28-09-2010
Wilson Risolia
assume pasta, anuncia sistema de gratificações e encara novo desafio como um
negócio
Fonte: O Globo (RJ)
Ruben Berta
Taxa interna de
retorno, "follow up" e "benchmark" seriam expressões até
comuns na apresentação de um secretário de Fazenda ou Administração, mas
fizeram parte mesmo da primeira entrevista coletiva do economista Wilson
Risolia, que assumiu ontem a pasta daEducação no estado.
Ex-diretor-presidente do RioPrevidência, ele ressaltou a importância da
meritocracia e confirmou para o início do próximo ano letivo a implementação de
um sistema de metas, com gratificações para professores e diretores, de
acordo com seus desempenhos. Risolia disse estar empenhado desde ontem em
traçar um diagnóstico detalhado da situação atual da rede:
- O primeiro passo
é fazer um diagnóstico profundo do que é a rede, quem são
os alunos,professores e diretores. Que capacitações possuem esses
"entregadores do saber"? Até por formação, tenho esse vício: penso
em Educação como um negócio. Para evoluir, é preciso conhecer o seu
negócio, conhecer as carências e ver porque os resultados não avançaram.
Risolia afirmou que
uma das prioridades de sua gestão será a valorização do professor, mas
ressaltou o que chamou de "taxa interna de retorno".
- A vida é assim,
premia quem é melhor. É uma relação de troca: daremos ferramentas, mas queremos
resultados. Vamos fazer avaliações periódicas, que servirão de base para um
sistema de bonificação nos moldes do que foi montado na Secretaria de Segurança
- completou.
Apesar de não
querer adiantar detalhes sobre o novo sistema de gratificações, o secretário
garantiu que a iniciativa será diferente da última vista na rede estadual: o
programa NovaEscola, criado na gestão de Anthony Garotinho e abortado pelo
governador Sérgio Cabral no início de sua gestão.
- O que houve com o
Nova Escola foi um problema de "follow up", de
acompanhamento. É preciso saber gerir uma boa ideia. Desta vez, teremos metas
claras, precisas - garantiu Risolia.
Escolas do Rio
ficaram em penúltimo lugar no país
O secretário admitiu que os números da Educação estadual não são
favoráveis, mas afirmou que, se não houve melhora, ao menos não houve
retrocesso nos últimos anos. No último ranking do Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica (Ideb), divulgado em julho passado, as Escolas
da rede estadual, tiveram como nota média 2,8, à frente apenas do Piauí. Sobre
os salários dos professores, Risolia disse que a política será de
valorização, mas que é preciso relativizar os valores atuais:
- Para comparar um
salário de quem ganha 700 (reais) aqui, seu benchmark (espécie de referencial
de excelência) é com quem ganha 700 para a mesma carga horária. A variável
relevante é o valor-aula. Se analisarmos dessa forma, a remuneração já não é
tão ruim. Mas vamos valorizar, é um compromisso de Estado.
Por fim, Risolia
disse que não pensa em mudanças imediatas na equipe que compõe a cúpula da
Secretaria de Educação, mas não descartou futuras modificações:
- Não tenho o
hábito de chegar e trocar tudo, mas é natural que precisemos de certas
qualificações para resolver os desafios. Se encontrarmos, ótimo. Se não, vamos
ter que suprir.
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