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segunda-feira, 18 de abril de 2011

ALAGOAS: PARALISAÇÃO DE PROFESSORES ATINGE MAIS DE 100 MIL ALUNOS


Em Alagoas, estado que lidera os índices de analfabetismo no País, mais de 100 mil alunos da rede estadual ficarão sem estudar pelas próximas 72 horas
Fonte: Terra

ODILON RIOS
Alagoas
Em Alagoas, estado que lidera os índices de analfabetismo no País, mais de 100 mil alunos da rede estadual ficarão sem estudar pelas próximas 72 horas. Os 12 mil professores reivindicam reajuste de 25,8% nos salários, além da implantação do piso nacional da categoria.

Integrantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal) estão de vigília na porta da Secretaria Estadual de Educação e Esportes. A assessoria da secretaria disse que a proposta de reajuste está sendo estudada.
A crise na educação em Alagoas se arrasta há duas semanas, quando o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) e o vice, José Thomáz Nonô (DEM), anunciaram, em uma coletiva, aumento de 5,91% nos salários dos servidores públicos (divididos em duas parcelas) e 35% de reajuste aos secretários adjuntos, além da criação de duas secretarias.

Elas vão abrigar aliados políticos que apoiaram Vilela na eleição. Em dezembro, os secretários tiveram aumento de 135%. Vilela justificou os reajustes. "Temos 60 mil servidores e pouco mais de 20 secretários", disse.
"Isso é um aumento miserável para quem há quatro anos não recebe aumento nenhum. O que eles acham? Que nós não vamos ao supermercado, não fazemos feira, não pagamos contas?", disse a presidente do Sinteal, Célia Capistrano.

"Enquanto isso, o Governo aumenta seus salários, é um deboche. E o vice-governador vai dizer ainda que não existe um 'Departamento de Milagres' para dar aumento. É um achincalhe com o servidor. Parece que o funcionário público não vale nada em Alagoas", disse a presidente.
Um professor com carga horária de 20 horas recebe R$ 950. Além de 25,8% de aumento, os professores querem revisão do Plano de Cargos e Carreira- com valores defasados, segundo eles, de novembro de 2009 e melhores condições de trabalho.
"Alagoas é líder nacional em homicídios e os professores trabalham sob risco. Há escolas que foram arrombadas 18 vezes. A condição é tão ruim que em algumas escolas a mesma pia que lava pano de chão em uma hora lava os pratos usados na merenda pelos alunos, em outro momento", disse Capistrano.
A Secretaria Estadual de Educação e Esportes deverá apresentar nos próximos dias uma proposta para os 16 pontos de pauta dos trabalhadores da Educação.
O secretário, Rogério Teófilo, disse, através de sua assessoria que está perto de finalizar um banco de dados que abrange desde a parte de pessoal (gastos com salário, ações de formação) à estrutura física da Secretaria (investimento em novos computadores e mobiliário).
"Todo este processo será conduzido de forma aberta, com serenidade e transparência, pois tanto a secretaria como os professores têm um objetivo em comum que é ofertar a melhor educação para o aluno da rede estadual alagoana", disse.
Ele também disse, através da assessoria, que a secretaria se esforça para atender outras demandas dos servidores, a exemplo do aumento na oferta do "Profuncionário", que em 2011 subiu de 500 para 1.000 vagas.

O programa oferece cursos de nível técnico para profissionalização do funcionário e sua posterior evolução na carreira, por meio do plano de cargos e salários instituído pelo governo federal.


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