16/10/2010
Em nota, a Secretaria de Educação de Roraima
admitiu o problema e informou que já foi aberto processo licitatório para
adequar a rede elétrica
Algumas escolas do Roraima estão arrecadando
dinheiro dos estudantes em festas e até contribuição mensal, por meio de carnê,
para poder instalar aparelhos de ar-condicionado. De acordo com reportagem do
jornal Folha de Boa Vista, as escolas receberam os equipamentos, mas eles não
podem funcionar porque a rede elétrica não suporta a instalação.
Na quinta-feira, dia 16, cerca de 50 alunos da
escola estadual Maria Nilce Macêdo Brandão, no bairro de Cauamé, em Boa Vista,
paralisaram as aulas e fizeram uma manifestação. Segundo o jornal, a escola
entregou para cada aluno um carnê para que todos os meses fosse pago R$ 1,00
com o objetivo de trocar a fiação elétrica da escola.
A estudante da 8ª série Rafaela Almeida disse à
repórter Naira Sousa que a direção também pediu o dinheiro arrecadado para a
formatura. "Em todas as salas o problema é o mesmo. Tudo bem que as
centrais não estão funcionando, mas o problema é que os ventiladores também não
prestam, com isso ficamos sem ventilação. Se continuar assim, vamos paralisar
as aulas até que o problema seja resolvido", reclamou.
Os pais também participaram do protesto dos alunos.
"É uma vergonha a direção pedir dinheiro dos alunos. Não há condições de
os alunos bancarem a troca da rede elétrica. Se o Estado não toma providência
sobre assunto, vamos dar apoio aos nossos filhos", reclamou Deca de
Oliveira, mãe de um estudante da 8ª série.
Na escola Maria dos Prazeres Mota, os 12 parelhos
de ar condicionado estão instalados na parede há mais de dois meses sem
funcionar. O pai de um aluno disse que no dia 8 de outubro a escola vai
promover uma festa com o objetivo de arrecadar fundos para fazer a instalação
elétrica.
"Os ventiladores não dão conta de atender
todos os alunos, pois alguns já estão velhos. Uma sala de aula atende mais de
30 estudantes. Acho uma vergonha nós termos que arrecadar o dinheiro para fazer
uma coisa que certamente já tem verba destinada", reclamou.
Os estudantes da escola Ana Libória, no bairro
Mecejana, enviaram fotos para ao jornal e disseram que a escola está
arrecadando R$ 2,00 de cada aluno. "Todas as salas têm centrais sem
funcionar. Alguns ventiladores já nem funcionam mais", afirmou uma
estudante.
Na escola Monteiro Lobato, no Centro, os alunos
afirmam que a instituição recebeu 22 aparelhos de ar-condicionado há mais de um
ano e nem todos foram instalados devido à precariedade da rede elétrica.
Na escola 31 de Março, no bairro do mesmo nome, os
aparelhos foram entregues há mais 60 dias, mas não funcionam por causa da rede
de energia. "Os pais dos alunos já se propuseram a ajudar, mas não pode
ser feito sem o apontamento do governo", disse um pai de aluno.
A escola estadual Albino Tavares, na região do
Murupu, zona rural, também enfrenta situação semelhante. A unidade atende quase
500 alunos e os pais informaram que existem três centrais de ar e 10
computadores na escola sem funcionar. "A fiação elétrica não suporta a
potência dos equipamentos. Enquanto isso, os alunos ficam no calor e sem aulas
de informática", afirmou a mãe de um estudante à Folha de Boa Vista.
Em nota, a assessoria de comunicação da Secretaria
de Educação admitiu o problema e informou que já foi aberto processo
licitatório para adequar a rede elétrica nas escolas que receberam os aparelhos
de ar-condicionado. "Até o momento, cerca de 80% das escolas estaduais
localizadas em Boa Vista receberam centrais de ar. O trabalho faz parte do
projeto de climatização na rede de ensino de Roraima", diz a nota da
secretaria.
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