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segunda-feira, 25 de março de 2013

Projeto bonifica alunos e professores no Ceará

Jornais
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25/03/2013

GROAÍRAS (CE) Desde que foi implantado, em 2007, o Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic), do governo do Ceará, focou não apenas no material levado às crianças da rede pública de ensino. Embora tenha distribuído agentes responsáveis pela gestão do conteúdo didático nos 184 municípios do estado, o programa reservou parte de seu orçamento para também prestigiar professores e as próprias escolas. Em 2012, dos R$ 70 milhões reservados pelo cofre público para o projeto, quase metade foi direcionada à bonificação de professores, reformas de unidades de ensino e compra de material de apoio.
Com base nos resultados da Prova Brasil, os 150 municípios com melhor desempenho ganharam o equivalente a R$ 2,5 mil por aluno. Até 25% dos recursos obtidos pelo Paic podem ser investidos em incentivos - pagamento de cursos, por exemplo - e gratificações diretas aos profissionais.
- Além de um incentivo ao professor, esses recursos ajudam a melhorar o ambiente escolar. Vai da compra de ar-condicionado à instalação de uma biblioteca - diz a secretária estadual de Educação, Izolda Cela, lembrando que a premiação depende de uma série de critérios adotados pela pasta. - Uma escola com boas notas tem que, necessariamente, adotar uma escola (com média) ruim. Essa cooperação é o que forma um conjunto de bons resultados em todo o estado - emenda.
Desde que foi adotado, o Paic tem sido a menina dos olhos das autoridades de ensino naquele estado. Há cinco anos, quando foi criado, apenas 14 municípios apresentavam média desejável na escala de proficiência. Hoje, 178 unidades alcançam as metas.
- Mesmo assim, a estrada é ainda longa para resolver problemas na educação, aqui e em todo o país - observa Izolda, lembrando que o programa está focado em cinco eixos fundamentais: educação infantil, gestão pedagógica da alfabetização, formação do leitor, gestão municipal de educação e avaliação externa.
Antes focado nos alunos do segundo ano do ensino fundamental, o projeto passou a destinar agentes para atuar junto aos alunos da rede pública até o 5º ano. A iniciativa cearense inspirou o projeto federal chamado de Pacto Nacional para Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), criado pelo Ministério da Educação.
Na escola Professora Júlia Elisa Farias, em Groaíras, os alunos contam com apoio dos programas nas esferas estadual e federal. Com isso, a atualização do conteúdo didático é reforçado por investimentos ainda maiores. A colocação de cuidadora em todas as salas de aula é um dos reflexos dessa parceria.
- É bom que sempre tem alguém para dar uma atenção maior, né ? Assim não dá nem tempo pra ficar de converseiro - diz José Cassiano Ximenses, que teve a ajuda de uma cuidadora.
- Ele é esforçado, mas se distrai muito com as outras crianças e daí tem dificuldade de voltar a prestar atenção nas aulas. Meu papel aqui é justamente fazer com que ele e outras crianças consigam aumentar o grau de concentração - diz a cuidadora Maria Antônia Paiva Souza.
Desde que foi implantado o Pnaic, o governo federal já atingiu 4.997 cidades, o que representa 89,8% dos municípios do país. Segundo o MEC, até janeiro deste ano, outros 328 aderiram parcialmente, não concluíram o processo de adesão ou não se manifestaram. "Apenas oito optaram por não firmar o acordo que tem como objetivo assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os 8 anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental", informou o órgão.
O Brasil tem 33 milhões de analfabetos funcionais, pessoas com menos de quatro anos de estudo, e 16 milhões de habitantes com mais de 15 anos ainda não alfabetizados, segundo o IBGE. (Flávio Freire)

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