Vice-diretora e merendeiras afirmaram que é comum alunos colocarem objetos no pratos colegas
Fonte: Zero Hora (RS)
26 de abril de 2013
Ao mastigar a quarta colherada que misturava risoto de frango, salada de legumes e feijão, a estudante Keila Rolim, 14 anos, sentiu algo sólido e incomum na refeição. Era um caco de vidro. A adolescente não foi a única da turma de 20 Alunos da Escola Estadual de Ensino fundamental Olaria Daudt, na Vila Carioca, em Sapucaia do Sul, a encontrar o ingrediente indigesto.
Pelo menos outros quatro do mesmo grupo surpreenderam a Professora ao mostrar os cacos percebidos durante o almoço de ontem.
– Imediatamente, a Professora e a diretora suspenderam a refeição e acionaram a polícia. A Escola foi isolada e as aulas da tarde suspensas – informou a coordenadora adjunta da 27ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Beatriz Carvalho Ritter.
Keila e os outros colegas foram levados ao posto de saúde que fica ao lado da Escola. De lá, ela decidiu ir para casa. Os outros foram encaminhados ao Hospital Getúlio Vargas. Uma hora depois, acionado pela direção da Escola, o pai de Keila, o pedreiro Marcos Rolim, 48 anos, levou a filha ao hospital para avaliação médica.
Por volta das 15h, peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) estiveram na Escola e recolheram os cacos entregues pelos Alunos à Professora. De acordo com o titular da 1ª Delegacia de Polícia de Sapucaia, delegado Daniel Ordahi, os especialistas ainda averiguaram as panelas, os pratos dos estudantes e o lixo da Escola.
– Não foi encontrado nenhum resíduo de vidro em outros locais. Somente os que foram entregues à Professora – contou o delegado.
Polícia acredita em brincadeira de criança
A diretora Cristina Matte, a vice-diretora da manhã, a Professora da turma e as duas merendeiras prestaram depoimento na delegacia. Abaladas, preferiram não falar com a imprensa. Conforme o delegado, elas demonstraram surpresa e disseram ser comum os Alunos colocarem objetos no prato dos colegas. Mas não souberam dizer como surgiram os cacos.
– O local onde os alimentos são guardados é fechado a cadeado e o acesso à cozinha não é liberado aos Alunos. O vidro pode ter sido colocado depois. Tudo leva a crer que foi traquinagem de criança – disse o delegado.
Responsável técnico do Hospital Getúlio Vargas, o pediatra Marcelo Saldanha afirmou que os cinco Alunos não apresentaram cortes visíveis na boca e também não tiveram sangramento durante as quase oito horas de observação. Eles foram avaliados duas vezes por uma equipe do hospital.
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