"Tudo
leva a crer que o movimento ainda sobreviverá por algum tempo, até que a
razoabilidade seja despertada em ambas as partes", afirma jornal
Fonte: Diário do Amapá (AP)
Apesar dos visíveis transtornos
que está causando ao ensino público, a greve dos professores do estado se
transforma em exemplo a ser seguido por outras categorias ao deflagrarem
movimentos paredistas, por conta da civilidade com que o movimento é conduzido,
ao contrário do que está acontecendo em Belo Horizonte, por exemplo, onde
professores grevistas das escolas estaduais, frustrados ante à falta de diálogo
por parte do governo, resolveram radicalizar e partiram para o confronto,
protagonizando atos de violência e vandalismos.
Aqui, claro, a situação é
diferente: o governo do estado até agora vem flexibilizando, tanto que já se
propôs a conceder reajuste de 15,56%, chegando bem perto dos 20% pleiteados
pelos professores. Entretanto, tudo leva a crer que o movimento ainda
sobreviverá por algum tempo, até que a razoabilidade seja despertada em ambas
as partes.
Não há a menor dúvida que os
professores amapaenses têm, de fato, muito a reivindicar; na outra ponta do
iceberg, todos têm que se conscientizar que, além da sobrecarga de
responsabilidade para manter o ensino em toda a sua plenitude, pesando sobre o
governo, somando-se ao custo com pessoal, não está em jogo apenas a concessão
ou não do reajuste no patamar exigido pela categoria, mas, sim, e
preponderantemente, na retaguarda, à espera, estão os alunos, milhares deles,
que, aflitos, assistem, de arquibancada, a esse interminável cabo de guerra,
porque no fim quem pagará a conta são eles próprios, com a reprogramação do
calendário escolar, com direito ao sacrifício de sábados e até mesmo
encurtamento do período de férias para a compensação dos dias parados.
Não há a menor dúvida de que os
salários dos nossos mestres são muito aquém das necessidades, além do fato de
que a eles não são disponibilizados instrumentos para realizarem com dignidade
tão nobre mister. Mas é preciso, antes de qualquer coisa, que haja bom senso, tanto
de um lado quanto do outro, para que os ônus não sejam arcados por quem não tem
absolutamente nada a ver com isso.
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