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sexta-feira, 17 de junho de 2011

PROFESSORES DECIDEM HOJE SE GREVE CONTINUA


Escolas se preparam para reinício das aulas; há 53 dias, os 220 mil alunos estão com calendário prejudicado
Fonte: Diário do Nordeste (CE)

Professores da rede municipal de ensino decidem hoje, em assembleia geral a ser realizada às 8h, no Ginásio Paulo Sarasate, pelo término ou não da greve. Há exatos 53 dias a categoria paralisou as atividades afetando mais de 220 mil alunos. A greve foi considerada ilegal pela Justiça, mas, o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Municipais de Fortaleza (Sindifort) avisou que irá recorrer da decisão.

"Ainda cabe recurso, pois a decisão do desembargador Teodoro da Silva Santos foi monocrática, podendo se recorrer ao colegiado do Tribunal de Justiça", diz a nota emitida pelo Sindicato. Na última terça-feira, 14, o Sindifort ingressou com ação com pedido de antecipação de tutela para garantir que o município seja obrigado a pagar a primeira parcela do 13º salário dos professores grevistas, assim como fez com os demais servidores municipais.

Ontem, os professores voltaram a realizar protestos. Por volta de 8h, eles se reuniram na Praça da Imprensa de onde seguiram em passeata rumo à Secretaria Municipal de Educação(SME), na Av. Desembargador Moreira. Um lado da via foi obstruído deixando o trânsito bastante lento. O objetivo era pressionar a secretária Ana Fontenele a recebê-los.

Gardênia Baima, que integra a direção colegiada do Sindicato Unificado dos Trabalhadores em Educação no Estado do Ceará (Sindiute), disse que a greve continua, pois os professores e nem o sindicato foram notificados formalmente da ilegalidade da greve. "Ficamos sabendo da decisão através da imprensa".

Preparativos
Com a determinação da Justiça decretando ilegal e abusiva a greve dos professores do município, determinando ainda o imediato retorno deles às salas de aula, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, teve início nas unidades de ensino os preparativos para receber os estudantes.

Na Escola Francisco Domingos da Silva, no Jardim Petrópolis, os 64 professores aderiram ao movimento, deixando 1.260 alunos sem aula. Durante o período, a diretora, que preferiu não se identificar, aproveitou para fazer alguns reparos na unidade, entre eles: limpeza das calhas, da caixa d´água, capinagem, retirada de entulho, reforma do bebedouro, dedetização e retelhamento.

Outra preocupação foi com os mantimentos estocados, que poderiam estragar. Por precaução a diretora remanejou o que estava próximo da data do vencimento e enviou para unidades educacionais que estavam precisando e creches.

AUDIÊNCIA
Grupo vai definir piso no Estado

O Governo do Estado propôs a formalização de uma comissão (Grupo Técnico) para reavaliar os cálculos da planilha que estabelece os valores do piso salarial dos professores estaduais, obtendo aprovação do Sindicato Apeoc. Isso foi resultado da reunião entre Sindicato e Governo, realizada no final da tarde de ontem. A proposta final será apresentada no próximo dia 28 ao governador Cid Gomes e levada ao conhecimento dos professores em assembleia dia 29.

Ficou definido que os secretários do Planejamento, Eduardo Diogo; da Fazenda, Mauro Filho, e Izolda Cela, da Educação, formarão um grupo para redefinir e avaliar todos os pleitos dos professores do Estado. O Grupo Técnico terá o dever de casa de analisar ganhos e perdas da categoria e montar uma planilha que congregue todos os professores de nível médio, àqueles com mestrado, doutorado especializações.

"Não queremos somente discutir o piso salarial. Queremos a discussão do piso dentro da carreira. Essa nova metodologia irá estabelece novos cálculos e tem que contemplar todos os professores", comentou o presidente do Sindicato Apeoc, Anízio Melo.

O debate da aplicação do piso salarial ao Plano de Cargos e Carreira encerra um ciclo de idas e vindas da categoria. A perspectiva de ter ganhos reais a partir dos trabalhos do Grupo Técnico, deixa os docentes menos apreensivos. Anízio Melo lembra que é compromisso assumido pelo governador Cid Gomes não enviar nenhuma mensagem à Assembleia Legislativa no mês de julho. "Ele garantiu que manteremos o diálogo e o debate abertos", disse.

TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS
Servidores da UFC param

Foi deflagrada durante a tarde de ontem a greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Ceará (UFC). A decisão aconteceu numa assembleia geral extraordinária, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Universidade da UFC (Sintufce).

Marcaram presença na reunião 323 servidores que aprovaram, por maioria de votos, a deflagração da greve, por tempo indeterminado. Devem ser prejudicados, no primeiro momento, os alunos que vão colar grau neste semestre, o processo de matrícula de agosto, e o setor hospitalar.

O coordenador jurídico do Sintufce, Carlos Alves, explicou que os técnicos-administrativos são responsáveis pelo processo de conferência da listagem dos alunos que colam grau, assim como pelo processo de ajuste de matrículas feitas nas coordenações dos cursos.

"Com relação à parte hospitalar, o centro cirúrgico deve reduzir os procedimentos, e os ambulatórios, os seus atendimentos", disse o coordenador.

Hoje, a partir das 8 horas, o comando de greve fará uma mobilização nos Campi da UFC do Pici, Porangabuçu e Benfica para informar os funcionários da universidade sobre o posicionamento assumido ontem. Já na próxima segunda-feira, dia 20, será realizada reunião para deliberar sobre as próximas ações e elaborar documento comunicando ao reitor a decisão da categoria.

A greve abrange todos os campi da UFC. Em Fortaleza, estão mobilizados os campi do Benfica, Porangabussu e Pici. No interior do Estado, os campi do Cariri (Juazeiro, Crato e Barbalha), Quixadá e Sobral também estão engajados nessa luta.
Em todo o país, 44 universidades federais já paralisaram suas atividades.

LUANA LIMA, REPÓRTER

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