21 de Agosto de 2015
Em Fortaleza, há 3.500 alunos em escolas desta modalidade, o que representa 5,8% do total de 60 mil
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
O Plano Nacional de Educação (PNE), que contém ações a serem executadas até 2024, tem como uma das metas oferecer Educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das Escolas públicas brasileiras, de forma a atender, pelo menos, 25% dos Alunos da Educação básica. Neste sentido, prefeituras e governos estaduais têm se mobilizado para mudar a estrutura do sistema de Ensino vigente e cumprir esta meta. Hoje, em Fortaleza, apenas 3.500 Alunos estão matriculados em Escolas desta modalidade, o que representa 5,8% do total de 60 mil estudantes da rede pública municipal.
Com as mudanças no formato educacional, surge, então, o questionamento do que significa, de fato, manter por mais um período os estudantes nas Escolas. De que maneira este tempo extra será utilizado, e como isto afetará a formação de crianças e adolescentes são itens que, segundo especialistas, ainda necessitam ser debatidos de forma mais ampla na sociedade.
Na Capital, durante a campanha eleitoral, o prefeito Roberto Cláudio afirmou que iria entregar 48 centros de Ensino de tempo integral ao longo dos quatro anos de gestão. Passados dois anos e oito meses, a meta foi recuada para 41 Escolas do tipo.
Na última quarta-feira (19), o prefeito Roberto Cláudio esteve na sede do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em Brasília, também para tratar do cronograma de obras das Escolas de tempo integral. Do total idealizado, 12 já foram entregues e outras 29 terão que ficar prontas em um ano e quatro meses.
Dos prédios que ainda serão edificados, seis serão inaugurados ainda neste ano e as demais ao longo de 2016. "É um investimento muito sólido que estamos fazendo. Para a construção das Escolas de tempo integral serão destinados R$ 240 milhões e para os Centros de Educação infantil cerca de R$ 110 milhões", reforça o prefeito.
Impacto
Em Fortaleza, especialistas garantem que o número de equipamentos ainda é insuficiente diante da demanda, mas admitem que a iniciativa é positiva. "A Escola de tempo integral possui benefícios pedagógicos e sociais para o desenvolvimento das crianças", ressalta o Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luiz Távora.
Segundo Luiz, a proposta é muito importante, pois possibilita que as crianças aprendam mais e tenham acesso à arte e ao esporte. Ele salienta que o apoio nos estudos dentro das instituições de Ensino facilita para que o estudante tenha um melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino médio (Enem) e em outros vestibulares.
Já o Educador Idevaldo Bodião, também da Faculdade de Educação da UFC, explica que Escola em tempo integral não significa, necessariamente, Educação em tempo integral. O primeiro termo, informa, diz respeito ao modelo de Ensino que prioriza a mera ocupação do Aluno por algumas horas, com alguma atividade lúdica, com o simples objetivo de mantê-lo dentro da Escola e longe das ruas.
"Já o projeto de Educação integral deve ter por finalidade permitir às crianças a apropriação de saberes para ler e compreender o mundo. Os Alunos devem entender os conteúdos vistos em sala e aplicá-los no cotidiano, com capacidade de se situar na história", considera o Professor. Na visão de Idevaldo, diferentemente do modelo pedagógico padrão, na Educação integral as matérias não têm finalidade em si, e servem para entender e atuar no mundo. "Esta é a real missão da Escola", completa.
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