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sábado, 3 de dezembro de 2011

GREVE FOI INOPORTUNA, AVALIAM ESPECIALISTAS

03 de dezembro de 2011


Ao deflagrar a greve do magistério público em 21 de novembro, a direção do Cpers/sindicato teria se precipitado
Fonte: Zero Hora (RS)

Ao deflagrar a greve do magistério público em 21 de novembro, a direção do Cpers/sindicato teria se precipitado. Ontem, ao interromper uma paralisação que tinha adesão inferior a 10%, agiu com bom senso ao recuar.

 Em linhas gerais, este é o diagnóstico que surge a partir das avaliações feitas por ex-dirigentes da entidade, ex-secretários de Educação e especialistas no ensino público consultados por Zero Hora.

Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fernando Becker enumera os equívocos da paralisação. Foi declarada precipitadamente, sem motivações claras e com a categoria desmotivada.

Becker percebeu que a maioria dos professores esteve dedicada aos seus afazeres, que aumentam no final de ano, sem participar do movimento.

– O Cpers não estava com os sensores ajustados para captar a situação da própria categoria – observa.

Ex-secretária de Educação no governo anterior, Mariza Abreu também diz que o Cpers errou o “time” da paralisação. Com a experiência de quem enfrentou duas greves – em 2008 (12 dias) e 2009 (oito dias) –, Mariza ressalta que o recurso extremo só tem prejudicado os alunos e a qualidade da Educação.

Defende que se deve encontrar outras formas de relacionamento. – Parabenizo o Cpers por ter saído da greve. Melhor errar uma vez do que duas – diz a ex-secretária da Educação.

Mariza elogia que pelo menos “80% dos professores” são sérios, trabalham arduamente, sustentam o ensino público e mantêm as Escolas funcionando. Para ela, esse contingente não se vê representado pelo atual modelo sindical.

Ex-presidentes do Cpers são mais diplomáticos. Maria Augusta Feldman, comandante do sindicato de 1990 a 1993, acha que faltou maior representação ao se decretar a greve. Mas diz que a direção agiu certo ao fazer um recuo estratégico, para somar forças e juntar novos argumentos.

Presidente da entidade de 1975 a 1978, Hermes Zaneti também aprova o encerramento da greve dos professores. Pondera que, sem mobilização das bases, a categoria enfrentaria o risco de perder legitimidade.

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