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terça-feira, 22 de novembro de 2011

LEVANTAMENTO MOSTRA BAIXA ADESÃO À GREVE


Levantamento realizado por Zero Hora nas escolas estaduais dos 15 maiores municípios gaúchos, ontem, revela que menos de 10% dos professores aderiram à paralisação no primeiro dia de greve
Fonte: Zero Hora (RS)

Um levantamento realizado por Zero Hora nas Escolas estaduais dos 15 maiores municípios gaúchos, ontem, revela que menos de 10% dos professores aderiram à paralisação no primeiro dia de greve.

Conforme representantes das direções dos 694 colégios dessas cidades, onde estudam cerca de 446 mil alunos, ontem 8,6% dos educadores não deram aula. O universo pesquisado por ZH representa pouco mais de um terço dos mais de 77 mil professores na ativa do Rio Grande do Sul.

O levantamento demonstra que a adesão à greve convocada pelo Cpers e aprovada em assembleia na sexta-feira passada foi menor na Capital do que na média de todo o Estado. Em Porto Alegre, 816 dos 10.895 educadores deixaram de dar aula ontem – o equivalente a 7,5%.

Em alguns casos, professores não deram aula por estarem reunidos para tomarem decisões conjuntas sobre os rumos da mobilização. Quando isso ocorreu, foram contabilizados como grevistas.

Em outras situações, embora tenham trabalhado, também se reuniriam nas horas seguintes ou apenas hoje para definir se continuariam trabalhando ou parariam. Nessa situação, foram considerados como não tendo aderido à greve.

A avaliação do governo- O ofício do Cpers que comunica as causas da greve incomodou o secretário estadual da Educação, Jose Clovis Azevedo.

Ele considera que o documento contém linguagem agressiva, como a citação “desmonte da Escola pública”, e em nenhum momento propõe uma conversação sobre as reivindicações da categoria, cujos pilares são a implantação do piso nacional dos professores e a rejeição ao projeto de reformulação do ensino médio. Também criticou o momento da greve:

– O governo já informou que não tem como pagar o piso em 2011. Já negociamos em abril e, mesmo assim, o Cpers chamou a greve. Esse movimento não tem nenhuma possibilidade de êxito.

No final da tarde, a Secretaria Estadual da Educação divulgou um relatório parcial do alcance da greve. Das 2.554 Escolas estaduais, o Estado diz ter pesquisado aproximadamente 2,1 mil. Dessas, 45 estavam totalmente paradas, ontem, o que representa um percentual de 2,14% do universo verificado. O secretário confirmou que o salário dos grevistas será cortado.

A avaliação do Cpers
A presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, não tinha, ontem, um apanhado sobre a paralisação nas Escolas do Estado. Disse que o dia foi de reuniões entre professores.

A dirigente rebateu o comentário do secretário estadual da Educação, Jose Clovis Azevedo, de que o Cpers teria insistido em um movimento grevista mesmo sabendo da impossibilidade de pagamento do piso este ano. Para Rejane, as escolhas do governo definiram a eclosão da greve:

– O governo aumentou os CCs e os salários dos CCs, mantém o auxílio moradia para os juízes, isenta empresas com grande potencial de lucro. O que faz com que não pague o piso são essas escolhas.

- O Cpers espera a definição de um calendário de pagamento, e considera insuficiente a informação do Piratini de que há R$ 500 milhões disponíveis para começar a estabelecer o valor do piso em 2012 e R$ 1,5 bilhão para os anos seguintes do governo Tarso. Rejane defende a greve no final do período letivo. O estopim foi o projeto que reformula o currículo do ensino médio.

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