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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O espaço das brincadeiras orais na alfabetização

27 de novembro de 2014
Pesquisadores defendem que método baseado na oralidade aperfeiçoa desempenho em leitura

Fonte: Centro de Referências em Educação Integral

Hoje é domingo
pede cachimbo
cachimbo é de barro
bate no jarro
o jarro é fino
bate no sino
o sino é de ouro
bate no touro
o touro é valente
bate na gente
a gente é fraco
cai no buraco
o buraco é fundo
acabou-se o mundo!
As frases podem trazer à mente, aos ouvidos e ao coração doces recordações dos tempos de infância. Talvez a lembrança venha acompanhada de imagens de crianças correndo e brincando ou de sons de risadas e palmas ritmadas. Ainda que o texto – uma parlenda – possa remeter apenas às brincadeiras da infância, ele pode ser também um importante instrumento no processo de alfabetização.
Quem defende isto é o professor Claudemir Belintane e a pesquisadora Katia Arilha Nanci, ambos da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de São Paulo (USP). Ao longo de quatro anos, eles acompanharam três escolas em diferentes estados e aplicaram um método de alfabetização que se apoia na oralidade. O resultado? Ao alcançarem o terceiro ano, mais de 90% dos alunos estavam com um bom nível de leitura.
Antes de falar da importância da oralidade no processo de alfabetização, Claudemir destaca que essa não é igual à fala. “Na nossa concepção, oralidade diz respeito à memória e aos processos de textualização da experiência humana das quais as comunidades ágrafas [que não escreviam] lançavam mão para combater o esquecimento.” Para o docente, grandes epopeias, como a Ilíada, de Homero, e a Bíblia nasceram deste processo, no qual “elementos estéticos (a métrica, a repetição, as alegorias etc.) jogam um papel fundamental”.


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