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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Escolas do Distrito Federal pedem doação de "cabeça de alho e cebola" para melhorar a merenda dos estudantes


20 de Agosto de 2015

Unidade de ensino diz que itens não foram enviados pela Secretaria de Educação

Fonte: R7

Duas escolas públicas de São Sebastião (DF) precisaram recorrer a ajuda dos pais dos alunos para complementar a merenda dos estudantes. Um bilhete enviado às famílias pela direção da Escola Classe 303 pede a doação de cabeças de alho e cebola. A instituição justifica que os temperos não foram enviados pela Secretaria de Educação à unidade de ensino. O recado ainda diz que a qualidade da merenda está "abaixo da desejada".
"Tendo isso em vista e com o objetivo de melhorar a alimentação de seus filhos pedimos aos senhores uma colaboração por meio da doação de uma cabeça de alho e uma cebola", diz trecho do bilhete.
A escola atende cerca de 800 alunos entre 7 e 11 anos, que cursam entre o primeiro e quinto ano do ensino fundamental. Em maio, a Escola Classe Cerâmica da Bênção, que também atende crianças de São Sebastião, passou pelo mesmo problema. A direção da escola enviou um bilhete semelhante aos pais dos alunos no dia 4 de maio. O comunicado pede a doação de alho, cebola ou pimentão para melhorar a refeição servida aos estudantes.
"Com o objetivo de melhorar o lanche que é servido ao seu filho(a), estamos pedindo sua colaboração no sentido de enviar 01 (uma) cabeça de alho e (uma) de cebola e/ou pimentão", diz parte do texto.
O documento ainda pede o pagamento mensal em dia da contribuição de R$ 10 da APAM (Associação de Pais, Alunos e Mestres). A escola alerta que os recursos arrecadados são essenciais para reparos na estrutura.
"Pedimos também aos senhores que procurem pagar em dia a contribuição da APAM (no valor de R$ 10), pois é com esta contribuição que conseguimos sanar os eventuais estragos nas instalações da escola", diz o bilhete.
Apesar dos comunicados explicitarem a falta dos produtos, a Secretaria de Educação do Distrito Federal garante que não há desabastecimento nas escolas e considera que houve um “equívoco”. O coordenador técnico da Regional de Ensino de São Sebastião, Paulo Viana, diz que as escolas pediram os alimentos como complemento.
— A Secretaria de Educação envia cebola e um tempero pronto de alho e sal, mas as escolas pedem os produtos para implementar o tempero. A escola se equivocou. Se estava precisando do gênero alimentício o ideal é comunicar a Regional de Ensino e nós podemos remanejar itens de uma escola para outra ou fazer o pedido.
Viana afirma que a reposição de alimentos nas 23 escolas da região administrativa é feita semanalmente por fornecedores que têm contrato com a Secretaria de Educação. O coordenador ainda diz que a cada três meses, as nutricionistas que elaboram o cardápio das escolas avaliam a qualidade e quantidade das refeições servidas aos estudantes e que nunca houve relato de falta de alimentos.

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