12/04/2011
Adotado em BH em 2006, ensino integral incrementa dia a dia nas escolas
com atividades extraclasse e vira exemplo para o Unicef e a Fundação Itaú
Social, que vão premiar iniciativas similares em todo o país
Fonte: Estado de Minas (MG)
Igor Brant aprende truques de malabarismo, Thaís Vital faz aulas de
violão, Júlio Gonçalves usa técnicas de grafitagem para colorir uma parede e
Samara da Cunha ensaia coreografias de dança contemporânea. A surpresa para
quem vê o dia a dia desses jovens de 14 anos é constatar que toda essa
diversidade se passa no mesmo horário e local: a Escola Municipal professor
Paulo Freire, no Bairro Ribeiro de Abreu, na Região Noroeste de Belo Horizonte.
A instituição onde estudam os quatro alunos do 9º ano do ensino
fundamental mostra que o aprendizado ultrapassa as salas de aula e, como uma
das pioneiras do projeto Escola Integrada na capital, vira exemplo para o Fundo
das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e para a Fundação Itaú Social. As
duas entidades lançaram, ontem, em BH, a nona edição do prêmio Itaú-Unicef.
Criado em 1995 para incentivar experiências de Educação em tempo integral em
todo o Brasil, o evento reuniu 210 projetos mineiros na última edição, em 2009,
e este ano espera reunir mais de 10 mil iniciativas no país.
Com o tema “Experiências que transformam”, a premiação está com inscrições abertas até 31 de maio. Podem participar organizações não-governamentais (ONGs) responsáveis por ações socioeducativas, articuladas com políticas públicas de Educação e assistência social, voltadas para crianças e adolescentes de 6 a 18 anos.
Com o tema “Experiências que transformam”, a premiação está com inscrições abertas até 31 de maio. Podem participar organizações não-governamentais (ONGs) responsáveis por ações socioeducativas, articuladas com políticas públicas de Educação e assistência social, voltadas para crianças e adolescentes de 6 a 18 anos.
No lançamento do prêmio, a Fundação Itaú Social apresentou análise
detalhada de 16 experiências brasileiras em Educação integral. Um dos destaques
foi o programa Escola Integrada, implantado na rede municipal de BH, em 2006, e
que hoje atende cerca de 35 mil estudantes, de 140 instituições públicas de
ensino. Com atividades de acompanhamento Escolar aliadas ao esporte, às artes e
à cultura fora do turno Escolar, o programa movimenta diariamente a rotina dos
alunos e mostra que a aprendizagem não se restringe às disciplinas básicas do
currículo.
“Foi-se o tempo em que a Educação era apenas uma questão cognitiva e relacionada ao conhecimento formal. Hoje, entende-se a necessidade da formação completa do indivíduo, o que contempla outras dimensões, como ética, cidadania, cultura, política e o lado social. Por isso, o projeto tem grade curricular diversificada e transforma a Escola num ambiente propício para a aprendizagem”, explica a coordenadora da Escola Integrada da Secretaria Municipal de Educação, Neusa Macedo.
As ações do programa têm o apoio de monitores e universitários de 13 instituições de ensino superior, além da Universidade Federal de Minas Gerais. Este ano, a grande novidade da Escola Integrada é a inclusão de ONGs nas atividades, o que vai permitir ampliar o atendimento para 55 mil estudantes até 2011 – num universo de 120 alunos da rede pública municipal.
FORMAÇÃO COMPLETA
Na Escola Municipal professor Paulo Freire, a permanência em tempo integral nas salas de aula, pátios e quadras da instituição é uma realidade para 600 alunos do ensino fundamental. Das 8h30 às 17h30, esse batalhão de jovens se reveza entre a sala de aula e oficinas de xadrez, futebol, lutas marciais, dança, música (violão e flauta), artes plásticas, fotografia e meio ambiente. Atividades de reforço Escolar e preparação para provas de seleção de Escolas técnicas de nível médio, como o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), também movimentam a rotina dos estudantes.
