A paralisação dos
trabalhadores em Educação da rede pública estadual deixou sem aula, ontem,
parte dos 350 mil alunos nas 800 Escolas do Piauí
Fonte: Jornal O Dia (PI)
Robert Pedrosa
A paralisação dos trabalhadores
em Educação da rede pública estadual deixou sem aula, ontem, parte
dos 350 mil alunos nas 800 Escolas do Piauí. A avaliação é do
Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Piauí (Sinte-PI), que
percorreu ontem dezenas de colégios na capital e no interior para reforçar o
movimento, que vai até amanhã. A presidente do Sinte-PI, Odeni de Jesus, não
tinha até o meio-dia de ontem uma avaliação de todas as Escolas do Estado,
mas estima que o movimento estava alcançando o objetivo. “Várias Escolas
do Dirceu estão paradas, o que mostra que os professores estão entendendo
e apoiando a paralisação”, comentou Odeni.
Segundo o Sinte-PI, estavam paradas
ontem, entre outras, as Escolas Pires de Castro e Gildásio Silva, no
Dirceu, os colégios professor Madeira, Agripino Oliveira e Cipriano
Leite, assim como o Liceu Piauiense, no Centro.
A paralisação de 72 horas faz parte
da campanha salarial dos 25 mil professores do Estado. Eles reivindicam
reajuste do piso para R$ 1.312,00; mudança de classe; reajuste na regência, na
gratificação dos diretores e dos secretários de Escola e contratação
de vigias, zeladores e merendeiras.
Até agora o Governo não apresentou
nenhuma proposta para os trabalhadores emEducação. Na última audiência, com a
participação de dirigentes do Sinte-PI com o representante do governo, o
secretário de Governo, Tadeu Maia, disse que as negociação não avançaram.
“Durante esses três dias de
paralisação vamos encaminhar diversas atividades de protestos por todo Piauí e,
possivelmente vamos decidir por aprovação de uma greve geral por tempo
indeterminado caso o Governo não abra o canal das negociações,” finalizou Odeni
Silva.
O ponto alto do movimento será uma
manifestação que os trabalhadores farão amanhã, em frente ao Palácio de Karnak,
às 9h.
A secretária de Educação, Maria
Xavier, vê motivo político na greve, já que há sindicalistas que são candidatos
nas próximas eleições e estariam procurando espaço na mídia. “Inclusive, nós
temos uma reunião marcada para esta quintafeira (23/09). Não paramos as
negociações”, disse ontem.
Maria Xavier ressaltou, inclusive,
que já comunicou ao Sinte-PI sobre o porquê de o governo não poder atender
todas as reivindicações. “O piso de R$ 1.312,00 é uma questão nacional, que
depende do Congresso Nacional. E nós, aqui, estamos pagando o piso de R$
1.024,00 como manda a lei, desde janeiro deste ano”, explicou. Com relação à
reajuste na regência e na gratificação, Xavier ressaltou que o Governo não pode
determinar aumento neste período eleitoral, somente três meses após a eleição.
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