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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um modelo de parceria entre governo e escolas
05/11/2010

No Pará, uma experiência de descentralização estreitou o contato da Secretaria de Educação com os gestores escolares e agilizou o atendimento às escolas

Paula Nadal (paula.nadal@abril.com.br), de Belém, PA

Unidade Seduc na Escola (USE)Instalada em uma unidade polo, cada USE atende outras 20 instituições da região para ampliar Redes estaduais e municipais de grande porte enfrentam dificuldades em sua estrutura funcional. Uma das principais é a falta de comunicação entre as escolas e a Secretaria de Educação, muitas vezes por falta de pessoal para manter um esquema de atendimento ou até pela distância entre a sede e as unidades. Isso faz com que todos padeçam: os gestores ficam sem orientação e interlocução para encaminhar as demandas e o sistema não consegue acompanhar o trabalho da escola, dar a formação necessária às equipes gestora e docente e implementar e manter as políticas públicas. 


Uma das conclusões do estudo Práticas Comuns dos Diretores Eficazes, realizado no ano passado pela Fundação Victor Civita, apontou que os alunos que estudam em escolas que têm mais proximidade com equipes da Secretaria de Educação conseguem melhor desempenho na Prova Brasil do que os que estudam em instituições que não têm atendimento nem acompanhamento periódico dos supervisores. 



Foi justamente para descentralizar o atendimento e torná-lo mais eficiente que o governo do Pará decidiu, há sete anos, criar as Unidades Seduc na Escola (USEs) - braços da Secretaria de Educação instalados em uma unidade polo que prestam atendimento a outras 20 instituições da região. No início, as USEs se restringiam a atividades burocráticas, como a nomeação de professores, o envio e o recebimento de documentos e a prestação de informações sobre programas educacionais. Desde 2007, elas ampliaram a atuação e passaram por uma reorganização. As USEs contrataram coordenadores pedagógicos e técnicos em Educação, responsáveis pela supervisão pedagógica, além de profissionais da área administrativa, que dão suporte às questões relacionadas à gestão de materiais e suprimentos, infraestrutura, equipe etc. 



"Com a mudança, passamos a auxiliar nas revisões do projeto político-pedagógico e na orientação curricular. Assim, nos tornamos um ponto de apoio efetivo para os gestores", explica José Messiano Trindade Ramos, coordenador da USE 4, que tem como sede a EEEF Professor João Renato Franco, na capital paraense. A diretora da escola, Oracina Viana de Andrade, conta que a reorganização da USE mudou a rotina da equipe, que passou a contar com um representante da Secretaria em todas as reuniões. Um dos frutos dessa proximidade foi a agilização da construção da quadra esportiva para as aulas de Educação Física. "Antes da criação das USEs, as unidades não eram autônomas e a Secretaria de Educação desconhecia as demandas e prioridades da escola. Os processos eram lentos e tudo dependia da influência do diretor e da pressão que ele conseguia fazer", diz Wilson Barroso, assessor de Políticas Educacionais da Secretaria Estadual da Educação do Pará.

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