PESQUISA

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Desempenho preocupante

 
Para professores, a nota de corte foi a vilã das escolas públicas. É uma questão de adaptação, diz Cespe
26 de fevereiro de 2013
Fonte: Jornal de Brasília (DF)



O número de vagas que não foram preenchidas no sistema de cotas para Escolas públicas do Programa de Avaliação Seriada (PAS)preocupa a comunidade Escolar. Apenas 32% dos candidatos que se enquadram nas exigências conseguiram a aprovação. Para alguns Professores, anota de corte mais rigorosa pode ter sido a vilã. Até 2016, metade das vagas será destinada a estudantes de colégios públicos.
Na última edição do PAS, a primeira com cotas sociais, apenas cem das 305 vagas foram preenchidas. No total de 2.092 oportunidades, foram aprovados 1.417 Alunos, o que significa que 675 vagas,inclusive do sistema universal,deixaram de ser ocupadas.O candidato precisava obter um resultado mínimo de 20% dos acertos, chamado de escore bruto;20% nas questões discursivas, tipo D; e mais 40% da nota das redações nas três etapas. A novidade era a exigência de acertos nas questões tipo D, além da redação, que passou a exigir 10% a mais.
SEGREGAÇÃO
Para o Professor Cláudio Bastos, do Centro de Ensino Médio Elefante Branco(Cemeb), o resultado pode não ser apenas reflexo do nível das Escolas. “A alteração da nota de corte pode ser questionada. Eu entendo que a UnB queira manter um nível, mas as Escolas podem ter sido pegas de surpresa com a mudança”, defende.O método de avaliação e o sistema de cotas precisam estudados,segundo o Docente, para que os Alunos de Escola pública não sejam prejudicados. “A universidade cumpre o seu papel pedindo que os Alunos ingressem com um nível razoável, mas também não pode exigir um nível elevado, para que não haja segregação”, avalia.O diretor-geral do Cespe, Paulo Portela, afirma que o sistema é complexo, mas, com o tempo, pode ser assimilado. “Esperamos que as Escolas públicas possam trabalhar melhor com os Alunos para alcançara meta das vagas na universidade”.
Ponto de vista
Segundo o professor Afonso Galvão, da Universidade Católica de Brasília, a baixa quantidade de Alunos das Escolas públicas aprovados no PAS pode representar uma preocupação com a qualidade da formação dos profissionais de várias áreas. “Se os estudantes entram na universidade com formação deficiente, não sairão do curso superior da maneira ideal”.

Tentativas de melhorar
O coordenador de Ensino médio da Secretaria de Educação, Gilmar Ribeiro, afirma que não foram apenas os resultados no vestibular que ficaram abaixo do esperado, mas mudanças estão previstas para melhorar o Ensino público no DF. “Os resultados não foram satisfatórios,mas esperamos que com a semestralidade venham benefícios, como o maior número semanal de aulas por disciplina e a maior dedicação do Professor ao Aluno”, observa.Para os estudantes, a qualidade do Ensino pode ter influenciado nos resultados, mas alguns admitem que a falta de dedicação é um fator a ser considerado. “É complicado competir com Escola particular,porque aqui na Escola pública falta Professor, há problemas de estrutura e isso acaba atrapalhando”, afirma Matheus Oliveira, de 16 anos.
QUALIDADE
Há quem acredite que os colégios
públicos possam oferecer boa Educação: “Existem muitas Escolas públicas com qualidade, mas tudo depende da organização e da estrutura”, afirmou a estudante Katarina Haddad, de 16 anos.Segundo Amanda Marques, 14 anos, pode ter faltado compromisso dos vestibulandos. “Se o estudantes e esforçar, pode conseguir”, diz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário