Em Alagoas, estado
que lidera os índices de analfabetismo no País, mais de 100 mil alunos da rede
estadual ficarão sem estudar pelas próximas 72 horas
Fonte: Terra
ODILON RIOS
Alagoas
Alagoas
Em Alagoas, estado que lidera os
índices de analfabetismo no País, mais de 100 mil alunos da rede estadual
ficarão sem estudar pelas próximas 72 horas. Os 12 mil professores reivindicam
reajuste de 25,8% nos salários, além da implantação do piso nacional da
categoria.
Integrantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal) estão de vigília na porta da Secretaria Estadual de Educação e Esportes. A assessoria da secretaria disse que a proposta de reajuste está sendo estudada.
Integrantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal) estão de vigília na porta da Secretaria Estadual de Educação e Esportes. A assessoria da secretaria disse que a proposta de reajuste está sendo estudada.
A crise na educação em Alagoas se
arrasta há duas semanas, quando o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) e o
vice, José Thomáz Nonô (DEM), anunciaram, em uma coletiva, aumento de 5,91% nos
salários dos servidores públicos (divididos em duas parcelas) e 35% de reajuste
aos secretários adjuntos, além da criação de duas secretarias.
Elas vão abrigar aliados políticos que apoiaram Vilela na eleição. Em dezembro, os secretários tiveram aumento de 135%. Vilela justificou os reajustes. "Temos 60 mil servidores e pouco mais de 20 secretários", disse.
Elas vão abrigar aliados políticos que apoiaram Vilela na eleição. Em dezembro, os secretários tiveram aumento de 135%. Vilela justificou os reajustes. "Temos 60 mil servidores e pouco mais de 20 secretários", disse.
"Isso é um aumento miserável
para quem há quatro anos não recebe aumento nenhum. O que eles acham? Que nós
não vamos ao supermercado, não fazemos feira, não pagamos contas?", disse
a presidente do Sinteal, Célia Capistrano.
"Enquanto isso, o Governo aumenta seus salários, é um deboche. E o vice-governador vai dizer ainda que não existe um 'Departamento de Milagres' para dar aumento. É um achincalhe com o servidor. Parece que o funcionário público não vale nada em Alagoas", disse a presidente.
"Enquanto isso, o Governo aumenta seus salários, é um deboche. E o vice-governador vai dizer ainda que não existe um 'Departamento de Milagres' para dar aumento. É um achincalhe com o servidor. Parece que o funcionário público não vale nada em Alagoas", disse a presidente.
Um professor com carga horária de 20
horas recebe R$ 950. Além de 25,8% de aumento, os professores querem revisão do
Plano de Cargos e Carreira- com valores defasados, segundo eles, de novembro de
2009 e melhores condições de trabalho.
"Alagoas é líder nacional em
homicídios e os professores trabalham sob risco. Há escolas que foram
arrombadas 18 vezes. A condição é tão ruim que em algumas escolas a mesma pia
que lava pano de chão em uma hora lava os pratos usados na merenda pelos
alunos, em outro momento", disse Capistrano.
A Secretaria Estadual de Educação e
Esportes deverá apresentar nos próximos dias uma proposta para os 16 pontos de
pauta dos trabalhadores da Educação.
O secretário, Rogério Teófilo, disse,
através de sua assessoria que está perto de finalizar um banco de dados que
abrange desde a parte de pessoal (gastos com salário, ações de formação) à
estrutura física da Secretaria (investimento em novos computadores e
mobiliário).
"Todo este processo será
conduzido de forma aberta, com serenidade e transparência, pois tanto a
secretaria como os professores têm um objetivo em comum que é ofertar a melhor
educação para o aluno da rede estadual alagoana", disse.
Ele também disse, através da
assessoria, que a secretaria se esforça para atender outras demandas dos
servidores, a exemplo do aumento na oferta do "Profuncionário", que
em 2011 subiu de 500 para 1.000 vagas.
O programa oferece cursos de nível técnico para profissionalização do funcionário e sua posterior evolução na carreira, por meio do plano de cargos e salários instituído pelo governo federal.
O programa oferece cursos de nível técnico para profissionalização do funcionário e sua posterior evolução na carreira, por meio do plano de cargos e salários instituído pelo governo federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário