PESQUISA

terça-feira, 4 de maio de 2010

PAIS PEDEM FIM DA GREVE

04 de maio de 2010

A quarta semana de greve dos professores da rede estadual começa sem sinalização de acordo entre a categoria e o governo de Minas
Fonte: Estado de Minas


A quarta semana de greve dos professores da rede estadual começa sem sinalização de acordo entre a categoria e o governo de Minas. Enquanto as secretarias de Estado de Educação (SEE) e de Planejamento e Gestão (Seplag) alegam já terem feito propostas aos grevistas, os docentes reclamam que nada se falou sobre aumento salarial e obtiveram na Justiça liminar proibindo a contratação de professores substitutos. Em meio ao impasse, pais se preocupam com os filhos, que estão sem aulas há quase um mês. A Federação das Associações de Pais e alunos das Escolas Públicas de Minas Gerais (Fapaemg) entrou com representação no Ministério Público, apelando pelo fim da greve. "Não estamos defendendo um lado nem o outro. Estamos lutando pelos direitos dos alunos. São crianças e adolescentes que, segundo a Constituição, devem ter prioridade absoluta. Achamos a causa dos professores justa e entendemos as limitações do Estado. Só queremos que as negociações avancem rapidamente", diz o presidente da Fapaemg, Mário de Assis. Está prevista uma reunião entre a Promotoria da Infância e Juventude, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais (Sind-Ute-MG) e governo de Minas, amanhã.

Segundo o Sind-Ute-MG, 60% da rede estadual aderiu a greve. A Secretaria de Estado de Educação disse que não divulgará balanço sobre a paralisação. Grevistas, SEE e Seplag só se reuniram uma vez, há três semanas. Em nota, o governo de Minas informou que "o projeto aprovado pela Assembleia Legislativa de reajuste de 10% para o conjunto do funcionalismo público representa um enorme esforço financeiro e o máximo que pode ser feito no momento, em termos remuneratórios, observados os limites estabelecidos pela Lei Federal de Responsabilidade Fiscal (LRF)".

Já o Sind-Ute divulgou nota afirmando que a evolução da receita do esado permite a implementação do piso salarial de R$ 1.312, reivindicado pela categoria. Segundo o sindicato, professor com nível médio recebe R$ 369,89. "A greve é um instrumento de luta do trabalhador que só é usado em última instância. Nós só fomos atendidos pelo governo, quando entramos em greve. Mesmo assim, não fizeram propostas salariais. Gostaríamos de negociar rapidamente", diz Beatriz Cerqueira, coordenadora do SindUte-MG. A próxima assembleia da categoria é amanhã, às 14h, na Praça da Assembleia.


PREOCUPAÇÃO

Estudante da 7ª série do ensino fundamental da Escola Estadual Pandiá Calógeras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, L.N., de 13 anos, não aguenta mais a falta de aulas. "Reconheço que a luta dos meus professores é importante. Eles trabalham muito, às vezes em tripla jornada, e são mal remunerados. Mas o manifesto já está feito. Agora é necessário pensar em outra forma de reivindicar", reclama. Preocupada com os estudos, ela tem feito aulas particulares todas as tardes. "Não quero perder o ritmo. É uma pena que nem todos os alunos têm essa oportunidade. Minha mãe está muito apreensiva. Ela acha que não haverá reposição de aulas."

A dona de casa C.S., de 34, já não conta mais com as férias de fim de ano do filho. "Sexta-feira faz um mês que ele não tem aulas. Ele está doido para voltar à Escola. Quem mais perde com a greve são os alunos", avalia





Nenhum comentário:

Postar um comentário