Para Igor Brant, de 14 anos, a formação em tempo integral é um passaporte para a realização do sonho de ser um grande engenheiro. “Faço parte da turma do pré-Cefet e sei que esses estudos vão ser um diferencial na minha carreira. Também participo de oficinas de malabares, dança, capoeira e futebol. Com isso, passo o dia todo na Escola e me ocupo com atividades bacanas”, conta o aluno do 9º ano do ensino fundamental. Segundo ele, a Escola Integrada lhe abriu um novo caminho. “Entre os meus vizinhos, há vários garotos que passam o dia nas ruas e só chegam em casa de madrugada. Mas a Escola me dá oportunidades diferentes.”
Ensaiando os primeiros acordes da música O sol, do grupo mineiro Jota Quest, a jovem Thaís Vital, de 14, lista os benefícios da longa permanência na Escola. “Participo de várias oficinas e estou me tornando uma pessoa melhor. Já fiz muitos amigos no projeto e aprendi vários assuntos de cultura e arte que jamais imaginei existir. Além disso, meus pais saem para trabalhar tranquilos, sabendo que eu e dois irmãos passamos o dia na Escola”, diz Thaís, que sonha em cursar medicina.
“Foi-se o tempo em que a Educação era apenas uma questão cognitiva e relacionada ao conhecimento formal. Hoje, entende-se a necessidade da formação completa do indivíduo, o que contempla outras dimensões, como ética, cidadania, cultura, política e o lado social. Por isso, o projeto tem grade curricular diversificada e transforma a Escola num ambiente propício para a aprendizagem”, explica a coordenadora da Escola Integrada da Secretaria Municipal de Educação, Neusa Macedo.
As ações do programa têm o apoio de monitores e universitários de 13 instituições de ensino superior, além da Universidade Federal de Minas Gerais. Este ano, a grande novidade da Escola Integrada é a inclusão de ONGs nas atividades, o que vai permitir ampliar o atendimento para 55 mil estudantes até 2011 – num universo de 120 alunos da rede pública municipal.
FORMAÇÃO COMPLETA
Na Escola Municipal professor Paulo Freire, a permanência em tempo integral nas salas de aula, pátios e quadras da instituição é uma realidade para 600 alunos do ensino fundamental. Das 8h30 às 17h30, esse batalhão de jovens se reveza entre a sala de aula e oficinas de xadrez, futebol, lutas marciais, dança, música (violão e flauta), artes plásticas, fotografia e meio ambiente. Atividades de reforço Escolar e preparação para provas de seleção de Escolas técnicas de nível médio, como o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), também movimentam a rotina dos estudantes.
Para Igor Brant, de 14 anos, a formação em tempo integral é um passaporte para a realização do sonho de ser um grande engenheiro. “Faço parte da turma do pré-Cefet e sei que esses estudos vão ser um diferencial na minha carreira. Também participo de oficinas de malabares, dança, capoeira e futebol. Com isso, passo o dia todo na Escola e me ocupo com atividades bacanas”, conta o aluno do 9º ano do ensino fundamental. Segundo ele, a Escola Integrada lhe abriu um novo caminho. “Entre os meus vizinhos, há vários garotos que passam o dia nas ruas e só chegam em casa de madrugada. Mas a Escola me dá oportunidades diferentes.”
Ensaiando os primeiros acordes da música O sol, do grupo mineiro Jota Quest, a jovem Thaís Vital, de 14, lista os benefícios da longa permanência na Escola. “Participo de várias oficinas e estou me tornando uma pessoa melhor. Já fiz muitos amigos no projeto e aprendi vários assuntos de cultura e arte que jamais imaginei existir. Além disso, meus pais saem para trabalhar tranquilos, sabendo que eu e dois irmãos passamos o dia na Escola”, diz Thaís, que sonha em cursar medicina.
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