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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

CPERS PROGRAMA GREVE E TUMULTUA FIM DO ANO LETIVO

10 de dezembro de 2009


Com paralisação, magistério pretende barrar propostas do governo estadual que alteram carreiras
Fonte: Zero Hora


Em represália ao projeto do governo Yeda Crusius que mexe no plano de carreira do magistério, os professores estaduais, reunidos ontem em assembleia convocada pelo Cpers, aprovaram greve por tempo indeterminado a partir de terça-feira. A paralisação a poucas semanas do término do ano letivo tumultua o fim de ano de pais e alunos.

No final da tarde de ontem, após a decisão dos professores anunciada no Gigantinho, o presidente da Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do Estado fez um desabafo.

- Mais uma vez, e agora bem no final do ano, os estudantes e as famílias devem sofrer. Quando a gente pensava que as coisas iam bem, vem algo para atrapalhar - disse Robison Minuzzi.

O calendário Escolar, previsto para se encerrar no dia 10 de janeiro em razão da gripe A - que obrigou a suspensão das aulas durante parte do inverno -, poderá ir ainda mais longe com a greve. Diante dessa perspectiva, o conselho-geral dos CPMs vai se reunir no sábado na Capital para decidir o rumo da entidade. Não está descartada uma atuação mais incisiva para tentar barrar o movimento, buscando se reunir com o Cpers e o governo para reforçar o descontentamento dos pais e alunos com a situação.

- Nos últimos anos, como regra, não estamos apoiando greves da categoria. Achamos que se trata de um instrumento superado e batido. Mas, na reunião de sábado, poderemos ter alguma posição diferente. Podemos nos colocar como ponte entre as partes, se for preciso - afirma Minuzzi.

Secretário diz ter tentado discutir propostas com Cpers

A assembleia-geral, que ocupou cerca de metade das arquibancadas do Gigantinho, foi marcada por discursos pedindo força máxima da categoria. A proposta de greve, apresentada pelo conselho-geral do Cpers, foi aprovada por uma maioria apertada. Parte dos professoress dividiu-se entre a rejeição á greve e a abstenção, mas foi vencida.
O alvo da paralisação é o projeto de mudanças no plano de carreira que deve ter seu cronograma de votação definido também na terça.

- Nós não tivemos saída, a sociedade precisa entender isso. Tentamos negociar com o governo, solicitamos audiências, mas não fomos ouvidos. A greve foi a única saída que nos deixaram - disse a presidente do sindicato, Rejane de Oliveira.

A mesma queixa de falta de diálogo veio da Secretaria Estadual da Educação. O titular da pasta, Ervino Deon, garante que tentou mostrar o projeto ao Cpers por diversas vezes, mas que esbarrou na "intransigência". Sobre a posição da SEC diante da greve, prefere esperar a informação oficial da categoria para se posicionar.

- Nós queremos dar todas as condições para que os professores concluam o ano letivo no período previsto. Faço um apelo aos docentes, eu também sou professor. Temos um compromisso com as famílias desses alunos, ainda mais no final de ano.
Depois da assembleia, os professores seguiram em caminhada, com outros servidores públicos, para a frente do Palácio Piratini. Os protesto prosseguiram até o começo da noite.

Os cenários FÉRIAS OU AULA? - Se o governo não cumprir a exigência do Cpers, de retirar da Assembleia os projetos envolvendo o magistério, dificilmente a greve será barrada. A vida de milhares de gaúchos pode virar de cabeça para baixo neste fim de ano. A rede estadual tem 1,2 milhão de alunos e 85 mil professores.- Por lei, as Escolas precisam cumprir os 200 dias letivos, com carga horária de 800 horas.- O fim do ano letivo não tem data fixa, já que o início das aulas é decidido pelas coordenadorias regionais com as direções das Escolas.- Com a propagação da gripe A, o recesso de inverno se estendeu por mais 15 dias. Algumas Escolas conseguiram recuperar o tempo perdido, com aulas aos sábados. Essas unidades têm previsão de finalizar o ano letivo na semana anterior ao Natal.- Cerca de 80% da Escolas estaduais, no entanto, não conseguiram antecipar a recuperação e deveriam terminar o ano letivo até o dia 10 janeiro.- Com a greve, a previsão inicial é de que as aulas se estendam pelo menos até o fim de janeiro.

IR À AULA OU NÃO? - Mesmo com anúncio de greve, a Secretaria de Educação reforçou ontem que os alunos devem comparecer às aulas na terça-feira.- O governo vai tentar esvaziar a ação do Cpers. A estratégia já começou ontem mesmo. O secretário Ervino Deon jantou numa churrascaria da Capital com os coordenadores regionais de Educação. A ordem é convencer os professores do Interior de que o projeto do governo é bom para eles e com isso minguar o movimento, que não teria forças para manter a greve.- Os CPMs orientam os pais e alunos a buscar nas Escolas informações sobre o andamento da possível greve e se terá aula na terça-feira. - Se a greve realmente sair, o ano letivo não tem previsão de ser finalizado, prejudicando programação de famílias e, principalmente, alunos, que têm o ensino novamente suspenso. Estudantes que terminariam o ensino médio seriam os mais prejudicados, já que não teriam comprovantes para tentar inscrições para vagas nas universidades



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