Sexo
ainda distante da sala de aula
16/10/2010
O índice de estudantes
em Brasília que recebe orientações sobre doenças ou prevenção à gravidez está
abaixo da média nacional
Larissa Leite e Carolina
Khodr
A moça se
coloca diante da turma de alunos da mesma idade e discorre sobre os cuidados
que envolvem a prevenção e a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
A coordenadora brinca: "Essa já virou especialista em orientação sobre
Aids". Há dez anos, Sandra Freitas coordena o projeto Educando para a vida
no Centro Educacional nº6, de Taguatinga. O projeto levou o estudo sobre
sexualidade para dentro da escola e fez com que estudantes como Priscila Lopes,
16 anos, disseminassem a importância da educação sexual. "Depois de
aprender o conteúdo, nos tornamos uma ponte desse conhecimento, dentro e fora
da escola", conta Priscila. A experiência relatada pela estudante não
integra, no entanto, uma política educacional de destaque do DF. Segundo a
Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), a média percentual de estudantes do 9º ano
(8ª série) do DF que recebe orientação sobre Aids ou doenças sexualmente
transmissíveis, prevenção de gravidez, ou aquisição gratuita de preservativo,
em escolas públicas e particulares, está abaixo da média nacional.
Entre os dados está a
prevenção da gravidez: 80,5% dos estudantes brasileiros são informados na
escola pública sobre o assunto, enquanto no DF esse percentual chega a 79,7%.
O alerta sobre o
desinteresse por um tema cada vez mais evidente convive com dados que elevam a
educação local, quando comparada com a realidade do país afora. A taxa de
escolarização líquida- proporção da população em determinada faixa etária que
frequenta a escola no nível adequado - dos adolescentes de 15 a 17 anos no
Brasil é de 50,9%. No DF, essa taxa é de 64,1%, atrás apenas de São Paulo e da
Região Metropolitana de São Paulo (68,8% e 68,3%, respectivamente).
Idosos
O mesmo estudo mostrou
ainda que a população de idosos no Brasil já supera a marca de 20 milhões. O
perfil desse grupo é de brasileiros com baixa escolaridade, já aposentados e
com pouca renda. No Distrito Federal a realidade é um pouco diferente, os
brasilienses com mais de 60 anos de idade são mais bem instruídos e remunerados
quando comparados com o cenário nacional.
No Brasil, mais de 6
milhões dos idosos têm menos de um ano de estudo. Esse montante representa
30,7% da população com mais de 60 anos de idade. No DF o índice é de 15,7%, mas
ainda é considerado alto. Na região, 44,4% dos idosos vivem com mais de R$
1.020 por mês, no Brasil, apenas 22,9% compartilham da mesma faixa de renda.
Para o Coordenador do Centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário de
Brasília, Renato Maia, a realidade dos idosos do DF é melhor por causa do
grande número de servidores públicos.
O
economista Fernando Andaló, 63 anos, representa esse grupo de privilegiados.
Andaló chegou em Brasília em 1973 como servidor do Banco do Brasil, onde fez
carreira até se aposentar aos 48 anos. "Aposentei cedo, mas continuo
trabalhando", conta.
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