20/11/2010
DE SÃO PAULO
A professora de português de Lia, 13, na Joaquim Leme do Prado, zona
norte de São Paulo, está de licença há três meses e nenhum outro docente a
substituiu. Apesar de boa aluna, ela não soube responder a parte das questões
de português do Saresp (que avalia o aprendizado anual de alunos da rede
paulista).
E não foi por falta de estudo. "Foi por falta de professor",
diz Cléo, 33, mãe dela. A Folha escutou relato semelhante em outras
11 escolas, de todas as regiões da cidade e da Grande SP. Em algumas, os
estudantes chegaram a ficar até seis meses sem uma determinada disciplina.
A informação é dos repórteres Talita Bedinelli e Raphael
Marchiori publicada na edição deste sábado da Folha (íntegra do texto está
disponível para assinantes do jornal e do UOL).
A falta de professores é consequência de uma lei estadual, de 2009, que
determina que funcionários contratados sem concurso podem trabalhar por no
máximo um ano. Depois, eles devem ficar afastados por 200 dias para evitar
vínculo empregatício.
Por isso, poucos professores não estáveis (cerca de 10% da categoria)
aceitam cobrir licenças temporárias. Preferem esperar por vagas com mais tempo
de trabalho ou até desistem da profissão.
A situação deve piorar no próximo ano, pois os professores que deram
aula neste ano terão que se afastar até o início do segundo semestre.
OUTRO LADO
A Secretaria da Educação reconheceu que a lei que determina o intervalo
de 200 dias aos professores causou um "entrave" nas escolas. Por
isso, o órgão afirma que enviará até o final do ano um novo projeto de lei que
altere a necessidade desse período de afastamento.
Nem o secretário nem a assessoria de imprensa do órgão deram mais
detalhes sobre a mudança na legislação.
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