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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Compromisso permanente

 
29/04/2013
Ponto a ponto - Denilson Bento da Costa

Secretário de Educação do Distrito Federal promete vagas no sistema para todos os egressos dos cursos de alfabetização. Objetivo é acabar com o analfabetismo funcional

APRENDIZADO CONTINUO
Nossa proposta tem um diferencial. Não vamos nos limitar a ensinar a ler e a escrever. Esse conhecimento se perde com o tempo se não houver um processo de continuidade. O alfabetizado pode aprender como juntar letras, mas termina esquecendo como escrever o próprio nome. Vamos investir muito na permanência dos beneficiados para acabar com o analfabetismo funcional. Quando se torna a escola mais prazerosa e agradável, é natural que o aluno prossiga sua formação. Temos condições, espaço, escola e profissionais para isso. Eu assumo o compromisso de garantir vaga a cada egresso da alfabetização. Se forem 20 mil, abriremos 20 mil vagas para que toda a demanda seja atendida. São pessoas que mostram uma grande alegria e vontade imensa de aprender, o que nos é extremamente gratificante. O ingresso dos alfabetizados à Educação de Jovens e Adultos (EJA) será automático, de maneira que continue no sistema. Nosso objetivo é que todos os que entrarem nos cursos de alfabetização cumpram os segmentos de nível fundamental e médio.
QUALIDADE NO ENSINO
Investimos pesado para resgatar a qualidade do ensino. Brasília sempre foi referência em educação e fui aluno da escola pública, mas já fomos mais respeitados. Na época, passávamos por um processo seletivo que não era fácil. A Secretaria de Educação investe pesado na formação de professores. Dos 29 mil contratados, temos 17 mil com especialização e 905 com curso de mestrado. Em verdade, de duas décadas para cá houve uma grande expansão do sistema em geral, a partir de decisões tomadas pelo Ministério da Educação e Cultura, e isso se refletiu na educação em geral, inclusive com uma explosão no número de faculdades privadas. Quando me formei, só havia quatro universidades particulares e a Universidade de Brasília no Distrito Federal. Hoje, há uma em cada esquina, e, pela qualidade das redações para o processo vestibular, podemos constatar que a maioria dos alunos não tem nenhuma condição de frequentar o ensino superior, isso quando há uma redação. O processo de admissão tradicional foi substituído, na maior parte dessas entidades, por provas agendadas feitas em casa.
DESAFIO
O grande desafio para alfabetizar não está na estrutura que o Estado precisa montar. O difícil é atrair aquele adulto que nunca frequentou uma escola para a sala de aula. O Brasil tem desigualdades tremendas e as pessoas necessitam lutar pela sobrevivência, chegam em casa cansadas, depois de um dia de trabalho pesado, precisam de alimentação especial e, muitas vezes, lutam com problemas de saúde, como visão deficiente ou um aparelho auditivo. Brasília tem uma característica única: é uma cidade jovem a qual a maioria dessas pessoas veio para cá de outros estados, em busca de condições de sobrevivência. São pessoas que vieram de áreas de total exclusão social, como o Nordeste, onde os indicadores melhoraram, mas ainda é grande o índice de analfabetismo, para começar uma vida. Muitas chegaram no início da construção da cidade e agora precisam ser atraídas para o sistema formal.
ACÃO INTEGRADA
A alfabetização demanda uma ação integrada de governo, que não pode se limitar à Secretaria de Educação. Precisamos identificar a demanda, e uma boa maneira seria cruzar os cadastros dos programas sociais do governo, como o Bolsa Família. Por meio deles, poderíamos encontrar quem necessita do DF Alfabetizado e tentar contatá-lo e atraí-lo para o programa. É claro que isso exige um esforço adicional e voluntariado, com funcionários que aceitem visitar cada família que se enquadre no projeto. Se não fosse o esforço dos agentes e líderes comunitários, muitos dos quais são professores, não teríamos fechado tantas turmas de alfabetização na segunda edição do projeto.
