19/11/2010
Prova elaborada
pela Secretaria de Educação de Curitiba causa polêmica entre pais e professores
Fonte: Gazeta do
Povo (PR)
Fonte:http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/11793/imagem-em-prova-escandaliza-escola
Uma prova da
disciplina de Geografia elaborada pela Secretaria de Educação de
Curitiba (SME) para alunos do 1.º ano do Ensino Fundamental causou
polêmica entre professores e pais de estudantes. Uma das questões da
avaliação, aplicada na semana retrasada em mais de 170 Escolas, traz uma
imagem de conotação sexual, considerada inapropriada para a faixa
etária das crianças, em média de 6 anos de idade. Na semana passada,
professores comunicaram o fato à secretaria e ao Sindicato dos Servidores do
Magistério Municipal de Curitiba (Sism mac). A prova foi recolhida na última
terça-feira.
Para a professora Maira Beloto de Camargo, diretora do Sismmac, o episódio
deixa clara a falta de cuidado da SME com a elaboração e a revisão da prova, já
que, ao que tudo indica, a imagem foi retirada de um site na internet e
reproduzida sem um processo de checagem antes de a prova chegar
aos alunos. “Deve ria ter um critério de revisão mais eficiente por parte
da secretaria, já que é ela que elabora a prova. Isso demonstra um descaso com
o conteúdo e elaboração das questões”, disse Maira. professores ficam sem
substitutos Outro lado
Secretaria exonera responsável
A chefe da Superintendência de Gestão Educacional da Secretaria Municipal
da Educaçãode Curitiba, Meroujy Giacomassi Cavet, afirmou que será aberto
um processo administrativo para apurar as circunstâncias do uso da imagem. Ela
negou que a exoneração da chefe do Departamento de ensino fundamental,
Nara Salamunes, responsável pela avaliação, tenha relação com o episódio.
“Posso garantir que foi uma coincidência”, disse. Nara foi exonerada ontem.
Meroujy disse não acreditar que a imagem tenha sido compreendida pelas
crianças. “Lamentamos muito esse equívoco e pedimos desculpas à
comunidade Escolar. O erro é pequeno, mas grave.” Ela disse que a prova
não serve para ranquear as Escolas, mas para dar subsídios a fim aprimorar
a Educação. “Ela não serve nem para aprovar, nem para reprovar”.
A avaliação é aplicada semestralmente pela prefeitura como forma de avaliar o
desempenho de Escolas, alunos e professores e é direcionada a
todas as turmas, do primeiro ao 9.º ano, abrangendo todas as disciplinas. Na
opinião de Maira, a preocupação da secretaria em avaliar o ensino a cada seis
meses tem como único objetivo promover o ranqueamento dasEscolas, o que acaba
contribuindo para erros como esse. “São muitas avaliações e isso compromete a
qualidade. A preocupação não é com o conteú do, com o ensino, apenas com os
resultados”, acusa.
Sem autonomia
A professora Ângela Maria de Castro, que atua
na Escola Municipal Maria Neide Gabardo Betiatto, no bairro Umbará,
conta que os alunos não entenderam o significado da imagem, apenas
perguntaram aos professores “por que a galinha estava cortada e com os
olhos esbugalhados”. Para ela, no entanto, isso não minimiza o problema. “É um
erro gravíssimo. Serve de alerta para a forma como essa avaliação está sendo
conduzida. No caso, foi aplicada a alunos do 1.º ano, mas poderia ter
ocorrido com alunos de outras séries”.
De acordo com Ângela, a prova, da forma como é conduzida hoje, fere a autonomia
das Escolas e compromete o planejamento Escolar, já que o exame é
elaborado por uma equipe de dentro da própria secretaria e aplicado de maneira
uniforme em toda a rede. “O planejamento é posto em segundo plano, pois
o professor só pensa na prova, em se sair bem, em tirar uma boa nota.
Há também muita competitividade entre as Escolas, os alunos chegam a
ficar estressados. Não acho que a prova deveria acabar, mas sim que ela
servisse como um meio, não como um fim”.
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