Fronteiras.
O plano estabelece 20 metas. Entre elas, a erradicação do analfabetismo absoluto e a redução do funcional; a instituição da educação em tempo integral no ensino básico em pelo menos metade das escolas públicas; alfabetização de 100% das crianças até os 8 anos no máximo (meta que o Senado reduziu para 6 anos); e a melhora da qualificação dos professores dos níveis médio e elementar, com cursos de pós-graduação.
Apesar do avanço de ontem, o projeto ainda tem longo caminho pela frente e é grande a possibilidade de que ele seja alterado. Antes de ir o plenário, terá de passar pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Educação, Cultura e Esporte (CE). É saudável o debate em busca do melhor texto possível para dotar o país de legislação que leve em conta a importância da educação para a competitividade do Brasil.
Mas o tempo não para e o país já enfrenta escassez de gente preparada para dominar a tecnologia dos equipamentos de ponta, além de correr o risco de perder, mais uma vez, a corrida por um lugar de destaque no mercado mundial. Do ensino básico ao superior, o Brasil precisa avançar na qualidade do que é oferecido à juventude.
Pesquisa divulgada ontem pela QS Quacquarelli Symonds University Rankings, organização internacional de pesquisa educacional com sede na Inglaterra, mantém o Brasil na liderança das universidades da América Latina. Mas a própria entidade lembra que o país tem apenas 12 instituições entre as 700 primeiras do mundo e nenhuma entre as 100 melhores. Temos muito trabalho pela frente e estamos atrasados.

Aposta em doutores faz a UnB subir em ranking

 
29/05/2013
A contratação de professores mais qualificados e o aumento na produção acadêmica colocam a universidade entre as seis melhores federais do Brasil e em 21° lugar na América Latina. Foi a segunda instituição do país que mais evoluiu em avaliação internacional
UnB dá salto de qualidade
GRASIELLE CASTRO
» ÉTORE MEDEIROS
Colaborou Adriana Bernardes[

A Universidade de Brasília (UnB) aparece como a segunda instituição de ensino superior que mais cresceu na avaliação da QS Quacquarelli Symonds University Rankings da América Latina, levando em conta as 30 melhores do ano passado. A universidade subiu quatro posições e, agora, ocupa o 21º lugar entre todas da região, o 8º entre as brasileiras e o 6º em relação às federais. A nota aumentou 5,8% em comparação ao ano anterior, puxada pela quantidade de professores doutores, a reputação acadêmica e a produção de artigos.

O decano de Graduação da instituição, Mauro Rabelo, destaca que o incentivo à pesquisa na UnB ajuda a aumentar a credibilidade da instituição. “Temos grupos com pesquisadores de excelência, com produtividade elevada, o que puxa os indicadores para cima”, afirmou (leia Três perguntas para).

Pelo critério de evolução no ranking, a instituição brasiliense só perde para a Universidade Estadual Paulista (Unesp), que teve nota 6,6% maior em relação ao ano anterior e subiu seis posições, alcançando a 11º colocação (leia quadro). O avanço reflete no desempenho geral do Brasil. O país domina o ranking, com dois estabelecimentos de ensino superior no top três, 11 entre os 30 primeiros e 28 entre os 100. Além disso, a Universidade de São Paulo (USP) ostenta há três anos a liderança da tabela.

Apesar do crescimento, a UnB já esteve melhor colocada. Na edição do ranking de 2011, a universidade ficou em 11º lugar. Em 2012, caiu e, neste ano, apresentou um avanço considerado significativo. Na avaliação de especialistas ouvidos pelo Correio, a UnB ainda precisa investir na infraestrutura de ensino e pesquisa e aumentar os programas de cooperação com instituições de outros países. “Ela sofreu com a instabilidade das mudanças de gestões. À medida que atingir um ponto de continuidade de políticas de investimentos e aumentar a cooperação internacional, a posição no ranking vai melhorar”, avalia Célio da Cunha, professor aposentado da Faculdade de Educação da UnB e professor do Centro de Pós-Gradução em Educação da Universidade Católica de Brasília.

Investimento

Dos sete critérios usados para ranquear as instituições, a UnB ainda precisa melhorar nos quesitos reputação do empregador, citação em artigos e desempenho do aluno. Segundo Mauro Rabelo, outro entrave é a infraestrutura.
Os pontos positivos da instituição refletem os argumentos do estudo para o bom desempenho do país. Entre as justificativas, está o crescente investimento do governo em pesquisas. O pró-reitor de Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Renato Lima, destaca que o investimento na produção de ciência e tecnologia no Brasil é superior aos demais países da América Latina.


