"É na Educação Infantil que se dá a formação do sujeito como cidadão", afirma Márcia Carvalho
Fonte: Diário da Manhã (GO)
“Meu único desejo, meu tema musical, meu diamante é a educação”.
Rubem Alves (Escola da Ponte)
Rubem Alves (Escola da Ponte)
Na Constituição Brasileira em seu art. 205, preconiza que a educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Compreendemos que a educação é fundamental na formação de todo individuo e, uma pergunta freqüente a nós educadores é, qual segmento seria mais importante na formação do indivíduo, a Educação Infantil ou a Educação Superior?
Enquanto educadora, compreendo que todas as fases da educação são importantes, entretanto, é na educação infantil que se dá a formação do sujeito como cidadão.
A Educação Infantil caracteriza-se como primeira etapa da educação básica e tem como finalidade propiciar o desenvolvimento integral da criança, complementando a ação da família e da comunidade. Normalmente é oferecida em creches ou instituições equivalentes, para as crianças de até 3 anos de idade e em pré-escolas, para crianças de 4 a 5 anos de idade. A Lei de Diretrizes e Bases Nacionais da Educação Nº 9394/1996, enfatiza a importância da Educação Infantil.
Toda ação educativa deve promover o desenvolvimento integral dos educandos e na Educação Infantil esta característica é mais forte, pois, deve superar todas as visões e perspectivas assistencialistas ou escolarizantes no sentido de efetivamente colaborar com a formação do cidadão ou cidadã pleno. Kramer (2005), entende que a ação educativa inclui os cuidados e as brincadeiras, e que essas ações, indissociáveis, devem ser planejadas, e apresentar um caráter pedagógico.
Quanto ao ensino Superior, de acordo com o art. 43 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tem por finalidade: I. Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II. Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III. Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV. Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V. Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI. Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII. Promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
A grandeza dos objetivos propostos para a Educação Superior, como deixa clara a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, só serão alcançados se todos os indivíduos efetivamente tiverem uma boa formação durante sua permanência na Educação Infantil.
Como educadora não posso priorizar uma modalidade de educação em detrimento de outra, entretanto, como fica claro em minhas reflexões, sem uma Educação Infantil de qualidade, seria utópico esperar que no Ensino Superior a produção acadêmica fosse aquela que cumprisse com o preconizado na nossa Legislação.
A expressão “qualidade em educação”, segundo Davok (2007), admite variadas interpretações. Segundo essa autora, uma educação de qualidade vai desde aquela que possibilita o domínio eficaz dos conteúdos, ou aquela que possibilita a aquisição de uma cultura científica ou literária, até aquela que desenvolve a capacidade de servir ao sistema produtivo ou ainda aquela que promove o espírito crítico e fortalece o compromisso para transformar a realidade social.
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