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Os governos anteriores colocaram de lado a formação profissional, que é imprescindível para melhorar a renda do trabalhador de nível médio. As escolas técnicas foram praticamente abandonadas. Durante um tempo, saíram da responsabilidade da Secretaria de Educação e passaram para outra pasta. O resultado foi terrível. Não houve investimento e os equipamentos se deterioraram. Em algumas, temos máquinas que são oriundas do Senado no início da República no Brasil. Em outras, os professores dependiam de ajuda da comunidade, que fornecia pedaços de ripas ou de tábuas para as aulas de marcenaria. Trabalhamos pesado para reverter esse quadro e já investimos mais de R$ 1 milhão em equipamentos e materiais. Pretendemos continuar esse esforço e ampliar o número de unidades num futuro próximo, dentro da vocação do mercado de trabalho local. Temos muito que avançar, mas corremos atrás do prejuízo. No momento, há um processo licitatório para construir quatro escolas técnicas.
CATADORES
A Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) faz um levantamento perante os catadores de rua, mas esse público é extremamente arisco. A grande maioria não tem residência fixa no DF e apenas permanece aqui durante a semana, por isso teme dizer onde mora. Pensa que pode ser recambiada para os locais de origem. Muitas vezes, os assistentes sociais do governo chegam a cadastrar os integrantes de cada grupo, mas não os encontram na semana seguinte, porque já mudaram o local do acampamento. Mesmo assim, já houve contatos de elementos isolados que querem participar do DF Alfabetizado.
MOBILIZAÇÃO SOCIAL
A questão do analfabetismo só se resolve com uma intensa mobilização social. A Secretaria de Educação pretende promover uma campanha para atrair voluntários a fim de ensinar alunos que queiram participar do DF Alfabetizado. Já conversamos com o governador Agnelo Queiroz. Precisamos sensibilizar a sociedade para resolver o problema.





29/04/2013
Desafio contra o tempo
» PEDRO PAULO REZENDE
RAÍSSA MANSO/ESPECIAL PARA O CORREIO
Distrito Federal apresenta a menor taxa de analfabetismo do país: 3,8%, segundo os dados levantados pelo Censo de 2010 do Instituto  Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, 68.114 pessoas declararam não saber ler ou escrever. A Pesquisa Distrital de Amostra por Domicílio do Distrito Federal (PDAD), preparada pela Companhia de Planejamento de Distrito Federal (Codeplan) e divulgada em 2011, realizada a cada dois anos, encontrou valores menores. Apenas 51.967 pessoas acima de 15 anos afirmaram não saber ler e escrever, um percentual de 2,03% da população.
Para enfrentar o problema, a Secretaria de Educação do Distrito Federal aderiu ao programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação e Cultura (MEC). A versão lo­cal, batizada de DF Alfabetizado, entrou em sua segunda edição em fevereiro deste ano atendendo 3.813 alunos em todas as re­giões com 212 grupos. Durante o ano pas­sado, foram atendidos 3.209 alfabetizandos em 155 turmas formadas em Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Cidade Estrutural, Recanto das Emas, Paranoá, Itapoã e Planaltina. Ao final do curso, os alunos rece­bem um certificado e uma carta de conclu­são que permite a matrícula imediata na re­de pública de ensino destinada aos seg­mentos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), para continuidade nos estudos.
Segundo a coordenadora de Jovens e Adul­tos da Secretaria de Educação do DE Leila de Maria Jesus de Oliveira, o DF Alfabetizado é uma parceria bem-sucedida entre governo e sociedade. "Os educadores, todos voluntá­rios, são oriundos, em sua maioria, das co­munidades atendidas pelo projeto, partici­pam das sociedades de moradores e sabem onde captar alunos. A medida em que atingi­mos o total de 20 interessados, abrimos uma nova turma", contou. Cada alfabetizador re­cebe uma bolsa de R$ 400, de maneira a co­brir os custos de transporte e alimentação.
A formação de jovens e adultos está dividi­da em três segmentos que totalizam 11 se­mestres. Os oito primeiros, divididos em dois segmentos de quatro semestres, eqüivalem aos nove anos do ensino fundamental. Os três últimos, ao nível médio. A idade mínima para se matricular no EJA é de 15 anos.
Cidadania
A Secretaria de Educação realiza uma sele­ção entre os voluntários, de alfabetizadores e coordenadores voluntários, além de tradutores-intérpretes de Libras. Foram escolhidos 199 professores e 38 coordenadores de área. Os métodos de ensino, embasados no siste­ma desenvolvido pelo educador Paulo Freire (leia para saber mais), procuram preparar os alunos para o exercício da cidadania.
Trabalhamos a partir de exemplos prá­ticos do dia a dia", conta Leila. "Um bom exemplo ocorreu em uma comunidade on­de havia um problema crônico de recolhi­mento do lixo. Usamos a palavra "lixo" como base de aprendizado. A partir daí, promo­vemos reuniões na associação de morado­res onde discutimos soluções e propostas viáveis. Ao final, o grupo colaborou na re­dação e no recolhimento de firmas para um abaixo-assinado."