Três perguntas para Mauro Luiz Rabelo, decano de Graduação

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O estudo é confiável?
A avaliação é sempre bem-vinda, porque é um olhar externo, que promove a reflexão no sentido de buscar estratégias para continuar reforçando os pontos positivos e buscar a melhoria dos negativos. Mas um só indicador muito dificilmente retrata a realidade, deve ser associado a outros. A posição da UnB no ranking divulgado é compatível com outras medições e com avaliações que o próprio governo tem promovido. Temos indicadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), que é muito mais complexo, no qual a UnB oscila entre a 5ª e a 6ª posição no Brasil. É muito difícil se chegar a um número que reflita a pluralidade de uma instituição pública federal.

Quais são os pontos fortes da UnB?
Tradicionalmente, a pesquisa é muito presente nas instituições públicas, e isso se reflete no ranking, que tem esses parâmetros como critério. Temos grupos com pesquisadores de excelência, com produtividade elevada, o que puxa os indicadores para cima. Embora seja difícil quantificar o investimento da UnB em pesquisa, muitos dos pesquisadores também buscam financiamento externo, de outras fontes, órgãos de fomento, como Capes e CNPQ. A UnB possui, atualmente, cerca de mil bolsistas somente de iniciação científica, além de 18 Programas de Ensino Tutoriado.

Qual é o maior entrave para o crescimento da UnB?

A infraestrutura ainda é com o que mais sofremos. Existem salas que precisam ser melhoradas, laboratórios que devem ser modernizados, mas existe uma dificuldade muito grande para a aquisição de material e de equipamentos. Pelo fato de a universidade ser uma instituição pública, os processos são muito lentos. Estamos concluindo agora, por exemplo, a aquisição de equipamentos solicitados em 2011. Essa demora prejudica tremendamente o bom andamento de diversas ações da universidade.

A hora de empreender com educação no Brasil


29/05/2013
Lacunas deixadas pelo poder publico se tornam negócios de futuro nas mãos de empreendedores.Roberta Cardoso
Renato Jakitas
O Brasil precisa investir em educação para crescer. Mas o caminho óbvio tem por aqui um processo lento. São lacunas históricas, que nos últimos anos se tornaram ainda maiores diante dos avanços tecnológicos e da massificação da internet.
O cenário pouco animador, no entanto, está mudando. Justamente nos espaços não preenchidos pelo sistema de ensino público, brotam oportunidades para empresas de pequeno e médio portes. E a carência de soluções para o setor atrai um grupo de investidores disposto a financiar esse tipo de negócio.
"O Brasil tem hoje o maior grupo de ensino do mundo (resultado da fusão entre Anhanguera e Kroton). Isso causa estranhamento no exterior. Mas é um processo meio óbvio. Nos últimos anos, com a economia em ascensão, ficou fácil perceber a carência de mão de obra técnica qualificada", analisa Carlos Souza, sócio-fundador do Veduca, plataforma online que oferece sem custo aulas em video com professores de grandes universidades.
A percepção de que o mercado tende a crescer foi encarada como oportunidade para Souza, que deixou seu emprego de nove anos na Procter & Gamble para montar o site. "Participei de uma feira nos Estados Unidos onde eram apresentados e premiados os trabalhos mais inovadores do mundo. Um dos vencedores tinha desenvolvido uma lixeira que minimizava os impactos ambientais da cidade. Quando vi como ela funcionava, pensei na inviabilidade do negócio no Brasil. Ás pessoas não saberiam como usá-la. Vi que a gente não tinha educação para lidar com esse tipo de novidade", conta o empresário.
A constatação o impulsionou a criar, com ajuda de quatro sócios, um site para distribuir conhecimento. Em um ano e meio, o projeto já conta com mais de 5 mil aulas gratuitas. O próximo passo da empresa é apostarem certificados de educação à distância (EAD) - o usuário só paga caso queira um certificado e, para consegui-lo, passará por provas online.
Pioneiro, o projeto chamou a atenção de grandes universidades do mundo como Harvard, Yale e Stamford, hoje fornecedoras da principal matéria-prima do negócio.
"As grandes universidades já estão avançadas nesse sentido e possuem, um grande número de aulas digitalizadas. Fizemos um trabalho de curadoria e escolhemos as melhores", explica o empresário, que agora pretende incluir material produzido por instituições nacionais no programa. "No final de 2012 começamos a ficar mais conhecidos e, desde então, aceleramos muito o processo de parcerias com universidades brasileiras." Para transformar a ideia em negócio, Carlos e os sócios tiveram de ser realistas. "Investimos um capital nosso para iniciar e prospectar investidores. Sabíamos que o negócio só começaria a dar retorno dentro de um prazo mais longo", explica. Poucos meses após a fundação, ainda em 2012, a empresa recebeu R$ 1,5 milhão de investimento. Com a venda de certificações das aulas, neste ano, existe a expectativa de que o faturamento seja de R$ 1,3 milhão.
A historia de Souza e seus sócios lembra omito o avanço recente obtido pelos amigos Cláudio Sassaki e Eduardo Bontempo no segmento. Em janeiro do ano passado, a dupla iniciou a operação da Geekie. A startup vende uma espécie de simulado de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) c, agora, prepara para o segundo semestre o lançamento de uma plataforma virtual de plano de estudo personalizada.
Em pouco mais de um ano, a dupla atraiu investidores, conta com cerca de 40 escolas entre os clientes e, neste ano, planeja impactar 1 milhão de estudantes. "Qualquer área onde você tenha uma carência muito grande do setor público, você tem oportunidades. Acho que a educação é uma delas. A grande diferença é que, por meio da tecnologia, você consegue escala, sobretudo nessa geração que é pingada no computador", destaca Sassaki.

