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sábado, 7 de março de 2009

ADESÃO À GREVE NÃO É COMPLETA, MAS ALUNOS RECLAMAM

07 de março de 2009


Enquanto sindicato e gestores divergem sobre o número de profissionais que aderiram ao movimento grevista na rede pública de Educação no estado e município de Natal, a realidade nas Escolas fala por si só.
Fonte: DIÁRIO DE NATAL (RN)


Enquanto sindicato e gestores divergem sobre o número de profissionais que aderiram ao movimento grevista na rede pública de Educação no estado e município de Natal, a realidade nas Escolas fala por si só. A reportagem do Diário de Natal percorreu as Escolas estaduais Atheneu e Anísio Teixeira, no bairro de Petrópolis, Winston Churchil, na Cidadel Alta, além da Escola municipal Mareci Gomes, no Passo da Pátria, para verificar como anda o funcionamento dessas unidades durante a greve dos professores, iniciada na última segunda-feira. O resultado foi esmagador: três unidades sem aulas e uma funcionando apenas parcialmente.Na Escola estadual Atheneu, portões fechados desde segunda-feira. Depois de uma semana de greve, a informação dadas por funcionários da Escola é que as aulas deverão ser retomadas na próxima segunda, com estagiários substituindo os professores nas salas de aula.
No Winston Churchill, aulas totalmente paralisadas desde segunda. De acordo com a diretora Maria Imaculada dos Santos Bezerra, os cerca de 70 professores da Escola aderiram à greve. ''Os turnos matutino, vespertino e noturno estão completamente sem aulas. A Escola está funcionando apenas com o pessoal do apoio pedagógico e secretaria. Tenho dois professores que estão em estágio probatório e três estagiários, mas os alunos não estão vindo para nenhuma aula. Não adiantaria assistir uma aula agora e depois ver a mesma aula quando for reposta''. A diretora acredita que a maior parte dos professores volte às salas de aula após a assémbléia geral dos grevistas, marcada para segunda-feira, às 14h, no próprio Winston Churchill.
No Passo da Pátria, a Escola municipal Mareci Gomes, que oferece aulas para o ensino fundamental, também está com portões fechados desde segunda. Um cartaz na entrada da Escola indica que os professores do turno vespertino estão em greve e que uma única professora continua dando aulas para o 1º ano.
ANÍSIO
No Anísio Teixeira, os alunos Tiago Cunha Andrade, 18, e Emerson Breno, 15, do 3º ano, relatam que os estudantes enfrentam dificuldades. ''Deveríamos ter cinco horários de aula, mas só tivemos dois na maior parte da semana. Hoje só tivemos duas aulas de inglês'', conta Tiago. ''É complicado porque é ano de vestibular e começamos assim'', afirma Emerson. Segundo ele, faltam professores para as disciplinas de português, filosofia, sociologia e história.
O professor de português Bionor Paulino é um dos grevistas do Anísio Teixeira. ''O movimento aqui está dividido. Muitos professores pararam desde segundo e outros continuam. Eles estão juntando as turma para dar aula, porque tem sala com dez, quinze alunos apenas''. professor da rede estadual há 15 anos, ele não está confiante nas promessas do governo. ''A governadora anunciou que tem R$ 31 milhões para atender nossas reivindicações até 2011. Ela prometeu R$ 10 milhões entre abril e dezembro desse ano. Mas próximo ano já vem eleição, ela deve deixar o governo, e não sabemos como vai ficar esse acordo''.
De acordo com o diretor do Anísio Teixeira, Francisco Neris Viana, no turno da manhã, apenas quatro dos vinte professores aderiram à greve. O turno vespertino estaria funcionando completamente e não há aulas para o turno noturno. O diretor descartou utilizar estagiários para complementar o quadro e retomar as aulas. ''Não temos estagiários aqui, apenas dois professores em estágio probatório. Não teria porque colocar estagiários por apenas duas semanas''.
Francisco Viana relata que há 19 anos aguarda sua promoção de professor do magistério com nível médio para nível superior. ''A universidade reconheceu nossa mudança de nível, mas o governo até hoje não o fez. É uma diferença de cerca de R$ 300 a que temos direito e que faz falta porque os salários são baixos''.
O diretor afirma que há uma dificuldade muito grande para gerenciar as Escolas estaduais devido à falta de recursos. ''O Anísio Teixeira oferece apenas o ensino médio. Por isso recebemos recursos apenas do Governo Estadual. Escolas que oferecem também o ensino fundamental, recebem recursos de outros programas e tem uma situação melhor. O que vemos é que os recursos não chegam como deveriam e não há critérios claros sobre essa distribuição. Quem faz a Educação realmente é o agente social que está dentro da rede, por sua força de vontade''.
Luiz Freitas
da equipe do diário de natal






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