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quinta-feira, 23 de setembro de 2010


BH prevê matricular 50% dos alunos em escola integral até 2012
23/09/10

A prefeitura de Belo Horizonte (MG) pretende aumentar o número de alunos do ensino fundamental que estudam em escolas integrais, alcançando 50% do total de matrícula até 2012. Para isso, o município prevê mapear atividades educativas no bairro das escolas e firmar parceiras com instituições que cedam espaços para projetos dos alunos, segundo a Secretaria de Educação de Belo Horizonte.
A ideia do programa, chamado Escola Integrada, é aumentar o tempo e os espaços educativos dos alunos de 6 a 14 anos da rede municipal. “A aprendizagem tem que ser considerada além da educação convencional. Nossa estratégia é usar o entorno da escola”, conta a coordenadora do programa, Neuza Macedo. “É preciso pensar em articular a comunidade e fazer dos alunos agentes sociais, o que os fazem sentir parte desta comunidade”.

O programa de educação integral de Belo Horizonte começou em 2006 atendendo dois mil alunos de sete escolas. Em 2010, o modelo foi implantado em 23 colégios, alcançando um total 35 mil estudantes. Eles participam de duas oficinas por dia, no contra turno das aulas convencionais. Entre as atividades estão cultivo de hortas, oficinas de teatro, aulas de dança e ensaios do coral.


Os projetos são implantados por universitários que participam de programas de extensão de suas faculdades e por educadores comunitários, todos remunerados pela prefeitura. Além disso, as escolas participantes contrataram um professor exclusivo para o programa, que fica responsável por coordenar os trabalhos e eleger oficinas apropriadas para os alunos.
“Temos cerca de 130 mil estudantes no ensino fundamental. Nossa meta para os próximos dois anos é alcançar 65 mil matriculados em escolas integrais”, conta Neuza. A estratégia para aumentar o número de alunos é mapear o bairro das escolas, a fim de encontrar atividades educativas que os alunos possam participar. “Também vamos iniciar um chamamento público para cadastrar instituições interessadas em ceder espaços para atividades”, diz.
“Além da dificuldade de encontrar espaços para os projetos dos alunos, outro grande desafio é manter os adolescentes interessados”, avalia a coordenadora. “As atividades têm que ser muito atraentes. Estamos trabalhando com um núcleo de educomunicação para despertar o interesse”.
Para avaliar o projeto, a prefeitura produziu uma pesquisa, em parceria com o Banco Itaú, que mensura as habilidades dos alunos. A primeira edição foi lançada em 2008 e a próxima deve ser publicada ainda este ano. “Com as duas poderemos fazer uma comparação dos impactos do programa”, conta Neuza. “O que já sabemos é que o Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] teve uma queda entre 2005 e 2007, e em 2009 ultrapassou a média nacional. Acreditamos que essa recuperação tenha a ver com o projeto”.

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