Esse diferencial decorre de uma caracterís­tica única às turmas de alfabetização de adul­tos: os alunos trazem consigo uma carga de conhecimento oriunda da experiência de vi­da. Eles podem não saber ler ou escrever, mas trazem uma bagagem consigo, conse­guem administrar uma família, fazer com­pras no armazém, pagar e receber troco e ma­tricular filhos na escola. É muito diferente de ensinar as primeiras letras a uma criança", pondera a coordenadora.
O material didático fornecido pelo progra­ma Brasil Alfabetizado se ajusta a esse públi­co. Os textos são escritos em caixa-alta. Há re­ferências a questões sociais, como a cons­ciência negra e os quilombos, e movimentos culturais, como a bossa nova. No entanto, se­gundo Leila, o objetivo não é parar na alfabetização. "Pretendemos atrair os que comple­tam o curso para a educação formal de jovens e adultos. O conhecimento que não é usado é perdido. Queremos não só diminuir significa­tivamente o número dos que não sabem ler e escrever, mas também reduzir o total de anal­fabetos funcionais."
Iniciativa federal
0 programa Brasil Alfabetizado, do governo federal, tem a finalidade de promover a superação do analfabetismo entre jovens acima de 15 anos, adultos e idosos, além de contribuir para a universalização do ensino fundamental no Brasil. Sua visão reconhece a educação como direito humano e a oferta pública da alfabetização como porta de entrada para a educação e escolarização das pessoas ao longo da vida. Desde 2003, atende prioritariamente em todo o território nacional, a 1.928 municípios.




 
29/04/2013
Abrindo portas no mercado de trabalho
Programa de qualificação de mão-de-obra forma mais de 5 mil pessoas a fim de atender à demanda dos grandes eventos, como as copas das Confederações e do Mundo. Meta é ampliar o número de trabalhadores formais e empreendedores
» Raíssa Manso
ESPECIAL PARA 0 CORREIO
O Qualificopa é um programa de qualificação profissional promovido pela Secretaria de Trabalho que oferece cursos de formação e capacitação em vários setores. O objetivo do programa é melhorar a qualidade dos serviços prestados no Distrito Federal, qualificar os trabalhadores para atender as exigências dos setores econômicos, diminuir a taxa de desemprego, aumentar a geração de renda, implantar à cultura de qualificação profissional permanente e dar oportunidade aos trabalhadores de atualizarem os seus conhecimentos para que possam entrar, retomar ou se fortalecer no mercado de trabalho.
No total, já foram formadas cerca de 5.500 pessoas desde a implementação no Distrito Federal. São 11 cursos e entre eles estão assistente administrativo, camareira, garçom, informática básica, montagem e manutenção de micro, operador de caixa, organização de eventos, supervisor de hospedagem, telemarketing, vendedor e webdesigner.  Além disso, os estudantes recebem orientações em informática básica e aulas de inglês. As aulas são gratuitas e os alunos que participam recebem vale-transporte, alimentação, material didático, uniforme e seguro de vida
O secretário de Trabalho, bispo Renato Andrade, destaca que a principal finalidade do programa é preparar os trabalhadores. "Não podemos esquecer que a principal meta é ingressar as pessoas no mercado de trabalho e, assim, contribuir para que a taxa de desemprego no DF seja pequena, além de prepará-las para as demandas das empresas."
Segundo o secretário, 8 mil pessoas já foram qualificadas pelo programa. "Houve mais procura do que vagas disponíveis. Para 10 mil oportunidades, a demanda foi de 40 mil pessoas. Portanto, temos uma alta busca desse projeto e, por isso, buscamos sempre aumentar esse número oferecido", destaca.
O objetivo, de acordo com a Secretaria de Trabalho, é inserir um mínimo de 30% dos alunos no mercado de trabalho. A meta foi alcançada, e em alguns casos, ultrapassada, como nos cursos de camareira, garçom e telemarketing, que possuem maior procura. Os cursos de qualificação são voltados para a Copa do Mundo de 2014, mas a maioria dos alunos formados já se inseriu no mercado de trabalho e está pronta para atender às demandas da Copa das Confederações.
Renato Andrade comemora o resultado do programa no DF. "O Qualificopa está mudando a vida de muitas pessoas. Fizemos uma pesquisa, onde foi levantado que a maioria dos jovens empregados participou do projeto. Então, eu acredito que esse programa ainda irá mudar a vida de muitos que procuram uma posição no mercado de trabalho."
Dados da Secretaria do Trabalho mostram que o índice de empregabilidade para quem estuda no Qualificopa é de, em média, 54%. Dependendo do curso, o emprego está garantido. Quando a quarta turma se formou, todos os diplomados em vendas foram contratados. As turmas de garçom e operador de caixa tiveram 90% de aproveitamento, enquanto a de montagem e manutenção de micros chegou a 70%.
"Temos a meta de qualificar mais de 20 mil trabalhadores. Por isso, buscamos parcerias, como o Ministério do Trabalho, o Instituto Federal de Brasília (IFB), entre outros. Também estamos implantando cursos à distância, o que poderá nos ajudar a alcançar mais pessoas interessadas", conclui o secretário de Ttabalho.




29/04/2013
Capacitação gera melhoria de renda
Senac e Senai oferecem cursos gratuitos que reinserem trabalhadores no mercado e combatem a desigualdade social. Público-alvo é formado por integrantes de famílias do Distrito Federal com renda per capita de até R$ 70
»RAÍSSA MANSO ESPECIAL PARA 0 CORREIO
Para diminuir as desigualdades sociais do país, o governo federal, em parceria com instituições privadas, promove a melhoria de renda e a cidadania por meio de  programas de qualificação profissional. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente, 16,2 milhões de brasileiros vivem em situação de extrema pobreza. A fim de contornar essa situação, o Plano Brasil Sem Miséria, direcionado àqueles que vivem em lares cuja renda familiar é de até R$ 70 por pessoa, tem co- mo um de seus eixos a qualificação profissional a fim de atingir esse objetivo, o governo articula ações entre vários projetos.
Com a capacitação, o trabalhador é devida­mente preparado e qualificado e, assim, tem maior facilidade para inserção no mercado de trabalho, provocando um impacto na oferta e procura de emprego. Segundo pesquisa da Se­cretaria de Emprego do Distrito Federal, houve uma queda da taxa de desemprego de, aproxima­damente, 14% e uma diminuição na espera por trabalho. Isso é resultado de um investimento na educação pelas entidades patronais, em conjun­to com o governo.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Comer­cial (Senac), que atua no Distrito Federal há 45 anos, já alcançou mais de 1 milhão de alunos ma­triculados. Desde seu início, contribui para a supe­ração dos problemas sociais e econômicos do país capacitação profissional de trabalhadores das áreas de comércio de bens, serviços e turismo. Dentro de sua programação, são oferecidos cursos gratuitos para a comunidade por meio do Programa Senac Gratuidade (PSG) e do Programa Nacional de Acesso à EscolaTécnica (Pronatec).
Competitividade
O gerente da Unidade de Inclusão e Cidada­nia do Senac, Elias Viana, destaca que a finalida­de dos cursos gratuitos da instituição é a inclu­são social. "Buscamos oferecer condições de in­serção de pessoas com baixa renda, ofertando uma atividade educacional de capacidade de aprendizado resoluto para o crescimento profis­sional, visando à melhoria na competitividade no mercado de trabalho."
De acordo com o Senac, em 2012, do total de 3.907 ex-alunos encaminhados para o mercado de trabalho, por meio de solicitação de empresas parceiras, 2.753 foram contratados. Além disso, realizou-se uma pesquisa, em 2012, em que foi constatado que 37% estavam trabalhando ao fi­nal do curso e 63% não estavam no mercado de trabalho. Dos 37% que estavam empregados, 74% já trabalhavam quando iniciaram as aulas e 22% passaram a trabalhar durante o curso. Dos 5.271 alunos, 65% responderam que o curso colaborou para a inserção no mercado de trabalho ou cresci­mento profissional.