Pela 3ª vez, USP é a melhor da América Latina

 
29/05/2013
Instituição lidera ranking desde criação; mais três universidades do País estão entre as top 10.Gabriela Vieira
A Universidade de São Paulo (USP) foi eleita pela terceira vez consecutiva a melhor universidade da América Latina. A USP lidera o ranking desde 2011, quando foi criada a lista latino-americana pelo grupo Quacquarelli Symonds (QS) University Rankings -organização internacional de pesquisa educacional.
O ranking do grupo considerou os seguinte critérios: reputação acadêmica, reputação com empregadores, média de artigos por professor, citações por artigo, docentes com pós-doutorado e impacto na internet.
A lista ainda traz outras três universidades brasileiras entre as dez primeiras colocadas: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 3.º lugar, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 8.º; Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 10.°. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ficaram em 11.º e 17.º lugares, respectivamente.
Listas. No ranking mundial por disciplinas divulgado pelo grupo britânico no início do mês, a USP já tinha se destacado entre as instituições brasileiras, ficando entre as 50 melhores universidades do mundo em cinco áreas.
O ranking latino-americano lista, ao todo, 300 instituições de ensino: Brasil (81), México (50), Colômbia (42), Argentina (30), Chile (30), Peru (17), Equador (9), Venezuela (8), Cuba (5), Uruguai (4), Costa Rica (4), Paraguai (3), Panamá (5), Guatemala (3), República Dominicana (3), El Salvador (2) e Porto Rico (2).

