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30/05/2013 |
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Tidas como modelo no País, as seis Emebs distribuídas na capital atendem mais de mil alunos. Todos eles possuem algum tipo de deficiência auditiva.
"Deveriam ser entregues de quatro a cinco livros de matérias como Português em Libras, além de lápis, borracha e cadernos para escrever e desenhar, mas eles ainda não chegaram", afirma a dona de casa Fátima de Lourdes, de 40 anos. Seu filho Lucas Campos, de 11, está matriculado no 4.º ano do ensino fundamental da Escola Hellen Kelier, na zona sul da cidade.
De acordo com duas professoras da Emebs Mário Pereira Bicudo, na zona norte, que preferiram não se identificar, a falta do material didático na escola compromete o trabalho pedagógico. "As Emebs precisam melhorar muito."
Outra mãe, que também optou pelo anonimato, critica a demora na entrega do uniforme escolar para seu filho de 4 anos que estuda na Emebs Neusa Bas-setto, localizada na Mooca.
A falta de professores titulares e substitutos foi um dos problemas identificados pelo Ministério Público de São Paulo, que investiga as Emebs.
Consultada, a Secretaria Municipal de Educação nega a falta de livros didáticos. "Todo o material específico foi entregue em outubro de 2012 e é válido para os anos 2013 e 2014", informou em nota.
Sobre uniformes, a secretaria disse que o atraso foi "ocasionado pela não aquisição por parte da gestão anterior, havendo necessidade de nova contratação". A respeito da falta de professores titulares, afirmou que o quadro está completo, "com exceção da Emebs Hellen Keller, onde está em processo a contratação de dois professores intérpretes". Em relação aos substitutos, a informação é que contratações "estão em curso".
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30/05/2013 |
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Direito precisa ser colocado em prática
Discussões sobre a educação de surdos em nosso País não são novas, Hoje, diferentes sentidos são atribuídos ao conceito de educação bilingue e, na maioria das vezes, eles se distanciam de seus principais princípios.
É direito da criança surda iniciar sua escolarização desde a educação infantil. Além disso, alunos surdos precisam conviver com seus pares. É importante também a presença de professores e funcionários surdos na própria escola.
O processo de ensino-aprendizagem leve ser feito por profissionais bilíngues, que usam Língua Brasileira de Sinais (Libras) como idioma de interlocução - e não o português. Os conteúdos escolares devem contemplar aspectos socioculturais dos surdos, o que não é observado nos livros utilizados.
A educação bilíngue para surdos é um direito que precisa ser reconhecido também na prática.
É professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em Ribeirão Preto.
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