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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Escola vai à casa dos alunos para incentivar estudo
Data: 27/09/2010
Veículo: BRASIL ECONÔMICO 

Editoria: INOVAÇÃO E EDUCAÇÃO
Regiane de Oliveira
roliveira@brasileconomico.com.br 
Programa do governo de Osasco, em São Paulo, quer melhorar qualidade do estudo ensinando família a incentivar as crianças

Melhorias na infra-estrutura da escola, formação dos professores e acesso ao ensino são considerados fatores-chave na melhoria da qualidade da educação . E quando isso tudo não for suficiente? É a partir da constatação de que a família tem um papel fundamental na educação das crianças que a Secretaria de Educação do município de Osasco, região metropolitana de São Paulo, Maria José Favarão, pôs em execução o programa "A Escola vai para Casa", implementado no início deste ano.

"Compreendemos a educação como um tripé, que envolve ações da secretaria de educação, da escola e da família", afirma Maria José, mais conhecida como professora Mazé. Hoje, o município trabalha com conselhos de gestão compartilhada, que envolve representantes do governo e comunidade, que não tem conseguido fazer a ponte com os pais de alunos. "A criança passa apenas cinco horas conosco, o restante do dia fica com a família. E de nada adianta in-vestir em novos processos educativos, colocar sala de informática, se a família não ecoar o que acontece na escola", diz.

A secretaria de educação do município contratou a consultoria Planeta Educação, especializada no desenvolvimento e implantação de soluções educacionais, para realizar visitas aos 10 mil estudantes da rede que ingressaram na primeira série neste ano. As crianças receberam, no início das aulas, um material direcionado aos pais, in-formando sobre o projeto e pedindo autorização para um agente educacional fazer a visita. A professora Mazé explica que os pais não são obrigados a aceitar e que a adesão neste primeiro ano não foi a esperada. "Tivemos que convocar também os pais dos alunos do segundo ano para conseguir chegar a 10 mil estudantes", afirma. A prefeitura esta investindo cerca de R$ 9 milhões na iniciativa.

Como foi o seu dia
A rede municipal de Osasco conta com 40 mil alunos, em 56 escolas de ensino fundamental. Ao todo, 27 agentes educacionais, a maioria estudantes do 3º ou 4º anos de pedagogia trabalham no projeto e é deles a responsabilidade de ligar para os pais e agendar o melhor horário de atendimento. O trabalho dos agentes em princípio soa óbvio: pedir que os pais demonstrem preocupação com o ensino. "Ensinamos a família a fazer perguntas simples: o que você aprendeu hoje? Me explique melhor isso que você viu na escola".

A secretária de educação afirma que está ciente de a me-dida não promover milagres, mas espera que ajude a melhorar a performance da rede em exames oficiais como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em 2009, a rede municipal de Osasco ficou um ponto abaixo da meta projetada para o Ideb do ano, de 4,9, para os alunos de 4ª série. A rede tem de atingir um índice de 5,3 na avaliação que será feita em 2011. Para isso, a prefeitura está promovendo também a reorientação curricular, em busca de um currículo mínimo. Em Simões Filho, o desafio é convencer pais a deixar os filhos na escola No município de Simões Filho, a 30 quilômetros de Salvador, uma iniciativa privada também busca aproximar a família da escola. Para investir em educação integral, o Centro Educacional Santo Antônio (Cesa) , das Obras Sociais Irmã Dulce, teve de convencer os pais da importância de deixar as crianças o dia todo na escola. O Cesa oferece formação em ensino fundamental e profissionalizante a cerca de 800 alunos. A grande maioria das crianças e jovens atendidos são de origem pobre. Na escola, que trabalha com o conceito de ensino integral, com aulas durante todo o dia, os estudantes recebem acesso à arte-educação, inclusão digital, atividades esportivas, assistência odontológica, alimentação, uniforme e material escolar gratuitos. Além de apoio assistencial às famílias. "Muitos crianças, a partir da 5ª série ainda deixam de estudar para ajudar em casa, nosso desafio é convencer os pais da importância de seu filho permanecer na escola, além de conversar em casa sobre o ensino", afirma Rita de Castro Frois, coordenadora pedagógica do Cesa. As ação tem dado certo: 70% das crianças que começam na 1ª série terminam o fundamental.

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