Justiça pela qualidade na educação :: Priscila Cruz

 
29/05/2013
Em qualquer sociedade do século 21, são inúmeras as demandas sociais, econômicas e culturais. Aqui, no Brasil, não é diferente. Apesar de muitos progressos, ainda temos enormes desafios pela frente.De fato, é muito difícil falar em prioridade. Entretanto, não há estratégia mais vigorosa e sustentável para melhorar a vida dos brasileiros e elevar o patamar do País em diversas áreas do que garantir o direito da população a uma educação pública de qualidade.
Se existe uma área capaz de ir muito além de seus resultados diretos, essa área é a educação. Seu impacto na saúde, na segurança, no crescimento econômico, na redução da pobreza e das desigualdades e até na felicidade das pessoas está consagrado nas mais recentes e robustas pesquisas nacionais e internacionais.
Esse entendimento, aliás, existe há muito tempo em nosso país. Mais de 80 anos atrás, os chamados "Pioneiros da Educação Nova" assim abriram o seu Manifesto, de 1932: "Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação".
Além de entendermos todos os bons impactos da educação de qualidade na nossa vida, é preciso reconhecer que a educação básica é um direito constitucional - e que, portanto, se devem assumir claramente o dever e a responsabilidade de fazer com que esse direito seja cumprido.
Pois bem, então, de quem é a responsabilidade pela educação no País?
A nossa Constituição federal diz que é um dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade. Ao Estado cabe garantir o direito dos alunos ao acesso, à permanência e à conclusão dos estudos, em sistema público gratuito, com equidade e qualidade.
Os três Poderes fazem parte do Estado. No entanto, o primeiro que vem à mente do cidadão é o Poder Executivo (principalmente o Executivo federal). Depois, o Poder Legislativo e, com sorte, o Poder Judiciário. Porém todos os três Poderes têm o dever constitucional de garantir o direito à educação.
O Sistema de Justiça é espaço essencial para garantirmos condições mais justas de vida e de desenvolvimento dos brasileiros e do Brasil. Seus operadores - juízes, promotores, defensores públicos - são a chave para a garantia do direito à educação de qualidade para todos os brasileiros, tanto por se tratar de um direito humano fundamental quanto por ser essencial ao exercício dos demais direitos.
Ao lado do Executivo e do Legislativo, o Sistema de Justiça tem, portanto, a missão contemporânea de combater o maior erro histórico do nosso país: o descaso para com a educação. Por séculos, milhões de pessoas tiveram sua realização pessoal e sua capacidade de contribuir para uma sociedade melhor sacrificadas.
Em recente lançamento do livro Justiça pela Qualidade na Educação, publicação organizada pelo Movimento Todos Pela Educação e pela Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP), o relator especial da Organização das Nações Unidas para o Direito à Educação, dr. Kishore Singh,  observou, de forma iluminada, que "o direito à educação não é um ideal ou uma aspiração, mas um direito legalmente executável".
O trabalho da Justiça, portanto, deve ser o de garantir que o direito à educação seja efetivado em suas diversas dimensões, com foco em soluções estruturantes - ainda que os pleitos específicos ou individuais também mereçam atenção. É preciso que o mundo jurídico e o educacional se encontrem e se articulem com o propósito de elevar a qualidade da educação para o aluno, pois ainda é muito comum que o desconhecimento mútuo leve a decisões judiciais que prejudicam a educação e ações educacionais fora dos limites legais.
Em 2001, o Sistema de Justiça mobilizou-se em torno da Justiça pela Educação, um apoio sem o qual o Brasil não teria dado o grande salto rumo à universalização do ensino fundamental, a etapa obrigatória na época. E isso significou um avanço importante: em 2012, chegamos a 98,2% de crianças e jovens de 6 anos a 14 anos na escola.
Não há dúvida, no entanto, de que a mobilização pela qualidade da educação é a maior necessidade contemporânea brasileira, uma vez que, mesmo tendo avançado nesse sentido nos últimos anos, esse avanço ainda é lento.
Portanto, a ideia de aproximar mais as duas áreas - a da educação e a do Direito - para buscar ajudar o Brasil a dar esse imprescindível novo salto educacional não significa a judicialização da educação. Ao contrário, a ideia é fazer com que, juntas, essas áreas possam ajudar-se no entendimento sobre a questão da qualidade da educação, mais especificamente da garantia da aprendizagem dos alunos, e assim fazer com que a área educacional avance de maneira mais acelerada e persistente nos próximos anos.
O Poder Executivo, o Legislativo e o Sistema de Justiça podem, juntos, estabelecer uma estrutura de ações e articulações necessárias para a obtenção de resultados, com responsabilidades bem definidas de cada um dos entes envolvidos, buscando a efetivação do direito à educação de qualidade para todos.
A questão não é simples. Existem muitos consensos na área educacional, mas também muitas divergências. A aprendizagem dos alunos desde os primeiros anos na escola," no entanto, é um consenso e um direito deles, que deve ser assegurado.
Devemos ter em mente que não será qualquer educação que efetivará os direitos das crianças e dos jovens. Nem garantirá a sustentabilidade social e econômica do Brasil./ Diretora executiva do Movimento Todos Pela Educação

Saúde: abertura de 14 mil vagas de residência médica no país até 2018

 
29/05/2013
O Ministério da Saúde planeja abrir até o fim do ano que vem mais duas mil vagas de residência para a formação de médicos brasileiros. Essa meta faz parte de um planejamento maior do órgão, que é oferecer um total de 14 mil vagas até 2018. Somente para 2013, o governo federal estima gastar R$ 46,4 milhões no aperfeiçoamento dos profissionais que atuam no país. A iniciativa faz parte do programa Mais Médicos, que será lançado nos próximos meses. O projeto pretende fixar normas de atração de profissionais estrangeiros, além de propor novos métodos para a fixação e a formação dos médicos daqui.
Outra medida será a abertura de 2.415 vagas em cursos de Medicina no Brasil até 2014. A expansão foi autorizada pelo Ministério da Educação e contempla todas as regiões do país. Os incentivos serão distribuídos conforme a carência regional de profissionais. (Igor Ricardo )

