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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Comissão aprova fundo nacional para viabilizar passe livre estudantil

05 de Janeiro de 2016

Proposta foi aprovada na Comissão de Desenvolvimento Urbano, mas ainda deverá ser analisada por outras Comissões

Fonte: Agência Câmara
Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara aprova fundo nacional para viabilizar o passe livre de estudantes nos transportes coletivos. O projeto de lei (PL 8023/14) foi apresentado pela deputada Keiko Ota, do PSB paulista, e pela ex-deputada Sandra Rosado, em 2014.
O texto cria o Fundo Nacional do Passe Livre para garantir a gratuidade da passagem no transporte urbano coletivo para estudantes dos ensinos fundamental, médio e também de graduação. Em caso de aprovação, também serão beneficiados os acompanhantes de estudantes com deficiência e de crianças matriculadas em creches ou na pré-escola.
O relator da proposta, deputado Hildo Rocha, do PMDB do Maranhão, lembra que a gratuidade de transporte já é garantida para os estudantes de zonas rurais por meio do Programa Nacional de Transporte Escolar. O projeto, segundo Rocha, universaliza o benefício, levando-o às áreas urbanas:
"O projeto, no mérito, é importantíssimo e os brasileiros esperam, há muito tempo, que isso venha a ocorrer. E para que isso venha a ocorrer, é necessária a união de governo federal, estados e municípios para bancar esta importante política pública direcionada aos estudantes, já que muitos deles, às vezes, deixam de frequentar as aulas porque não têm dinheiro para pagar sequer a meia passagem."
De acordo com o projeto, o Fundo Nacional do Passe Livre será financiado com recursos do Tesouro Nacional, royalties do petróleo e rendimentos do Fundo Social. O caixa do fundo também poderá ser abastecido com recursos de participação e dividendos recebidos pelo Tesouro Nacional das empresas de economia mista controladas pela União e das instituições financeiras federais, além de quotas da União no chamado salário educação. O relator Hildo Rocha alterou a proposta original para que os recursos do Fundo Nacional do Passe Livre sejam destinados não apenas para os municípios, mas também para os estados, responsáveis pelo transporte em regiões metropolitanas.
O projeto de lei, no entanto, não é consensual. O coordenador da Frente Parlamentar do Transporte Público, deputado Mauro Lopes, do PMDB mineiro, cita o fundo que a União deveria ter criado para custear a gratuidade de transporte dos idosos, mas que, até agora, não saiu do papel. Lopes teme que as empresas de transporte e a população em geral acabem pagando pelo passe livre dos estudantes:
"A minha preocupação é com a quantidade de desonerações. Já tem o idoso que não paga e isso vai na planilha. E agora o número de estudantes é muito grande e não se tem noção de quanto isso vai onerar na planilha. Enquanto não houver um fundo aprovado com arrecadação para cobrir essa despesa, eu sou contra a aprovação deste projeto. Nós não podemos onerar o usuário, que, normalmente, é pessoa de baixa renda. E como a pessoa de baixa renda vai bancar a passagem gratuita de estudante? Não tem como."
A proposta que cria o Fundo Nacional do Passe Livre ainda será analisada nas Comissões de Educação, de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça.

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