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sábado, 31 de agosto de 2013

Protestos param ônibus e fecham escolas


31/08/2013
Em Fortaleza, coletivos foram apedrejados; em SP, alunos não puderam entrar na USP MARCELLE RIBEIRO
RIO E SÃO PAULO- Milhares de pessoas ficaram sem transporte público e sem aulas, e rodovias e avenidas foram interditadas em manifestações promovidas ontem pelas centrais sindicais em pelo menos 17 estados e no Distrito Federal. Os atos foram organizados, principalmente, por Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e Conlutas, que são contra o fator previdenciário e a terceirização de trabalhadores, e pedem investimentos de 10% do Produto Interno Bruto em Educação e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
Segundo a Força Sindical, o serviço de ônibus não funcionou em sete capitais:  Porto Alegre, Fortaleza, São Luís, Palmas, Vitória, Belo Horizonte e Salvador.
Em Fortaleza, houve confronto com a Polícia Militar num terminal de ônibus, que foi depredado. Vários veículos foram apedrejados. Segundo a Conlutas, o confronto envolveu usuários do terminal revoltados com a “má administração do local” e a Polícia Militar que usou gás lacrimogêneo e balas de borracha. Segundo a Policia Civil, oito pessoas foram presas.
Em Pernambuco, cinco dirigentes dos metalúrgicos foram presos após protesto na rodovia BR-101, em Jaboatão dos Guararapes. Segundo a CUT, eles teriam sido presos de forma arbitrária quando voltavam do protesto.
No Rio, cerca de 500 pessoas, muitas ligadas a centrais sindicais, fizeram uma passeata da Candelária à Cinelândia, no Centro. Avenidas como a Rio Branco e a Presidente Vargas foram interditadas. Os manifestantes carregavam bandeiras de partidos e faixas contra o governador Sérgio Cabral e a presidente Dilma Rousseff. O grupo fechou as avenidas Rio Branco e Presidente Vargas. A manifestação foi pacífica, com os manifestantes protestando em frente à Assembleia Legislativa.
Em São Paulo, um protesto promovido pela CUT reuniu cerca de duas mil pessoas na Avenida Paulista. Estavam presentes principalmente professores e bancários, e havia faixas pedindo também a saída do governador Geraldo Alckmin. As rodovias Anchieta e Bandeirantes foram parcialmente interditadas, e diversas fábricas não funcionaram.
BARRICADAS DE PNEUS FECHAM AVENIDAS
Integrantes do sindicato de funcionários da Universidade de São Paulo (USP) bloquearam portões da instituição e impediram a entrada de alunos e professores. Eles atearam fogo em pneus em avenidas da região. Os professores não foram dar aula em vários estados, entre eles Bahia, Piauí, Maranhão e Ceará.
No Rio Grande do Norte, petroleiros bloquearam os acessos à rodovia RN
227. Em Minas, a Rodovia Fernão Dias  foi interditada perto de Betim. Estações  de ônibus foram fechadas em Belo Horizonte,  afetando, segundo a CUT, cerca  de 170 mil usuários. Em Teresina, moradores protestaram contra a falta de água  e energia, e atearam fogo em pneus.
o presidente da Força Sindical, deputado  Paulo Pereira da Silva, o Paulinho  da Força, disse que os protestos são para  pressionar o governo, que estaria  “enrolando os trabalhadores’.
— É lamentável a resposta que o governo  tem dado às reivindicações. O
governo não faz reunião. E, quando faz,  é para marcar outra reunião. Estamos  sendo enganados pelo governo Dilma  — disse Paulinho.
O presidente da CUT, Vagner Freitas,  afirmou que as negociações da pauta  com o governo federal estão acontecendo  de forma lenta demais.
— Entregamos a nossa pauta de reivindicações em março. Já era para ter
sido fechado esse processo.
Segundo Freitas, na segunda-feira acontece  a última rodada da mesa de negocia-ção que discute um projeto de lei sobre  terceirização de trabalhadores, com representantes  do governo, do empresariado,
das centrais sindicais e do Congresso. Freitas teme que o projeto não seja alterado na  Casa, e disse que, se o Legislativo não o  modificar, as centrais farão novas manifestações  e pedirão que Dilma vete o texto.

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