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terça-feira, 28 de maio de 2013

Enem terá edição histórica

 
28/05/2013
Inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio batem recorde e superam até previsões do MEC, depois da adesão das maiores universidades do país ao Sistema de Seleção UnificadaJunia Oliveira
A adesão das principais universidades do país ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) bater recorde de inscritos. Até o fim da tarde de ontem, antes do fim do prazo, que se encerraria às 23h59, 6.600.403 estudantes haviam feito inscrição – 10,5% a mais que no ano passado, quando cerca de 5,9 milhões se submeteram ao processo. A quantidade de candidatos registrados no sistema da avaliação mais importante do Brasil superou até mesmo as expectativas do governo federal, cuja meta era alcançar 6,1 milhões de estudantes. Os números por estado também bateram marcas históricas. Minas é uma das três unidades da federação que ficaram no topo da lista. São 731.901 de participantes oficialmente na disputa, contra pouco mais de 650 mil no ano passado. Os mineiros estão atrás apenas dos moradores de São Paulo (1.030.658) e à frente de quem está na Bahia (482.799).
Quem ainda não pagou a taxa de R$ 35 é bom ficar atento ao prazo, que termina amanhã. Sem o pagamento, feito por boleto bancário, a inscrição não é validada. Estão isentos os estudantes de escola pública que vão terminar o ensino médio este ano e o participante com renda familiar per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo. As provas serão aplicadas em 26 e 27 de outubro. No início da madrugada de ontem, uma falha no site de inscrições do Enem levou pânico a quem tentava se inscrever e viu a mensagem de que o prazo havia sido encerrado. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o erro, que durou da 0h até a 1h, foi rapidamente corrigido e em nenhum momento o sistema foi encerrado de fato.
Porém, quem deixou para a última hora enfrentou lentidão no sistema. Em menos de cinco horas, mais de 250 mil candidatos acessaram a página do Enem na internet. O estudante Rahvy Henrique de Avelar, de 17 anos, contou que deixou o tempo passar e quase se esqueceu. Às 12h30 de ontem, ele conseguiu fazer a inscrição. "O site estava muito carregado. Deu um certo medo de dar pane e eu não conseguir", confessa o candidato ao curso de veterinária. Aluno do Colégio Padre Eustáquio, Rahvy está encarando a preparação para o Enem de maneira tranquila, dedicando-se exclusivamente aos compromissos da escola. "Estudo para as provas, faço o para casa e nos fins de semana vou para a roça. Não me preocupo muito, porque acho que a escola me dá uma boa base", afirma.
Na outra ponta está a colega dele, Bárbara Junqueira Pinto, de 17, candidata a uma vaga em engenharia de produção. Ela garantiu a inscrição do Enem logo no primeiro dia. A garota também faz parte do time favorável aos estudos sem neura ou estresse. "Estudo em casa para as provas e acho tudo muito tranquilo, pois o colégio nos treina bem. Este ano será mais complicado na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), porque, com mais gente competindo, a nota deverá ser bem maior. Mas estamos preparados", diz.
ADESÃO O Enem será aplicado em todos os estados e no Distrito Federal. O teste é porta de entrada para as universidades federais do país, por meio do Sisu. Em Minas, todas as instituições federais de ensino superior aderiram ao Sistema de Seleção Unificada. A última foi a UFMG, que acabou com sua segunda etapa e este ano terá o acesso totalmente vinculado ao exame. A avaliação é pré-requisito ainda para participação do estudante nos programas Universidade para Todos (ProUni) e Ciência sem Fronteiras, além de credenciar a receber o benefício do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Estudantes maiores de 18 anos que ainda não obtiveram a certificação do ensino médio podem fazê-lo por meio do exame.
PALAVRA DE ESPECIALISTA: CARLOS ROBERTO JAMIL CURY Doutor em educação e professor da PUC Minas
Mais opções nas federais
"O recorde de inscrições no Enem reflete, com certeza, a adesão ao Sisu. A última instituição a entrar para o sistema foi a Universidade Federal da Bahia (UFBA), ou seja, hoje, há praticamente uma cobertura nacional da demanda. Na década de 1970, os vestibulares das federais eram feitos no mesmo dia e na mesma hora, para impedir que o candidato fizesse provas em várias instituições. As pessoas podiam se dirigir às faculdades privadas e às estaduais apenas. Tudo evoluiu de tal maneira que agora vivemos o inverso. Em vez de uma seletividade verticalmente controlada, há possibilidade de o aluno se inscrever em duas instituições buscando o preenchimento de vagas. A adesão, se não for por opção, está sendo por conformidade. Não ficou muita alternativa, a não ser, mais uma vez, as estaduais e as particulares. A opção ficou dentro do sistema. A migração hoje é de caráter nacional, entre os estados. Vale o calibre, o prestigio, o projeto pedagógico da instituição e a UFMG sai na frente nesse sentido. Não sei se chega a ser democratização, mas há uma abertura de opções. O Enem, necessariamente, terá de ser aperfeiçoado, mas é um bom caminho."
FIQUE ATENTO
R$ 35
Taxa de inscrição a ser quitada até amanhã por boleto bancário
Isenção
Estudantes de escola pública que terminam o ensino médio este ano e candidatos com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio
Provas
26 e 27 de outubro
Fonte: MEC

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