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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

AMEAÇADOS DE DEMISSÃO, DOCENTES EM GREVE DO CEARÁ QUEREM QUE MP AJUDE NAS NEGOCIAÇÕES


A paralisação da categoria completou dois meses ontem (5)
Fonte: UOL Educação
Aliny Gama
Especial para o UOL Educação
Em Maceió


Ameaçados de demissão pelo governo, caso não voltem ao trabalho na próxima segunda-feira (9), os professores da rede estadual de ensino do Ceará em greve procuraram, nesta quarta-feira (5), o MP (Ministério Público Estadual) para pedir que o órgão faça uma intermediação da negociação com o Estado. A paralisação completou dois meses hoje.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Professores e Servidores da Educação do Ceará, Reginaldo Pinheiro, o governo do Estado se mostrou disposto a renegociar com a categoria, sugerindo a criação de uma nova tabela de reajuste salarial, mas exigiu que os professores voltem às atividades para que a nova proposta seja avaliada. Os professores vão decidir sobre a continuidade da greve na próxima sexta-feira (9), em assembleia.
Os professores receberam o ultimato do governo do Estado durante reunião de mais de cinco horas entre o comando de greve e o governo na tarde desta terça-feira (4), no Palácio da Abolição, em Fortaleza.

Segundo o sindicato, a reunião não avançou nas negociações e serviu apenas para "dar o recado” de que os professores grevistas que não voltarem à sala de aula vão responder processos administrativos por abandono de emprego e podem ser demitidos.
Pinheiro disse que o governo exigiu que os professores deveriam voltar imediatamente ao trabalho nesta quarta-feira, mas “depois de uma longa negociação, conseguimos esticar o prazo para que pudéssemos realizar a assembleia na sexta-feira para definirmos os rumos do movimento."
Ele afirmou que mesmo com o decreto de ilegalidade da greve, que foi acatado pela Justiça há 30 dias, o movimento não perdeu força e abrange 70% dos professores. “Os professores que estão em aula são os temporários, que não têm estabilidade. Mas nossa categoria continua unida, mesmo sob as ameaças e pancadaria que houve na Assembleia Legislativa”, disse, citando a briga com policiais durante votação do projeto de lei que reajustou os salários da categoria.
Por conta da paralisação à revelia da Justiça, o sindicato já contabiliza o valor de R$ 300 mil de multas que estão sendo acumuladas desde que o movimento foi considerado ilegal pela Justiça.
Reivindicações
O sindicato reivindica ao governo o cumprimento do piso nacional da categoria e que a matéria aprovada pela Assembleia Legislativa, na última quinta-feira (29), que reajustou os vencimentos dos professores de nível médio para R$ 1.187 abranja os demais níveis – superior e pós-graduados. A categoria reivindica ainda a revisão do Plano de Cargos e Carreiras que foi aprovado com 10 níveis enquanto os professores pedem que seja dividido em 14 níveis.
Outro lado
O governo do Estado informou que a reunião ocorrida com o sindicato foi marcada para tentar chegar a um consenso para o término da greve, o que não ocorreu. O chefe do Gabinete do Governador, Ivo Gomes, afirmou que, no encontro, pediu a suspensão do movimento.
“O governo já fez vários gestos para que a paralisação terminasse. Passamos cinco anos para corrigir o calendário escolar e veio a greve. Educação é prioridade no nosso governo”, afirmou o secretário, por meio de nota.
Gomes destacou que já foram realizadas 10 reuniões com o comando de greve e que o o governo tem o compromisso de construir uma tabela paritária dos vencimentos utilizando 29,5% do orçamento do Estado destinado à educação. “Não é em efeito automático ou linear, mas dentro do que for factível”, disse.

Segundo a ata da reunião, o governo deverá implementar 1/4 da atividade extraclasse para este ano e 1/3 da carga horária extraclasse em 2012. Outra proposta do Estado é que haja concurso público para professor ainda em 2012

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