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terça-feira, 27 de setembro de 2011

PROFESSORES ENCERRAM GREVE


Após negociação com governo, categoria suspende paralisação de 112 dias; aulas serão retomadas amanhã
Fonte: Estado de Minas (MG)

Depois de 112 dias de greve, os professores da rede estadual de ensino encerraram a mais longa paralisação da história de Minas Gerais.

No dia seguinte à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que considerou a paralisação abusiva e determinou a volta ao trabalho, sob pena de multa, os servidores decidiram suspender o movimento em assembleia tensa, que durou mais de 10 horas e se estendeu até o fim da noite.

A decisão dos professores foi tomada depois que sindicato e governo fizeram acordo para formar uma comissão e discutir melhorias para os dois modelos de remuneração dosprofessores. Os servidores voltam às aulas amanhã, mas permanecem em estado de greve até 8 de outubro, quando fazem nova reunião para avaliação do movimento.

O governo informou que, como parte do acordo, se comprometeu a suspender a tramitação do projeto de lei enviado à Assembleia com mudanças no modelo de subsídio para discuti-lo com o sindicato, além de interromper o processo que poderia resultar na demissão de 245professores designados (contratados sem concurso) que não voltaram ao trabalho.

A negociação que culminou com a decisão dos professores de retornar ao trabalho começou pela manhã. Deputados da oposição e da base do governo se reuniram com o secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro (PSDB). No encontro, foi reaberta a negociação em torno da remuneração dos servidores.

Os professores reivindicam o pagamento do piso nacional do professor (R$ 1.187 para 40 horas semanais) com a diferenciação do nível de Escolaridade dos docentes. O governo de Minas oferece R$ 712 (valor do piso nacional proporcional para 24 horas semanais) mais gratificações. Na reunião, o governo acenou com a criação de uma comissão e com a possibilidade de negociar melhorias na carreira.

A secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazzola, comemorou o fim da greve. “Estamos propondo desde julho a criação dessa comissão entre governo, sindicato e parlamentares para discutir o subsídio e o regime antigo”, afirmou. Ela assegurou que os dois modelos já garantem uma diferenciação salarial entre as diversas formações acadêmicas dosprofessores.

A coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas (Sind-UTE/MG), Beatriz Cerqueira, disse que a disposição do governo de negociar melhorias na carreira com base no tempo de serviço e formação acadêmica no modelo antigo de remuneração contribuiu para a suspensão da greve. “Vamos no reunir na quinta-feira (amanhã) com governo e Legislativo para definir a comissão que discutirá as propostas que certamente farão parte do projeto de lei”, afirmou.

INVASÃO
Desde cedo o clima era de tensão na Assembleia Legislativa. Do grupo de 34 pessoas que invadiu o plenário da Casa na noite de segunda-feira, 27 permaneceram até a noite de ontem acorrentados e somente deixaram o plenário com o fim da greve. Por meio de nota, o presidente da Casa, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), lamentou o ocorrido e repudiou a invasão.

"É importante registrar que, na história recente do Parlamento mineiro, nunca houve qualquer impedimento para a abertura dos trabalhos do Plenário. Somente em período de anormalidade política, em ditaduras, os plenários dos legislativos são fechados ou impedidos de funcionar", diz o texto.

No início da noite, dois professores encerraram greve de fome de oito dias. Também à noite, houve confusão no momento em que um fogo de artifício jogado por um estudante explodiu no pátio da Assembleia em meio à multidão.

Um repórter da TV Alterosa que estava no local foi agredido com chutes por grevistas. Até ontem, segundo balanço da Secretaria de Educação, sete Escolas estavam totalmente paralisadas e 564, parcialmente, com a adesão de 8.111 professores ao movimento, num total de 156.824 cargos

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