A decisão
foi anunciada ontem de manhã pelo presidente do Sinsepeap na Praça da Bandeira,
onde os grevistas vêm se concentrando ao longo da paralisação que hoje alcança
o 46º dia
Fonte: Diário do Amapá (AP)
A direção do Sindicato dos
Servidores em Educação do Estado do Amapá (Sinsepeap) recorreu à estratégia de
continuar a greve para ganhar tempo de recorrer da decisão judicial que
declarou o movimento ilegal, mesmo pagando a multa de R$ 10 mil por dia, a pena
pela desobediência da sentença liminar assinada pelo desembargador Raimundo
Vales.
A decisão foi anunciada ontem de
manhã pelo presidente do Sinsepeap, Aroldo Rabelo, na Praça da Bandeira, onde
os grevistas vêm se concentrando ao longo da paralisação que hoje alcança
o 46º dia.À tarde, por volta das 14h, os Professores ingressaram no
Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) com Agravo Regimental na tentativa de
reverter a decisão liminar do desembargador Raimundo Vales.
Ao mesmo tempo, a direção do
Sinsepeap se movimentava para a convocação de assembleia geral da categoria,
quarta-feira à tarde, para decidir sobre o destino da greve.
A estratégia do magistério é na
expectativa de que o Agravo Regimental ontem impetrado obtenha resultado
positivo para a classe. Com a greve voltando a ser legal, os Professores então
ficarão em condições de esperar uma nova negociação com o governo estadual
sobre o reajuste dos seus salários e outros pontos da pauta de reivindicações
ainda em aberto.
Com a decisão judicial ora em vigor,
tudo o que já foi negociação entre o Sinsepeap e o governo do estado ficou sem
efeito. Agora as partes, em tese, começarão a negociar se resolverem novamente
sentar à mesa.
Professores passam a ter pontos
cortados nas escolas
Desde às 14h30min de ontem, os Professores da rede estadual de Ensino estão tendo os seus pontos de frequência cortados nas Escolas, segundo informou o secretário de Educação, Adalberto Carvalho Ribeiro.A expectativa do governo era de que os Professores em greve retornassem para as salas de aula, no expediente da manhã de ontem, mas isso não ocorreu.
Desde às 14h30min de ontem, os Professores da rede estadual de Ensino estão tendo os seus pontos de frequência cortados nas Escolas, segundo informou o secretário de Educação, Adalberto Carvalho Ribeiro.A expectativa do governo era de que os Professores em greve retornassem para as salas de aula, no expediente da manhã de ontem, mas isso não ocorreu.
Depois, a expectativa foi
transferida para a tarde, e novamente nem sinal de Professores nas Escolas. O
prazo de 48 horas de retorno para as aulas, dado pela liminar judicial que
declarou a greve ilegal, expirou às 14h30min de ontem.
“Os Professores a partir de hoje
à tarde recebem falta se não comparecerem nos seus locais de trabalho”,
disse Adalberto Carvalho Ribeiro, tachativo.
Pela manhã, em entrevista no
rádio, o secretário de Educação acenou com a possibilidade de o governo tomar a
iniciativa de provocar uma rodada de negociações com os Professores.
Adalberto vislumbrou um novo
diálogo entre as partes com o entendimento de que já à tarde os
Professores retornariam para o trabalho. E então se cumpriria a palavra do
governador Camilo Capiberibe de que só senta novamente à mesa de negociação com
os Professores nas salas de aula.
À tarde, em vez do retorno para
as suas atividades, os Professores entraram com recurso no Tjap na tentativa de
anular a medida liminar que declarou a greve ilegal, anunciaram a continuação
da greve e uma assembleia geral para quarta-feira tarde.
Na ação, chamada de Agravo
Regimental, a direção do Sinsepeap, sindicato que reúne os Professores, entre
outros pontos para anular a medida liminar, argumenta que o governo induziu o
desembargador Raimundo Vales ao erro, ao informar ao magistrado que todos os
Professores da rede estadual de Ensino já alcançaram o recebimento do piso
salarial nacional da categoria, o que a classe nega peremptoriamente.
Paralisação do magistério já
chega às raias da violência
“A greve para pedir o cumprimento do piso salarial do magistério pode estar servindo para o Aroldo conseguir notas frias”
“A greve para pedir o cumprimento do piso salarial do magistério pode estar servindo para o Aroldo conseguir notas frias”
A diretora jurídica do Sinsepeap,
Francinete Sobral, relatou agressão física que teria sofrido do presidente do
sindicato, Aroldo Rabelo, na última quinta feira, 31, após cobrar
prestações de contas do principal representante da classe.
“O Professor Aroldo Rabelo me
agrediu. Antes, ele já vinha com isso verbalmente desde fevereiro deste ano. No
dia 31 de maio tivemos uma audiência na Delegacia da Mulher e ficou acertado
que haveria uma investigação para apurar a minha denúncia. Quando foi à tarde,
eu fiz umas cobranças dentro do sindicato, o que ele não gostou, e me xingou de
novo, e percebendo que estávamos gravando a conversa, tomou o meu celular e me
agrediu”, contou Francinete. Na tentativa de se defender, a diretora também
agrediu o presidente do sindicato.
A Professora agredida registrou
Boletim de Ocorrência no mesmo dia, tendo como autor do ato ilícito o
presidente Aroldo e sua esposa Silvana dos Santos, que também participou da
agressão.
Segundo Francinete, Aroldo Rabelo
não apresenta as contas do sindicato desde o início da sua gestão, no segundo
semestre do ano passado. O prazo para prestar contas de 2011 expirou no dia 31
de março. “Estamos até agora esperando essas contas”, desabafou.
Para a sindicalista, há fortes
indícios de desvio de verbas dentro do Sinsepeap devido ao impedimento da diretoria
em acompanhar os gastos da classe; quantias vultosas sacadas na boca do caixa e
cheque ao portador.
“A greve para pedir o cumprimento
do piso salarial do magistério pode estar servindo para o Aroldo conseguir
notas frias”, alegou Francinete, entre outras acusações.
“Tive que sair escoltado pela
polícia porque uns canalhas quiseram bater na gente”
O presidente do Sindicato dos
Servidores em Educação do Estado do Amapá (Sinsepeap), Aroldo Rabelo, revelou
ontem que passou a andar acompanhado de seguranças em virtude de estar sendo
ameaçado pelo telefone e também pessoalmente.
A revelação do sindicalista foi
feita em discurso na Praça da Bandeira durante a costumeira concentração
matinal dos grevistas. Na oportunidade, Aroldo anunciou as medidas tomadas pela
direção do sindicato em relação à greve como estratégia contra a medida
judicial que declarou a paralisação ilegal.
"Eu estou sendo ameaçado
diariamente; no meu rosto tem marcas de violência; por isso passei a andar
com seguranças; já reuni com a minha família; a luta continua, nem que custe a
minha vida, mas traidor não fica do meu lado", extravasou o presidente dos
Professores.
Aroldo Rabelo não disse por quem
está sendo ameaçado, mas deixou escapar nas suas entrepalavras que as ameaças
partem de sua própria classe de trabalhadores, opostos ao movimento grevista
ora amparado pela maioria esmagadora dos Professores.
O sindicalista ainda lembrou na
ocasião que no domingo, na sede campestre do Sinsepeap, teve que sair escoltado
pela polícia, "porque uns cana-lhas quiseram bater na gente"
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