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sábado, 6 de março de 2010

PROFESSORES ESTADUAIS DE SÃO PAULO APROVAM GREVE

06 de março de 2010


Principal reivindicação do movimento, liderado pela Apeoesp, é reposição salarial de 34,3%; paralisação começa na segunda-feira
Fonte: O Estado de S. Paulo


Luciana Alvarez

Professores da rede estadual de São Paulo reunidos na tarde de ontem em assembleia na capital aprovaram a convocação de uma greve a partir de segunda-feira, por tempo indeterminado. O movimento, liderado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), tem como principal reivindicação um reajuste salarial de 34,3%.

Segundo a Apeoesp, a assembleia reuniu 10 mil docentes em frente ao prédio da Secretaria da Educação, na Praça da República, na região central de São Paulo. Após a votação da greve, os professores saíram em passeata até a Praça da Sé. No total, a categoria conta com 215 mil docentes em atividade. A rede estadual atende 5 milhões de alunos em 4,5 mil escolas.

"A assembleia foi satisfatória. Tivemos o comparecimento em massa do interior e representantes de todas as regiões da Grande São Paulo", afirmou Maria Izabel Azevedo, presidente da Apeoesp. "Um fator muito relevante foi a aprovação da greve por unanimidade, uma coisa muito rara."

"Desde 1998, os professores tiveram uma perda salarial de 32,5%", afirmou o presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP), José Maria Cancelliero. "Esperamos que o governo nos chame para conversar, em uma negociação que possamos ganhar alguma coisa."

A Secretaria da Educação divulgou nota classificando a aprovação da greve como uma "decisão política". "A entidade (Apeoesp) contesta todos os programas de evolução educacional instituídos pelo atual governo, extrapolando as reivindicações sindicais", diz o texto. A secretaria também disse "confiar" que o conjunto dos docentes não vai se mobilizar.

Mesmo os professores que participaram da assembleia têm dúvidas sobre a adesão à greve. "Espero que todos parem, mas o pessoal do interior me parece muito desmobilizado", afirmou a professora Catarina Santos, de Ribeirão Preto.

Uma professora de ensino médio da capital, que pediu anonimato, preferiu não fazer previsões. "Sei que o descontentamento é generalizado, mas não dá para dizer se isso vai se transformar em adesão", disse.

Na segunda-feira, os professores que defendem a greve foram orientados a ir a suas escolas apenas para conseguir a adesão dos colegas e explicar a situação aos pais e alunos.

Na terça e quarta-feira, devem ir a escolas que estejam funcionando para tentar incluí-las na paralisação. Para sexta-feira, dia 12, os sindicatos convocaram uma nova assembleia geral, desta vez na Avenida Paulista. "Esperamos agora uma resposta do governo", disse a presidente da Apeoesp.

Além do reajuste salarial, os sindicatos dos docentes pedem o fim do programa de promoção por mérito, que instituiu uma prova para dar aumentos anuais apenas para os 20% mais bem classificados.

As organizações também são contrárias às provas de classificação para os temporários. Os professores com as melhores notas são chamados antes para a atribuição de aulas, independentemente do tempo de serviço.




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