UFRJ é a 8ª em ranking da América Latina


29/05/2013
Lista foi divulgada pela organização inglesa QS; USP lidera pela terceira vez e PUC-RJ está em 18º lugarEduardo Vanini
Leonardo Vieira
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ficou na oitava posição no ranking divulgado pela organização inglesa Quacquarelli Symonds (QS), que avaliou 300 instituições de ensino superior da América Latina. A lista das dez mais bem colocadas é liderada pela Universidade de São Paulo (USP) e inclui mais duas instituições brasileiras: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na terceira posição; e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na décima. Em levantamentos globais já realizados pela QS, porém, as universidades brasileiras não alcançaram posições de destaque.
Com o resultado, a UFRJ repetiu a colocação do ranking do ano passado, mas subiu 11 colocações em relação aos dados divulgados em 2011. Pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ, Débora Foguel avaliou que o salto dado entre o levantamento de agora e o de 2011 é decorrência do maior cuidado com o envio de informações solicitadas pela QS à universidade. Nos dados encontrados no site da QS, o critério relativo ao número de professores com o equivalente ao doutorado aparece com nota zero em 2011, situação que não condizia com a realidade:
- Percebemos a importância do levantamento e passamos a enviar os dados com mais precisão. Além disso, o melhor desempenho pode ser fruto das melhorias feitas na universidade, de aporte de recursos e de programas como o Ciência Sem Fronteiras - disse Débora, chamando atenção para o fato de que a UFRJ é a primeira instituição federal do Brasil no ranking. - Se olharmos por esse viés, USP e Unicamp recebem recursos do governo estadual de São Paulo. Já nós ficamos mais dependentes dos aportes do governo federal. Isso não é um dado desprezível.
A PUC-Rio, a segunda mais bem colocada do estado, aparece em 18º, repetindo a posição do ano passado. A universidade, porém, caiu três colocações em relação ao resultado de 2011, quando ficou em 15º. Já a Uerj apresenta um ritmo ascendente. Em 2011, estava em 55ª, pulou para a 38ª posição no ano seguinte e chegou à 35ª colocação em 2013. A Universidade Federal Fluminense (UFF) figura em 47º, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em 116º, e a Universidade Estadual do Norte Fluminense, em 130º.
Para o vice-reitor acadêmico da PUC-Rio, José Ricardo Bergman, o ranking é positivo por mostrar a imagem da universidade à sociedade, mas a metodologia usada pode dar margem a críticas:
- Ao avaliar a reputação da universidade no mercado de trabalho, por exemplo, critérios subjetivos e mal explicados pelos empregadores podem acabar prejudicando a instituição. Mas, no geral, esse tipo de ranking é bom para que as universidades possam melhorar cada vez mais o rendimento.
Só 12 brasileiras na lista mundial
Para o especialista em América Latina da QS, Danny Byrne, que ajudou a fazer o ranking, o resultado deve ser celebrado pelo Brasil, mas com uma ressalva:
- O país reforça sua posição como líder na América Latina e isso, por si só, deve ser comemorado. No entanto, se olhar nosso ranking das 700 melhores universidades do mundo, apenas 12 são brasileiras.
Segundo ele, o Brasil está melhorando a cada pesquisa, mas a posição alcançada ainda é muito inferior, considerando o peso de nossa economia:
- No ranking mundial, o Brasil fica atrás, inclusive, dos outros Brics, como a China, que tem 34 universidades, a Índia, que possui 18, e a Rússia, que aparece com 14. Nós consideramos que o Brasil está no caminho certo, mas ainda está muito longe da linha de chegada.
A USP ficou com o primeiro lugar nas três edições do levantamento. O reitor João Grandino Rodas atribuiu parte do resultado ao processo de internacionalização pelo qual a universidade vem passando. Outro ponto salientado por ele é a autonomia didático-financeira das três universidades estaduais paulistas, que confere rapidez e agilidade à administração universitária.
Entre as 50 melhores da lista aparecem, entre outras, Universidade Estadual Paulista (Unesp), em 11º lugar; Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 14º; a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 17º; e a Universidade de Brasília (UnB), em 21º.
Enem tem 7,8 milhões de inscritos em 2013
Em Brasília, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comemorou ontem o crescimento do número de inscritos no Enem. O balanço final mostra que 7.843.024 pessoas se inscreveram, num aumento de 20,6% em relação ao ano passado (6,49 milhões).
- Isso mostra o tamanho da vontade do povo brasileiro de estudar - afirmou Mercadante.
O Rio registrou 562.616 inscrições, e foi o 4º estado com maior procura pelo Enem, atrás de São Paulo, Minas e Bahia. O número final de inscrições confirmadas só será conhecido daqui a dez dias, após a confirmação do pagamento da taxa de inscrição. As provas serão realizadas em outubro.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Enem 2013 alcança volume recorde de inscrições

