28 de junho de 2016
Pesquisa mostra que quase metade dos alunos (48,9%) do Amazonas não concluiu essa etapa escolar na idade correta, até os 19 anos.
Gisele Rodrigues / portal@d24am.com
Manaus - O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2016 mostrou que quase metade dos alunos (48,9%) do Amazonas não concluiu o Ensino Médio na idade correta, até os 19 anos. Os dados utilizados na pesquisa do movimento Todos Pela Educação (TPE) são referentes ao ano de 2014.
Apenas 16,1% da população de 18 a 24 anos estavam cursando o Ensino Superior, em 2014, segundo o levantamento. Em comparação com 2013, houve um aumento de 2,4 pontos percentuais.
A responsabilidade de manter financeiramente a família, a gravidez na adolescência e o desinteresse pelas matérias apresentadas no currículo do Ensino Médio estão entre as razões que fizeram os adolescentes ficarem pelo caminho nos estudos, segundo a avaliação da diretora do Departamento de Políticas e Programas Educacionais (Deppe) da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Vera Lúcia Lima.
“Um dos grandes gargalos é o currículo, que eles não acham interessante pra ir para o mercado de trabalho. Precisamos de uma reformulação do currículo do Ensino Médio, para que ele possa ser mais flexível com o projeto de vida do aluno”, disse.
A situação dos estudantes que concluem o Ensino Médio sem utilizar metade do conteúdo aprendido, na vida prática e no trabalho, foi citada pela diretora, que informou que o Projeto de Lei (PL) nº 6840/2013 busca direcionar os currículos do Ensino Médio para a profissionalização e não tão somente para o vestibular.
“A questão da gravidez na adolescência também é preocupante, porque (as estudantes) não conseguem conciliar e abrem mão dos estudos. O mesmo acontece para quem vai trabalhar e tem que fazer essa opção entre qualificar e trabalhar. Mas, depois, eles voltam quando o mercado exige a qualificação”, complementou.
Pelo PL 6840/2013, que tramita na Câmara dos Deputados, o Ensino Médio noturno deve ser articulado à formação técnica e o conteúdo deve ser o mesmo ensinado nas aulas diurnas. Na justificativa, o projeto diz que o ensino noturno deve “deixar de ser uma regra e ser exceção, ou seja, que apenas aqueles alunos que realmente tenham impedimentos que os impossibilitem de cursar o Ensino Médio diurno sejam matriculados à noite”.
A taxa de alfabetização dos alunos de 15 anos ou mais foi contabilizada em 93,8% em 2014. – uma evolução de apenas 1,5 ponto percentual, em 13 anos, segundo o levantamento.
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