O
governador Jaques Wagner ofereceu como proposta a antecipação de reajustes para
outubro deste ano e abril de 2013
Fonte: Tribuna da Bahia (BA)
Após 55 dias de greve dos
Professores da rede estadual de Ensino, a expectativa é que hoje o impasse
chegue a um ponto final. O governador Jaques Wagner ofereceu como proposta para
retomar as negociações com os Professores, a antecipação de reajustes para
outubro deste ano e abril de 2013.
Ainda ontem, o presidente da
APLB-BA, Rui Oliveira, disse que aguardava um pronunciamento oficial da
proposta aos sindicalistas. Mas a categoria realiza uma nova assembleia hoje,
às 9h, em frente à Secretaria de Educação, no Centro Administrativo da Bahia
(CAB) para decidir pelo possível fim da greve.
O governador voltou a reafirmar
que um aumento maior do que os 6,5% concedidos este ano ultrapassaria o
previsto no orçamento. “Nós fizemos uma oferta para que esse reajuste fosse de
4%, em novembro de 2012, e 3%, em abril de 2013, na forma de progressão na
carreira, o que representa um aumento entre 22% e 26% até 2013, incluindo os
6,5% e 11,5% que já foram dados. Eu estou recolocando essa proposta”, disse.
Segundo Wagner, o aumento de 22%
pedido pelos Professores e que teria sido acertado em um acordo com
representantes da Secretaria de Educação extrapolaria o orçamento. “Este ano é
impossível, pois teria um impacto que não estava previsto no orçamento porque
eu tenho uma Lei de Responsabilidade Fiscal para cumprir. Eu quero saber onde
está a intransigência, do lado de lá ou de cá?”, perguntou. Wagner ainda
reafirmou que só pagará os salários dos Professores caso eles retomem às aulas.
“Minha preocupação maior é com as aulas dos jovens.
O ano esta em curso, já vamos
para 56 dias de greve, e tenho dito o tempo todo aos Professores que a
negociação está sempre aberta, mas é preciso devolver aquilo que é sagrado: as
aulas”. Ano Letivo perdido – Ainda segundo Wagner os Professores precisam
apresentar um calendário de reposição de aulas para retomar as negociações.
“Pagamos o piso, que é de R$
1.659, acima do nacional, que é R$ 1.451. Eles, os Professores, se levantaram
da mesa, entraram em greve, e nós fomos obrigados a cortar o ponto. Eu estou
recolocando a proposta. Cabe a eles aceitarem ou não. Mas é preciso que as
aulas sejam retomadas e que eles apresentem um calendário de reposição. A
proposta está na mesa”, enfatizou.
Enquanto isso, pais de Alunos e
estudantes contabilizam os prejuízos causados por uma greve tão longa, que já
está entrando no 56º dia. Ontem, pela manhã, eles realizaram uma manifestação
em frente à sede da Governadoria no Centro Administrativo da Bahia. O grupo
formado por cerca de cem pessoas fez um enterro simbólico da Educação no
Estado. Pela primeira vez, a Bahia não vai participar da Olimpíada de
Matemática, por conta da greve.
Segundo a organizadora do
protesto, Nilzete Dias, os manifestantes saíram às 9h do Bahia Café Hall, na
Avenida Paralela, e seguiram para o CAB em um ônibus, acompanhados por um carro
de som. “Durante o percurso, tivemos o apoio de motoristas que transitavam pelo
local, que acenavam e buzinavam para o grupo”, afirmou Nilzete. Reabertura do
diálogo O deputado Nelson Pelegrino aprovou, nesta segunda-feira (4), a
reabertura do diálogo com os Professores em greve, feita pelo governador Jaques
Wagner, confirmando a proposta de pagamento em duas parcelas dos 22,2%
reivindicados pela categoria, para que as Escolas voltem a funcionar
recolocando em sala de aula mais de um milhão de Alunos.
“É uma decisão importante para o
fim da greve, pela qual trabalhei muito em diversas reuniões no governo, e
espero que os Professores a considerem. Não é mais possível manter esta
situação, são quase dois meses sem aulas e os únicos prejudicados são os
estudantes”, declarou Pelegrino ao elogiar a atitude do governador.
Ao reabrir as negociações, Wagner
afirmou que sempre levou em consideração o pleito dos Professores, mas há
impedimentos legais, tipo a Lei de Responsabilidade Fiscal, e financeiros para
que não possa ser atendido de uma única vez.
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