 
28/05/2013
Quase sete milhões de estudantes devem fazer o exame; falha em sistema "antecipou" encerramento de prazoJuliana Dal Piva e Leonardo Vieira
A edição de 2013 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) bateu o recorde do número de inscritos, alcançado no ano passado. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), 6.856.006 candidatos se inscreveram até as 18h07m de ontem no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2012, foram 5.971.290 de inscritos no exame.
Após participar da comemoração dos 35 anos do Telecurso da Fundação Roberto Marinho, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comentou o volume de inscrições do Enem e disse que ficou acima de suas expectativas.
- O número está bem acima da nossa expectativa. Estamos em torno de três mil inscrições por minuto. (...) É que nem Imposto de Renda. Tem gente que sempre deixa para última hora. Hoje (ontem) é o ultimo dia e não haverá prorrogação. O sistema está funcionando com toda tranquilidade - disse o ministro.
Os estudantes que não são isentos devem pagar a taxa de inscrição de R$ 35 até quarta-feira (29), por meio da Guia de Recolhimento da União (GRU Simples). A taxa, que garante a participação do estudante na avaliação nacional, deve ser paga apenas nas agências do Banco do Brasil. É obrigatório o fornecimento dos números dos documentos de identidade e CPF, além de um e-mail para contato.
A isenção da taxa de inscrição é garantida para estudantes que concluem o ensino médio este ano e estão devidamente matriculados em escolas da rede pública de ensino. Alunos que comprovarem baixa renda por meio de documentos poderão solicitar o mesmo direito.
Falhas durante a madrugada
Na madrugada de ontem, o site do Inep chegou a apresentar problemas. Estudantes relataram por meio do Facebook que o endereço eletrônico informava "inscrições encerradas", 23 horas antes do prazo estipulado pelo edital do Enem. No entanto, mesmo com a informação indicando o inverso, era possível clicar no link e inscrever-se. Segundo o MEC, entre 0h a 1h de ontem, foram realizadas 8.237 inscrições. O site foi normalizado ainda de madrugada.
No entanto, candidatos contestaram a versão do MEC. A estudante baiana Fernanda Scandura tentou se inscrever-se às 0h27m no portal, mas não obteve sucesso. Ela só conseguiu registrar sua participação no Enem na manhã de ontem. De acordo com Fernanda, não foi possível clicar no link de madrugada.
- Passei mais de uma hora tentando e não funcionava. Na verdade, não existia o link, mas apenas a imagem "inscrições encerradas". Não aparecia a mãozinha quando existe um link para ser clicado. Permanecia apenas a seta do mouse - relatou a estudante.
O sistema também apresentou instabilidade no final da tarde de ontem, devido ao grande número de acessos.
Os resultados do Enem podem ser usados em vestibulares de instituições de ensino superior que participam do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), no processo seletivo de bolsas do ProUni, no financiamento estudantil (Fies), dentre outros programas como o Ciências sem Fronteiras.

