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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Análise mostra que a maioria dos jovens, que está fora da escola, não completou o ensino fundamental

25 de Fevereiro de 2016

Fonte: Nota 10

O Instituto Unibanco realizou um estudo para identificar o perfil e principais características dos jovens de 15 a 17 anos que não concluíram o ensino médio e estão fora da escola. A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, mostrou que ainda existem 1,3 milhão de jovens nestas condições e faixa etária. Com base nos dados do IBGE, o estudo mostrou que 52% destes jovens abandonaram os bancos escolares antes mesmo de concluírem o ensino fundamental, e que gravidez, no caso das meninas, e necessidade de trabalhar, no dos rapazes, são as principais dificuldades enfrentadas pelos jovens de 15 a 17 anos e que os levam a abandonar os estudos.

Os meninos evadem mais que as meninas – 14% dos jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola e não completaram o ensino médio. Destes jovens, 63% estavam trabalhando ou procurando emprego. Entre as mulheres a proporção é de 12%. Do total de 1,3 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola sem ensino médio concluído, 610 mil são mulheres. Mais de um terço das jovens que deixaram de estudar já eram mães. As jovens mães que persistiram nos estudos representam apenas 2%.

Estes dados foram apresentados na quinta edição do boletim Aprendizagem em Foco, que é produzido periodicamente pelo Instituto Unibanco com o intuito de abordar e discutir assuntos relevantes para a educação no país, com o apoio de pesquisas, estudos e experiências nacionais e internacionais.

Grupos vulneráveis - Segundo Ricardo Henriques, superintendente do Instituto Unibanco, os jovens que sequer completaram o ensino fundamental representam o grupo mais vulnerável. “Este é o dado mais perturbador de todos. São cidadãos que, caso não voltem a estudar, terão altíssima probabilidade de inserção precária no mercado de trabalho, além de não terem tido seu direito assegurado à educação básica. Outro grupo que também preocupa pelas mesmas razões é o dos que completaram o fundamental, mas não concluíram o médio”, diz Henriques.

Entre outras razões que levam ao abandono, e que estão mais ligadas ao ambiente escolar, estão a repetência e o desinteresse do jovem pelos estudos, motivados pela baixa qualidade do ensino e por um currículo, especialmente no ensino médio, enciclopédico e com sem flexibilidade para escolhas.

“A escola tem grande dificuldade de lidar e acolher grupos de alunos vulneráveis. Com isso, o aluno vai repetindo ano após ano, a defasagem aumenta em relação aos outros alunos e ele acaba largando a escola. Ou seja, os mais vulneráveis não conseguem passar algumas etapas e ficam pelo caminho. É importante reconhecer que há perfis com maior probabilidade de evasão e são necessárias estratégias pedagógicas específicas para esses jovens”, explica Henriques.

O estudo do Instituto Unibanco, além de entender o perfil do jovem que evade da escola, identifica em quais momentos esse movimento ocorre. Esses resultados devem orientar, assim, as políticas públicas que visam a assegurar que todos os jovens tenham seu direito de aprender e concluir o Ensino Médio. 
A íntegra do boletim Aprendizagem em Foco, edição n.º 5, pode ser acessada pelo site do Instituto Unibanco: www.institutounibanco.org.com.br.

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