Elias Viana afirma que o mercado está cada vez mais exigente e uma capacitação profissional pode melhorar a renda de quem procura os cursos. "O indivíduo que atua no mercado de trabalho sem uma qualificação profissional não é devidamente valorizado. Sendo assim, na medida em que ele busca o Senac para realizar um curso, ele vai se ca­pacitar para melhor atender as diversas demandas e desafios", diz. Essa formação profissional con­templa conteúdos técnicos e temas transversais que perpassam atitudes cidadãs. "Procuramos equacionar pedagogicamente o trinômio estudante-trabalhador-cidadão. Assim, ao finalizar o curso, já no mercado, as suas possibilidades de ganhos serão maiores, e por sua vez, contribuirá de forma significativa para o seu reconhecimento profissio­nal e o exercício da cidadania"
Igualdade
A aluna Stephany Campos integra a turma de técnico em secretariado executivo do Senac, fir­mada em parceria com a Secretaria de educação e que atende alunos do ensino médio. Para ela, as aulas gratuitas, oferecidas pela instituição, são de qualidade e preparam as pessoas para o mercado de trabalho. "Não vejo diferença entre os cursos gratuitos e os pagos. Os dois são iguais e nos ca­pacitam da mesma maneira. Por isso, tenho cer­teza que o que estou aprendendo irá me ajudar no futuro e melhorar a minha renda", destaca.
Outra aluna da mesma classe, Gleyce Hellen, en­fatiza que a iniciativa irá fazer diferença em seu cur­rículo. "Estarei habilitada para as empresas que, ca­da vez mais, procuram pessoas qualificadas, e O Se­nac é referência em qualificação profissional."
Outra entidade que oferece cursos gratuitos é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Distrito Federal, que já atendeu mais de 350 mil jovens e, há 39 anos, contribui para o fortalecimento da indústria, promovendo a edu­cação para o trabalho e a cidadania. O Senai também oferece cursos desse tipo por meio do Pronatec, destinados à população de baixa ren­da. "O objetivo é contribuir com o desenvolvi­mento do mercado de trabalho, da indústria e do país", diz Cláudio Tavares, gerente de forma­ção profissional do Senai.
Em 2011 e 2012, foram oferecidas 450 mil va­gas em 234 cursos gratuitos em todo o Brasil. Em parceria com o governo federal, a instituição pre­tende fazer 4 milhões de matrículas por ano até 2014. "Costumo dizer que o menor caminho para se inserir e se manter no mercado de trabalho é ter uma qualificação profissional. Os profissio­nais com capacitação são mais valorizados na ho­ra de um processo seletivo, além de possuírem maior facilidade de se inserir e manter-se, con­quistando sua asserção profissional", conclui Cláudio Tavares.
Aluno de um dos cursos gratuitos do Senai, Alessandro Batista afirma que espera uma pro­moção em seu emprego com o que está apren­dendo. "Espero crescer na empresa onde trabalho e ser reconhecido. Sei que essa capacitação irá me ajudar muito no futuro, pois posso ter um salário melhor, enquanto tenho mais conhecimento e se eu for promovido", conta.
Jones de Freitas já ficou sem emprego por não possuir qualificação. "As empresas querem os melhores, procuram pessoas capacitadas e, por isso, decidi que o melhor era procurar um curso para melhorar meu currículo e não perder outras oportunidades", diz. Ele também destaca a im­portância de freqüentar um curso de qualificação profissional. "O mercado de trabalho é muito concorrido e, com um curso desses, tenho certe­za que estarei preparado para concorrer com muita gente."
Requisitos básicos
O Programa Senac Gratuidade (PSG) é resul­tado de um acordo feito entre o Senac e o governo federal, destinado à capacitação profissional de pessoas de baixa renda, estudantes ou egressos da educação básica e trabalhadores. É voltado às pessoas que buscam o seu primeiro trabalho com carteira assinada, que já atuam no mercado pro­dutivo e desejam se requalificar profissional­mente, e, também, aos demais indivíduos que precisam gerar renda para abrir o próprio negó­cio ou querem inserção no mercado formal Além de possuir renda familiar per capita de até dois salários mínimos, podem participar do PSG apenas candidatos residentes no Distrito Fe­deral que atendam aos requisitos exigidos pelo curso escolhido.
O Programa Nacional de Acesso à Escola Téc­nica (Pronatec), presente nas duas instituições, foi criado pelo governo federal em 2011 com o ob­jetivo de ampliar a oferta dos cursos de educação profissional e tecnológica, dando condições para que jovens e trabalhadores cheguem mais capa­citados ao mercado de trabalho. O programa en­volve um conjunto de iniciativas e projetos e, en­tre eles, a oferta de vagas gratuitas nos cursos do Senai e Senac.
Aí vagas destinam-se, prioritariamente, a alu­nos do ensino médio da rede pública, trabalha­dores, beneficiários dos programas federais de transferência de renda e estudantes que tenham cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na con­dição de bolsista integral.



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