No Rio, programa combate repetência e atraso escolar

28/05/2013
"Eu não consegui aprender, tinha medo. Agora não tenho mais"
No município do Rio, o foco do programa Autonomia, que usa a metodologia do Telecurso, são os alunos dos anos finais do ensino fundamental que, por causa da repetência ou evasão escolar, estão atrasados em relação à série em que deveriam estar. Este ano, 420 escolas do município aderiram ao projeto. A seleção é feita pela Secretaria de Educação, de acordo com os colégios que têm maior necessidade.
Já no Estado do Rio, o projeto tem o mesmo nome e objetivo, mas atende também aos alunos do ensino médio. Uma das grandes diferenças é que nessas turmas há um único professor para todas as disciplinas e ele trabalha como um educador mediador do conhecimento de sala de aula.
O projeto se chama Autonomia para homenagear o centenário do cantor e compositor Cartola e o educador Paulo Freire, autor do livro "Pedagogia da Autonomia".
O estudante Dennis Victor de Amorim, de 18 anos, estudou em escola pública. Repetiu de ano duas vezes e perdeu a vaga. O jovem, então, não desistiu. Começou um supletivo com a ajuda do Telecurso. Hoje, ele está concluindo o ensino médio e sonha em passar no vestibular para cursar Educação Física no ano que vem.
- O método do Telecurso facilitou a minha vida. Eu não conseguia aprender Matemática, tinha medo. Agora, não tenho mais - contou Dennis, filho de uma empregada doméstica e de um caixa de padaria, morador do Rio Comprido.
A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, afirmou que o Telecurso serve para fortalecer e aumentar a autoestima e os vínculos entre alunos e professores. Segundo ela, 30 mil estudantes concluíram a escolaridade em 3 anos no município.
Já o governador do Rio, Sérgio Cabral, disse que o sucesso do Telecurso no estado é a combinação de uma boa gestão do projeto com o apoio da Fundação Roberto Marinho.

Enem terá edição histórica

 
28/05/2013
Inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio batem recorde e superam até previsões do MEC, depois da adesão das maiores universidades do país ao Sistema de Seleção UnificadaJunia Oliveira
A adesão das principais universidades do país ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) bater recorde de inscritos. Até o fim da tarde de ontem, antes do fim do prazo, que se encerraria às 23h59, 6.600.403 estudantes haviam feito inscrição – 10,5% a mais que no ano passado, quando cerca de 5,9 milhões se submeteram ao processo. A quantidade de candidatos registrados no sistema da avaliação mais importante do Brasil superou até mesmo as expectativas do governo federal, cuja meta era alcançar 6,1 milhões de estudantes. Os números por estado também bateram marcas históricas. Minas é uma das três unidades da federação que ficaram no topo da lista. São 731.901 de participantes oficialmente na disputa, contra pouco mais de 650 mil no ano passado. Os mineiros estão atrás apenas dos moradores de São Paulo (1.030.658) e à frente de quem está na Bahia (482.799).
Quem ainda não pagou a taxa de R$ 35 é bom ficar atento ao prazo, que termina amanhã. Sem o pagamento, feito por boleto bancário, a inscrição não é validada. Estão isentos os estudantes de escola pública que vão terminar o ensino médio este ano e o participante com renda familiar per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo. As provas serão aplicadas em 26 e 27 de outubro. No início da madrugada de ontem, uma falha no site de inscrições do Enem levou pânico a quem tentava se inscrever e viu a mensagem de que o prazo havia sido encerrado. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o erro, que durou da 0h até a 1h, foi rapidamente corrigido e em nenhum momento o sistema foi encerrado de fato.
Porém, quem deixou para a última hora enfrentou lentidão no sistema. Em menos de cinco horas, mais de 250 mil candidatos acessaram a página do Enem na internet. O estudante Rahvy Henrique de Avelar, de 17 anos, contou que deixou o tempo passar e quase se esqueceu. Às 12h30 de ontem, ele conseguiu fazer a inscrição. "O site estava muito carregado. Deu um certo medo de dar pane e eu não conseguir", confessa o candidato ao curso de veterinária. Aluno do Colégio Padre Eustáquio, Rahvy está encarando a preparação para o Enem de maneira tranquila, dedicando-se exclusivamente aos compromissos da escola. "Estudo para as provas, faço o para casa e nos fins de semana vou para a roça. Não me preocupo muito, porque acho que a escola me dá uma boa base", afirma.
Na outra ponta está a colega dele, Bárbara Junqueira Pinto, de 17, candidata a uma vaga em engenharia de produção. Ela garantiu a inscrição do Enem logo no primeiro dia. A garota também faz parte do time favorável aos estudos sem neura ou estresse. "Estudo em casa para as provas e acho tudo muito tranquilo, pois o colégio nos treina bem. Este ano será mais complicado na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), porque, com mais gente competindo, a nota deverá ser bem maior. Mas estamos preparados", diz.
ADESÃO O Enem será aplicado em todos os estados e no Distrito Federal. O teste é porta de entrada para as universidades federais do país, por meio do Sisu. Em Minas, todas as instituições federais de ensino superior aderiram ao Sistema de Seleção Unificada. A última foi a UFMG, que acabou com sua segunda etapa e este ano terá o acesso totalmente vinculado ao exame. A avaliação é pré-requisito ainda para participação do estudante nos programas Universidade para Todos (ProUni) e Ciência sem Fronteiras, além de credenciar a receber o benefício do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Estudantes maiores de 18 anos que ainda não obtiveram a certificação do ensino médio podem fazê-lo por meio do exame.
PALAVRA DE ESPECIALISTA: CARLOS ROBERTO JAMIL CURY Doutor em educação e professor da PUC Minas
Mais opções nas federais
"O recorde de inscrições no Enem reflete, com certeza, a adesão ao Sisu. A última instituição a entrar para o sistema foi a Universidade Federal da Bahia (UFBA), ou seja, hoje, há praticamente uma cobertura nacional da demanda. Na década de 1970, os vestibulares das federais eram feitos no mesmo dia e na mesma hora, para impedir que o candidato fizesse provas em várias instituições. As pessoas podiam se dirigir às faculdades privadas e às estaduais apenas. Tudo evoluiu de tal maneira que agora vivemos o inverso. Em vez de uma seletividade verticalmente controlada, há possibilidade de o aluno se inscrever em duas instituições buscando o preenchimento de vagas. A adesão, se não for por opção, está sendo por conformidade. Não ficou muita alternativa, a não ser, mais uma vez, as estaduais e as particulares. A opção ficou dentro do sistema. A migração hoje é de caráter nacional, entre os estados. Vale o calibre, o prestigio, o projeto pedagógico da instituição e a UFMG sai na frente nesse sentido. Não sei se chega a ser democratização, mas há uma abertura de opções. O Enem, necessariamente, terá de ser aperfeiçoado, mas é um bom caminho."
FIQUE ATENTO
R$ 35
Taxa de inscrição a ser quitada até amanhã por boleto bancário
Isenção
Estudantes de escola pública que terminam o ensino médio este ano e candidatos com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio
Provas
26 e 27 de outubro
Fonte: MEC

