|
||
Veículo: BRASIL ECONÔMICO
Editoria: INOVAÇÃO E EDUCAÇÃO
Regiane de Oliveira
roliveira@brasileconomico.com.br
|
||
Programa
do governo de Osasco, em São Paulo, quer melhorar qualidade do estudo
ensinando família a incentivar as crianças
Melhorias na infra-estrutura da escola, formação
dos professores e acesso ao ensino são considerados fatores-chave na melhoria
da qualidade da educação . E quando isso tudo não for suficiente? É a partir
da constatação de que a família tem um papel fundamental na educação das
crianças que a Secretaria de Educação do município de Osasco, região
metropolitana de São Paulo, Maria José Favarão, pôs em execução o programa
"A Escola vai para Casa", implementado no início deste ano.
"Compreendemos a educação como um tripé, que
envolve ações da secretaria de educação, da escola e da família", afirma
Maria José, mais conhecida como professora Mazé. Hoje, o município trabalha
com conselhos de gestão compartilhada, que envolve representantes do governo
e comunidade, que não tem conseguido fazer a ponte com os pais de alunos.
"A criança passa apenas cinco horas conosco, o restante do dia fica com
a família. E de nada adianta in-vestir em novos processos educativos, colocar
sala de informática, se a família não ecoar o que acontece na escola", diz.
A secretaria de educação do município contratou a
consultoria Planeta Educação, especializada no desenvolvimento e implantação
de soluções educacionais, para realizar visitas aos 10 mil estudantes da rede
que ingressaram na primeira série neste ano. As crianças receberam, no início
das aulas, um material direcionado aos pais, in-formando sobre o projeto e
pedindo autorização para um agente educacional fazer a visita. A professora
Mazé explica que os pais não são obrigados a aceitar e que a adesão neste
primeiro ano não foi a esperada. "Tivemos que convocar também os pais
dos alunos do segundo ano para conseguir chegar a 10 mil estudantes",
afirma. A prefeitura esta investindo cerca de R$ 9 milhões na iniciativa.
Como foi o seu dia
A rede municipal de Osasco conta com 40 mil
alunos, em 56 escolas de ensino fundamental. Ao todo, 27 agentes
educacionais, a maioria estudantes do 3º ou 4º anos de pedagogia trabalham no
projeto e é deles a responsabilidade de ligar para os pais e agendar o melhor
horário de atendimento. O trabalho dos agentes em princípio soa óbvio: pedir
que os pais demonstrem preocupação com o ensino. "Ensinamos a família a
fazer perguntas simples: o que você aprendeu hoje? Me explique melhor isso
que você viu na escola".
A secretária de educação afirma que está ciente
de a me-dida não promover milagres, mas espera que ajude a melhorar a
performance da rede em exames oficiais como o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb). Em 2009, a rede municipal de Osasco ficou um ponto
abaixo da meta projetada para o Ideb do ano, de 4,9, para os alunos de 4ª
série. A rede tem de atingir um índice de 5,3 na avaliação que será feita em
2011. Para isso, a prefeitura está promovendo também a reorientação
curricular, em busca de um currículo mínimo. Em Simões Filho, o desafio é
convencer pais a deixar os filhos na escola No município de Simões Filho, a
30 quilômetros de Salvador, uma iniciativa privada também busca aproximar a
família da escola. Para investir em educação integral, o Centro Educacional
Santo Antônio (Cesa) , das Obras Sociais Irmã Dulce, teve de convencer os
pais da importância de deixar as crianças o dia todo na escola. O Cesa
oferece formação em ensino fundamental e profissionalizante a cerca de 800
alunos. A grande maioria das crianças e jovens atendidos são de origem pobre.
Na escola, que trabalha com o conceito de ensino integral, com aulas durante
todo o dia, os estudantes recebem acesso à arte-educação, inclusão digital,
atividades esportivas, assistência odontológica, alimentação, uniforme e material
escolar gratuitos. Além de apoio assistencial às famílias. "Muitos
crianças, a partir da 5ª série ainda deixam de estudar para ajudar em casa,
nosso desafio é convencer os pais da importância de seu filho permanecer na
escola, além de conversar em casa sobre o ensino", afirma Rita de Castro
Frois, coordenadora pedagógica do Cesa. As ação tem dado certo: 70% das
crianças que começam na 1ª série terminam o fundamental.
|
Este Blog disponibiliza um acervo com o noticiário sobre as políticas educacionais brasileiras. É parte do Projeto de Extensão Políticas Educacionais na Imprensa Brasileira, coordenado pelo professor Armando C. Arosa, desenvolvido junto ao PROEDES - da UFRJ - O projeto teve início em abril de 2012 e encerrado em janeiro de 2018. Contato-ufrj.proedes@gmail.com ou armando.arosa.ufrj@gmail.com
PESQUISA
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário