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sexta-feira, 4 de maio de 2012

EDITORIAL: GREVE DOS PROFESSORES: QUESTÃO DE BOM SENSO

"Tudo leva a crer que o movimento ainda sobreviverá por algum tempo, até que a razoabilidade seja despertada em ambas as partes", afirma jornal
Fonte: Diário do Amapá (AP)

Apesar dos visíveis transtornos que está causando ao ensino público, a greve dos professores do estado se transforma em exemplo a ser seguido por outras categorias ao deflagrarem movimentos paredistas, por conta da civilidade com que o movimento é conduzido, ao contrário do que está acontecendo em Belo Horizonte, por exemplo, onde professores grevistas das escolas estaduais, frustrados ante à falta de diálogo por parte do governo, resolveram radicalizar e partiram para o confronto, protagonizando atos de violência e vandalismos.
Aqui, claro, a situação é diferente: o governo do estado até agora vem flexibilizando, tanto que já se propôs a conceder reajuste de 15,56%, chegando bem perto dos 20% pleiteados pelos professores. Entretanto, tudo leva a crer que o movimento ainda sobreviverá por algum tempo, até que a razoabilidade seja despertada em ambas as partes.
Não há a menor dúvida que os professores amapaenses têm, de fato, muito a reivindicar; na outra ponta do iceberg, todos têm que se conscientizar que, além da sobrecarga de responsabilidade para manter o ensino em toda a sua plenitude, pesando sobre o governo, somando-se ao custo com pessoal, não está em jogo apenas a concessão ou não do reajuste no patamar exigido pela categoria, mas, sim, e preponderantemente, na retaguarda, à espera, estão os alunos, milhares deles, que, aflitos, assistem, de arquibancada, a esse interminável cabo de guerra, porque no fim quem pagará a conta são eles próprios, com a reprogramação do calendário escolar, com direito ao sacrifício de sábados e até mesmo encurtamento do período de férias para a compensação dos dias parados.
Não há a menor dúvida de que os salários dos nossos mestres são muito aquém das necessidades, além do fato de que a eles não são disponibilizados instrumentos para realizarem com dignidade tão nobre mister. Mas é preciso, antes de qualquer coisa, que haja bom senso, tanto de um lado quanto do outro, para que os ônus não sejam arcados por quem não tem absolutamente nada a ver com isso.


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