Enem de 2013 bate recorde de inscritos

 
28/05/2013
EDUCAÇÃO Até as 18h de ontem, mais de 6,8 milhões de pessoas já haviam efetuado inscrição para o exame, contra 5,9 milhões do ano passado. Prazo terminou às 23h59RIO - A edição de 2013 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) bateu o recorde do número de inscritos, alcançado no ano passado. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), 6.856.006 candidatos se inscreveram até as 18h07 de ontem no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2012, foram 5.971.290 inscritos.Após participar da comemoração dos 35 anos do Telecurso da Fundação Roberto Marinho, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comentou o volume de inscrições e disse que ficou acima de suas expectativas. "Estamos em torno de três mil inscrições por minuto. É que nem Imposto de Renda. Tem gente que sempre deixa para última hora. Hoje (ontem) é o ultimo dia e não haverá prorrogação", disse o ministro. As inscrições se encerraram às 23h59 de ontem.
As provas serão aplicadas em 26 e 27 de outubro. Os estudantes que não são isentos devem pagar a taxa de inscrição de R$ 35 até amanhã, por meio da Guia de Recolhimento da União (GRU Simples). A taxa deve ser paga apenas nas agências do Banco do Brasil. É obrigatório o fornecimento dos números dos documentos de identidade e CPF, além de e-mail.
A isenção é garantida para estudantes que concluem o ensino médio este ano e estão matriculados em escolas da rede pública de ensino e para alunos que comprovarem baixa renda.
Na madrugada de ontem, o site do Inep teve problemas. Estudantes relataram pelo Facebook que o endereço eletrônico informava "inscrições encerradas", 23 horas antes do prazo estipulado pelo edital do Enem.
No entanto, mesmo com a informação indicando o inverso, era possível clicar no link e inscrever-se. Segundo o MEC, entre 0h a 1h de ontem, foram realizadas 8.237 inscrições. O site foi normalizado ainda de madrugada. Mercadante minimizou a falha. "Foi uma coisa muito específica. Não estamos tendo nenhuma dificuldade. Quem quis se inscrever se inscreveu", disse.
No entanto, candidatos contestaram a versão do MEC. A estudante baiana Fernanda Scandura tentou se inscrever-se à 0h27 no portal, sem sucesso. Ela só conseguiu registrar sua participação no Enem na manhã de ontem.
Os resultados do Enem podem ser usados em vestibulares de instituições de ensino superior que participam do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), no ProUni, no financiamento estudantil (Fies), dentre outros programas.