PROFESSORES MANTÊM GREVE

05 de março de 2010

Servidores públicos estaduais rejeitaram proposta do governo e promete fortalecer a paralisação

Fonte: Diário de Natal

Erta Souza
Os professores da rede estadual decidiram, ontem, em assembleia realizada na Escola Estadual Winston Churchill, pela manutenção do movimento grevista deflagrado na última segunda-feira, data do início do ano letivo. A decisão, quase unânime, teve apenas algumas abstenções e nenhum voto contrário ao movimento. Os mais de mil professores não concordaram com as propostas encaminhadas pela governo do estado.

Decisão foi tomada ontem, em assembleia, no Churchill. Categoria planeja manifestação na próxima segunda-feira Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press O documento enviado ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte/RN) informava sobre um aumento de 15%, sendo que seria dividido em duas parcelas: março e setembro. Além dessa proposta, o governo se compromete em criar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos Servidores da Educação; dar continuidade às promoções verticais; reajustar o salário dos aposentados; liberar os processos de aposentadorias que estiverem engavetados e realizar concurso público para 4 mil vagas, sendo 1,5 mil para pedagogia nos anos iniciais e 2,5 mil para as demais licenciaturas.

Revoltada com a situação dos colegas e com o descaso da Educação oferecida nas Escolas estaduais, a professora de língua portuguesa Amanda Gurgel, 28 anos, fez um discurso emocionado. "Nós temos que continuar com a greve porque como vamos olhar para nossos alunos e dizer que o nosso movimento só conseguiu um aumento de R$ 15?", argumentou. A professora disse que na instituição onde ensina - Escola Estadual Miriam Coeli - no Conjunto Nova Natal, Zona Norte, faltam professores nas disciplinas de língua portuguesa, matemática, química, física, ciências, artes e Educação física. "Mesmo que não estivéssemos em greve como os alunos estariam estudando?", indagou.

Durante a assembleia, os professores receberam o apoio de estudantes da Escola Winston Churchill que prometeram organizar uma manifestação em que o trânsito ficará interrompido por cerca de 20 minutos, na Avenida Rio Branco, Centro, na próxima segunda-feira, às 16h. Estudante do 2º ano do ensino médio, Airton de Arruda afirmou que os alunos apoiam os professores. "Não vamos deixar o governo nos fazer de palhaço. Vamos batalhar junto deles", destacou o estudante.

Alguns professores culparam a direção do sindicato pela divulgação de que haveria possibilidade de que a greve fosse encerrada na assembleia. Porém, a coordenadora geral do Sinte/RN, Fátima Cardoso, disse que a direção do sindicato sabe equilibrar essas questões. "Não podemos deixar que esses pontos tirem nossos principais objetivos. Temos que encontrar um ponto de equilíbrio para não perder o foco", avisa. A coordenadora geral do Sinte/RN esclareceu que a direção do sindicato vai elaborar um documento que será enviado ao governo explicando que a tabela de reajuste salarial não atendeu às reivindicações da categoria. "A greve tem que ser fortalecida e por isso vamos intensificar na próxima semana indo às Escolas, pedindo apoio de outros professores e explicando a situação aos pais e alunos", disse. + Mais Policiais civis ameaçam cruzar os braços